quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A CIDADANIA, A ÉTICA E A LIDERANÇA

“Ética no mundo corporativo

Falar de ética é falar de valores, de moral, de comportamento. O homem é um produto da natureza e da cultura, sujeito às leis naturais e da sociedade, que, por sua vez, são conflitantes. À medida que o homem organiza socialmente sua vida, a ética se estabelece na busca de orientações para “o agir” para tornar a convivência mais harmoniosa. Daí a necessidade ética estar entre as que despontam como mais prementes. A ética é moldada por valores e por princípios aceitos pela sociedade e pautada por comportamentos esperados dos indivíduos em determinadas situações. No mundo dos negócios, o estabelecimento de comportamentos e condutas, também apresentado nos códigos de ética e conduta corporativos com o propósito de uniformizar o entendimento dos princípios, normas e valores a serem seguidos pelos integrantes, é de fundamental importância para o desenvolvimento e o crescimento da organização. [...]”.
(ELMA BERNARDES SANTIAGO, Coordenadora pedagógica e professora da Faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Ética e liderança

Lucro não é pecado. Refiro-me, naturalmente, ao lucro sustentável, obtido de forma ética, limpa, por organizações que pautam sua gestão pelos valores e princípios da responsabilidade social empresarial. A explicação é necessária, pois na outra ponta encontra-se a segunda posição possível – a que preconiza o lucro predatório, desprezando as pessoas e o meio ambiente, transformando organizações diversas, inclusive as empresariais, em máquinas de produzir lucro, a qualquer preço, independentemente das leis, da ética e de valores. Da opção que fizermos agora dependerá o mundo que vamos construir neste século para nós mesmos e para legar às gerações que virão. Como a trajetória e as opções das organizações se condicionam ao modo de pensar e de agir de seus dirigentes se torna obrigatório refletir sobre os modelos de liderança compatíveis com a construção de um mundo melhor. Felizmente, este é um debate que avança com a mesma intensidade com vemos nas manchetes de jornais e no horário nobre da televisão exemplos chocantes de líderes negativos, de índole criminosa, tanto na esfera empresarial, com os escândalos corporativos, quanto na gestão pública, com a prisão de representantes dos três poderes, desde Brasília até os mais distantes municípios brasileiros.

O debate sobre os modelos de liderança é universal e atemporal – ao longo de décadas, a ciência da administração estuda o tema e produz, em abundância, livros, manuais e cursos sobre a arte da liderança. No entanto, no caso específico do Brasil, apesar do progresso econômico, do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), da renda e da facilidade do crédito, que catapulta o consumo e produz uma aparente felicidade, falta o progresso moral. A União Internacional de Dirigentes Cristãos de Empresas (Uniapac), entidade que congrega as ADCEs de 26 países, em praticamente todos os continentes, tem insistido na mensagem de que o ser humano só será feliz e plenamente realizado se alcançar seu desenvolvimento integral – nos aspectos material, humano e espiritual.

Para que o Brasil se torne uma sociedade evoluída no seu caráter, honra e respeito, é indispensável que tenhamos líderes que transmitam bons exemplos, que pautem sua atuação por princípios, com coerência e consistência, que zelem pelo interesse coletivo, que garantam a relação equilibrada entre pessoas, entre pessoas e empresas, entre pessoas e o poder público, entre todos o tempo todo. O oposto é igualmente verdadeiro: quando falta compromisso com valores e princípios, os líderes – executivos e dirigentes de empresas – se ocupam exclusivamente do cumprimento de metas de rentabilidade financeira; gestores públicos cuidam apenas do interesse próprio, sem se preocupar com os impactos negativos que suas ações causam às comunidades. Os efeitos devastadores da última crise econômica ainda estão bem frescos, assim como os prejuízos causados a muitos, em todo o mundo, pela ganância de poucos.

Liderança deformada não se combate com novas regras e novas leis, afinal, regras e leis já existem e em profusão. A questão, evidentemente, tem o seu viés criminoso e policial, o que exige o cumprimento da legislação, com inquéritos da polícia e processos na Justiça. O tempo, no entanto, tem mostrado que isso não basta, até porque a Justiça é falha e vulnerável. É necessária uma radical mudança cultural dos líderes, que precisam alterar o seu modelo mental e atentar para os valores do mundo moderno. Assim como se pensava, há algumas décadas, que alta qualidade e custo baixo eram incompatíveis, hoje fazer bem para o mundo e ter lucro não são excludentes. Na verdade, somente alcançarão sucesso no campo empresarial e governamental aqueles líderes que forem capazes de produzir, simultaneamente, rentabilidade econômica e social. Trata-se de uma questão coletiva e inexorável, pois todos têm exatamente a noção do certo e do errado, e a sociedade está cada vez mais vigilante, consolidando e propagando os princípios e valores que defende, cobrando dos líderes a sua observância e o seu cumprimento.

Em essência, devemos lembrar e entender que tudo começa em casa, nos limites familiares, em que os valores e princípios precisam ser semeados e adubados para que germinem e, à frente, formem líderes verdadeiros, comprometidos com o que deles exige o mundo contemporâneo. É preciso formar pessoas e organizações que não façam do lucro um objetivo em si mesmo, que entendam que o crescimento da economia só tem sentido quando é capaz de induzir transformações e promover a justa e equânime distribuição dos seus frutos. A escola, em todos os níveis, incluindo aquelas que se dedicam a formar executivos e dirigentes, precisa compreender que, mais que atender a demanda dos clientes, muitas vezes equivocada, tem a missão de contribuir para a formação de líderes que se apóiem na ética, atuem com responsabilidade social e zelem pela democracia. Estes, certamente, serão os líderes verdadeiros e bem-sucedidos, capazes de construir empresas relevantes e uma sociedade regida por princípios.”

São, portanto, páginas recheadas de LÚCIDAS, CLARAS e PERTINENTES reflexões e ponderações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A QUALIDADE DO VOTO

“Sobre os direitos sociais (1996)

Nos últimos anos, o tema dos direitos sociais foi muito negligenciado, seja pela direita que, como é natural, exalta de modo particular os direitos da liberdade, e com particular força as liberdades econômicas, seja por uma boa parte da esquerda que, depois da derrocada dos Estados comunistas, nos quais eram exaltados os direitos sociais com prejuízo dos direitos da liberdade, parece com freqüência seguir a direita em seu próprio terreno.

Em oposição aos direitos individuais, por “direitos sociais” entende-se o conjunto das pretensões ou exigências das quais derivam expectativas legítimas que os cidadãos têm, não como indivíduos isolados, uns independentes dos outros, mas como indivíduos sociais que vivem, e não podem deixar de viver, em sociedade com outros indivíduos.

O fundamento da forma de governo democrática em oposição às várias formas de governo autocráticas, que dominaram grande parte da história do mundo, é o reconhecimento da “pessoa”. Ora, o homem é ao mesmo tempo “pessoa moral”, em si mesmo considerado, e “pessoal social” (recordemos o celebérrimo “animal político” de Aristóteles), já que vive, desde o nascimento até a morte, em vários círculos, que vão da família à nação, da nação à sociedade universal, através dos quais a sua personalidade se desenvolve, se enriquece e assume aspectos diversos, de acordo com os diferentes círculos nos quais vive.

À pessoa moral referem-se especificamente os direitos de liberdade, à pessoa social, os direitos sociais, que recentemente foram também chamados por Gustavo Zagrebelsky de “direitos de justiça”. É dispensável acrescentar que em meio aos primeiros e aos segundos estão os direitos políticos, vale dizer, aqueles que estão no fundamento de participação direta ou indireta do indivíduo ou dos grupos na tomada de decisões coletivas, na qual consiste a democracia. Pode-se dizer sinteticamente que a democracia tem por fundamento o reconhecimento dos direitos de liberdade e como natural complemento o reconhecimento dos direitos sociais ou de justiça. Devido a essa dupla característica do reconhecimento, e correlata garantia e proteção, de direitos individuais e direitos sociais, as democracias contemporâneas, renascidas depois da catástrofe da Segunda Guerra Mundial, foram denominadas ao mesmo tempo liberais e sociais. Uma vez que os princípios de liberdade eram dados como pressupostos, desenvolvendo-se no Estado democrático a partir do reconhecimento dos direitos de liberdade para chegar ao reconhecimento dos direitos sociais, falou-se de uma passagem da democracia liberal para a democracia social.

Uma das últimas constituições democráticas, a espanhola, de 1978, proclama no art. 1: “A Espanha constitui um Estado social e democrático que propugna, como valores superiores da sua ordem jurídica, a liberdade, a justiça, a igualdade e o pluralismo político.

De resto, também o art. 1 da Constituição italiana, com a conhecida fórmula, embora menos feliz, segundo a qual a República é “fundada sobre o trabalho”, alude a esse mesmo processo de transformação do Estado liberal em Estado social, no qual a dignidade do homem se funda não sobre aquilo que se tem (a propriedade), mas sobre aquilo que se faz (exatamente o trabalho), tanto que já no art. 4 se lê: “A República reconhece a todos os cidadãos o direito ao trabalho e promove as condições que tornem efetivo esse direito”. [...]”.
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria geral da política: a filosofia e as lições dos clássicos; organizado por Michelangelo Bovero; tradução Daniela Beccaccia Versiani. – Rio de Janeiro: Campus, 2000, páginas 501 e 502).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

Quem merece seu voto?

Esta pergunta é, sem dúvida, um grande desafio posto a cada cidadão às vésperas das eleições deste ano. Isso, porque esta resposta não deve ser construída, simplesmente, com a força e o discurso do mais sofisticado marketing pautado na propaganda eleitoral que incorporou aquele tom antigo – associando à imagem do candidato suas promessas ou referências ao que ele fez. No ar, de certo modo, está a dívida quanto à discussão de propostas mais consistentes e abrangentes como as exigências de reformas do Estado, tributária, política. É uma aberração apresentar-se ao eleitor e trabalhar o convencimento para que ele dê o seu voto por conta de promessas e mesmo das realizações passadas. Este discurso, na verdade, revela a lacuna na educação de um povo que pode se deixar convencer por argumentos emocionais e pelo tratamento de suas necessidades básicas como se fosse um atendimento benevolente gerando devedores e tendo no voto o pagamento ou retribuição. É lúcido pensar e defender que não basta adotar esquemas de proteção e de oferta de tudo aquilo que é direito do cidadão. É preocupante, no cenário da sociedade brasileira, o quanto o emocional vai presidindo o embate político, influenciando nas escolhas pela ausência da clareza que advinda da consciência dos que são destinatários e portadores de um qualificado processo educativo. A consciência sociopolítica está intrinsecamente ligada ao modo de educação recebida e cultivada. Por isso mesmo, estas eleições revelarão o nível da cultura política existente no tecido da sociedade brasileira.

Ainda falta um longo caminho a percorrer, como fruto de processo educativo mais amplo e qualificado, para se compreender que a política, além da arte de transigir, é particularmente a arte de cuidar e garantir a justa ordem da sociedade e do Estado, seu dever central. Este entendimento acende um facho de luz na pergunta acerca de quem merece seu voto. É importante lembrar o papa Bento XVI na sua carta encíclica Deus caritas est, 2005, quando diz que “a política é mais do que simples técnica para a definição de ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”. Ora, se a justiça é a origem e o objetivo da política e sua implementação é de natureza ética, conclui-se que ter ficha limpa é critério primeiro e fundamental para definir alguém como merecedor do seu voto.

A sociedade brasileira compreendeu e aderiu ao projeto de lei Ficha Limpa aprovado, um entendimento que não tem o menor sentido de ser adiado porquanto a moralização da política é uma das mais urgentes exigências e anseio da sociedade brasileira. Essa garantia de qualificação na candidatura se entrelaça com uma série de critérios importantes para que alguém seja merecedor de voto. Inquestionavelmente, torna-se merecedor do seu voto quem passa pelo crivo dos valores que possam permitir que o eleito respeite e lute pela democracia, priorize direitos sociais para configurar um novo cenário, particularmente, para os mais pobres, sem jamais perpetuar programas e benesses que os mantenha reféns de comodidades geradas e de preguiças que atrasam o passo na conquista da própria autonomia. O merecimento do seu voto, em qualquer cargo, Executivo ou Legislativo, não pode ser uma decisão determinada pelo marketing político que amordaça consciências e não permite a configuração de critérios que assegure ao cidadão seu direito de escolher, não por obrigação a ser paga, mas na liberdade e autonomia que compõem a vivência autêntica da cidadania.

Na lista dos valores para configurar critérios que possam ser alavancas de juízos adequados na escolha, incluem-se o respeito à vida em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural, o compromisso com a democracia, o respeito à liberdade de imprensa, o olhar e compreensão do pobre como sujeito e não como simples destinatário – incluindo a discussão sobre religião e a laicidade do Estado. Nessa direção os católicos precisam se posicionar mais clara e diretamente nas suas escolhas para usufruir do seu direito, por diálogo e intercâmbio, de contar com governantes e parlamentares capazes de pautar suas ações pelos valores do evangelho e na fidelidade a princípios e valores, não simplesmente a interesses que possam abrir caminhos a negociações espúrias. Os católicos, no exercício de sua cidadania, como outros, todos, têm o desafio de fazer a diferença pela força de escolher quem merece seu voto. Este desafio e embate devem ser enfrentados com fé e coragem.”

Estamos, assim, diante de REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA PELA CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, CAPAZ DE ESCOLHAS QUALIFICADAS, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

“As causas da pobreza e da desigualdade – a modernização conservadora

As causas que originam a pobreza e as desigualdades são objeto de uma extensa literatura especializada e de acalorados debates acadêmicos. Não se pretende aqui entrar nesta discussão, mas apenas listar algumas fatores sócio-históricos que contribuem para explicar as atuais distâncias existentes entre ricos e pobres, homens e mulheres, brancos e negros.

Como visto no item anterior, a principal razão de parcelas significativas das famílias brasileiras encontrarem-se em situação de pobreza não reside na escassez geral de recursos, mas na sua péssima distribuição. Nas democracias contemporâneas, as desigualdades e a pobreza são o resultado das tensões entre a exigência ética dos direitos e os imperativos da eficácia econômica, entre a ordem legal que promete igualdade e a realidade de exclusões tramada na dinâmica das relações de poder.

Historicamente, nos países ocidentais onde se reduziu substancialmente p número de pobres, chega um momento em que as disparidades sociais se tornam tão extremas que a sociedade resolve mobilizar as engrenagens do governo mediante leis, políticas públicas e mudanças no sistema de impostos, força-se algum grau de distribuição para eliminar as formas mais chocantes de pobreza e desigualdade e manter a coesão social.

[...] Outra consequência desse perverso modelo de desenvolvimento são os baixos níveis de educação. Nunca foi prioridade a efetiva universalização do ensino de qualidade que fosse capaz de dar sustentação ao desenvolvimento. Atualmente, o país ainda conta com uma taxa de analfabetismo de 10,2%. Além disso, a população com quinze anos ou mais de idade possui, em média, 7,2 anos de estudos, quando, legalmente, deveria ter no mínimo oito. Apesar de os indicadores terem melhorado nos últimos anos, a qualidade da educação deixa a desejar. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgados recentemente, revelam a péssima posição do Brasil no ranking de aprendizado em diversas áreas do conhecimento. Os resultados do PISA mostram que os alunos brasileiros obtiveram, em 2006, médias que colocam o país, entre 57 investigados, na 53ª posição em matemática, 52ª em ciências e 48ª posição em leitura. Além de estarem entre os piores nas três provas nessa lista de países, a maioria dos estudantes brasileiros atinge, no máximo, o menor nível de aprendizagem nas disciplinas.[...]”
(DUNCAN GREEN, in Da pobreza ao poder – como cidadãos ativos e estados efetivos podem mudar o mundo; tradução de Luiz Vasconcelos. – São Paulo: Cortez; Oxford: Oxfam International, 2009, páginas 592 a 594).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de agosto de 2010, Caderno CULTURA, página 10, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Cartas da prisão (Agir), e que merece INTEGRAL transcrição:

“Desigualdade social no Brasil

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagascar, Camarões, Tailândia e África do Sul.

Aqui temos uma das piores distribuições de renda do planeta. Entre os 15 países com maior diferença entre ricos e pobres, 10 se encontram na América Latina e Caribe. Mulheres (que recebem salários menores que os homens), negros e indígenas são os mais afetados pela desigualdade social. No Brasil, apenas 5,1% dos brancos sobrevivem com o equivalente a US$ 30 por mês (cerca de R$ 54). O percentual sobe para 10,6% em relação a índios e negros.

Na América Latina, há menos desigualdade na Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. A ONU aponta como principais causas da disparidade social a falta de acesso à educação, a política fiscal injusta, os baixos salários e a dificuldade de dispor de serviços básicos, como saúde, saneamento e transporte.

É verdade que nos últimos 10 anos o governo brasileiro investiu na redução da miséria. Nem por isso se conseguiu evitar que a desigualdade se propague entre as futuras gerações. Segundo a ONU, 58% da população brasileira mantém o mesmo perfil social de pobreza entre duas gerações. No Canadá e países escandinavos esse índice é de 19%.

O que permite a redução da desigualdade é, em especial, o acesso à educação de qualidade. No Brasil, em cada grupo de 100 habitantes, apenas 9 têm diploma universitário. Basta dizer que, a cada ano, 130 mil jovens, em todo o Brasil, ingressam nos cursos de engenharia. Sobram 50 mil vagas... E apenas 30 mil chegam a se formar. Os demais desistem por falta de capacidade para prosseguir os estudos, de recursos para pagar a mensalidade ou necessidade de abandonar o curso para garantir um lugar no mercado de trabalho.

Nas eleições deste ano votarão 135 milhões de brasileiros. Dos quais, 53% não terminaram o ensino fundamental. Que futuro terá este país se a sangria da desescolaridade não for estancada?

Há, sim, melhoras em nosso país. Entre 2001 e 2008, a renda dos 10% mais pobres cresceu seis vezes mais rapidamente que a dos 10% mais ricos. A dos ricos cresceu 11,2%; a dos pobres, 72%. No entanto, há 25 anos, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), este índice não muda: metade da renda total do Brasil está em mãos dos 10% mais ricos do país. E os 50% mais pobres dividem entre si apenas 10% da riqueza nacional.

Para operar uma drástica redução na desigualdade imperante em nosso país é urgente promover a reforma agrária e multiplicar os mecanismos de transferência de renda, como a Previdência Social. Hoje, 81,2 milhões de brasileiros são beneficiados pelo sistema previdenciário, que promove de fato distribuição de renda.

Mais da metade da população do Brasil detém menos de 3% das propriedades rurais. E apenas 46 mil proprietários são donos de metade das terras. Nossa estrutura fundiária é a mesma desde o Brasil império! E quem dá emprego no campo não é o latifúndio nem o agronegócio, é a agricultura familiar, que ocupa apenas 24% das terras mas emprega 75% dos trabalhadores rurais.

Hoje, os programas de transferência de renda do governo – incluindo assistência social, Bolsa-Família e aposentadorias – representam 20% do total da renda das famílias brasileiras. Em 2008, 18,7 milhões de pessoas viviam com menos de ¼ do salário mínimo. Se não fossem as políticas de transferência, seriam 40,5 milhões. Isso significa que, nesses últimos anos, o governo Lula tirou da miséria 21,8 milhões de pessoas. Em 1978, apenas 8,3 milhões das famílias brasileiras recebiam transferência de renda. Em 2008, eram 58,3%.

É uma falácia dizer que, ao promover transferência de renda, o governo está “sustentando vagabundos”. O governo sustenta vagabundos quando não pune os corruptos, o nepotismo, as licitações fajutas, a malversação de dinheiro público. Transferir renda aos mais pobres é dever, em especial num país em que o governo irriga o mercado financeiro, engordando a fortuna dos especuladores que nada produzem. A questão reside em ensinar a pescar, em vez de dar o peixe. Entenda-se: encontrar a porta de saída do Bolsa-Família.

Todas as pesquisas comprovam que os mais pobres, ao obter um pouco mais de renda, investem em qualidade de vida, como saúde, educação e moradia.

O Brasil é rico, mas não é justo.”

São, pois, páginas com rico conteúdo que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A CIDADANIA, AS AUTORIDADES E O SERVIÇO

“CAPÍTULO 3 – OS PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS DA INDEPENDÊNCIA DO JUIZ

[...] A efetiva realização dos direitos essenciais do ser humano demanda uma estruturação completa e sólida de todos os órgãos do Estado. No que se refere ao Executivo, deverá ele preparar-se para a resolução de todos os questionamentos de ordem social e econômica. Quanto ao Legislativo, como órgão fiscalizador do processo democrático, em qualquer sistema de governo, tem necessidade de se aprimorar, de maneira eficiente, para o desenvolvimento de uma legislação bem elaborada, dentro de um ambiente de correção e de moralidade.

No que se refere ao Judiciário, alguns pontos devem ser relevados, para o aprimoramento da defesa de todos os núcleos centrais de direitos:

a) o acesso à justiça;
b) a interpretação correta das normas constitucionais e das leis processuais;
c) o respeito aos princípios constitucionais;
d) a atualização dos mecanismos das ações coletivas;
e) uma nova concepção de justiça, onde são temas essenciais: a justiça e o Estado; o juiz e a separação de poderes; o juiz como homem comum, para uma função extraordinária; recrutamento e formação; a transparência dos processos e procedimentos; a participação dos magistrados; as responsabilidades dos juízes; a imparcialidade; o Estatuto da Magistratura; a função de julgar como poder ou não; o juiz perante as contestações da sociedade civil; o lugar da autoridade judiciária no sistema institucional; é preciso que o juiz seja consciente de seus poderes, mas igualmente de suas limitações; o ideal de justiça; liberdade e responsabilidade do juiz; apesar de praticar várias funções, o juiz não deve perder sua identidade; é conveniente a sindicalização da magistratura (permitirá maior discussão sobre ética do que sobre política); a justiça está em crise; o poder de instrução do juiz e seus limites.

O acesso à justiça é primordial à efetividade dos direitos humanos, tanto na ordem jurídica interna como na internacional. O cidadão tem necessidade de mecanismos próprios e adequados para que possa efetivar seus direitos. As diferenças entre os litigantes, no que se refere ao sistema judicial, e a disponibilidade de recursos não podem ser deixados de lado pela processualística contemporânea: “O movimento fez-se no sentido de reconhecer os direitos e deveres sociais dos governos, comunidades, associações e indivíduos. Esses novos direitos humanos, exemplificados pelo preâmbulo da Constituição Francesa de 1946, são, antes de tudo, os necessários para tornar efetivos, quer dizer, realmente acessíveis a todos, os direitos antes proclamados. Entre esses direitos garantidos nas modernas constituições estão os direitos ao trabalho, à saúde, à segurança material e à educação. Tornou-se luga-comum observar que a atuação positiva do Estado é necessária para assegurar o gozo de todos esses direitos sociais básicos.”[...]”
(JOSÉ ALFREDO DE OLIVEIRA BARACHO, in Teoria geral da cidadania: a plenitude da cidadania e as garantias constitucionais e processuais. – São Paulo: Saraiva, 1995, páginas 24 e 25).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de agosto de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

Autoridades e serviço

O apóstolo Paulo, em confronto com dinâmicas de diferentes culturas e tentando ajustar o desafio permanente que é o exercício da autoridade, aponta uma orientação, no mínimo intrigante. Ele diz, escrevendo aos romanos: “Todos se submetam às autoridades que exercem o poder, pois não existe autoridade que não venha de Deus. E as autoridades que existem foram estabelecidas por Deus (Rm 13, 1)”. A interpretação da submissão e respeito às autoridades se localiza na referência fundamental e insubstituível a Deus. Isso significa dizer que uma autoridade se justifica e tem a propriedade de ser ouvida e obedecida à medida que se mostra semelhante ao que Deus é: amor.

A partir desse princípio, compreende-se que o exercício de toda autoridade vinda de Deus é serviço aos outros, em favor de suas vidas, de sua dignidade e de sua integridade – em razão do amor. Por isso mesmo, inadmissível é entender e, sobretudo, exercer a autoridade como garantia de si e para si mesmo. São pertinentes as invectivas proferidas por Jesus e dirigidas aos seus conterrâneos religiosos e detentores do poder. Assim, narra o evangelista Mateus, 23, 2-4: “Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações. Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo”. Jesus fala da cátedra de Moisés para evocar a indispensável autoridade moral que se deve ter para ocupar esse lugar.

Não basta apenas ter adquirido o direito por algum meio, particularmente advindo de títulos ou em consideração ao tempo dedicado. É preciso assumir o desafio de exercer a autoridade em todos os âmbitos. Há uma racionalidade que deve ser enraizada, portanto, n’Aquele que é referência única por ser a fonte inesgotável dela, Deus, Deus amor. O exercício da autoridade, pois, não é a satisfação pessoal de propósitos e menos ainda a afirmação de si mesmo diante dos outros e da sociedade. Supõe que se tenha autoridade moral como condição básica para fecundar o equilíbrio insubstituível que seu uso requer, além da capacidade de discernimento e de sabedoria. Sem o tempero da moralidade, o exercício da autoridade fica comprometido. Não bastam, por isso mesmo, as garantias de conhecimento técnico ainda com o suporte de uma considerável experiência.

E as eleições deste ano marcam essa perspectiva, de modo forte, quando requerem candidaturas que comprovem um lastro confiável de moralidade no exercício da autoridade, no desempenho de papéis e responsabilidades que, especialmente, dizem respeito à vida do povo. Essa exigência tão importante pega muita gente na contramão de suas pretensões e reafirma, no coração da sociedade sofrida, a importância fundamental de se ter autoridade moral. Aliada à autoridade moral, há também outra de importância fundamental: a autoridade intelectual. Não basta a boa vontade para alcançar propósitos. A autoridade intelectual ilumina, de modo especial, a competência técnica e cria mecanismos e possibilidades para respostas rápidas e úteis, exigências intrínsecas ao terceiro milênio. O exercício da autoridade não é uma façanha de demonstração de próprio poder por barganhas e manipulações, tão comuns dos que a exercem de maneira medíocre. Tem autoridade que a exerce ancorada em competência moral, intelectual, espiritual, técnica e humanística.”

São, portanto, páginas CONCISAS e ESCLARECEDORAS do conteúdo de que se deve revestir a AUTORIDADE e o seu INDESVIÁVEL e NOBRE alvo – O BEM COMUM – que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A CIDADANIA E UMA SAFRA DE PROBLEMAS

“[...] A afirmação de Aristóteles segundo a qual o sorteio está ligado à democracia e a eleição à oligarquia nos parece insólita nos dias de hoje. A modernidade transformou os representantes políticos escolhidos pelo sufrágio universal no paroxismo do regime democrático. Nem sempre foi assim. Na Grécia Antiga, cidadãos escolhidos por sorteio, tanto para a Hileia como para a Boulé, eram fundamentais para a governabilidade das cidades. Mais tarde, nas repúblicas italianas renascentistas, o método aleatório também foi amplamente utilizado, sobretudo para pôr fim às disputas entre grandes famílias, como nos mostrou Maquiavel.

Sendo assim, um enigma aparece no ar: por que esse mecanismo, fundamental na história da democracia, acabou desaparecendo? Eis a primeira indagação de Yves Sintomer, no livro O poder ao povo, que acaba de ser lançado no Brasil. E a segunda, talvez ainda mais interessante: como funcionam os novos mecanismos que estão reinserindo a seleção aleatória na política?

[...] No livro, Sintomer mostra casos de planejamento urbano (na Alemanha), de reforma do sistema político (no Canadá), de temas relativos à identidade nacional (na Austrália) etc. Mas quais seriam as vantagens dessas iniciativas?

Para começar, é preciso saber que esses mecanismos surgiram num contexto de crítica à democracia. Diversas eram as causas: a crescente insatisfação com os representantes políticos (incapazes de atender à aspirações dos eleitores); a burocracia estatal cada vez mais ineficiente (diferentemente do que imaginava Weber); o desengajamento dos cidadãos (que pareciam descrentes com a política); o advento das ambivalências do progresso (depois de um período de certeza epistemológica); a desconfiança com relação à formação da opinião pública (influenciada pelos grandes veículos de comunicação) etc.

Foi a partir daí que autores como Habermas passaram a propor uma nova teoria da sociedade, capaz de superar a “crise da democracia”. A ideia era ampliar o conceito de esfera pública, incorporando novos atores, advindos da sociedade civil. O momento-chave da democracia passava a ser a formação de uma opinião pública esclarecida, em que esses novos atores, dialogando com os antigos, tinham efetiva participação.

Foi nesse contexto que surgiram os novos mecanismos que fazem uso do sorteio. Seus idealizadores achavam que poderiam recuperar em parte o espírito de Atenas, quando os cidadãos participavam de forma efetiva da administração da coisa pública. O advento do conceito de amostra representativa foi fundamental. O fato de selecionar um grupo de cidadãos, respeitando critérios de gênero, de classe e de idade, trouxe, sem dúvida, legitimidade para as propostas. E, diferentemente das pesquisas de opinião, em que as pessoas selecionadas têm de responder de forma imediatista, nesses novos mecanismos há a possibilidade de discutir, de pedir a opinião dos experts, de pensar, para somente depois tomar uma decisão.[...]”
(ANDRÉ RUBIÃO, é doutor em ciência política e traduziu O poder ao povo para o português, em artigo intitulado Um comeback NA DEMOCRACIA, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 2010, Caderno PENSAR, página 4).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no mesmo veículo, edição de 6 de agosto de 2010, Cadereno OPINIÃO, página 10, que merece INTEGRAL transcrição:

“Safra de problemas

O Brasil precisa levar mais a sério o seu grande trunfo no mercado mundial: a enorme capacidade de obter respostas rápidas e consistentes de seu agronegócio. O mundo está e continuará carente de produtos do campo, seja alimentos seja matérias primas industriais. A agricultura brasileira não apenas tem impedido o país de dar verdadeiros vexames em sua balança comercial, garantindo superávits preciosos nas contas externas, como não para de dar provas de que pode ir muito além no mercado de commodities agrícolas. Até os chineses já descobriram isso e, não por acaso, estão comprando terras e ocupando discreta, mas vorazmente, porções de nosso território. Mas, apesar de tudo, o agronegócio brasileiro não tem sido bem tratado, ao contrário, do que fazem os países desenvolvidos e que já perceberam o valor econômico e estratégico de ser grande fornecedor de alimentos. Pelo contrário, não raro considerado marginal por certos compartimentos do governo e incompreendido pelos que ainda acreditam ser a posse da terra uma ação diabólica do capitalismo do século 19, o agronegócio tem tido que superar tudo por suas próprias forças e, felizmente, pela exagerada boa vontade da natureza tropical.

Mais uma prova de que esta é uma questão estratégica para um país que pretende ter papel entre as grandes economias do mundo, foi dada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o último levantamento sistemático da produção agrícola, realizado em junho. Os números colhidos no campo são animadores e revelam uma invejável vitalidade. O Brasil caminha para colher uma safra recorde de 146,4 milhões de toneladas de grãos, com crescimento de 9,2% sobre a colheita de 2009, ritmo bem superior às mais otimistas previsões para o crescimento da economia como um todo, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB). Mas isso nem é o mais importante. O que vale destacar é que esse aumento de produção foi obtido com redução de quase 1% da área plantada. É o resultado, portanto, do aumento de produtividade, o que não seria obtido apenas com a ajuda de São Pedro, mas, certamente com a correta incorporação de tecnologia, tanto em sementes de qualidade, quanto em técnicas de plantio e trato das lavouras.

Mas ninguém deve se iludir. Vencido o desafio da produção, um rosário de problemas está apenas começando. Não é de hoje que, pelo menos em certos produtos como soja, milho e açúcar (por acaso, três dos mais procurados no mercado mundial, além do trigo), a agricultura brasileira é praticamente imbatível até a porteira da fazenda. E daí para a frente, quando as coisas saem do domínio dos produtores e passam para o do estado, que começam os problemas. Boa parte da produtividade obtida no campo vai ficar pelas rodovias esburacadas, pela falta de ferrovias, pela escassez de estruturas de armazenagem e pela precariedade dos serviços portuários. Além disso, o agronegócio brasileiro se ressente de ações mais efetivas no campo das relações internacionais, como acordos bilaterais e com blocos de países, envolvendo mercados que realmente interessam. O momento é mais do que oportuno para se cobrar de quem se candidata a governar o país um posicionamento claro a respeito da contribuição deste setor ao desenvolvimento do Brasil.”

São, pois, páginas com relevância para as REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL para a CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, ESCLARECIDA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, segundo as exigências do SÉCULO XXI, na era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A CIDADANIA, AS ELEIÇÕES E A POLÍTICA

“O novo transcendente

[...] O resultado do novo paradigma centrado no deus Mercado todos conhecemos: degradação ambiental, guerras, gastos exorbitantes em armas, sistemas de defesa e segurança, narcotráfico e dependência química, esgarçamento dos vínculos familiares, depressão, frustração e infelicidade.

Ainda é tempo de professarmos o mais radical ateísmo frente ao deus Mercado e, iconoclastas, apelar à ética para introduzir, como paradigma, a generosidade, a partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho, a felicidade centrada nas condições dignas de vida e no aprofundamento espiritual da subjetividade.

Isso, contudo, só será possível se não ficarmos restritos à esfera da autoajuda, das terapias tranquilizadoras da alma para suportar o estresse da competitividade, e nos mobilizar comunitariamente para organizar a esperança em novo projeto político fundado na globalização da solidariedade.

Eis o desafio ético que, como assinalou José Martí, será capaz de articular emancipação política e emancipação espiritual.”
(FREI BETTO, é escritor, autor de A arte de semear estrelas (Rocco), entre outros livros, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de julho de 2010, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de julho de 2010, Caderno OPINIÃO, página 13, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Eleições e política

A participação democrática nas eleições tem uma significação que ultrapassa o simples ato de sufragar nomes para ocupar cargos administrativos e parlamentares. Não se pode reduzir um pleito eleitoral em simples corrida vitoriosa, oportunidades de hegemonias partidárias ou mesmo imposição de carismas pessoais na definição dos cenários que vão configurar a comunidade política, que tem na referência ao povo a sua autêntica dimensão e que, na realidade, deve ser a unidade orgânica e organizadora de um verdadeiro povo. A doutrina Social da Igreja ressalta que “o povo não é uma multidão amorfa, uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada, mas, sim, um conjunto de pessoas, cada uma das quais - no próprio lugar e a seu modo – tem a possibilidade de formar a própria opinião a respeito da coisa pública e a liberdade de exprimir a sua sensibilidade política e de fazê-la valer em maneira consoante com o bem comum”. Portanto, o foco de um processo eleitoral não pode restringir-se às figuras que serão aprovadas por voto, considerando-se, é claro, a moralidade e as condições de cada um no exercício da responsabilidade e missão a que se propõem.

Há uma luz, nascida da compreensão da realidade e dos seus funcionamentos, que deve iluminar o rosto e a vida de candidatos. Compreende-se que o processo eleitoral tenha tarefa social e política de ajudar a sociedade a dar um passo adiante na sua autocompreensão, nas correções de dinâmicas culturais viciadas e prejudiciais na efetivação de solidariedades que garantam a busca permanente da superação de tudo o que macula a convivência política e a organização social. Fica o desafio de aproveitar o processo eleitoral para agregar ganhos na consciência social e política da sociedade, pondo-a em condições de participação mais cidadã e de acompanhamento dos processos e mecanismos que definem seu funcionamento e status.

Não se pode reduzir, pois, as eleições à corrida eleitoral, à propaganda enquanto mecanismos de convencimento ou às promessas que apaziguam e podem ter força na definição de adesões transformadas em voto. É inconcebível também estreitar o evento eleitoral – momento educativo da mais alta importância na vida social e política de um povo a afirmações partidárias. Não se desconhece sua função própria. Uma nação não pode ser governada simplesmente pela ideologia de um partido, tendo em conta suas fragilidades, as alianças questionáveis e outros aspectos próprios da complexidade do tecido político.

É importante a mobilização de todos os segmentos da sociedade para que as eleições tragam resultados tanto no âmbito de escolhas adequadas dos nomes, quanto no crescimento da consciência social e política que deve alavancar a cidadania de todos. Neste âmbito, é possível constatar grandes avanços e abertura de novos horizontes. A Lei da Ficha Limpa é um desses grandes avanços que apontam na direção de reformas morosas por interesses diversos ou por incapacidade de avanços. Há um aspecto importante a ser considerado no progresso que as eleições devem trazer no contexto da comunidade política e no tecido da cultura que sustenta a vida da sociedade brasileira. Existem ainda resquícios de dinâmicas, práticas e hábitos de espúrio coronelismo e de ultrapassados caudilhos que tentam se perpetuar.

As figuras representativas deste modus operandi na sociedade e nas instituições, sejam elas de que tipo for, vão caindo num ridículo que produz o seu ostracismo pouco a pouco. Contudo, há a tendência de incorrer no mesmo risco e equívoco do povo de Deus saindo do Egito, conduzido pela lucidez de Moisés, que abre horizontes e aponta caminhos e possibilidades a serem conquistados. Mas o povo reclama, confessa o desejo de voltar a servir o Faraó, fazendo referências às panelas de carnes e às cebolas, embora comidas nas condições de escravo. Existe uma preferência pela condição escravocrata àquela da liberdade, embora pagando um preço. Os faraós se multiplicam com suas artimanhas aproveitando-se dos fracos na sua saudade de um passado que não volta mais, especialmente na dinâmica da sociedade contemporânea. Aproveita-se de uma necessidade de incentivo e de benesses que revelam a pequenez na penúria dos dependentes e na tirania de antigos caudilhos e coronéis. Estes vivem do passado. É hora de apostar, como Moisés, em um horizonte novo”.

OPORTUNAS e LÚCIDAS, pois, as reflexões e ponderações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, CRÍTICA, DESENVOVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A CIDADANIA, A AMIZADE E A CIVILIZAÇÃO

“PARTE III: ÉTICA E PARTICIPAÇÃO

[...] A felicidade humana depende da sua capacidade de tomar consciência de si mesmo e de participar do mundo, trabalhando para a realização de seus interesses. Do latim, a palavra interesse, inter esse, significa o que está entre vários, o que coloca vários em relação. O interesse nunca é algo exclusivamente individual, ele é sempre relativo, ele sempre se relaciona com outros interesses. O interesse em não se prejudicar deve ser acompanhado do interesse de não prejudicar ninguém. A afirmação da autonomia deve ser concebida, portanto, acompanhada do conceito de participação. Buscar a harmonia, que, em grego, significa a junção das partes, é integrar-se ao todo a partir de si mesmo. É sentir-se íntegro, total, apesar de ser uma parte. É sentir-se pleno, embora separado.

Enfim, se não há mais uma referência transcendente para julgar os comportamentos humanos, é o próprio homem que deve estabelecer as suas regras. A construção e reconstrução desse contrato, que é feito, formal e informalmente, em todas as instituições sociais, implica em uma dimensão política. Quando se pretende uma convivência em termos éticos, a democracia e a participação tornam-se exigências fundamentais, pois o ethos do grupo será o que aquele grupo, inserido em um contexto maior, for capaz de estabelecer. Como demonstrou Maquiavel, os tempos modernos não aceitam a tradução do que seja o bem, feita por Platão ou pela autoridade eclesiástica da Idade Média. Assim, é a coletividade que constrói o que ela considera ser bom. Como os interesses dos indivíduos são diversos, quanto maior participação e o exercício da cidadania, maior será a representação dos interesses dos membros da coletividade.”
(ROBERTO PATRUS MUNDIM PENA, in Ética e felicidade. – Belo Horizonte: Faculdade de Estudos Administrativos, 1999, páginas 99 e 100).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 5, de autoria de LAIR MATTAR, Mestre em educação pela UFMG, que merece INTEGRAL transcrição:

“Amizade e civilização

Brecht (1898-1956), poeta e dramaturgo alemão, militante do movimento socialista na Europa do século 20, é mais conhecido por seus poemas revolucionários. O conjunto dos seus versos, no entanto, revela a sensibilidade que embasava sua luta pela transformação da sociedade. A celebração da fidelidade aos amigos e o amor que tinha pelas árvores e jardins demonstram o quanto era visionário. Desejava que, além da justiça social, o belo e a delicadeza fizessem parte desse mundo novo que imaginava ser possível construir.

A publicação, por Brecht, do poema “Amigos”, de autor chinês desconhecido (100 a.C.), evidencia sua fé na amizade: “Se viesses em um coche/ e eu vestisse um traje de camponês/ E nos encontrássemos um dia na rua/ Descerias e farias reverência./ E se vendesses água/ E eu viesse montado em um cavalo/ E nos encontrássemos um dia na rua/ Desceria eu a te cumprimentar” (Poemas 1913-1956. SP: Ed. 34, 2000).

O poeta inglês W. H. Auden, contemporâneo e admirador de Brecht, no poema “Voltaire em Ferney”, comenta que o filósofo francês em carta a uma amiga, enfatizava a importância da vida, desde que se combatesse o falso e o injusto, para que “a refrega” valesse a pena: “Assim como a jardinagem, civilizar” (Poemas. SP: Companhia das Letras, 1986). Essas citações permitem que se reflita sobre a preocupação dos grandes homens, em todas as épocas, com os aspectos civilizadores da cultura.

Se, na concepção das cidades, levava-se em conta que elas deveriam propiciar espaços de encontro entre seus habitantes, projetando-se para isso as praças e os jardins, no plano das relações pessoais, sempre se deu importância ao cultivo das amizades. Nada é mais civilizador do que as relações de amizade, porque exigem liberdade e ao mesmo tempo compromisso de cuidar do outro, ou seja, alguns dos critérios que possibilitam o respeito e a solidariedade entre os seres humanos.

A reciprocidade de afeto, principalmente entre pessoas que não tenham relação de parentesco, constitui a base da ética verdadeira, na vida em sociedade. Talvez o único espaço do relacionamento que o interesse não consegue se impor. O modelo capitalista, hegemônico no mundo, cada vez mais, exacerba o individualismo em detrimento das vivências coletivas. Com isso, não contribui para tornar os seres humanos mais civilizados; pelo contrário, impede a convivência baseada nos bons sentimentos e na gentileza de espírito. Essas atitudes levariam inevitavelmente à prática da justiça econômica e da justiça social. No Brasil, o capitalismo selvagem faz com que as cidades sejam áridas, sem árvores e sem jardins. Nas periferias pobres, as praças são abandonadas. Isoladas umas das outras, as almas também não florescem.”

São, portanto, ponderações e REFLEXÕES acerca do PODER DA VISÃO e da complexidade da ALTERIDADE que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A LUPA ELEITORAL

“O futuro nas mãos

O Brasil tem, agora, uma oportunidade excepcional para se reinventar. São as eleições para presidente, para governador, senadores, deputados federais e estaduais. É o fórum adequado para rever caminhos, corrigir equívocos e alinhar os rumos do país com as expectativas dos cidadãos de mais justiça, dignidade, transparência e modernidade.

Não são apenas quatro anos que estão em jogo. Votar certo ou errado pode ter desdobramentos por décadas. Portanto, não podemos nos dar o direito de errar. Esse é um compromisso de honra por nós mesmos, por nossos familiares e amigos, por nossos filhos e pelas gerações futuras.

Nós, médicos, particularmente, jogamos papel de relevância no processo eleitoral. Conhecemos as mazelas do sistema de saúde, as dificuldades para o exercício da medicina, o drama dos usuários. Ao mesmo tempo, sabemos o que precisa ser feito para a construção de uma assistência universal, integral e de qualidade. Então, temos em mãos o diagnóstico e o que prescrever para um prognóstico melhor.

O paciente Brasil exige mais financiamento para a saúde, precisa de condições dignas para o exercício da medicina e de valorização dos recursos humanos. Requer, ainda, relações equilibradas do sistema suplementar, com normas claras de reajuste para prestadores e ampliação do rol de cobertura à comunidade.

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O Brasil tem cura, e ela pode ser breve. Depende de nós e de todos que estão próximos a nós.”
(JORGE CARLOS MACHADO CURI, Presidente da Associação Paulista de Médicos, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Lupa eleitoral

As eleições deste ano têm sido precedidas de um processo de campanha que aponta direções diferentes e mais abrangentes do que apenas o horizonte traçado pelos tradicionais discursos eleitorais e pelos personagens idealizados pelos marqueteiros no horário eleitoral das tevês. Sem dúvida, é mais um passo, ainda que não seja aquele ideal, fruto da tão esperada e retardada reforma política. É um progresso no amadurecimento da consciência social e política da sociedade brasileira. Os programas de televisão não permitem um contato direto com a verdade de cada candidato. Tudo é muito bem articulado para convencer, muitas vezes, até de uma verdade que não existe. Sonha-se com uma propaganda eleitoral capaz de revelar as verdadeiras feições dos candidatos.

Ao voltarmos ao tempo dos eleitores de cabresto e amarrados por favores e benesses distribuídas, situações já derrubadas pelo Lei 9.840, percebemos um avanço, mas que exige coragem e inteligência dos responsáveis por sua aplicação, a chamada Lei da Ficha Limpa. Nesse âmbito está também a novidade crescente da posição assumida por eleitores que já não escutam passivamente nem se deixam influenciar por imagens produzidas, tantas vezes distanciadas da verdade. Os eleitores estão se posicionando mais. Este movimento precisa crescer. O uso da internet passa a ser uma ferramenta importante para que a campanha eleitoral não tenha apenas o tom dos interesses dos candidatos, ou somente pelos partidos no limite próprio de sua ideologia e propostas.

Os partidos e os candidatos produzem suas campanhas articulando os dados e as estatísticas dos resultados relativos à infraestrutura e aos projetos sociais. São conquistas que contam muito e têm força para produzir credibilidade e aprovação. Particularmente, quando estes benefícios chegam aos mais necessitados da forma correta: sem provocar dependência e respeitando a autonomia do indivíduo. As eleições deste ano estão levantando, como lupa eleitoral (o grifo é meu), não apenas os feitos do candidato, mas, sobretudo, sua envergadura moral sustentada por valores irrenunciáveis quando se trata de escolher alguém para representar o povo e governar o Estado. Não basta prometer que vai fazer ou dizer que já fez. Os eleitores, particularmente aqueles que iluminam a sua cidadania com a vivência e a confissão de sua fé cristã, estão convocando, com uma força considerável, toda a sociedade para que use a lupa eleitoral que mostra se o candidato tem cacife moral para a representação a que se propõe. Isto é, se sua conduta moral é pautada no espírito de serviço, pelas virtudes da caridade, da modéstia, da moderação. Mas, em especial, se o candidato norteia sua vida e suas decisões no respeito à vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural – se é, portanto, clara e comprovadamente contra o aborto e se não tem propensão para autoritarismos ideológicos que levarão à produção de mordaças à imprensa, escolhas de prioridades que não considerem os excluídos da sociedade. Que esteja bem atento também aos candidatos que estão mais na linha do populismo e do uso de mecanismos para produzir altos índices de aprovação.

A envergadura moral, e não apenas a competência administrativa, está se tornando cada vez mais decisiva para quem usa a lupa eleitoral. Os responsáveis por este movimento são os eleitores que estão se deixando mover por sua fé cristã, emoldurada e alavancada por valores que não podem ser negociados e que têm força para decidir rumos outros nestas eleições. Este fenômeno precisa ser considerado e está na contramão do entendimento tacanho que considera que o Estado é laico, portanto, a religião não conta e a fé não pode ser tomada como elemento decisivo na organização, no funcionamento do Estado e na escolha daqueles que ocuparão cargos no Executivo ou no Legislativo.

A lupa eleitoral deve ser usada por toda a sociedade, especialmente por aqueles que professam a fé cristã, com uma força diferente e qualificada – fora do contexto puramente partidário. Os cristãos estão instituindo e mostrando o quanto é decisiva a envergadura moral do candidato, avaliando os valores que definem seus juízos, critérios e suas opções políticas. É hora de mudar os rumos com a lupa eleitoral tecida pelos valores cristãos.”

São, pois, mais reflexões e ponderações CLARAS e PROPÍCIAS à instrução do PROCESSO ELEITORAL que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de um NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE e LÚCIDA NAS ESCOLHAS, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, e assim inserindo-a, DEFINITIVAMENTE, no SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A SOCIEDADE NO LIMITE DA PACIÊNCIA

“Reforma dos programas sociais

[...] Toda transferência de renda deveria exigir que os beneficiários e/ou seus dependentes participem de cursos de capacitação profissional. Seria oportuno ainda que fosse vinculado à liberação de recursos em determinados programas um desempenho mínimo no ensino fundamental. De qualquer forma, o objetivo com essas ações deve ser um só: que o beneficiário de programas sociais não dependa do dinheiro público e possa gerar sua própria renda, fruto do seu trabalho. A ruptura com a situação de pobreza acha-se na EDUCAÇÃO (grifo é meu). É a qualidade do capital humano que gera crescimento e, subsidiariamente, também gera boas instituições. Grande parte dos homens públicos brasileiros não aprendeu com o sucesso do Japão e da Coreia do Sul, que investiram pesadamente em educação. O Brasil ignora esse clamor e confunde caridade, que é uma virtude pessoal, com políticas eficazes de geração de renda, virtude pública rara entre nossos governantes.”
(MARCOS CINTRA, Doutor em economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de agosto de 2010, Caderno OPINIÃO, página11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, ibidem, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“No limite da paciência

Assim se define o sentimento das pessoas em relação à lista interminável de prioridades que estão no horizonte da sociedade brasileira – e que exigem atitudes e encaminhamentos rápidos e marcados por um aguçado sentido de utilidade. É incontestável que a mobilização a favor da Lei Ficha Limpa revela a impaciência da sociedade com a forma como os cargos são exercidos nos poderes Executivo e Legislativo. Essa impaciência precisa chegar ao Judiciário, alcançando aqueles considerados ficha-suja. Está em curso um movimento que trará à tona o desejo e a necessidade e moralidade nos exercícios de governos, responsabilidades, tarefas e missões assumidas.

Essa exigência toca setores da vida social, política, econômica, religiosa, familiar e profissional. Não se pode correr o risco de abafar essa vontade de moralidade da sociedade. Trata-se, é verdade, de uma luta insana. Não é fácil. Ainda com sinais fortes desse desejo de moralidade, vencer a crosta formada pelas práticas abomináveis de corrupção, manipulações e interesses mesquinhos no tratamento da coisa pública. Esse é o desafio de construir o tecido de uma nova cultura. A cultura da moralidade traduzida na honestidade de atos, gestos e palavras na vida pessoal de cada cidadão, articulando ações transparentes pela obediência e respeito a valores e princípios, superando a sedução espúria do poder e do dinheiro.

Essa cultura nova da moralidade exige esforços educativos e a correção nos funcionamentos dos processos para permitir, com mais rapidez, que os valores morais, o respeito à justiça e à solidariedade se tornem elementos e referências na vida comum, em todas as circunstâncias. Este ano eleitoral guarda uma oportunidade de ouro para se avançar nessas conquistas. Não basta apenas escolher nomes nas listas apresentadas para que sejam sufragados nas urnas. É preciso que a sociedade, em nível local e nacional, faça o debate sobre a lista de suas prioridades, verificando a competência e real capacidade de ação imediata dos que governam e estão oferecendo seus nomes para o exercício de responsabilidades e tarefas que, acima de tudo, têm que tratar e encaminhar concretamente as necessidades básicas do povo. É preciso estourar a habitual bolha de promessas eleitoreiras deste tempo de campanha.

Nesse horizonte, os eleitores e cidadãos precisam ter clareza a respeito das prioridades e urgências, no contexto dos seus municípios, microrregiões e regiões metropolitanas. É necessário atentar para os entraves que, determinados tipos de cultura, podem estar fomentando atrasos, tolerando justificativas e se deixando encantar por discursos paliativos no tratamento dessas mesmas prioridades e urgências. O déficit habitacional é um mal no cenário brasileiro, também em Minas Gerais, com particularidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essa urgência está de braços dados com a inadiável qualificação da educação, sob pena de assorear uma cultura rica com é a Minas – precipitando-a em esvaziamentos e no nascimento de uma cultura sem valores e referências religiosas, familiares e relacionais. É hora de novas posturas governamentais.

É o momento de contar com figuras representativas, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Assim também o âmbito religioso e cultural precisa de figuras mais proativas, de visão larga e com audácias, que saiam da cozinha e ponham Minas, cada vez mais no seu merecido lugar, confirmando a história e sua tradição, no cenário nacional. As escolhas e os encaminhamentos todos precisam contar com figuras que tenham presente nossa história, para garantir renovação, avanços e não simplesmente a conservação. Isso para não corrermos o risco de dar um uso tacanho às riquezas, tradições e tudo de especial que a sociedade mineira tem. Na lista grande que se abriga no arco do limite da paciência: déficit habitacional, educação qualificada, e amplamente oferecida, trabalho para todos, defesa da vida em todas as etapas, está o caos rodovirário que põe Minas, em razão das mortes, em situação de guerra. As estatísticas são aterrorizantes. A BR-381, é um exemplo de morosidades, com justificativas de processos que não se comparam com a gravidade da situação. Eleições 2010, em âmbito nacional e local: oportunidade para analisar nomes e tudo que está no limite da paciência.”

Assim, nos deparamos com mais REFLEXÕES e denúncia acurada de grandes DESAFIOS que, por isso mesmo, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, da SUSTENTABILIDADE, das NOVAS TECNOLOGIAS e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...


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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A COMPREENSÃO DE QUE NÃO HÁ EMOÇÃO NO ESTADO

“PARTE III: ÉTICA E PARTICIPAÇÃO

Ao longo do texto, afirmamos que a reflexão ética de hoje nos obriga a debruçar sobre o sujeito e investigar o problema da verdade a partir da pessoa humana. Toda tomada de decisão é individual. A decisão coletiva é sempre uma abstração, isto é, é a soma das decisões individuais, como no caso da eleição. No entanto, a ética envolve uma dimensão que, se esquecida, descaracteriza a nossa investigação como ética: a sua relação com a coletividade. A atuação do sujeito no mundo repercute no ambiente social em que vive. Ao tratar a ética de modo personalizado, psicológico, subjetivo, não se pode esquecer da dimensão social da ética. É preciso pensar a ética a partir do sujeito sem cair no individualismo e no narcisismo, gerados pelo processo de personalização.

O individualismo é a auto-afirmação do eu sem considerar a sua participação no mundo. O indivíduo não leva em conta o fato de que faz parte de uma comunidade e desconsidera a importância dela para a própria vida. Geralmente, o individualista é considerado egoísta, no sentido de que só pensa em si mesmo e não está se importando com a coletividade. Entretanto, é preciso rever o significado dessa palavra. Se a comunidade é importante para o bem viver do sujeito e este a prejudica, ele não está pensando em si, ele não está sendo verdadeiramente egoísta. O egoísta de verdade quer tanto o seu próprio bem que cuida para que sua relação com as pessoas e a natureza seja boa tanto para si mesmo quanto para os que lhe são próximos. Aquele que só pensa em si e desconhece que o bem estar do outro lhe é importante está sendo, no mínimo, ingênuo.

O individualista desconhece a interdependência entre as pessoas. Para viver bem, o ser humano precisa da colaboração dos outros seres humanos. Para dormir com tranqüilidade à noite, é necessário que seus vizinhos não façam barulho. Para se nutrir, é necessário que os alimentos que consuma tenham sido preparados com higiene e asseio por todos os responsáveis pela sua produção. Para ganhar o seu dinheiro através do trabalho, é necessário que haja alguém que se beneficie do seu ofício e se disponha a pagar por ele. Para se locomover de automóvel com segurança e rapidez, é necessário que os cidadãos respeitem as leis de trânsito. Para usufruir das praias e cachoeiras em seus momentos de lazer, é necessário que não polua as riquezas naturais. Enfim, se eu me preocupo em viver bem, devo cuidar para que o meu ambiente e as relações que estabeleço com os outros me ofereçam as condições para tal. [...]”
(ROBERTO PATRUS MUNDIM PENA, in Ética e felicidade.- Belo Horizonte: Faculdade de Estudos Administrativos, 1999, páginas 93 e 94).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de agosto de 2010, Caderno CULTURA, página 10, de autoria de FREI BETTO, que merece INTEGRAL transcrição:

“Não há emoção no Estado

Época de eleição é época de desvarios. A razão costuma entrar em férias e a sensibilidade fica à flor da pele. Em família e no trabalho, no clube e na igreja, todos manifestam opiniões sobre articulações políticas e candidatos.

O tom varia do palavrão a desqualificar toda a árvore genealógica do candidato à veneração acrílica de que o julga perfeito. A língua se espicha em sete léguas para difamar ou louvar políticos. Marido briga com a mulher, pai com o filho, amigo com amigo, cada um convencido de que tem a melhor análise sobre os candidatos... e todos parecem ignorar que vivemos numa relativa democracia em que reina a diversidade de forças políticas, embora impere a ideologia das elites dominantes.

Há um terceiro grupo que insiste em se manter indiferente ao período eleitoral, embora não o consiga em relação aos candidatos, todos eles considerados corruptos, mentirosos, aproveitadores e/ou demagogos.

Haja coração!

O problema é que não há saída: estamos todos sujeitos ao Estado. E este é governado pelo partido vitorioso nas eleições. Portanto, ficar indiferente é uma forma de passar cheque em branco, assinado e de valor ilimitado, a quem governa. E tanto o governo quanto o Estado, com o perdão da redundância, são absolutamente indiferentes à nossa indiferença e aos nossos protestos individuais.

É compreensível uma pessoa não gostar de ópera, jiló, viagem de avião ou da cor marrom. E mesmo de política. Impossível é ignorar que todos os aspectos de nossa existência, do primeiro respiro ao último suspiro, têm a ver com a política.

Já a classe social em que cada um de nós nasceu decorre da política vigente no país. Houvesse menos injustiça e mais partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano, ninguém nasceria entre a miséria e a pobreza. Como nenhum de nós escolheu a família e a classe social em que veio a este mundo, somos todos filhos da loteria biológica. Nossa condição social de origem resulta de mero acaso. E não deveria ser considerado privilégio por quem nasceu nas classes média e rica, e sim dívida social para com aqueles que não tiveram a mesma sorte.

Somos ministeriados do nascimento à morte. Ao nascer, o registro vai parar no Ministério da Justiça. Vacinados, vamos ao Ministério da Saúde; ao ingressar na escola, ao da Educação; ao arranjar emprego, ao do Trabalho; ao tirar carteira de motorista, ao das Cidades; ao aposentar-se, ao da Previdência Social; ao morrer, retornamos ao Ministério da Justiça. E nossas condições de vida, como renda e alimentação, dependem dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, e do modo como o Banco Central administra a moeda nacional e o sistema financeiro.

Em tudo há política. Para o bem ou para o mal. Posso não saber o que a política tem a ver com a conta do supermercado ou o valor da matrícula escolar. Muitos ignoram que a política se faz presente até no calendário. Não que determine as estações do ano, embora tenha tudo a ver com os efeitos, como inundações, secas e desabamentos. Já reparou que dezembro, o último mês do ano, deriva de dez? Novembro de nove, outubro de oito, setembro de sete?

Outrora o ano era de 10 meses. O imperador Júlio César decidiu acrescentar um mês em sua homenagem. Assim nasceu julho. Seu sucessor, Augusto, não quis ficar atrás. Criou agosto. Como os meses se sucedem na alternância 31/30, Augusto não admitiu que seu mês tivesse menos dias que o do antecessor. Obrigou os astrônomos da corte a equipararem agosto e julho em 31 dias. Eles não se fizeram de rogados: arrancaram um dia de fevereiro e resolveram a questão.

O Brasil será, a partir de 1º de janeiro de 2011, o resultado das eleições de outubro. Para melhor ou para pior. E os que irão governá-lo serão escolhidos pelo voto de cada um de nós. E graças aos impostos que pagamos eles irão administrar – bem ou mal – os bilhões arrecadados pelo fisco, incluídos os salários dos políticos e o custo de seus gabinetes e respectivas mordomias.

Faça como o Estado: deixe de lado a emoção e pense com a razão. As instituições públicas não têm vida própria. São movidas por políticos e pessoas indicadas por eles. Todos esses funcionários públicos, a começar do presidente da República, são nossos empregados. A nós devem prestar contas. Temos o direito de cobrar, exigir, pressionar, reivindicar, e eles o dever de comprovar como respondem às nossas expectativas.

Convença-se disto: a autoridade é a sociedade civil. Exerça-a. Não dê seu voto a corruptos nem se deixe enganar pela propaganda eleitoral. Vote no seu futuro. Vote na justiça social, no direito dos pobres à dignidade, na soberania nacional.”

São, pois, mais páginas que oferecem RICAS e PEDAGÓGICAS reflexões e nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, da SUSTENTABILIDAE, das NOVAS TECNOLOGIAS – NANO, BIO e TECNOCIÊNCIAS – e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A PRIMEIRA PRIORIDADE

“Dos perfis caracterológicos como elemento de educação democrática

1945

Na procura de meios que levem os homens a viver numa atmosfera de confiança, propícia a atividades verdadeiramente produtivas e úteis à coletividade, nada mais salutar, parece-nos, que acostumar os homens ao conhecimento exato e sereno de si mesmos. Não é fácil, porém, realizá-lo. “Cada indivíduo é um universo”, e este universo é tão dificilmente penetrável aos olhos dos demais como à sua própria consciência. O julgamento humano, como as perecepções da criança, são cheios daquela visão confusa que, por assinalarem vago contorno das coisas, ou apenas algumas de suas minúcias, o tornam irreal. Impregnado de pensamento afetivo, fortemente egocêntrico e precipitado, esse julgamento elabora, ao invés de retratos fiéis de nós mesmos e dos outros, caricaturas tendenciosas, crivadas de erros, e, por isso, nefastas ao entendimento mútuo.

Não se compenetrou ainda a escola de nossos dias de seu papel de formadora de “opiniões judiciosas”. Não tomou bastante a sério o valor do método experimental na educação do pensamento. Os alunos continuam diplomar-se sem treinar seus olhos na observação direta do mundo físico ou social.

Ao estudo psicológico, nas escolas, é dado pouco tempo; e é ele feito de forma tão abstrata, tão fora do contexto real da vida, que os alunos continuam a lhe dar a mesma importância que dariam ao estudo duma distante nebulosa. Entretanto, bem necessário é que o homem tenha esclarecimentos sobre os meios psíquicos de que disponha, que conheça os limites de suas capacidades, e, ao mesmo tempo, saiba melhor interpretar aquilo que seus sentidos, sua memória, suas emoções e seus desejos lhe forneçam, interpondo-se entre ele e o mundo. Aliás, nada mais interessante que uma experiência sobre a ilusão dos sentidos, os erros do testemunho, as quedas de atenção num trabalho mental, ou o estudo dos conflitos psíquicos, para que todos se convençam de que a psicologia merece outro horário nas escolas, e, principalmente, outros métodos de ensino. É ela uma disciplina viva, que, em cada um, tem amostras inesgotáveis, e às quais se poderá aplicar o método direto de estudo.

Entre inúmeros cursos facultativos que, nos Estados Unidos, existem para mestres e educadores, segundo nos disse uma autoridade na matéria, o Dr. Charles Stewart, de passagem pelo Rio de Janeiro, as inscrições para os cursos de higiene mental costumam atingir altos índices. Essa preferência demonstra a necessidade que todos sentem de se familiarizar objetivamente com os problemas do mundo psíquico.

Pensamos que esse estudo prático da psicologia humana, ou do comportamento em situações reais, para melhor compreensão de nós mesmos, poderá ser iniciado nos últimos anos da escola primária, e prosseguir através de todo o curso secundário, ou do curso normal. Neste último, será ele do maior alcance, e deverá tomar caráter mais direto e “catártico”, de maneira a influir seriamente na formação profissional do educador.

Por assim pensar é que, em nosso curso de psicologia para professores, que durante quinze anos realizamos na Escola de Aperfeiçoamento, em Belo Horizonte, demos larga parte do tempo à observação das próprias alunas, estudando-as sob vários aspectos mentais, ou experimentando a veracidade do preceito já formulado por Schiller: “Se queres compreender os outros, olha teu próprio coração; se desejas compreender a ti mesmo, vê como agem os outros”.[...]”
(HELENA ANTIPOFF, em artigo publicado originalmente na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos 5 (14), ago. 1945, p. 245-258, e em Helena Antipoff: textos escolhidos / Regina Helena de Freitas Campos (Organizadora). – São Paulo: Casa do Psicólogo; Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da psicologia brasileira).

Mais uma uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 8, que merece INTEGRAL transcrição:

“A primeira prioridade

Parece não haver mais dúvida quanto à prioridade zero do Brasil: a EDUCAÇÃO (o grifo é meu). Mau posicionado em todos os rankings internacionais, que comparam o desempenho dos alunos dos níveis fundamentais e médio, o país também não tem mais espaço para dúvidas quanto à gravidade da situação do ciclo básico. É tão ruim que já compromete até a oferta de mão de obra menos qualificada, bastou a economia manter ritmo de crescimento mais acelerado. Perceber a educação como parte da estratégia de sobrevivência do país, entre as nações que almejam estágio mais avançado de desenvolvimento, tem sido algo distante dos governantes há décadas. O tempo perdido começa a cobrar seu preço e aumenta a urgência de uma mobilização geral para enfrentar o problema que, a esta altura, tem dimensão que não aceita mais atos isolados. É hora de se organizar uma verdadeira CRUZADA (o grifo é meu) em busca de resultados objetivos na direção do resgate da educação de primeiro e segundo grau em todo o território nacional (o grifo é meu).

É mais do que oportuna, portanto, a iniciativa do movimento Todos pela educação, bancado por 26 entidades ligadas à educação, que está colhendo adesão formal dos candidatos às eleições de outubro. Além de representação de escolas, professores, autoridades estaduais e municipais da área, o movimento conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Unesco, do Unicef e do Conselho Nacional de Educação (CNE). O documento estabelece metas a serem cumpridas ao longo dos próximos 10 anos, como a de igualar o desempenho dos estudantes brasileiros do ciclo básico ao dos países de Primeiro Mundo, verificada em 2003. Eles terão de conseguir nota média 6. Na última verificação, em 2009, ela não passou de quatro.

Há ainda objetivos específicos incluídos no documento, como os de alfabetizar todas as crianças até oito anos de idade antes de 2014, incluir todos os jovens e crianças de 4 a 17 anos na escola até 2016 e cobrir toda a demanda por vagas em creches até 2020. Para tanto, o documento tem como um de suas principais reivindicações dobrar o valor dos investimentos que o país realiza atualmente na educação, devendo passar dos 5% para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2010. A maior parte, 8% do PIB, deverá ser aplicada no nível básico e 2% no superior, o que promove uma inversão no que vem praticado pelos governos da União.

As metas propostas são viáveis, mas dependem do comprometimento de todos os níveis de governo e de forte apoio parlamentar. Por isso mesmo, o movimento preparou a carta-compromisso “Pela garantia do direito à educação de qualidade” (o grifo é meu) que está sendo levada a todos os candidatos. São basicamente quatro compromissos que, a rigor, não representam qualquer novidade: ampliar o financiamento da educação pública, implementar ações concretas para valorizar os profissionais da área, promover a gestão democrática do ensino e aperfeiçoar as políticas de avaliação e regulação. Não faltam motivos para que todos apóiem o movimento e se comprometam com essas metas. O que está em jogo é grande demais para ficar à mercê de disputas partidárias. A educação tem de ser um projeto da nação e uma bandeira da sociedade, acima de interesses políticos e muito além de eventuais ocupantes de poder.”

O movimento TODOS PELA EDUCAÇÃO constitui, assim, bandeira a ser DESFRALDADA com os nossos MELHORES e mais GENUÍNOS sentimentos de AMOR à PÁTRIA e de FÉ na HUMANIDADE, e nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A CIDADANIA CELEBRA A EDUCAÇÃO INFANTIL

“[...] Por outro lado, somente de algum tempo para cá, se vinha sentindo a preocupação em nos fazermos identificados com nossa realidade, em caráter sistemático. Era o clima da transição.

Daí a nossa insistência no aproveitamento deste clima. E, a partir dele, tentarmos o esvaziamento de nossa educação de suas manifestações ostensivamente palavrescas. A superação de posições reveladoras de descrença no educando. Descrença no seu poder de fazer, de trabalhar, de discutir. Ora, a democracia e a educação democrática se fundam ambas, precisamente, na crença no homem. Na crença em que ele não só pode mas deve discutir os seus problemas. Os problemas do seu País. Do seu Continente. Do mundo. Os problemas do seu trabalho. Os problemas da própria democracia.

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser farsa.

Como aprender a discutir e a debater com uma educação que impõe?

Ditamos idéias. Não trocamos idéias. Discursamos aulas. Não debatemos ou discutimos temas. Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomos-lhe uma ordem a que ele não adere, mas se acomoda. Não lhe propiciamos meios para o pensar autêntico, porque recebendo as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda. Não as incorpora porque a incorporação é o resultado de busca de algo que exige, de quem o tenta, esforço de recriação e de procura. Exige reinvenção.

Não seria possível, repita-se, com uma educação assim, formarmos homens que se integrassem neste impulso de democratização. E não seria possível porque essa educação contradizia este imupulso e enfatizava nossa inexperiência democrática. Educação em antinomia com a emersão do povo na vida pública brasileira.

E isso em todos os seus graus – no da primária; no da média, no da universitária. Esta última desenvolvendo um esforço digno de nota, em algumas regiões do País, na formação de quadros técnicos, de profissionais, de pesquisadores, de cientistas, a quem vem faltando porém, lamentavelmente, uma visão da problemática brasileira. [...]”
(PAULO FREIRE, in Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1999, páginas 104 e 105).

Mais uma IMPORTANTE e também PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de agosto de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de PRISCILA FERNANDES MAGRIN, Psicóloga e coordenadora do programa Educação Infantil do Instituto C & A, que merece INTEGRAL transcrição:

“Educação infantil

A educação infantil está na ordem do dia. É pauta dos jornais, promessa de campanhas políticas, tema de reivindicações sociais, de ações das Varas da Infância e da Juventude e de projetos de casas legislativas dos municípios, dos estados e da Federação. Há um profundo e saudável movimento ocorrendo na educação brasileira. A sociedade se dá conta de que um projeto nacional de educação não pode prescindir do atendimento às crianças de 0 a 6 anos. Já passava da hora.

Todos os avanços da neurociência, da psicologia e da pedagogia dos últimos 30 anos mostram que as conquistas asseguradas nessa etapa da vida reverberam por toda a existência do indivíduo. Dito assim, soa óbvio que se almeje qualidade da educação também para a criança pequena. Mas, se a discussão sobre qualidade da educação assume tonalidades vibrantes no campo dominado do ensino fundamental, a conversa fica ainda mais séria quando o foco é o atendimento às crianças de 0 a 6 anos.

Responder às necessidades típicas e à dinâmica do desenvolvimento dessa faixa etária significa manejar com destreza facetas inseparáveis como cuidar, proteger e educar. Na educação infantil, o trabalho pedagógico assume múltiplas dimensões, configurando-se como um tempo e um espaço de formação integral, de experimentação, de aquisição de habilidades, de convivência social e de contato com múltiplas linguagens. O conhecimento não é hierarquizado em disciplinas e se preserva o livre brincar como processo de elaboração simbólica fundamental para a criança.

Não faltam ao Brasil bases teóricas, estudos de caso e informações sobre os princípios que devem fundamentar a educação das crianças de 0 a 6 anos. Mas, embora tenhamos diretrizes bem desenhadas no âmbito do planejamento, ainda estamos longe de concretizá-las nas políticas públicas de municípios e estados brasileiros. País afora, temos visto a grande dificuldade das escolas públicas e privadas em atender à criança pequena. Não há mobiliário adequado, não há material pedagógico, não há professores capacitados.

Pesquisas recentes, como a empreendida em 2010 pela Fundação Carlos Chagas, sob encomenda do Ministério da Educação (MEC) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mostram que a escola simplesmente não sabe o que fazer com as crianças que recebe. Falta uma proposta educativa genuína para a infância, uma proposta protegida do risco de vermos nossas creches e pré-escolas transformadas em antessalas do ensino fundamental, nas quais se antecipam processos para os quais nem toda criança está cognitivamente preparada.

Portanto, hoje, Dia da Infância, temos um boa oportunidade para refletir sobre esse tema. Pensar nos alunos do futuro, sim, mas, antes, nas crianças do presente. Daremos um demonstração real de maturidade se formos capazes de desenhar um projeto público de educação infantil assentado em uma visão mais ampla e compreensiva da infância.”

Mais uma vez, nos colocamos diante de um ESPECIAL DESAFIO da EDUCAÇÃO e, por isso mesmo, a reclamar o melhor do nosso PATRIOTISMO e do nosso ENTUSIASMO, o que nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do TERCEIRO MILÊNIO, da era do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS (15/45)

(Setembro = mês 15; Faltam 45 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“[...] LIDERANÇA E ESPIRITUALIDADE

É no domínio da teologia, dos estudos sobre a espiritualidade, que encontramos o caminho para a compreensão dos aspectos da liderança que não são capturáveis por uma lógica científica. Se olharmos para o mercado sem o viés da ciência econômica, do marketing, da gestão, seremos capazes de perceber que mercado é um local físico ou virtual onde pessoas interagem, criando relações, organizações e instituições que permitem não só sua existência econômica, mas também física, psicológica, emocional e cultural. O fenômeno mais amplo e mais claramente perceptível do mercado é que nele se dão relações de troca, de diferentes naturezas, entre seres humanos. Cada uma das ciências busca isolar um aspecto dessas relações como base para a elaboração de suas teorias, mas nenhuma consegue abordar o ser humano como um ser em relação ao todo. É a teologia que faz esse esforço.

A liderança capaz de produzir os sentimentos de entusiasmo, pertencimento, participação, em projetos de forma integral, em que a dimensão ética, moral, emocional, cultural e estética se desvela de forma interligada, é aquela capaz de produzir o cultivo de uma experiência contaminada por uma Presença, não física, divina, que traz efeitos de paz, alegria, sensação de acolhida e plenitude, que abrem espaço para que as pessoas que com ela participam da vida do trabalho descubram em si potenciais que elas mesmas não conheciam. Ao longo da condução das tarefas, essa tipo de diferença é capaz de produzir o reavivamento constante dessa experiência, fonte sempre renovada de energia, uma forma de alimento da alma que aumenta a força da adesão a um projeto que, em si, se apresenta como um caminho, no sentido metafísico do termo, que, se percorrido, desvela o que há de melhor para as pessoas.

O curioso é que o faz ao abrir caminhos para a vivência da característica central da vida no Espírito, que é marcada por autoconsciência e por linguagens que exprimem essa autoconsciência, sejam elas verbais, não verbais, artísticas, intelectuais ou de realizações profissionais. Ela reativa os fundamentos da vida comunitária, em que a ética da colaboração e do cuidado estão presentes a cada ação.”
(CARMEN MIGUELES, in Liderança baseada em valores: caminhos para a ação em cenários complexos e imprevisíveis / Carmen Migueles & Marco Tulio Zanini ( organizadores); Angela Fleury... [et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, páginas 56 e 57).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de agosto de 2010, Caderno OPINIÃO, página 13, de autoria de VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, escritora, que merece INTEGRAL transcrição:

“Educação em direitos humanos

A crise moral e ética, tão disseminada na sociedade, estaria impulsionando estudos e reflexões? Com certeza, a explosão e banalização da violência e delitos e da própria vida têm estimulado estudos de psicólogos, sociólogos, psiquitatras e demais profissionais da área. Modismos fúteis, culto exagerado ao prazer, liberdade sem limites e a famosa lei de levar vantagem em tudo, mesmo que se violem os direitos de outros, são fatos comuns. Uma sociedade sem normas, em que tudo pode ser feito? Crimes, mortes, mentiras, traições, corrupção, trapaças, roubos?

Felizmente, percebe-se uma tendência mundial de expressar repúdio a essa realidade social tão perversa. No livro Vernon god little, de DBC Pierre (pseudônimo do escritor australiano Peter Warren Finlay), há uma reflexão crítica sobre a sociedade norte-americana (ocidental, brasileira?), que, ao incentivar o sucesso desmedido, a vaidade, o egoísmo, a esperteza, quebra de valores, leva os indivíduos a uma vida fútil, vazia e destruidora. Nessa crítica, evidencia a TV como coadjuvante importante na construção dessa cultura perniciosa. As propagandas apelativas de bebidas alcoólicas, que associam o produto ao sexo banal, à beleza, felicidade, além das novelas de conteúdo fútil, são exemplos no Brasil. Como saída para esse vazio, DBC Pierre vislumbra a possibilidade de uma mudança espiritual capaz de mudar essa perigosa realidade. No cinema, o filme Beleza americana retratou, de forma crítica, os valores e costumes d decadente sociedade norte-americana. A série Dogville também nos brindou com excelente crítica ao povo estadunidense, mostrando de forma realista valores fúteis e mesquinhos movendo ações vis de cidadãos no dia a dia. Infelizmente, tudo isso parece norma. Mas, como aceitar?

A sociedade civil tem reagido. A recente aprovação do Projeto Ficha Limpa no Brasil é uma demonstração clara de que o cidadão não aceita mais corrupção e crimes de políticos. Ser correto, ter ficha limpa agora é necessário e importante a conscientização do cidadão ficha-limpa. Ser honrado, íntegro, digno e contra as violações, seria nossa obrigação como cidadão. Importante a consciência de que o livre-arbítrio e a liberdade são limitados e que nenhum indivíduo pode violar o direito do outro. Isso é fundamental para que a civilidade e os códigos morais e éticos se sobreponham às tantas futilidades e banalidades vigentes.

Criticamos veementemente vícios e imoralidades em autoridades, políticos, líderes, mas é difícil fazer autocrítica e reconhecer os próprios vícios. Sou um cidadão correto e íntegro? A preocupação com a coletividade, o compromisso social de cada um para melhorar o mundo também é visto com ceticismo e crítica. Ser cidadão ficha-limpa é o começo dessa importante mudança até cobrarmos do Estado políticas públicas mais efetivas nessa área. Sabemos que respeito, virtudes e civilidade podem contribuir para evitar e resolver conflitos trazendo qualidade de vida. Piero Massimo Forni, especialista em civilidade pela Universidade John Hopkins, afirma que, “se melhorarmos a nossa capacidade de nos relacionar, teremos menos brigas, estresse e, consequentemente, menos processos e pessoas doentes”. Calculou até o custo da falta de civilidade nos Estados Unidos: US$ 30 bilhões por ano. Quanto custaria no Brasil a falta de civilidade e de respeito ao outro?

Civilidade, ética, moral, altruísmo, honradez, integridade estão em consonância com o cumprimentos dos direitos humanos. Urge a construção de um projeto nacional de educação em direitos humanos na família, na escola e na mídia. Sabemos que as maiores violações dos direitos humanos têm início na família, na infância e em que se estrutura a nossa personalidade. Daí a importância desse projeto nacional em direitos humanos desde criança – a “aprendizagem” da civilidade, cidadania e do respeito aos direitos humanos. Essa é a base para um mundo melhor!”

São, portanto, mais páginas com INQUIETAÇÕES e REFLEXÕES que acenam para as URGENTES e NECESSÁRIAS transformações que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA , que permita PARTILHAR as suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do TERCEIRO MILÊNIO, da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...