quarta-feira, 29 de junho de 2011

A CIDADANIA, AS NOVAS FORMAS DE LER E A ALFABETIZAÇÃO

“Outras formas de ler

Há alguns dias uma amiga nos EUA me enviou um link na internet. Sou meio analfabeto nessas coisas eletrônicas, mesmo assim baixei a preciosidade. Era algo que acabara de sair na Inglaterra: o famoso poema de T.S. Eliot, publicado originalmente em 1922 – The waste land –, agora não apenas falado pela atriz Fiona Shaw, mas também nas vozes de várias pessoas e do próprio Eliot. E não era só isso. Ali estava o manuscrito do poema com sugestões (nem sempre boas e aceitas) de Ezra Pound, além de várias personalidades comentando o texto. Enfim, aquilo era o que eu chamaria um livro total: texto, imagens, informações de toda ordem. Livro total à altura do século 21 e não aquele destempero que Mallarmé publicou no final do século 19, pretendendo também ser um livro total e infinito.

Esse novo Waste land é mais que um livro que se pode levar para qualquer parte comodamente. É uma aula, uma minienciclopédia. Ali a história do poeta, do poema, dos críticos da literatura. Com os recursos da simultaneidade de imagens fornecida pela informática, pode-se ir lendo o poema e na margem todos os exaustivos comentários verso por verso.

Querem saber? Fiquei feliz e morri de inveja. E lamentei uma vez mais viver na periferia. E confesso: há algum tempo, com alguns amigos, penso em lançar uma editora virtual para fazer algo semelhante com a literatura brasileira. Fizemos reuniões... e desistimos: não tínhamos tecnologia nem capital para bancar isso. As editoras nacionais estão apenas engatinhando no assunto.

Na verdade, pretendi recuperar uma experiência feita nos anos 70, quando dirigi a coleção Romances para Estudo, para a Francisco Alves. Naquela época não havia internet, claro. Naquele tempo, para você dar uma aula mais informativa tinha que levar livros, recortes, enciclopédias e, os mais modernos, alguns slides. Pensar em transdisciplinaridade era realizar os 12 trabalhos de Hércules, mas com as mãos amarradas. Nos anos 60 eu usava discos e filmes, nos anos 70 passei a usar vídeos nas salas de aula. Hoje cada aluno ou carteira na sala de aula tem um computador. A educação acompanha a tecnologia.

E ao me lembrar daquela tentativa há uns 40 anos, recordo que a PUC do Rio se gabava de ter um gigantesco computador, moderníssimo, que ocupava toda uma sala. Acho que não tinha sequer a memória que temos no pequeno pen drive hoje. Então, naquela coleção (que olho como se olhasse a Idade da Pedra) os romances como A moreninha, Iracema, Memória de um sargento de milícias, O cortiço, Esaú e Jacó tinham, nas margens das páginas, anotações que dialogavam/incrementavam a leitura dos alunos e professores. Claro, além das sugestões de trabalho no final. Era uma leitura assistida. Era um esforço de fazer o livro conversar com o leitor, um livro ativo.

Todavia, isso recentemente planejei fazer com aqueles amigos heroicos era exatamente o que editores na Europa ou EUA estão já botando no mercado: publicar o romance ou poema (virtualmente), com as críticas, as fotos das edições e fatos históricos a época, os personagens ou poemas convertidos em cinema e teatro, enfim, aquele “livro total”. Texto e contexto.

Este século está apenas começando.

Se não dizimarmos a vida no planeta derretendo geleiras e queimando florestas, se nossas cidades não tiverem suas artérias enfartadas de automóveis e gás carbônico, alguma coisa inimaginável poderá acontecer com o que outrora era um pergaminho feito de pele de cordeiro ou um livro feito de papel extraído de árvore.

E a leitura continuará. Por que o desafio ontem e hoje é o mesmo: ler e interpretar, com a tecnologia disponível, o mundo ao nosso redor.”

(AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2011, Caderno CULTURA, página 8).

Mais uma IMPORTANTE , PEDAGÓGICA e OPORTUN A contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, em reportagem de SÍLVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“ALFABETIZAÇÃO

SEM OBSTÁTULOS

Psicólogos da USP desenvolvem testes para identificar, em crianças de até 6 anos, problemas auditivos e lingüísticos. O objetivo é evitar que os transtornos prejudiquem o processo de aprendizagem dos pequenos

Crianças com perda auditiva, distúrbio auditivo central (ouvir e não entender o que ouviu), atraso na articulação das palavras ou falta de estimulação da língua costumam sofrer no processo de alfabetização. Em grande parte dos casos, a identificação do problema vem quando a criança está mais velha e o estrago já foi feito, o que dificulta a aprendizagem em um dos períodos considerados cruciais do desenvolvimento escolar. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram e normatizaram testes que medem o desenvolvimento da compreensão e produção da fala em crianças de 18 meses a 6 anos. As ferramentas buscam justamente identificar precocemente os distúrbios e atrasos na linguagem.

A preocupação em detectar essas dificuldades se justifica porque a extensão do vocabulário de uma criança aos 2 anos está diretamente relacionado ao seus sucesso escolar futuro. De acordo com Fernando Capovilla, professor do Instituto de Psicologia da USP e orientador do estudo que deu origem aos testes, quanto mais cedo forem detectados problemas de linguagem, menor será a dificuldade da criança no processo de alfabetização. “Por isso normatizamos os testes para as idades de 18 meses a 6 anos”., explica. Nesse período, identificando atrasos no vocabulário, é possível administrar programas de intervenção mais precisos para acelerar o desenvolvimento da linguagem.

Segundo os pesquisadores, os pequenos assimilam o vocabulário escutando os adultos falarem. Eles relacionam as palavras às imagens e, assim, aumentam seu conhecimento. “Porém, crianças com alguns distúrbios têm o vocabulário limitado, o que acaba inibindo ou atrapalhando o rendimento escolar”, afirma Miriam Damázio, pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental da USP.

Os testes desenvolvidos pela universidade são baseados em um banco de figuras que a criança deve relacionar com as palavras verbalizadas (veja o exemplo abaixo). No teste de vocabulário auditivo, por exemplo, é avaliada a compreensão da fala. Nele, espera-se que o pequeno ouça e consiga assinalar ou apontar corretamente a figura correspondente à palavra ouvida. No teste de vocabulário expressivo, os psicólogos avaliam a produção da fala. Ou seja, é a criança quem deve nomear corretamente a figura mostrada pelo avaliador. “A quantidade de erros na nomeação ou na indicação das figuras que correspondem às palavras ouvidas pode indicar se a criança tem um atraso ou distúrbio de linguagem”, esclarece Damázio.

Os pesquisadores criaram também testes de leitura orafacial. “Neles, movimentamos os lábios como se fôssemos falar uma palavra, mas sem emitir o som da voz. E as crianças precisam escolher a figura correspondente”, conta Capovilla. Nesses casos, os exames foram aplicados tanto em crianças da pré-escola ouvinte quanto em alunos surdos do ensino fundamental. Nos dois casos, os investigadores descobriram que os pequenos começam a fazer leitura orafacial quando iniciam a leitura alfabética. “É mais um dado para ajudar no desenvolvimento da linguagem”, indica o professor de psicologia.

Para Tatiana Veroneze, coordenadora pedagógica do Colégio Logosófico, identificar distúrbios de linguagem precocemente pode atenuar problemas que atrasariam em até três anos o processo de alfabetização de uma criança. “Muito se fala em problemas cognitivos, mas pouco se trata de distúrbios e atrasos da linguagem”, afirma. “Acredito que esses testes possam melhorar o processo de alfabetização, que é tão importante”, opina a pedagoga.

AJUDA DOS PAIS Segundo Míriam Damázio, da USP, os pais também têm papel relevante no desenvolvimento da linguagem, uma vez que é escutando os adultos que a criança forma seu vocabulário. Por isso, é importante falar as palavras corretamente quando se conversa com os filhos. São atitudes que podem fazer a diferença, ressalta a pesquisadora. “Ao mostrar um gato, não diga “miau”. Nomeie corretamente o animal. Diga: “Gato”, exemplifica.

Outra dica da psicóloga é ler histórias para os pequenos repetidas vezes, para que as novas palavras sejam aprendidas. Mostrar as figuras e perguntar à criança seus nomes também é uma eficaz forma de estímulo. “É bom também modificar o final da história ou pedir para a criança criar uma versão desse fim”, sugere Míriam.

As histórias fazem parte da vida do pequeno Natan Amorim, 5 anos. Desde o primeiro ano de vida, sua mãe, a advogada Ketley Amorim, 34, termina o dia lendo contos coloridos para o garotinho. “Foi a forma que encontrei para meu filho desacelerar e criar uma intimidade, um elo maior comigo”, conta Ketley. “Todo mundo se impressiona com as palavras que ele diz. Com 2 anos, já era nítida a diferença de vocabulário do Natan para as outras crianças”, conta a mãe.

O mesmo acontece com Theo Martins, 3 anos. “Theo fala palavras que nem imagino de onde ele tira. Só depois, relendo os livrinhos, identifico de onde elas vieram”, afirma a mãe do pequeno, a bióloga Sandra Mara Silva Róseo, 31. Outra atitude que Sandra tom com Theo é falar corretamente as palavras. Para ela, a criança deve aprender as palavras como elas são. “Não damos apelidos às coisas, nós as chamamos pelo nome.””

Eis, pois, mais RICAS, PEDAGÓGICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, INCLUIRMOS, todos, ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE, como POLÍTICA PÚBLICA, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA, e, desse modo, assegurarmos, então, a entrada DEFINITIVA no SELETO rol dos EFETIVAMENTE DESENVOLVIDOS...

E, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nossa ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS, a COPA das CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A CIDADANIA, A ESTRELA-MÃE E A VIDA QUE NÃO TEM RECEITA

"Stella, estrela-mãe

Minha mãe, Maria Stella Libanio Christo, aos 93 anos, saiu do casulo e virou borboleta, no domingo, 19 de junho. Partiu ao encontro do Amado, pois nela transparecia, a quem a conheceu, profunda intimidade amorosa com Deus. Militante da Ação Católica desde a juventude até março deste ano, participou de reuniões e atividades da Renovação Cristã.

Todos que a conheceram deixaram-se encantar por sua bondade, sua leveza de espírito, seu savoir vivre e o bom humor com o qual encarava a vida e sua adversidades. Repetia sempre: sofrimento não se reparte, alegria sim. Gostava de sair à noite, bebericar uma caipirinha, ir ao cinema e ao teatro. Leitora voraz, assinava dois jornais e preferia romances e biografias e ensaios.

Aos 60 anos, descobriu sua vocação literária. E a utilizou para propagar seus talentos culinários. Enfiou-se pelo interior de Minas, percorreu sítios e fazendas, fez entrevistas, coletou velhos e engordurados cadernos de receitas, adquiriu livros raríssimos de culinária brasileira, como O cozinnheiro nacional (1885), o segundo livro de gastronomia publicado no Brasil.

Pesquisou três séculos da cultura mineira e publicou o clássico Fogão de lenha – 300 anos de cozinha mineira (Garamond). Vieram em seguida mais sete livros sobre os prazeres da mesa.

Convidada a demonstrar sua arte culinária em outros países, cozinhou para chefes de Estado e autoridades, diplomatas brasileiros e participantes de gastronomia na Itália, França, Áustria, Rússia e Cuba.

Em Belo Horizonte, onde residia, deu curso de culinária para varredoras de ruas, do qual resultou o livro Cozinha popular (Vozes). A renda de Hora do lanche, com receitas leves para substituir o jantar, ela doou para a reeducação de meninos de rua.

No grupo escolar do Bairro Nova Cintra, na capital mineira, minha mãe encontrou mulheres em tratamento psiquiátrico provocado pelo trauma da falta de comida em casa. Organizou com elas uma horta comunitária, que abasteceu as famílias e proporcionou a venda dos produtos excedentes na porta da escola.

Mulher doce, afável, cativante, encarava pessoas e situações sempre pelo lado positivo. Nada parecia transtorná-la. Mostrava-se sempre de bem com a vida e, em cinco minutos, ficava amiga de infância de quem acabara de conhecer.

Transvivenciou como viveu: em casa, cercada pelos filhos e parentes, na suavidade do vôo de um pássaro exaurido em seu canto. Sabia que seu fim chegara e dizia que a hora demorava a chegar. “São Pedro perdeu minha ficha”, queixava-se.

Certa madrugada, há poucos dias, desculpou-se por ter me acordado. Disse estar feliz por ver os filhos todos unidos e que desejava partir... “Partir para onde?”, perguntei. “Para lá...” e apontou para o alto. Respondi que não era hora ainda. Não devíamos nos antecipar aos desígnios de Deus.

Casada durante 63 anos, deixou sete filhos, 16 netos e 15 bisnetos.

Maior que a dor da perda é a gratidão a Deus pelo dom de uma vida tão plena em dedicação, realizações e fé, e dos frutos que semeou.”

(FREI BETTO, é escritor, autor, em parceria com Maria Stella Libanio Christo, de Fogãozinho – culinária em histórias infantis (Mercuryo Jovem), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de junho de 2011, Caderno CULTURA, página 8).



Mais uma IMPORTANTE, RICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de junho de 2011, Caderno PENSAR, página 2, de autoria de JOÃO PAULO, Editor de Cultura, que igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“A vida não tem receita

No último domingo morreu dona Maria Stella Libânio Christo. Ela tinha 93 anos e viveu sempre numa cidade que passou há pouco mais dos 100. Quando for escrita a história de Belo Horizonte no século 20, seu nome vai figurar com a brandura de uma vida levada com as artes exatas de criar uma família, participar das questões de seu tempo, exercer sua fé e buscar, com o engenho dado por Deus, recriar a mais pura das artes do cuidado com o outro: a culinária.

O grande mérito de uma existência digna está, muitas vezes, na capacidade de equilibrar em vida as ações do sim e do não. Dona Stella realizou, como muitas mulheres de seu tempo e condição, todas as tarefas assertivas que se esperavam dela, criando caminho ético que foi seguido pelos filhos. Mas foi também uma mulher capaz do não. Da negativa que constrói, que não se paralisa frente às puras exigências da convenção. Nunca teve poder, o que é uma forma de afirmar a existência livre.

Sua militância foi da fé. Participou de grupos como a Ação Católica durante décadas e, mais tarde, se ligou à Renovação Cristã. A palavra fé, em seu vocabulário e prática, nunca teve a grandiosidade de projetos políticos, mas sim a ligação íntima com os problemas que a afligiam mais de perto. Para uma cristã autêntica, a Igreja está no coração de cada um. A paróquia, mais que um lugar geográfico, é signo de comunhão. O bom cristão olha de dentro e procura o olhar do irmão.

Renovação, mais que um jeito de viver a fé, era uma exigência de vida, uma inspiração para que o caminho se desdobrasse em possibilidades. Aos 60 anos, Maria Stella publicou seu primeiro livro. Foi um volume de receitas, fruto de muita pesquisa para os dois lados da alma. De dentro, da memória, ela resgatou antigos modos de fazer o alimento, de tratar os costumes, de preservar o sabor, de relevar a doçura dos elementos. Da história, ela trouxe as informações garimpadas em livros, cadernetas e alfarrábios.

Quando gastronomia ainda não se tornado um elemento distintivo da sociedade de consumo, Maria Stella preparou a área com a pureza dos elementos. De seu fogão de lenha, comidas de festas, receitas suaves de crianças e até quitandas de velório, de tudo isso emergia uma mesa farta, dessas de quem gosta de dividir o pão.

Seu livro mais conhecido, Fogão de lenha, assumia orgulhosamente sua raiz mineira e sua inspiração, que soprava de um passado de mais de 300 anos. Para quem viu no trabalho, como na poesia de Adélia Prado, uma arte de dona de casa singela, ela respondeu, como quem escreve um poema profundo como ele só, cozinhando em várias partes do mundo, mostrando a sofisticação que vem da simplicidade real, que atravessou os séculos dando sustança à brava gente de Minas. Somos bravos quando é preciso. Stella, sempre suave, viu à sua volta o mundo exigir a luta de muitos.

Os livros foram se desdobrando em outros livros e lições. O sucesso de suas receitas e de suas participações em festivais de culinária foi, com o tempo, deixando à vista a profunda força cultural que a sustentava. A culinária mineira, de um excesso de sabor. Como boa cristã, dona Stella foi temperando sua arte como militância na área. Muito antes de o conceito ganhar planos de governo, ela se preocupou com a segurança alimentar, dando aulas de culinária popular e ensinando sua alquimia de fazer muito com pouco.

VIZINHOS Durante muitos anos Stella Libânio Christo morou numa casa de esquina no Bairro São Pedro. Nasci nessa mesma rua, fui contemporâneo na faculdade de psicologia de seu filho Leonardo e, muitos anos depois, me tornei amigo de outro filho, Frei Betto. Por isso sinto sua perda como um certo crepúsculo de uma época e de um lugar, a Belo Horizonte que hoje só habita a memória de quem já passou dos 50 anos. O que vai ficando no horizonte cada vez mais claro é que o tempo que passa não arrasta consigo as memórias, antes as releva. Vivemos para justificar o que fomos.

Nesse caminho de idas e vindas no tempo, dona Stella é um sinal. Ela trouxe para seu meio, para sua família, para nosso tempo e nossa cidade um estilo de viver como se os princípios fossem claros, a dignidade possível e os caminhos traçados em direção a um único e mesmo objetivo. São vidas que não evitam as turbulências, mas que não se definem por elas. A receita maior da vida talvez seja mesmo aquela mescla de aceitação de desígnios e impaciência com os desvios éticos.

Frei Betto é um amigo recente, em matéria de encontros, mas com quem venho aprendendo há muitos anos por meio de seus livros e atitudes. Sua abertura à política e á beleza, como estações do mesmo caminho, sempre me pareceu fruto de maturidade pessoal, conquistada com seus exercícios espirituais e disciplina de cabeça e alma. Hoje, parece que vejo nele o desdobramento de uma intenção que o precedeu.

Dona Stella, me contou Betto na véspera da morte da mãe – que ele sempre levava a todos os lugares com o orgulho merecido de estar em boa companhia –, preferiu estar em casa com os filhos em seus momentos derradeiros. Já se impacientava e pedia para partir. Pelo que conheci dela, por sua obra e exemplo, e pelo que intuí dos filhos, com quem convivi em diferentes momentos da vida, a partida já estava decidida desde sempre. Dona Stella fez seu périplo entre nós e voltou para o seio de onde iniciou sua jornada. No meio do caminho, encheu nossa vida de doçura e coragem.”

Eis, pois, mais BELAS e PROFUNDAS páginas de VIDA e de TESTEMUNHO de FÉ e de ESPERANÇA, que nos acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que estão a EXIGIR, cada vez mais, PESSOAS, LIDERANÇAS e AUTORIDADES da ESTATURA MORAL de DONA STELLA, no campo FAMILIAR, AFETIVO, ÉTICO, PROFISSIONAL e de DEVOÇÃO a CAUSAS... e sobretudo compromisso com o OUTRO, e, em especial, o MARGINALIZADO, sem VOZ e sem VEZ...o que ao mesmo tempo INDICA a PRIORIDAD ABSOLUTA de ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE: a EDUCAÇÃO, em sua PLENA abrangência...

É também com essa INSPIRAÇÃO e LUCIDEZ que nos sentimos MOTIVADOS e FORTALECIDOS nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIDA MODERNA E SEUS SABERES

“Vida moderna
A vida moderna tem nos acrescentado muitos conhecimentos e experiências decorrentes de uma verdadeira revolução científica e tecnológica. Com tantas opções, o tempo fica curto e as pessoas se estressam, cada vez mais, para conseguir realizá-las. A verdade é que o ser humano nunca foi tão exposto a tantas novas tecnologias, hábitos e estresses como hoje: inúmeras atividades diárias, alta competitividade na escola, no trabalho, alto consumismo e adaptações a tantos novos hábitos. Ser extremamente ativo e altamente competitivo em tudo significa ter saúde e boa performance.

A vida moderna parece exigir estresse e, absurdamente, parece que certas pessoas sentem prazer em dizer que estão estressadas. Estresse seria um novo inusitado vício? Mas, de acordo com estudos, o estresse representa dois terços das queixas daqueles que freqüentam os consultórios médicos. Ele diminui a nossa qualidade de vida e gera inúmeras doenças, que podem ser simples dor de cabeça ou mal-estar, perda de sono, cansaço, úlceras, amnésia, ata ques cardíacos, derrames, depressão e até suicídio. Dormir pouco é outro resultado da vida superagitada. Em 2010, pesquisadores da Universidade de Warwick e da Universidade de Medicina Federico 2º descobriram que dormir menos de seis horas por noite aumenta em 12% os riscos de problemas de saúde e diminuição da expectativa de vida.

Importante destacar que além da duração, a qualidade do sono é fundamental. O sono saudável proporciona menor batimento cardíaco, melhor circulação sanguínea e maior oxigenação em todo o organismo. Infelizmente, com tantas exigências e performances múltiplas na sociedade moderna, o descanso, equivocadamente, tem significado ociosidade. Estudar e dominar múltiplos idiomas, produzir e ganhar muito dinheiro, correr, dirigir e enfrentar trânsito, trabalhar, malhar, viajar, assistir muito à TV, conectar-se à internet e passar horas no computador tem sido a nossa agenda. Até que ponto a tecnologia tem movido os indivíduos? Como analisar a corrida desenfreada para comprar e esgotar momentaneamente estoques de novidades tecnológicas lançadas, como IPhone, IPad, tablets, TV LED Full HD, Stimy Pad, smart TV, entre outras? Consumismo e vícios preocupantes. O fato ocorre com adultos e jovens. Pesquisa recente com 3,5 mil adolescentes na Universidade de Yale (EUA) mostrou que um em cada 25 jovens fica muito tenso longe do computador e mostra correlação entre alto uso de internet a casos de depressão, uso de drogas e comportamentos agressivos.

Depois de muitos estudos, dados recentes e preocupantes divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam para a correlação entre o uso excessivo de celular e a maior incidência de câncer, especialmente no cérebro. Espantosamente, o Brasil tem mais de 207,5 milhões de assinantes da telefonia celular. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 17 estados brasileiros registraram a marca de mais de um celular por habitante. Há pessoas que têm até quatro celulares fala-se ao celular até no trânsito! A poluição sonora e os efeitos constantes das ondas eletromagnéticas no organismo precisam ser reavaliados. Com certeza, há que se repensar os riscos de tantas tecnologias.

O cérebro trabalha sempre acelerado e, claro, também o coração e todo o organismo. Nesse frenesi por viver e experimentar modismos, onde fica o descanso? Aprender a dar pequenas pausas e relaxar é fundamental. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard mostram que o relaxamento profundo aumenta a imunidade e aciona genes que proporcionam bem-estar e protegem o organismo especialmente contra pressão alta, dores e artrite reumatóide. Importante ter um tempinho para relaxar todos os dias e obter serenidade. Importante também saber preservar a nossa própria identidade para além de tantos modismos e repensar os custos de tantas tecnologias e estresses. Buscar o equilibro em tudo isso, com certeza denota inteligência e capacidade de decidir sobre os nossos melhores comportamentos e hábitos.”

(VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade do Ceará, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 17 de junho de 2011, página 11, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A vida e seus saberes

É simples, mas ao mesmo tempo desafiador, concluir que a vida se conduz e se sustenta de saberes, que são muitos, fonte de poder e até de dominação. Sabido pode ser entendido como aquele que consegue, com palavras e artimanhas, ludibriar os outros. Encontrar saídas e passagens, fazer valer e alcançar seus objetivos e metas, até quando são espúrios e distantes do que se entende e é cidadania. Já vão se tornando obsoletas, e até ridículas, frases ou atitudes que caracterizaram a sagacidade política. Por exemplo, a arte de engambelar os outros, prometer e não cumprir, dar tapinhas nas costas para agradar ou fazer afirmações – até contrárias à própria convicção – para garantir simpatias e resultados positivos para pretensões, mesmo distantes, em projetos próprios.

É esperançoso ver desmoronar, ainda que lentamente, esse traço antipático na cultura e nas posturas, fruto da projeção que a exigência e o gosto pela transparência e a verdade emolduram na vida social e política. Os saberes científicos alargam horizontes, corrigem descompassos, realimentam a esperança de conquistas e momentos novos mais propícios para a vida. Esses saberes constituem um tesouro que expressa a magnificência da inteligência humana, os engenhos admiráveis das pesquisas que modificam perspectivas. Abrem possibilidades e configuram esperanças e boas condições para o viver humano e tratamentos mais racionais da natureza. Dão iluminação diferente ao sentido da vida, ao grande e crucial desafio da existência.

Está localizada na gama complexa e fascinante dos saberes – ciência, política, arte, tecnologia – a referência, sem igual, do saber que é a sabedoria. Vale lembrar o tesouro da palavra de Deus, no Livro bíblico da sabedoria, referência insubstituível e coluna de sustento na vida do povo de Deus, a compreensão da sabedoria como virtude e companheira. No oitavo capítulo dessa obra, ela é tida como um amor que se procura desde a juventude. Quem quer ser sábio deve buscá-la com a pretensão de fazê-la sua esposa, compreendendo que ela é conhecedora da ciência de Deus, é quem seleciona as obras do Criador, é artífice do bom senso para tudo o que existe. Essa obra recorda que o amor à justiça é fruto da sabedoria, pois ela ensina a temperança e a prudência, a fortaleza – os bens mais úteis na vida.

Uma experiência vasta, como capacidade de conhecer o passado e entrever o futuro, conhecendo a sutiliza das palavras e as soluções dos enigmas, brota e se mantém pela força da sabedoria. Sem seu saber e o sabor, o bem se compromete, a justiça não é prioridade e a vida fica mais difícil de ser vivida. Perde facilmente o sentido genuíno de dom. Aquele que se empenha, em meio aos embates, para se apropriar de saberes que sustentam o exercício profissional, abre caminhos para ganhos e sustentos da vida, por fazer da sabedoria a sua esposa. “Nela tem uma fiel conselheira para o bem, o conforto nas preocupações e tristezas”, assevera a literatura sapiencial mais genuína do Israel antigo. Por causa dela é que se podem conquistar louvores diante da multidão; o jovem ser honrado pelos anciãos e nos julgamentos se reconhece a perspicácia. De volta para casa, nela se encontra descanso, pois sua companhia não traz amargura nem tédio a sua convivência, mas sim alegria e contentamento.

Os saberes todos têm sua dinâmica e lugar de produção, destinação e atendimento de demandas próprias. O saber da sabedoria não está simplesmente no ar. Ele se produz e se sustenta também em lugares e por dinâmicas. As obras de infraestrutura em instituições ou cidades são de extrema importância. A queixa mais lamentável é a defasagem no atendimento de demandas, com retardamentos que esgotam a paciência, com escândalo de sacrifícios impostos, em especial sobre os mais pobres, com a complicação advinda da falta de mão de obra especializada e de objetividade e honestidade na gerência de processos.

As instituições e cidades precisam também de obras, lugares de produção da sabedoria, certamente o tesouro mais precioso para a vida de cada um, que pode amalgamar diferenças e com elas construir tempos novos. Garantir sentido para a vida, que se não for autêntico e profundo não tem gosto e torna-se campo aterrador de batalhas, disputas, desgostos e vaidades que enjaulam a vida entendida e vivida no efêmero, que está no que é espetacular. É preciso ter obras como lugar, referência símbolo permanente de beleza e ensinamentos, a busca e a súplica, como o sábio Salomão dirigia a Deus, a fonte inesgotável da sabedoria. “Dá-me a sabedoria que se assenta contigo no teu trono, pois ela tudo conhece e compreende e me guiará com prudência.”

Eis, pois, mais PRECIOSAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que estão colocados, exigindo, de ESTADO, GOVERNO E SOCIEDADE a acolhida da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA e, assim, estabelecermos os PILARES de SUSTENTAÇÃO de uma VIDA que seja DIGNA, HONRADA, ALEGRE, FELIZ e FECUNDA... para TODOS...

Porém, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nestra grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXRTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) EM 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A CIDADANIA, O CENÁRIO ATUAL, AS VIOLAÇÕES E AS VIOLÊNCIAS

“Este nosso Brasil

Não gosto do meu ceticismo e assombro diante de muitas coisas, no que diz respeito ao Brasil, mas eles existem. Cada vez mais me espanto, e cada vez menos acredito. Não funciona, comigo, aquela conhecida frase dos mais velhos “a mim, nada mais me espanta”. Pois a mim tudo ainda me choca, ou intriga, faz rir ou chorar ou me indignar como sempre, pois, vivendo mais, conheço mais as dores humanas, nossa responsabilidade e trabalho, a necessidade de competência e honradez, de exemplo e seriedade. Seja como for, coisas bizarras acontecem neste Brasil nosso tão amado e tão negligenciado. Ao qual faltam, quem sabe, atenção, consciência, indignação, exigências junto dos que lideram ou governam, ou representam, educam ou deveriam educar, amparam ou deveriam amparar.

Outro dia escrevi sobre o tal livro com erros de português, metade aplaude, metade diz que a gente não entendeu nada, ou que é isso mesmo. Autoridades fazem as mais estapafúrdias afirmações. Logo apareceram outros livros escolares com erros crassos. Não são novidade livros didáticos com erros, e ninguém dava bola. Ninguém percebia, quem percebia ficou na moita, para que se incomodar? O mundo é assim, a vida é assim, o Brasil é assim. Aí eu protesto. O Brasil é bem melhor que isso, mas tem gente que gosta que ele pareça assim, alegrinho, divertido, hospitaleiro e alienado. Afasta preocupações e cobranças, e atrai turistas.

No governo, no Senado, na Câmara, pessoas altamente suspeitas, condenadas ou não, continuam em altos cargos ou voltam a eles, e são aplaudidas de pé enquanto nós, os que tentamos ser honestos e pagamos pelo circo todo trabalhando às vezes até o anoitecer da vida e das forças, se não cuidarmos levamos muita cuspida, advertência, punição, ainda que esta venha através de impostos cruéis.

Às vezes parece que nem sabemos direito quem nos governa, quem são os líderes, os grandes cuidadores do país. Saber causaria angústia, então fechamos os olhos. Desconhecidos, ou sabidamente ruins, alguns meras promessas, estão em altíssimos postos, parte de nosso destino depende deles.

Nas pesquisas, nas quais nunca acreditei muito, a opinião pública consagra tudo isso na maior naturalidade. E eu me pergunto se realmente observamos, refletimos, concluímos algumas coisas, disso que acontece e tanto nos diz respeito, como o pão, o café, o salário, a vida. Temos uma opinião formada e firme? Lutamos pela honra, pela melhor administração, pela segurança, pela decência, pela confiança que precisamos depositar nos líderes, nos governantes, nos nossos representantes... ou nos entregamos ao fluxo das ondas, interessados muito mais no novo celular, no iPod, no Ipad, no tablet, na fofoca da vizinhança, na troca da geladeira, na TV plana, no carrinho dos sonhos, para em oitenta prestações impossíveis?

Acho que andamos otimistas demais, omissos demais, alienados demais. Devemos ser pacíficos e ordeiros, mas atentos. Aplaudir o erro é insensatez, valorizar o nebuloso é burrice, achar que tudo está ótimo é tiro no pé. Logo não teremos mais pé para receber a bala, e vamos atirar na cabeça, não do erro, do desmando, da improvisação ou da incompetência, mas na nossa própria cabeça pouco pensante e, eu acho, nestes dias, otimista demais. Sofremos e torcemos pelo nosso país ou, ao primeiro trio elétrico que passa, ao primeiro show espetacular, esquecemos tudo (ser sério é tão chato...) e saímos nos requebrando, e aplaudindo, aprovando sempre, não importa o quê?

Começo a ter medo. Não o medo que temos diante de um cano de revólver ou do barulho de um assaltante na casa, não o medo de que algum mal aconteça às pessoas amadas, mas um receio difuso, sombrio, de que estejamos bailando feito alucinados ou crianças inconscientes à beira de um abismo disfarçado por nuvenzinhas coloridas chamadas alienação, para dentro do qual vão escorregando, ou despencando, os nossos conceitos de patriotismo, decência, firmeza, lucidez, liderança, e uma esperança sem ufanismo tolo.”
(LYA LUFT, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2222 – ano 44 – nº 25, de 22 de junho de 2011, página 28).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, Especialista em estudos de criminalidade e segurança pública (UFMG), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Violações e violências

Nos últimos tempos, o problema da violência, principalmente dos crimes violentos, tem chamado a atenção da sociedade, da mídia e de estudiosos. Pesquisas de opinião apontam a insegurança como um dos principais dilemas da sociedade brasileira na contemporaneidade. Esses mesmos estudos também demonstram a baixa credibilidade junto à população das agências do Estado encarregadas do enfrentamento do problema, notadamente o sistema de segurança pública e alguns órgãos do sistema de Justiça.

Focados nos indicadores de crimes, os elaboradores e gestores das políticas públicas, habitualmente, trataram de implantar reformas incrementais nesses sistemas melhorando a eficiência dos órgãos, criando algumas novidades, como os programas de prevenção ao crime, mas foram incapazes de propor mudanças substantivas, objetivando alterar o quadro de mazelas que historicamente sustentaram essas agências. Ainda temos um Judiciário seletivo, polícias violentas e pouco preparadas para as novas modalidades de crime, sistemas prisional e de medidas socioeducativas ineficientes, entre outros tantos problemas.

Para exemplificar a situação, foquemos a análise na questão da violência juvenil, responsável pelos maiores indicadores de crimes. Ao tratar da questão a partir da ótica que estigmatiza os jovens como violentos, as políticas de prevenção ao crime abordam a juventude como um problema social, esquecendo que os maiores déficits de acesso aos direitos de cidadania estão justamente nessa faixa etária. É exatamente depois da conclusão do ensino fundamental que os jovens enfrentam todas as agruras na inserção à sociedade de consumo. A baixíssima cobertura do ensino médio; a escassez de ensino profissionalizante; os gargalos que impedem o ingresso ao trabalho são tópicos que impossibilitam milhões de jovens de acessarem os direitos fundamentais de cidadania que lhes ampliariam as possibilidades de êxito.

Como as políticas sociais são precárias para esse público, a solução sai da agenda política e entra, enviezadamente, no âmbito da justiça. Assim, repressão, criminalização da juventude pobre e estigmatização social acabam sendo as respostas possíveis para todos os jovens que não conseguem entrar, por exemplo, no mercado de trabalho.

Até programas pretensamente inovadores trazem em sua concepção e execução os ranços discricionários em relação à juventude. Algumas das políticas de prevenção, por exemplo, funcionam como instrumentos de controle, disciplinando os jovens, delimitando seus espaços sociais, selecionando-os e catalogando-os como perigosos. Superdimensionam o fator oportunidade; a racionalidade e a instrumentalidade da decisão criminal (como se todos os crimes fossem calculados e ponderados racionalmente); supervalorizam as variáveis ocasionais, como se o espaço criasse os delitos; focalizam a intervenção a partir de critérios rigorosamente espaciais (que obstaculizam e deslocam a prática do delito, mas não os evitam) e usam técnicas e estratégicas invasivas, que afetam terceiros alheios à gênese do possível risco ou perigo.

Em vez de se preocuparem com o acesso aos direitos de cidadania dos jovens; à melhoria de todo o sistema de segurança pública (polícias, sistema prisional, Judiciário etc.); à participação democrática da sociedade nas estratégias de enfrentamento da violência urbana e na articulação de ações que visam propiciar aos atores comunitários a participação ativa na resolução dos problemas relacionados à criminalidade, tais políticas não resolvem os problemas. Ao contrário, os tamponam. Prova disso são os altos índices de crimes juvenis que ainda persistem na sociedade. Por tudo isso é possível afirmar que as ações de repressão, de contenção social e criminalização dos jovens e o recrudescimento penal não são suficientes para a construção de sociedades pacíficas. A paz é fruto da justiça e parte do problema da violência juvenil, não é da polícia, é político.”

Eis, portanto, mais páginas com RICAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS a serem enfrentados e necessidade INADIÁV EL e URGENTE de se tornar a EDUCAÇÃO no PAÍS, dentre as POLÍTICAS PÚBLICAS, como PRIORIDADE ABSOLUTA de ESTADO, governo e SOCIEDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, HONRADA, QUALIFICADA, LIVRE e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAZ e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIRTUDE DA CIÊNCIA, O SONHAR E O REALIZAR

“Sonhar e realizar

Viver com os pés na terra é uma afirmação que muita gente faz, sinceramente convencida de que sua maneira de proceder, decidir e agir é a melhor possível, a mais correta e gratificante.

Entretanto, há gente que aprende a colocar os pés na terra, porém num exíguo território, numa faixa estreita de chão, ficando ali, morando ali com seus sonhos limitados, suas ambições tolhidas, seus desejos atrofiados. A lucidez e a iniciativa em muitas dessas pessoas incide num mesmo ponto, prevalece numa única direção, desenvolve-se em torno de um mísero punhado de coisas, sempre as mesmas, como se o indivíduo vivesse trancado numa propriedade sua, mas impedido de olhar por cima do muro, através da janela ou de caminhar em frente, alcançar o portão e encarar o mundo.

É que a luta pela vida, a imposição dos deveres, o sufoco dos compromissos, a entrega tenaz e cega à missão humana e profissional de cada um deixa pouco tempo, pouca disposição ou coragem ao indivíduo, de sacudir o sistema em que vive, refletir, analisar seu íntimo, investigar seus sonhos e ambições e questionar suas opções transformadas em hábito. Com o tempo, uma tal atitude de bloqueio empobrece a criatura, despoja-a de suas riquezas mais preciosas, de seu comportamento mais positivo e, dentro de uns poucos anos, eis mais uma pessoa irremediavelmente frustrada, ressentida, irrealizada.

Viver com os pés na terra é pisar firme e forte na superfície do mundo; é escancarar janelas; é atravessar divisas; é transpor fortalezas; é olhar do outro lado; olhar longe; é caminhar e conhecer; é saber assumir o desconforto e o receio; é balançar o coreto do comodismo e, acima de tudo, é definir o que o coração pede, o que a mente deseja, o que os sonhos sugerem. Ninguém pode gabar-se de viver com os pés na terra, ocupando apenas alguns centímetros do chão, um chão do tamanho da sola dos pés, chão pisado, obscuro, massacrado por um peso hirto, um peso imóvel, estático e escravizado à rotina imutável.

Viver com os pés na terra é percorrer distâncias, sejam elas geográficas ou práticas, porque viver em estado de vigília e lucidez é saber usar a vida que Deus concedeu a cada um de nós. Quem se deixa conduzir pela rotina, o marasmo – perde chances, oportunidades e esperança.

Quanta gente compromete seus sonhos, seus anseios, seus castelos, seus lirismos e se torna impregnada de amargura, de tristeza, revolta e ressentimento. Isso ocorre pelo fato de o indivíduo privar-se das coisas que sua estrutura reclama e aceitar outras que sua personalidade repele. Ninguém pode viver exclusivamente trabalhando, perenemente mergulhado num programa de atividades desgastantes, desdobrando-se entre tarefas exigentes – tudo sem lazer, sem pausa, sem um pingo de concessão a si mesmo, seja em que sentido for. O pior, talvez, nem seja a aceitação de disciplina férrea, de responsabilidades incessantes, mas a negação daquilo que o íntimo de cada um estabelece como desejo de seu coração.

Não existe nada tão maléfico ao ser humano, tão negativo, tão pernicioso, como o estado de frustração. Acontece mesmo que, em inúmeros casos, essa frustração não decorre de situação econômico-financeiro, falta de oportunidade de buscar alterações, mas justamente das viseiras que, sem querer, as criaturas criam para si mesmas. E, de tanto usá-las, não conseguem ver o mundo em torno, alcançar horizontes, enxergando tudo estreito, contínuo e imutável.

Os sonhos que se têm, devem ser analisados, dissecados, avaliados, respeitados, devem ser realizados. Esse empenho é o único gerador do estímulo que nada destrói: nem pessoas, nem incidentes, nem tristezas a que todos estamos sujeitos. Saber conceder a si próprio aquilo que representa um desejo real, imperioso e antigo, é o mesmo que renovar todas células do corpo e todas as faces da alma.”

(IVONE BORGES BOTELHO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 1981, na coluna Seu Lar e Você), página 2).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de julho de 1978, Caderno OPINIÃO, de autoria de PEDRO MACIEL VIDIGAL, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A virtude da ciência

“Todos os homens desejam saber”, afirmava Aristóteles no Livro I de sua Metafísica.

Na verdade, se o maior dos males é a ignorância, o maior dos bens é a ciência, que para ser adquirida custa grande trabalho, visto que não dorme em colchão de mola. Quanto a este particular, um poeta escreveu: “Non jacet in moli veneranda scientia letho”.

Conhecendo o justo e o injusto, o falso e o verdadeiro, quem estuda é admirado pelo ignorante. Por isso, Aristóteles escreveu a seu discípulo Alexandre que muito mais domina a alma de um Príncipe com a ciência, do que com um corpo coberto de galas. Este ensinamento o filósofo aprendera de seu mestre Platão, que advertia ser feliz somente o reino governado por sábios.

A História registra que Alexandre tirou notável proveito da doutrina do seu mestre e muito se dedicou ao estudo das letras. Assim pôde atrever-se a conquistar o mundo, mais armado com o que havia aprendido de Aristóteles do que com as riquezas e povos herdados de seu pai Felipe.

Bem entendeu Salomão o quanto lhe era necessária a ciência para bem governar o seu reino, quando Deus lhe aparecera em Gabaon, permitindo-lhe pedir as graças e mercês que quisesse.

Diz a Sagrada Escritura que Salomão não pediu a Deus longa vida, nem felicidade na saúde, nem um vasto império, nem grande riqueza, mas ciência, só a ciência, a fim de poder distinguir o justo do injusto. Consta na Bíblia que Deus lhe concedera a graça de tal sabedoria, que não houve quem antes dele lhe pudesse ser comparado.

Em um de seus epigramas, Auduenus advertiu aos Príncipes que é muito danosa a ignorância para o governo de um reino. “Labitur indoeto populus sub Príncipe, sicut/Prae capitis titubant ebritate pedes”.

Ao estudo das letras devem César a glória, que teve na força de suas palavras, e Tibério, na ponderação; Claúdio, na suavidade, e Adriano, na brandura. Mais pela cultura, que possuíam, do que usando outros recursos, foi que Licurgo, Pisístrato e Agesilau subiram a Reis de Lecedemônia. Os persas só elegiam para Rei o mais sábio. Enquanto conservaram este processo de escolha, prosperaram, floresceram. E, logo que o abandonaram, entraram em um longo período de decadência.

Basílio, rei da Sicília, se entregava tanto ao estudo das ciências, que houve quem chegasse a adverti-lo que estava faltando às obrigações do seu ofício. A sua resposta foi esta: “Não posso ser Rei sem ser sábio. E a troco de ser sábio, deixarei de ser Rei”. Certamente havia aprendido, de Sócrates, que não eram Reis e Príncipes aqueles que empunhavam os cetros, mas os sábios que sabiam governar bem. Segundo Aristóteles, governa bem aquele que sabe e conhece o que importa para um bom governo. Foi ele mesmo que, certa vez, disse que será feliz e bem afortunada aquela Cidade ou aquela República que os sábios governarem.

Só é apto para a direção do governo, quem tem perfeito conhecimento dele.

Cícero declarou que, com a sabedoria, passam as cousas de boas a melhores, e as ruins se emendam e se tornam boas: “Quae bona sunt, fieri meliora possunt doctrina, et quae non optima, aliquo modo corrigi possunt”.

Não é de hoje que todo o compêndio da felicidade está na cultura das letras. Nelas o pobre acha riquezas; o rico, honra; e o velho, recreação: “Philosophia ad omnem fortunam parat, pauperibus divitias, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum” (Lúcio Floro).

É a ciência guia da vida, pregoeira da verdade e destruidora dos vícios: (“Scientia est vitae ductrix, veritatis indagatrix, vitiorum expultrix” (Cícero).

Não há ciência que não traga consigo, anexa, a honra. “Nulli discipline sui honores desunt” (Erasmo). Não há ciência que não traga após si a riqueza: “Si fuieres sapiens. Craessi superaveris aurum;/Nam sapiens nullo tempore vivit inops”. (Erasmo).

São as ciências, riquezas que sempre duram com igual estimação.

São delícias que nunca encontram desgostos. São alegrias, que nunca finalizam em tristezas. São gostos que nunca se avizinham com os pezares.

Com a abundância, as riquezas perdem a estimação. Creso as arrojou ao mar. Nidas, farto do ouro, as aborreceu. E as ciências, quanto mais se acumulam, mais o desejo arrebatam. Os prazeres chegam a causar tédio. Mas as ciências sempre ao apetite provocam e ao entendimento dão gosto. Quanto mais sabemos, maior o nosso desejo de saber mais.

Nada há mais vizinho do prazer que o pesar. Nada há nas ciências, que não recreie. Nada se inculca nelas, que não agrade. As honras, quanto maiores, tanto mais pesadas. São as ciências, quanto mais excelentes, mais sublimes.

As ciências nunca enfadam, nunca aborrecem. Quanto mais se sabe, mais se deseja saber. Sêneca recomendava que se devia estudar, não para saber muito, mas para viver bem: “Stude non ut plus aliis scias, sede ut melius fias”

Da perseverança nas boas e interessantes leituras ou nos sérios estudos se tiram grandes e muitos proveitos. Em todas as cousas, a continuação produz efeitos.

Com certeza, o leitor conhece aqueles dois versos em que Ovídio fala: a gota cava a pedra, não pela violência, mas caindo muitas vezes, assim o homem se faz sábio, não à força, mas sempre lendo ou estudando “Gutta cavat lapidem, non vi, sed saepe cadendo; Sic homo fit sapiens, non vi, sed saepe legendo”

Quando não for possível a aquisição de livros por causa do seu alto preço, qualquer homem poderá conseguir bons e até profundos conhecimentos, perguntando o que não sabe a quem possui cultura humanística ou filosófica, cientifica ou teológica, em grau elevado.

Santo Agostinho se confessava preparado para aprender ainda que fosse de um menino. E o papa Pio II, quanto mais duvidava, mais perguntava e ficou sabendo muito.

Torpe e vergonhoso é ignorar o que a todos convém saber.

É claro que o estudo nunca deve ser feito para vanglória ou superestimação de quem quer que seja. Pois o muito estudo muito humilha a quem estuda. Quanto mais aprendemos com o estudo, mais se dilata o horizonte da nossa ignorância. Por mais que saibamos, sabemos poucas cousas. E ficamos na certeza de que a nossa ciência é como a gota d’água diante do mar da nossa ignorância.

Nas letras, o ignorante acha misteriosas luzes para a sua cegueira e o prudente novos reforços para a sua sabedoria.

Da famosa encantadora Circes se conta que, com suas mágicas bebidas, transformava homens em animais. A virtude da ciência opera o contrário, de maneira prodigiosa: “In porcos homines mutarunt pocula Circes; Ex porcis homines docata Sophia facit”.

“Vai tanta diferença entre um homem sábio e o ignorante, quanta vai da luz à sombra” (Ecclesiastes, cap. I).

Entre os mais homens, o sábio é o primeiro, como é o comandante no avião, o general no exército, a unha no corpo.

A maior excelência que o pode ter é saber. Pelo saber, se faz mais semelhante a Deus.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, entre outros, para o GIGANTESCO DESAFIO de se ter POLÍTICAS PÚBLICAS que primam e ANCORAM a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE...

Portanto, são RAZÕES como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CULTA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A CIDADANIA, O APRENDIZ E A CULTURA QUE FAZ BEM À ECONOMIA

“Cultura que faz bem à economia

ENTREVISTA/CLÁUDIO SHIKIDA

‘Bons valores de uma sociedade contribuem para criar mercados fortes’

“Na área econômica, necessariamente não preciso responder apenas a perguntas sobre inflação, moeda e taxa de câmbio” É assim que Cláudio Shikida, pesquisador e professor do Ibmec-MG, começa a entrevista, deixando claro seu apreço pela economia aplicada. Em seu mais recente estudo sobre o assunto, “Why some states fail: the role of culture” (Por que alguns Estados falham: o papel da cultura, em tradução livre), desenvolvido com os economistas Ari Francisco Araújo Jr. e Pedro Sant’Ana, constata-se que a cultura de uma sociedade contribui para governos mais eficientes. Valores como respeito, tolerância, confiança e obediência foram usados como variáveis na pesquisa para analisar os impactos de instituições formais (governos e seus tipos) e informais (costumes) na economia. “Essa cultura que pesquisamos tem impacto muito positivo sobre o crescimento econômico. Uma sociedade com mais tolerância e respeito ao trabalho alheio é sinal de um Estado saudável, que não é obeso”, resume. O estudo analisou dados de 40 países e foi publicado recentemente nas áreas de economia e política. Para Shikida, a posição do Brasil não é confortável. “Ainda estamos longe de ser um Estado eficiente. O governo come muito dinheiro e cospe pouco serviço público de qualidade.”

O senhor poderia detalhar como é essa pesquisa que mede a influência da cultura na qualidade dos governos?

Queríamos fazer uma pergunta: será que a cultura é um fator importante na economia? Se é, nesse caso específico, melhora ou piora a qualidade dos governos? Na literatura econômica há um grande debate sobre a importância das instituições sobre o desenvolvimento. As instituições geralmente são entendidas com formais, ou seja a forma de governo de um país. Não tínhamos uma variável para medir instituições informais, que são os costumes de uma sociedade. A partir de 2005 é que se começou a medir valores da sociedade. Pegamos uma variável construída por Claudia Williamson (economista americana) para analisar vários países e observar se essa medida influenciava na qualidade dos governos, controlado, também por outros fatores que são importantes.

E qual foi a conclusão do estudo?

Quando se faz o trabalho econométrico do que influencia de fato a qualidade do Estado, o gasto do governo não é tão importante, o crescimento do PIB não é tão importante, as instituições formais não são tão importantes. Já a educação e a cultura, tal como medimos, são importantes. E nesse sentido, quanto maior o país está nesse indicador de cultura, melhor a qualidade do governo. O estudo analisou dados de 40 países. A cultura é uma medida que foi construída com quatro variáveis: controle, respeito, confiança e obediência. A variável obediência, que é vista como obediência incondicional, entra negativamente no indicador de cultura. Já a confiança, o respeito e a tolerância às pessoas entram positivamente. Essas quatro medidas – soma de três, menos a obediência – são substrato muito bom para que uma sociedade tenha respeito pelo trabalho dos outros, tolerância e muita troca econômica. Então, nesse sentido, o resultado na pesquisa é um Estado com qualidade melhor. Isso quer dizer Estados que não tributam excessivamente, que vão tributar de uma forma mais eficiente possível e, por outro lado, oferecer serviços públicos eficientes e de boa qualidade.

E como está o Brasil no ranking onde as instituições informais são mais fortes?

Nessas medidas, o Brasil está sempre no meio. No Índice de Falhas dos Estados, publicado pelo Fund for Pace, o Brasil alcançou 66,9 pontos e ocupa a 117ª posição. Nesse indicador, quanto mais próximo do primeiro lugar, mais o risco de o Estado falhar. Para ter ideia o Iraque está em primeiro lugar e o Sudão, em segundo. Nosso resultado é, quanto melhor a cultura da sociedade, melhor a qualidade do governo, ou seja, menos falido ele é. Na verdade, pelo lado da cultura, os países europeus estão sempre no alto do ranking. O Brasil está no meio do caminho. Posso afirmar que temos valores de tolerância bons e de respeito razoáveis porque a gente olha o que está acontecendo no país hoje não vê as pessoas se indignando com os excessos de políticos que, querendo ou não, fazem parte do governo. As pessoas não saem mais às ruas, como na década de 90. Tiramos um presidente (Collor) de maneira democrática, via Congresso. Atualmente, observamos casos de corrupção envolvendo valores até maiores, mas as pessoas não estão mais saindo às ruas, os sindicatos parecem estar anestesiados, não tem mais revolta popular. Parece que estamos mais tolerantes com a corrupção do que deveríamos estar.

Mas houve avanços ou não?

Em termos de qualidade do Estado, temos um governo que melhorou muito depois do Plano Real no sentido de combater a inflação e se preocupar em regular o mercado de uma maneira eficiente, de combater excessos, como poder de monopólio. E melhorou no governo Lula com o foco no combate à pobreza. Mas agora não se pode afirmar que o Estado está tão eficiente assim nessas duas dimensões. Porque uma coisa é dar Bolsa-Família e a outra é dar e avisar para o sujeito que uma hora isso vai acabar, que ele tem que ir melhorando de vida. O Estado brasileiro tem arrecadação muito alta comparado com qualquer país europeu e qualidade de serviço público muito baixa. Está longe de ser um Estado eficiente. Ele come muito dinheiro e cospe pouco bem público e serviço público de qualidade.

A educação na economia é lida como capital humano e agora até o setor produtivo reclama da falta de mão de obra qualificada. Isso pesa para que não tenhamos um governo mais eficiente?

Com certeza. A média de anos de estudos no Brasil é muito baixa. Mas os valores aqui também são muito importantes. Não adianta o cara ter uma educação excelente, ser Ph.D., mas achar que o dinheiro público, o dos impostos, é dele. Não adianta o cara ser um grande industrial e achar ainda que alguns cidadãos são de segunda categoria. Uma sociedade mais aberta, nesse sentido de tolerância e respeito ao trabalho alheio, não é sinônimo de um Estado fraco, é sinal de um Estado saudável, que não é obeso.

Mas a sociedade tem a sua parcela de participação?

A sociedade brasileira de maneira geral se comporta como o Estado sendo essencialmente paternalista. Se o governo já é ineficiente para mudar valores é como botar a raposa na frente do galinheiro, é perigoso. Quando se há cultura mais forte, há governos menos paternalistas. E isso impacta na economia, com mais crescimento e menos apelo populista. Ou melhoramos os valores da nossa sociedade ou vamos ter um crescimento econômico de muita má qualidade ou pior do que existe hoje.”
(TETÊ MONTEIRO, em entrevista publicada no jornal ESTADO DE MINAS, Caderno ECONOMIA, edição de 12 de junho de 2011, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de SOLANGE BOTTARO, Superintendente da Missão Ramacrisma, diretora da Fundamig, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Lei do Aprendiz

Um programa do governo federal que promove resultados extremamente significativos para os jovens é o Adolescente aprendiz. Em um momento crítico de suas vidas, em que a linha que separa o bem do mal é muito difusa e a pouca maturidade desde público não lhes permite determinar com clareza os valores e riscos presentes em cada lado, este projeto representa uma abertura de horizonte, uma nova perspectiva de vida que se delineia para eles. A Lei de Aprendizagem 10.097/2000 estabelece que todas as empresas de médio e grande porte são obrigadas a contratarem adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. A cota de aprendizagem está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, por estabelecimento. Esta média é calculada com base no número total de empregados, cujas funções demandam formação profissional. A oportunidade de ingressar na empresa como aprendiz descortina um futuro concreto e define posssibilidades tangíveis a serem construídas.

Outro fator determinante para o futuro desses jovens é que ele deve estar matriculado e frequente à escola. Esta medida acarretou entre os jovens em situação de risco social, beneficiários prioritários desse programa, a elevação do nível de escolaridade para o ensino médio. No fim do programa, sua meta passa a ser a formação superior. O acompanhamento oferecido pela Missão Ramacrisma durante os 18 meses de duração da aprendizagem, que abrange a área pedagógica, com orientação nos estudos acadêmicos; acompanhamento do adolescente na empresa e o apoio familiar, cria um “casulo protetor” que fortalece o caráter dos jovens e os prepara para a vida adulta. Assim, eles têm a chance de desenvolver competências profissionais necessárias ao desempenho de suas funções, a disciplina, a responsabilidade, a capacidade de trabalhar em equipe e a de gerir seu próprio salário.

Conhecemos casos em que o adolescente é o único membro da família com carteira assinada e salário fixo. Isso é motivo de orgulho para a família e melhora seu status perante a comunidade. E, mais que isso, promove os familiares, que passam a desejar o aumento de sua escolaridade, se qualificar profissionalmente, buscar melhoria de vida. Por sua vez, os adolescentes ampliam sua visão de futuro e percebem a importância de buscar uma formação superior para consolidar sua carreira profissional. Lastimável que as empresas não percebam a importância de aderirem ao programa espontaneamente, precisando ser autuadas pela Superintendência Regional do Trabalho, para então promover essa transformação com resultados fantásticos para toda a sociedade, melhorando a escolaridade das comunidades do seu entorno e também com a possibilidade de apoiar os filhos de seus funcionários na estruturação de sua iniciação profissional. Considero essa ação das empresas um investimento para a diminuição da evasão escolar (o adolescente deve necessariamente estar estudando para participar do programa), redução da violência, do tráfico de drogas, da gravidez, prostituição das adolescentes e da desestruturação familiar.

Infelizmente, as companhias destinam grandes somas de recursos para a segurança de seu patrimônio e de seus colaboradores. Mas, com a participação no programa Adolescente aprendiz, com um investimentos menor, vai apresentar resultados a curto, médio e longo prazo de transformação social. Esse jovem, acolhido pela empresa hoje, se tornará um cidadão responsável, produtivo e sua ação terá reflexos em sua família e também na comunidade. Participando do Adolescente aprendiz, a empresa desenvolverá ações de responsabilidade social efetivas, com alto impacto de transformação social, associando seu nome a uma política pública reconhecida nacionalmente.”

Eis, portanto, mais páginas que acenam a GRAVE e URGENTE necessidade de se PONTIFICAR a EDUCAÇÃO, e sua irmã siamesa, a CULTURA, como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE, como condição BASILAR para o ingresso do PAÍS no SELETO rol dos DESENVOLVIDOS...

Sabemos, e bem, que JUNTO a OUTROS, são GIGANTESCOS DESAFIOS que mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVINTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A CIDADANIA, A ECONOMIA VERDE, A POBREZA E OS APLAUSOS POR MÉRITOS

“SÓ APLAUSOS!


O extraordinário sucesso de um jovem matemático do MIT mostra como a internet pode ser uma poderosa ferramenta para o ensino - e revolucionar a maneira como as pessoas assimilam conhecimento

Diante de uma plateia formada por alguns dos mais bem-sucedidos empresários do Vale do Silício, na Califórnia, o americano descendente de indianos Salman Khan, 34 anos, recebeu aplausos especialmente efusivos vindos de um canto do auditório. O espectador mais entusiasmado era Bill Gates, fundador da Microsoft, que subiu ao palco para dizer que o jovem à sua frente estava dando uma contribuição decisiva para a utilização da internet na educação. Formado em matemática, ciência da computação e engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Sal, como ficou mais conhecido, é o fenômeno atual da internet, digamos séria. O site da Khan Academy (www.khanacademy.org) está chegando aos 60 milhões de acessos de pessoas interessadas em assistir gratuitamente a algumas de suas mais de 2000 aulas. Elas duram de dez a vinte minutos, tempo em que Sal explica de maneira milagrosamente simples fenômenos complexos de quarenta áreas do conhecimento. São aulas cujos temas variam do cálculo da hipoteca de um imóvel à diferença entre os vírus e as bactérias ou que ensinam como os materiais radioativos se desintegram.

Sal usa apenas sua voz e um mouse pad, com que escreve ou desenha os símbolos necessários para se expressar. O nível de dificuldade vai dos primeiros anos do ensino fundamental, abrangendo operações básicas de soma e subtração, ao MBA, com lições sobre venture capital e as flutuações no preço do ouro. Diz Sal: “Meus professores eram enfadonhos. Dou aulas como as que gostaria de ter tido.

À primeira vista, suas aulas não parecem exatamente atraentes. Na tela do computador, surge a reprodução de uma lousa preta, e ao fundo se ouve o timbre grave da voz de Sal. Um de seus méritos reside em dirigir-se aos estudantes em uma linguagem didática e compreensível. Outro é oferecer a seus seguidores desafios constantes. Só passa ao nível seguinte quem acerta pelo menos dez exercícios consecutivos, propostos ao cabo de cada lição. O próprio ambiente virtual (ainda que, nesse caso, sem uso de grandes recursos tecnológicos) funciona, por si só, como um poderoso chamariz para as crianças e os jovens que ali navegam. Cada um aprende no seu tempo, repetindo a explicação quantas vezes julgar necessário. “A internet estimula a apreensão de informações de forma autodidata e exerce um magnetismo sobre as novas gerações que não pode mais ser desprezado pelos educadores”, observa José Armando Valente, do núcleo de informática aplicada à educação da Universidade Estadual de Campinas.

A estreia das aulas de Sal na rede deu-se em 2006, de maneira despretensiosa. Na época, ele trabalhava como analista do mercado financeiro e era frequentemente requisitado pelos três primos – de idade entre 10 e 12 anos – para que lhes tirasse dúvidas de matemática. Como eles moravam em cidades diferentes, Sal teve a idéia de começar a produzir, de casa mesmo, vídeos com explicações bem curtas, em estilo já bastante parecido com o das aulas atuais. Punha o material na web via YouTube. Para seu espanto, não apenas os primos mas muitas outras pessoas passaram a acompanhá-lo.

Foi em 2009, já com acessos na casa dos milhões e uma vultosa poupança, que Sal deixou o emprego em um fundo de investimento para dedicar-se exclusivamente ao que se tornara a Khan Academy. Sem fins lucrativos, virou um negócio que ele mantinha apenas com dinheiro próprio até receber um inesperado telefonema de Bill Gates. O fundador da Microsoft foi direto ao ponto: contou que os três filhos, e ele próprio, eram seus “seguidores incondicionais” – e doou à Khan Academy 1,5 milhão de dólares. À revista americana Fortune, Gates disse: “Morro de inveja desse cara. Não consigo ensinar meus filhos como ele faz”. Outra doação veio do Google, que destinou 2 milhões de dólares ao matemático, para que seu site fosse traduzido para pelo menos dez línguas, inclusive português – com prazo até 2012. Parte dos vídeos já recebeu traduções amadoras, que circulam na rede em blogs e sites de estudantes e professores.

O sucesso de Salman Khan é a prova de que o ensino pela internet tem um potencial que ainda não foi utilizado como poderia. Os especialistas atribuem o uso precário que se faz da web na educação ao despreparo dos professores. Alguns dos exemplos de sucesso obtidos em diversas partes do mundo ocorrem quando os mestres vencem suas próprias barreiras e inibições e passam a se sentir mais à vontade no ambiente da internet. Em escolas do Japão ou da Coreia do Sul, os alunos são encorajados a ficar conectados, engajando-se em debates on-line ou fazendo experimentos científicos na rede – em que cada um seja responsável por uma etapa do projeto. No Brasil, o colégio Integral, de Campinas, ainda em regime experimental, distribuiu tablets a estudantes do ensino médio. Os alunos agora discutem geopolítica em rede e compartilham seus esforços na resolução de problemas. Eles foram apresentados às aulas on-line de Sal na Khan Academy. “É uma tentativa de despertar a atenção de jovens que perderam o interesse pelo aprendizado da forma como ele é apresentado na escola – uma instituição que parou do tempo”, avalia o diretor Ricardo Falco.

Sal Khan guarda um traço comum a jovens que, como ele, acumularam dinheiro e desfrutaram certa notoriedade muito cedo: a excentricidade. Toma apenas uma refeição diária (“como os animais que vivem no zoológico”) e faz reuniões de trabalho enquanto se exercita correndo pelas ruas da cidade de Mountain View, na Califórnia, onde mora. “A lógica de Sal é sempre fazer no mínimo duas coisas ao mesmo tempo, com uma empolgação quase infantil”, define o amigo Ariel Poler, 44 anos, fundador de cinco empresas de internet – uma delas vendida à Microsoft. Só recentemente Sal, casado com uma médica e pai de um menino de 2 anos, abandonou um cômodo acanhado de sua casa e instalou sua fundação educacional sem fins lucrativos em uma sala comercial. Contratou sete funcionários, mas ele próprio continua sendo o único responsável pelas aulas invariavelmente ministradas na lousa digital. Ele trabalha oito horas diárias, além daquelas dedicadas a estudar assuntos em que não é especialista – caso da Revolução Francesa, cuja origem é explicada por Sal como o resultado esperado da coexistência de uma maioria de pessoas que trabalham, passam fome e ainda têm de sustentar com impostos alguns poucos “parasitas esnobes que se concedem títulos pomposos”.”
(RENATA BETTI, em reportagem publicada na Revista VEJA – edição 2221 – ano 44 – nº 24, de 15 de junho de 2011).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de RENAULT CASTRO, Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Economia verde e pobreza

A interação do homem com o meio em que vive é um debate tratado, muitas vezes, como se tivéssemos que parar tudo, evitar qualquer impacto. É verdade que só mais recentemente começamos a ter uma noção mais real da relação entre nossas decisões e suas conseqüências para o meio ambiente. Isso não pode significar, entretanto, bloquear decisões. Devemos, sim, torná-las mais adequadas ao bem-estar geral da sociedade. É esse o significado da expressão “desenvolvimento sustentável”, conceito focal da Rio+20, Conferência das Nações Unidas que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Com o tema Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, o evento deixa ainda mais claro que precisamos pensar nosso futuro olhando para todos os lados. Isso dignifica criar postos de trabalho dignos em atividades que colaborem para a redução das emissões de gases de efeito estufa e contribuam para melhorar a qualidade ambiental no planeta.

Há vários formas de gerar empregos verdes e decentes no mundo. Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a reciclagem é o emprego verde que abriga a maior parte dos postos de trabalho no Brasil. Isso se deve, em grande parte, ao modelo surgido no país com a fabricação das primeiras latas de alumínio, há pouco mais de 20 anos. A própria indústria estimulou, por questões estratégicas, o reaproveitamento da lata. Criou valor sobre o que antes era considerado lixo. Naquele momento, surgiam as primeiras cooperativas de catadores de material reciclado do país. Quando nem se imaginava um debate sobre aquecimento global ou a definição de uma política de resíduos sólidos, um batalhão de brasileiros encontrava, no lixo, uma fonte de renda confiável e sustentável, termo que nem era utilizado na época.

Não há como negar que a base desse interesse estava no valor da sucata de alumínio, o que estimularia a coleta de outros materiais menos valiosos e seria a plataforma para um modelo de reciclagem que é reconhecido em todo o mundo. Entretanto, não houve muita preocupação com o trabalhador, com suas condições de trabalho. Sem melhor alternativa, ele foi, muitas vezes, obrigado a submeter-se a inadequadas condições de trabalho, a levar restos de material para a sua casa, ponde em risco a saúde e a segurança de toda a família. O valor da sucata e a facilidade de coleta acabaram por estimular também o indesejado trabalho infantil. Crianças passaram a colaborar com o orçamento familiar coletando material reciclado, abandonando os estudos e vivendo em meio a todos os tipos de lixo. Hoje, o Brasil ostenta o título de campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Em 2009, atingimos o surpreendente índice de 98,2% do reaproveitamento dessas embalagens. Mas de que vale este trunfo estatístico se, muitas vezes, ainda convivemos com famílias inteiras trabalhando em condições inaceitáveis, com crianças se arriscando nas ruas para colaborar com a renda familiar?

Para nós, só há sentido no emprego verde se ele realmente representar emprego decente, como defende a OIT. O catador de material reciclado é um parceiro da indústria, que depende dele para ter boa parte da matéria-prima necessária para a produção. São dois lados da mesma moeda, situação eu ficou mais clara com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ao catador, ele imprescindível da cadeia de embalagens, devem ser dadas todas as condições dignas de trabalho. Isso é responsabilidade que deve ser compartilhada entre setor produtivo e o poder público, com o envolvimento de toda a sociedade. No processo rumo a uma economia de baixas emissões, o trabalho informal precisa dar lugar à formalização. Não há espaço para situações degradantes, trabalho infantil, miséria. São situações que não podem conviver no mundo ideal com que todos sonhamos. E se nosso mundo ideal é o mundo verde, de baixas emissões, então, teremos que construir juntos – indústria, catadores, governo, consumidor – o caminho da sustentabilidade e da erradicação da pobreza.”

Assim, vamos, TODOS, visualizando a real dimensão dos GIGANTESCOS DESAFIOS que exigem, acima de tudo, o INARREDÁVEL compromisso com a EDUCAÇÃO, fonte UNIVERSAL e INESGOTÁVEL das transformações que se nos COLOCAM de maneira VELOZ e EXIGENTE...

Mas, NADA, absolutamente NADA, abate e ARREFECE nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A CIDADANIA, A FORÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A INTERNET

“Educação e internet no Brasil

Foi-se a época que para ganhar notoriedade, no Brasil, era preciso ser artista ou uma pessoa pública, de preferência do eixo Rio-São Paulo-Minas.

A aldeia global, prometida pela globalização e executada cada vez mais com sucesso pela internet, vem disseminando a sociedade de informação como um caminho sem volta, no qual qualquer pessoa pode se comunicar com outra e disseminar suas ideias pelo mundo em questão de minutos ou segundos.

Uma nordestina, do Rio Grande do Norte, veio agora a agitar a internet e ganhar o Brasil. O “fenômeno Amanda Gurgel” levanta duas questões muito importantes: a força que a internet tem hoje de lançar líderes e em formar opinião e também a do mérito de expor, numa linguagem direta, os problemas que a educação enfrenta no país. A internet é um meio de comunicação fundamental na atualidade. É, podemos dizer, o meio de comunicação da moda, de onde outros meios de comunicação extraem pauta para seus veículos. Hoje, facilmente, durante uma tarde de domingo, você vê na TV um vídeo com ou sem conteúdo, extraído do YouTube. Geralmente vídeos que já contabilizam vários milhões de acessos no mundo todo.

Amanda Gurgel se encaixa no perfil de fenômeno-opinião da Internet. A professora potiguar fez seu pronunciamento de 8 minutos sobre a educação no Rio Grande do Norte e no Brasil, em geral. Virou heroína. Os comentários no YouTube são aos montes em defesa da tese incisiva da mestra. Ela exibiu seu contracheque de R$ 930 e falou que não tinha vergonha de seu salário, quem deveria ter eram os deputados. Disse que as escolas viraram depósitos de alunos. Frisou ainda que a educação nunca foi prioridade de nenhum governo. Cabra corajosa, da peste mesmo!

Curiosamente, nossos olhos brilham com manifestações desse tipo, que deveriam ser corriqueiras e incentivadas, em uma sociedade democrática. O brasileiro conquistou a duras penas o direito de votar, de ser votado, de manifestar sua opinião livremente, mas abdica desse direito, muitas vezes em nome de interesses diversos, de desleixo ou acomodação mesmo. O povo simplesmente aceita. Felizmente a internet vem despertando, com essas manifestações difundidas, um pouco da cidadania.

A nossa Amanda ensinou aos deputados e ao Brasil que educação deve ser prioridade. Uma ótima lição. Mas será praticada? Ou virá um discurso pró-educação evasivo que vai substituído quando a mídia repercutir algum outro problema enfrentado pela sociedade? Sim, porque seria inocência de nossa parte não perceber que a política no Brasil age por fruto de fatos de repercussão: tal qual o caso de Realengo e a reabertura das “entregas espontâneas” de armas de fogo por parte de populares e tentativa de emplacar um plebiscito sobre venda de armas sete anos depois de um referendo sobre o mesmo assunto.

Espero que o discurso de Amanda Gurgel não seja em vão. Todos esperam que a educação, assim como qualquer outro tema de importância nacional, seja tratada como projeto de Estado e não como fruto do momento. Queremos muito mais que professores e alunos na escola, queremos uma escola em que professores e alunos não estejam lá por mera obrigação, e sim por satisfação em desbravar o conhecimento científico proporcionado por condições dignas de ensino e aprendizado, em um ambiente seguro e saudável. Assim, cumprido esse patamar, a internet e sua repercussão terá prestado um serviço irrefutável à educação no Brasil.”

(JOSÉ EUSTÁQUIO LOPES DE FARIA JÚNIOR, Advogado, bacharel em Direito pela Faculdade Pitágoras – câmpus Fadom (Divinópolis), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de maio de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11.

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, de autoria de MAX MILLIANO MELO, que merece PARCIAL transcrição:

“A FORÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Crianças que frequentam a pré-escola aos 4 e 5 anos tendem a ter mais sucesso acadêmico e melhores empregos, diz estudo. População pobre é a mais beneficiada nessa fase de ensino

Brasília – Enquanto o poder público historicamente destinou menos recursos para a educação infantil, tida como secundária e opcional, as famílias, muitas vezes, encaram as escolinhas como um simples passatempo para os filhos. No entanto, uma pesquisa destacada pela edição de hoje da Science mostra que a educação dos pequenos está longe de ser brincadeira. Depois de acompanhar, por 25 anos, cerca de 1,4 mil norte-americanos nascidos em bairros de baixa renda, pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, descobriram que ter contato desde cedo com um ambiente escolar de qualidade pode ter grande impacto positivo na saúde, na qualidade de vida e no mercado de trabalho, entre outros aspectos.

Os alunos acompanhados pelos cientistas foram divididos em dois grupos: os que frequentaram a pré-escola aos 4 ou 5 anos de idade e os que ingressaram diretamente no ensino fundamental, aos 6. “Na ocasião, entre 1985 e 1986, escolhemos participantes com uma boa aptidão escolar. Aqueles que frequentaram o jardim de infância tiveram em efeito em grande escala em um conjunto amplo de aspectos socioculturais e de saúde até a vida adulta”, conta ao Estado de Minas Arthur Reynolds, líder do estudo. “Isso ocorreu não apenas porque as crianças tiveram acesso à pré-escola, mas porque frequentaram programas de alta qualidade, com atividades muito além das tradicionalmente ligadas ao jardim de infância, como brincar”, afirma (veja o quadro).

Para conseguir acompanhar durante duas décadas e meia os milhares de crianças – que no fim do estudo já eram adultos com seus próprios filhos – os pesquisadores tiveram a ajuda de uma ampla rede de instituições públicas. “O estudo contou com a colaboração de longo prazo das escolas públicas. Assim, à medida que os participantes iam mudando de nível de ensino, eles continuavam sendo acompanhados”, explica Reynolds. “Também coletamos dados administrativos, além de realizar entrevistas com alunos, pais e professores. Todas essas informações nos ajudaram a manter 90% da amostra original na vida adulta, acrescenta.

Embora todos os participantes residissem em bairros de baixa renda quando começaram a ser acompanhados, nem todos eram considerados pobres, segundo a definição do governo dos EUA. “Isso nos permitiu perceber que os mais desfavorecidos economicamente colhem mais benefícios da educação infantil do que os que são menos desfavorecidos”, afirma o pesquisador, para que o estudo pode estimular investimentos na educação dos menores em lugares onde isso ainda não é uma realidade. “Se a educação pré-escolar produziu efeitos positivos num dos maiores sistemas educacionais do mundo, isso pode ser reproduzido em praticamente qualquer lugar. Com recursos e envolvimento os pais, esse é um excelente exemplo a seguir”, completa.

DESAFIOS Para especialistas em educação, o Brasil é um dos países onde a ampliação da educação (NOTA: OBRIGATORIEDADE

Nos próximos cinco anos, o Brasil precisará resolver a falta de acesso à educação infantil. Segundo a Emenda Constitucional nº 56, de 11 de novembro de 2009, passa a ser obrigatória a frequência na escola dos 4 a 6 anos. Antes que a lei fosse aprovada, o país percorreu um longo caminho. Até a década de 1960, eram obrigatórios apenas os quatro anos que compõem a primeira fase do ensino fundamental. Em 1971, uma lei federal ampliou o então chamado primeiro grau para oito anos. Em 2005, uma nova ampliação aconteceu, quando o ingresso de crianças com 6 anos passou a ser obrigatório, e o ensino fundamental para a ser de nove anos. Além da educação infantil, o ensino médio também deixará de ser facultativo até 2016.) infantil ainda é um desafio. Segundo o pedagogo e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Cleyton Gontijo, durante muitos esse nível educacional permaneceu em segundo plano nas políticas públicas brasileiras. “Nos últimos anos, o país experimentou um avanço grande. O ensino fundamental foi universalizado e o ensino médio teve uma forte ampliação. Mas só depois que esses dois níveis foram estabilizados é que a atenção e os recursos governamentais puderam ser direcionados para a educação infantil”, lembra o especialista.

Para Cleyton Gontijo, além de todos os efeitos positivos descritos na pesquisa norte-americana, existe outra questão que, por si só, seria suficiente para justificar a ampliação do acesso à educação infantil. “Dois pontos importantes causaram uma mudança drástica no comportamento das crianças nas últimas décadas. A primeira é a estrutura cada vez menor da família. Hoje não há núcleos familiares com vários irmãos e primos”, afirma Gontijo. Segundo o último censo do IBGE, feito em 2010, a taxa de fecundidade, ou seja, o número médio de filhos por casal, era de 1,94. Há 30 anos, esse número era de 4,4 crianças por casal. “Outro ponto foi o aumento da violência, que faz com que as crianças, muitas vezes, não possam brincar na rua com os vizinhos”, diz o pedagogo brasileiro.

Com um núcleo familiar menor e “presas” em casa, as crianças passaram a necessitar mais da escola, um importante local de socialização e de desenvolvimento de habilidades, criatividade, senso estético e motricidade. “Além disso, do ponto de vista educacional, o acesso cada vez mais cedo à escola torna a criança mais preparada para a alfabetização”, acrescenta. Por essa razão, em 2016, a pré-escola deve se tornar obrigatória para todas as crianças brasileiras.

ACESSO TÍMIDO A coordenadora-geral de Educação Infantil da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rita Coelho, admite que o acesso ao ensino de qualidade para os estudantes mais novos ainda é um problema. “Esse é o nível que apresenta as mais altas taxas de profissionais não habilitados e de espaços físicos inadequados. Os indicadores de qualidade na educação infantil são os mais baixos entre todos os níveis educacionais”, afirma a gestora pública. “Assim como qualquer política social em um país marcado por desigualdades, o acesso à educação infantil é desigual. Esses problemas se apresentam especialmente para as comunidades pobres, negras, do campo e das periferias”, completa.

Para ela, o atraso é fruto de uma cultura que, por muito tempo, não valorizou as crianças mais novas. “Segundo a Constituição de 1988, a educação infantil não fazia parte do sistema educacional nacional. As crianças menores demoraram muito para serem vistas como sujeitos de direito. Essa visão de que para os pequenos qualquer coisa serve atrasou a profissionalização da educação infantil”, conta Rita. “Tanto a qualidade da oferta, a quantidade de vagas oferecidas e os recursos investidos cresceram muito, mas, como são políticas muito recentes, ainda é um desafio enorme crescer bem sem abrir mão da qualidade.”

ENTREVISTA/MAROPE MMANTSETSA

Diretora de Educação Básica a Superior e Aprendizagem da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

Por que a educação infantil tem um papel tão importante na formação sociocultural das crianças?

Históricamente, todo cuidado relacionado ao desenvolvimento dos primeiros anos da criança eram responsabilidade da família. A tarefa de educar, promover a saúde e manter a salvo as crianças ficava a cargo de um membro da família, muitas vezes a mãe. Nos últimos anos, tem havido uma profunda revolução familiar. Todos os membros da família trabalham fora, e passaram para a escola a responsabilidade de prover a educação da criança. No entanto, como se manteve sem importância durante tanto tempo, a educação infantil não necessariamente está preparada para receber essa tarefa, do ponto de vista quantitativo e de qualidade.

Por que a maioria dos países não dá a devida importância à educação infantil?

Muitos pais passam pouco tempo com seus filhos e, por isso, eles não veem os benefícios da educação. Se veem os custos e não os resultados, tendem a não valorizar a escola. Outro ponto é que a maioria dos governantes, em especial dos países em desenvolvimento, ainda não consegue perceber os benefícios sociais do desenvolvimento educacional. Se você perguntar aos ministros de desenvolvimento ou finanças se a educação é uma prioridade, eles imediatamente responderão que sim. Porque eles já descobriram a ligação entre educação pública e melhoria da mão de obra, crescimento econômico e progresso social. Mas eles não conseguem, na prática, estabelecer conexão entre investimento em educação na construção de uma sociedade socialmente justa e humanitária, que também é uma das funções das políticas públicas. É necessário ver o investimento em educação como oportunidade, e não como custo. Só assim a educação infantil, muito menos ligada à formação de trabalhadores, será prioridade de Estado.

Para a senhora, há solução para o problema?

A situação está melhorando, mas o progresso é muito lento. Atualmente, o desenvolvimento é desigual. O progresso vem mais rápido para as famílias mais influentes. Quando você priva, desde cedo, o acesso de uma criança à educação, especialmente as mais pobres, reproduz os mesmos padrões de preconceito e de injustiça que existem na sociedade hoje. A popularização da educação infantil atende a necessidade de mudança social por meio da igualdade de oportunidade, equidade social, respeito mútuo e cultura de paz.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a URGENTE e INADIÁVEL necessidade de se colocar a EDUCAÇÃO BÁSICA, em particular, a EDUCAÇÃO INFANTIL, o ENSINO FUNDAMENTAL, a EDUCAÇÃO ESPECIAL, o ENSINO MÉDIO e a EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE como PRIORIDADE ABSOLUTA de ESTADO e da SOCIEDADE, para assim ALIMENTARMOS os nossos SONHOS e ESPERANÇAS de vermos o PAÍS inserido DEFINITIVAMENTE no CONCERTO dos PAÍES prósperos e DESENVOLVIDOS...

Tal é a magnitude da CAUSA, que merece nos reportarmos ao saudoso CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1947), se referindo à mestra inesquecível HELENA ANTIPOFF, in Boletim da Sociedade Pestalozzi do Brasil nº 42, Dez., pág. 6, em A casa de Helena:

Russa translúcida de sorriso tímido

(assim a contemplo na retrovisão da lembrança).

Helena 1929 enfrenta os poderes burocráticos.

Suavemente,

instaura em Minas o seu sonho-reflexão.

Traz um sinal novo para gente nova.

Ensina

a ver diferente a criança,

a descobrir na criança

uma luz recoberta por cinzas e costumes,

e nas mais carentes e solitárias revela o

princípio da vida, ansioso por sol. (...)

Esses GIGANTESCOS DESAFIOS, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A CIDADANIA, A ANATOMIA DA CORRUPÇÃO OU AMOSTRAS DE RALOS DE DINHEIRO PÚBLICO

“CAPA

Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo

ESPECIAL

MARACANÃ – RIO DE JANEIRO – RJ

Custo do estádio: R$ 957 milhões; Quanto já foi investido: R$ 26 milhões

Para ser concluído a tempo, será necessário aumentar a média mensal de gastos em 907%.

NO RITMO ATUAL, SÓ FICARÁ PRONTO EM MARÇO DE 2038

... Mantidos os atuais padrões de gestão, organização e investimento, o Brasil tem todas as condições de fazer uma belíssima Copa do Mundo, mas só em 2038. Desde quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que o país havia sido escolhido para sediar a Copa de 2014, muito pouco se fez para preparar a casa. A 36 meses do pontapé inicial do torneio, a Controladoria-Geral da União informa que, dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser aplicados em obras de infraestrutura, apenas 590 milhões de reais foram efetivamente investidos. Ou seja, só 2,5% das obras saíram do papel. Os responsáveis pelos projetos insistem em afirmar que os trabalhos avançam em ritmo adequado. Mas uma análise escrupulosa da situação conduz a outra conclusão. O Brasil está atrasado, sim, - e mais atrasado do que estava a África do Sul em 2007, três anos antes de sediar o evento. Mais: entre as construções em andamento, há obras com indícios de superfaturamento, estádios superdimensionados e projetos tão malfeitos que mais parecem piada de mau gosto – como o estádio em que os responsáveis se esqueceram de prever a instalação de gramado e cadeiras.

Para aferir o ritmo em que as obras estão sendo tocadas, VEJA escolheu esmiuçar o andamento dos doze estádios que participarão do evento. A reportagem comparou o orçamento previsto para a reforma ou construção de cada arena com o valor que foi investido até agora. Em outras palavras, analisou a execução orçamentária estádio por estádio. Esse método revela com nitidez a situação de cada empreitada, uma vez que no Brasil, os pagamentos são feitos à medida que o trabalho avança no canteiro de obras. O resultado desse levantamento é de arrepiar. No ritmo atual em que os projetos caminham, nada menos do que onze dos doze estádios só estarão concluídos depois de 2014. O único que vem mantendo um ritmo de execução de orçamento adequado é o Castelão, de Fortaleza. Para checar de perto essa informação, VEJA organizou uma operação aérea. A bordo de helicópteros, um pelotão de fotógrafos sobrevoou todos os estádios da Copa na semana passada. As imagens captadas, que ilustram esta reportagem, são desoladoras.

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Tudo somado, o quadro geral é o seguinte: a três anos da Copa, o Brasil só tem um estádio com execução orçamentária adequada para ficar pronto a tempo de ser usado na Copa de 2014. Em outros oito, é preciso acelerar os investimentos para evitar uma tragédia. Dos três restantes, que ainda nem começaram, um terá de ser reformado e dois serão feitos a partir do zero. No capítulo dos aeroportos, dos treze que estão no projeto Copa, só seis começaram a ser reformados (veja o quadro da página 100). Quando se fala das obras de mobilidade urbana que foram prometidas, o caso é ainda pior. Das cinqüenta anunciadas, só quatro tiveram início. Com esse quadro, é possível afirmar que hoje o Brasil está mais atrasado para a Copa do Mundo do que a África do Sul no período equivalente. Lá, naquela altura, todos os estádios integralmente novos já haviam começado a ser erguidos. As obras aeroportuárias estavam bem encaminhadas, e cidades como Johannesburgo haviam sido transformadas em canteiros de obras a céu aberto.

Estar atrás da África do Sul, no entanto, não significa, para o Brasil, não poder recuperar o tempo perdido. O diagnóstico publicado nesta reportagem revela a situação atual dos estádios. Se o ritmo dos investimentos aumentar daqui para frente, a Copa estará garantida. A questão, no entanto, não pode ser adiada nem mais um dia. Mesmo porque a lentidão, aliada à desorganização, tem tudo para desembocar num sorvedouro de recursos públicos, como ocorreu com os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. Na ocasião, observou-se exatamente o mesmo roteiro que se vê agora: quase todas as obras atrasaram. Diante disso, foi preciso abrir os cofres do governo federal para evitar um vexame internacional. O orçamento final do Pan ficou em 4 bilhões de reais, dez vezes a previsão inicial. De todos os gastos da União, mais de 70% foram liberados nos seis meses anteriores ao evento.

Questionados por VEJA sobre a execução de apenas 7,5% do orçamento dos estádios, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, discordou que haja atraso nos trabalhos. Segundo ele, é normal que no início das obras a execução seja mais lenta do que no final. “Todos os projetos estão caminhando de forma satisfatória, só precisamos acelerar a questão de São Paulo.” O otimismo é uma virtude, mas saber reconhecer um problema quando se está diante dele – ao menos no caso de gestores encarregados de uma tarefa da magnitude da Copa do Mundo – é uma obrigação.”

KALLEO COURA, em reportagem publicada integralmente na Revista VEJA – edição 2218 – ano 44 – nº 21, de 25 de maio de 2011, páginas 88 a 100).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de outra reportagem da Revista VEJA – edição 2220 – ano 44 – nº 23, de 8 de junho de 2011, páginas 120 a 128, de autoria de FERNANDO MELLO, que merece também algumas indicações:

“CAPA

ANATOMIA DA CORRUPÇÃO...

Corrupção

O RAIO X DA CORRUPÇÃO


Peritos da Polícia Federal descobriram como se assaltam os cofres públicos sem deixar rastros e ao abrigo da lei

Uma dúvida atormentou por muito tempo as melhores cabeças da Polícia Federal. Ao investigarem quadrilhas envolvidas em obras públicas, policiais deparavam frequentemente com um quadro incompreensível. Tanto nas conversas telefônicas interceptadas quanto nos e-mails apreendidos, era comum flagrar empresários e executivos falando sobre desvio de dinheiro, pagamento de propina a funcionários públicos, remessas para o exterior por meio de caixa dois e demais assuntos que compõem o repertório clássico da corrupção que emerge sempre que entre o dinheiro público e um fornecedor privado de produtos ou serviços existe um intermediário desonesto. Mas, mesmo com a certeza de estarem diante de um crime, os investigadores muitas vezes não conseguiam responder a uma pergunta crucial: de onde vinha o ganho dos criminosos? Isso porque, apesar das evidências gritantes de falcatrua, quando os agentes da polícia analisavam os contratos firmados entre as empresas e os órgãos públicos, chegavam à conclusão de que os preços que elas cobravam estavam dentro dos limites legais – ou seja, não havia superfaturamento. Ora, se não havia superfaturamento, não havia ganho ilegal e, se não havia ganho ilegal, todo o resto deixava de ter sentido.

Em março, a dúvida dos investigadores deu lugar a uma explicação cristalina. Depois de dois anos de análise minuciosa de contratos públicos, levantamento de notas fiscais, checagem de custos de 554 compras empreendidas em obras do governo e visita in loco de algumas dezenas de canteiros de obras, peritos da PF descobriram o “pulo do gato” – ou mais apropriadamente neste caso, do rato. O truque pode ser chamado de “superfaturamento oculto”.

Para entender essa criação genuinamente brasileira, é preciso fazer um rápido mergulho no mundo das licitações. Há muito tempo, o governo federal é cobrado a estancar o desperdício que mina dos contratos de obras púlicas e corrói seus cofres. Para dar uma resposta a isso, desde 2003 a Lei de Diretrizes Orçamentárias passou a exigir que os órgãos públicos, antes de fazer qualquer pagamento, observem as tabelas oficiais de referência de preços. Essas tabelas, formuladas em conjunto com diversos órgãos do governo, contêm os valores médios dos principais materiais de construção e insumos usados em obras de engenharia civil. A primeira delas chama-se Sistema Nacional de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). A segunda, Sistema de Custos Rodoviários (Sicro). Há oito anos seu uso é obrigatório. Muito bem. Para órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), um preço só é classificado como “superfaturado” se estiver acima dos valores constantes do Sinapi e Sicro. Tudo o estiver dentro do limite das tabelas é considerado legal.

O que a PF descobriu, e que causa espanto, é que as duas tabelas oficiais já trazem preços muito superiores aos praticados pelo mercado. Uma rápida pesquisa realizada pelos peritos policiais no comércio revelou que os preços dos produtos mais usados em obras de engenharia estão, em média, 20% mais altos do que deveriam.

Se o leitor, por exemplo, for a um depósito para comprar um tijolo cerâmico de oito tipo “oito furos”, pagará 44 centavos a unidade. O mesmo tijolo, adquirido pelo governo, sairá por 56 centavos. A diferença é de 27%, é carregado para o ninho dos ratos da corrupção. Em produtos como a tinta látex acrílica, ela chega a 128%. No forro para teto, do tipo bandeja, as tabelas trazem valores até 145% mais altos que o usual. Ou seja, basta as empresas seguirem a tabela ao pé da letra para obter uma espécie de “superfaturamento legal”.

Os peritos da PF fizeram registrar em seus relatórios um outro alerta: dado que o governo nunca compra só um tijolo – suas encomendas começam invariavelmente na casa do milhar – e quem compra em grande quantidade sempre tem direito a desconto, seria de esperar que nas obras públicas de grande porte os valores unitários acabassem ainda mais em conta. Ocorre que os valores registrados no Sinapi e no Sicro não levam em consideração a escala. Com isso, o governo dá de bandeja mais um motivo para as empreiteiras deitarem e rolarem. Elas cobram preços muito acima dos de mercado, fazem isso à sombra de regras estipuladas pelo próprio governo e, assim, ficam inalcançáveis pela lei – e pelas auditorias do TCU.

Os três órgãos responsáveis por elaborar as tabelas de referência – o IBGE, a Caixa Econômica Federal e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) – alegam que elas representam o teto do que o governo pode pagar, e não a média dos preços de mercado. Ocorre que, obviamente, as empreiteiras sempre preferirão – e darão um jeito de fazer valer seu desejo – receber pelos valores de “tabela cheia”.

Há diversas formas de conseguir isso. A primeira é contar com a conivência de quem organiza a licitação. Segundo o Ministério Público Federal, foi o que aconteceu na licitação para a construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul que corta o estado de Goiás. O trabalho foi dividido em sete lotes. Havia diversas empreiteiras interessadas em participar da concorrência, mas Valec, a estatal que cuida da construção de ferrovias, habilitou apenas sete empresas, uma para cada lote. Ou seja, não houve disputa alguma. Todos os que entraram no certame sabiam que iriam para ganhar um lote. Com isso, jogaram o preço lá no alto, cientes de que não seria preciso superar nenhum concorrente. Quando os envelopes da licitação foram abertos, os preços oferecidos pelas empreiteiras para cada um dos lotes eram de 0,5% mais baixos do que o teto previsto no edital, com valores baseados no Sinapi e no Sicro. O governo pagou 245 milhões de reais apenas pela construção de um dos sete trechos. Desse valor, concluíram os peritos da PF, 50 milhões de reais foram superfaturados.

A outra forma de conseguir cobrar o preço cheio é adotar o acerto direto entre as empresas – o que se chama, no jargão dos investigadores, de conluio. Os empresários que vivem de obras públicas se reúnem e acertam quem ficará com cada uma das obras tocadas pelo governo.

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“A margem oculta de negociação muitas vezes é utilizada para manter organizações criminosas”, crava o relatório um dos peritos.

Falar em organização criminosa aqui não é força de expressão. Depois de ler os relatórios da PF, o Ministério Público Federal abriu um novo inquérito por suspeita de que as empresas teriam cooptado pessoas das equipes que formulam as tabelas oficiais de preços para inflar as cotações. Nos últimos meses, as descobertas da PF foram compartilhadas com o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas, a Controladoria-Geral da União e a Secretaria de Direito Econômico, ligada ao Ministério da Justiça. O governo já foi informado do descalabro, mas, até agora, não esboçou reação. Já as empreiteiras se mexeram rápido: antes que o trabalho da PF e a investigação do MP resultem em qualquer medida que venha a ferir seus interesses, elas deram início a um lobby frenético para reajustar os valores do Sinapi e do Sicro. Sim, querem subir ainda mais os já inflados valores de referência.

Uma montanha de verbas públicas está prestes a ser despejada nas obras destinadas à Copa do Mundo de 2014. Pelos cálculos da PF, dos 24 bilhões de reais que serão gastos no Mundial, 5 bilhões de reais ao menos podem ir pelo ralo da corrupção com a providencial ajuda das tabelas de referência. O objetivo dos ratos da corrupção é roer o dinheiro público sem deixar rastros. O do governo deve ser exterminá-los – e acabar de uma vez por todas com essa farra.

APERTEM OS CINTOS, O DINHEIRO SUMIU

Uma investigação da Polícia Federal comprova: nunca se superfaturou tanto na Infraero quando no governo Lula

Os ratos da corrupção infestam a maior parte das repartições do governo. Mas, em algumas, eles reinam. É o caso da Infraero, a estatal que deveria cuidar dos aeroportos brasileiros e que, ao longo dos anos, se transformou numa máquina de desviar dinheiro público. Essa foi a conclusão a que chegou a Polícia Federal (PF).

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Entre as causas que levaram a Infraero a se transformar num hangar de corruptos está a decisão do PT de lotear politicamente o órgão. Em 2003, para contemplar a “cota” do PTB, partido aliado, o governo entregou a presidência da estatal a Carlos Wilson. Morto em 2009, ele era um político sem nenhuma experiência na área. De todos os contratos nos quais a PF encontrou provas de superfaturamento, apenas um não foi fechado no período em que Wilson (que mais tarde se filiou ao PT) esteve à frente da Infraero. A presidente Dilma Rousseff diz que pretende entregar o comando da estatal à iniciativa privada. Será a melhor forma de dedetizá-la.”

Eis, pois, mais abordagens e REFLEXÕES que dão, de maneira CABAL, a dimensão dos DESAFIOS GIGANTESCOS que temos pela frente, buscando ERRADICAR práticas e pensamentos CENTENÁRIOS que tanto SANGRAM a nossa ECONOMIA, MINAM nossa CAPACIDADE DE INVESTIMENTO e POUPANLA, e tanto mais INFELICITAM o nosso POVO e RADICALMENTE nos AFASTAM do mundo DESENVOLVIDO e SUSTENTÁVEL, e PERVERSAMENTE aumentam as DESIGUALDADES REGIONAIS e SOCIAIS...

Mas, NADA, absolutamente NADA, nos ARREFECE o ÂNIMO e o ENTUSIASMO e, mais ainda, nos MOTIVAM e no FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...