segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A CIDADANIA, A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

“O ser humano: entre o biológico e o social
        Uma das questões que povoam a mente de pensadores das mais diferentes áreas do conhecimento diz respeito à natureza do comportamento humano e de aspectos da sua complexidade social. Estudos sociológicos levam em conta principalmente a influência do meio para determinar as causas da formação dos indivíduos. Em contrapartida, o campo das ciências naturais se utiliza de explicações genéticas para definir as origens do comportamento humano.
         Ao fim do século XIX, Gregor Mendel já dava sinais de que nossas características enquanto seres vivos poderiam ser explicadas por meio do entendimento da hereditariedade. Pouco tempo depois, Charles Darwin nos deixava como legado a ideia de que o Homo sapiens não estaria ocupando o topo do processo evolutivo, tampouco se traduziria  na obra-prima da natureza. Atualmente, o evolucionista Richard Dawkins aponta que a replicação dos genes é a razão última de nossa existência, nos transformando em meras máquinas de sobrevivência desses replicadores. Chegamos, então, ao ponto de buscarmos o entendimento do que poderíamos chamar de “genética do comportamento”, campo de estudo que busca explicações inatas para a determinação do comportamento humano, a despeito da análise puramente sociológica.
         Por outro lado, segundo o aforismo de Emile Durkheim, “o social só se explica pelo social”. Ou seja, a sociedade humana possuiria uma dinâmica própria, independente de fatores biológicos. O homem seria fruto de seu meio cultural, sendo uma espécie de “folha em branco” a ser preenchida por suas experiências. Para Karl Marx, a posição social de um indivíduo é o fator determinante para compreendermos suas ideias e, consequentemente, o seu comportamento.
         Evidentemente este breve artigo não pretende formular uma conclusão definitiva sobre a complexa dicotomia hereditariedade versus meio. Entretanto, nossa experiência intelectual nos permite chegar a algumas colocações pertinentes.
         As questões genéticas são inerentes ao ser humano enquanto parte integrante do mundo biológico. E, apesar de estarmos talvez no início  do caminho a ser percorrido para o entendimento da complexidade genética que determina as características próprias de nossa espécie, hoje é impossível descartar a influência dos genes na sociedade humana. Todavia, o Homo sapiens, por meio de suas capacidades cognitivas, conseguiu transcender sua mera condição biológica; é também um ser cultural. Assim como a seleção natural favoreceu determinadas estratégias evolutivas, a “seleção social” também condiciona alguns tipos de conduta que fazem com que os mais “aptos” sejam aceitos em determinados círculos. Sendo assim, seria possível afirmar que nossos comportamentos possuem tanto origens genéticas quanto sociais?
         A conclusão que se obtém dessa análise é que muito ainda há de ser estudado para termos uma compreensão satisfatória sobre a complexidade humana e as verdadeiras particularidades dessa espécie diante da diversidade de vida no planeta.

(Francisco Ladeira e Daysa Athaydes, especialista em ciências humanas; bióloga, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de agosto de 2014, caderno O.PINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de agosto de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil,  e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios da educação
        O Brasil festeja a premiação de Artur Ávila em Seul, com a Medalha Fields, tida como o “Nobel da Matemática”. Primeiro matemático latino-americano a receber a distinção, que existe desde 1936. Ele é pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França. Com certeza, uma conquista extraordinária e incentivo para os novos talentos das Olimpíadas de Matemática Brasil afora.
         No último Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil subiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), passando da 80ª para 79ª em 2013, entre 187 países. Alguns pontos positivos também na educação: o crescente aumento das inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Programa Universidade para Todos (Prouni) e outros programas, a expectativa de escolaridade brasileira é a mais elevada entre os países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a expectativa média de vida hoje é de 74,8 anos em vez dos 73,9.
         Além disso, o número de matrículas na educação integral do ensino fundamental cresceu 139% nos últimos anos, chegando a 3,1 milhões de estudantes. Entre 2012 e 2013, cresceu de 46,5%. Matrículas em creche tiveram crescimento de 72,8% no período de 2007 e 2013. Entre 2012 e 2013, o aumento das matrículas em creche foi de 7,5%. São dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Hoje, são aplicados 5,8% do PIB na educação, e, com as novas metas do Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil pretende elevar essa proporção gradativamente até 10% do PIB.
         Apesar de incentivos e muitos avanços nesses últimos, os resultados não são imediatos e a educação brasileira ainda é de péssima qualidade. Dados atuais do Pisa, pesquisa internacional que testa o grau de escolaridade de jovens de 15 anos, mostram que o país está na retaguarda. Ainda ocupamos o 53% entre 65 países e 731 mil crianças estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional ainda é alto e 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, morando nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. No ensino médio, há grande evasão, chegando a 70% entre os mais pobres. Os cursos técnicos têm habilitado jovens para o mercado, mas de modo geral a qualidade do ensino precisa melhorar.
         A formação dos educadores  é precária e desvalorizada nas universidades mesmo com incentivos recentes. Os cursos de licenciatura precisam merecer destaque. O salário do docente da educação básica é de R$ 1.874,50, quantia três vezes menor que o valor recebido por profissionais da área de exatas, analistas, advogados e outras categorias. Os escândalos na educação e em outras áreas Brasil afora precisam ter fim. Fraudes e corrupção ainda são constantes. Com certeza, falta ação mais rigorosa do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério Público na fiscalização de verbas e na punição dos criminosos. São verbas públicas de fato para uma educação de qualidade com resultados.
         Nas universidades, houve grande expansão de campi até no interior e de programas de inclusão de alunos. Melhorias precisam ser aprimoradas. Nossa maior universidade e com enorme dotação orçamentária, a USP, passa por grave crise e teve suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo por irregularidades. Apenas seis universidades do Brasil estão entre as 500 melhores do mundo e um única entre as 150 melhores. Hoje, seis das 10 melhores universidades do Brics são chinesas e duas são brasileiras. A transformação do país pela educação de qualidade é uma importante meta, mas é preciso gestão competente em todos os níveis de ensino, valorização do compromisso e meritocracia e ações fiscalizadoras rigorosas das verbas públicas.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacional, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, na coluna Momento Econômico de Maurício Pessoa, no caderno de Economia da edição de 21/08/1997, do jornal ESTADO DE MINAS, lê-se: “... Pois foi o fim da Contadoria Geral da União que permitiu o aparecimento da inacreditável indústria de obras inacabadas, uma arapuca pacientemente montada pelos escalões intermediários do governo para que ninguém soubesse o volume do desperdício e, se soubesse, não conseguisse tomar providências...”); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

   

sábado, 16 de agosto de 2014

A CIDADANIA, OS PEQUENOS GIGANTES E O FLAGELO DA DESUMANIZAÇÃO


“Pequenos gigantes
         Ninguém precisa ser empresário para saber da enorme concorrência que existe no mercado. A globalização trouxe para a realidade local o acesso a produtos e serviços de vários países e estimulou um forte processo de fusões empresariais. Competir contra grandes corporações é um desafio, em especial para micro e pequenas empresas. Assim, é uma boa surpresa a revelação de que pequenos negócios ganharam mais espaço na produção de riqueza no Brasil.
         Isso foi o que constatou pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV), usando a mesma metodologia do IBGE. Os pequenos negócios – aqueles que faturam até R$ 3,6 milhões por ano – já respondem por mais de um quarto de toda a riqueza produzida no Brasil. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 1985, representavam 21%.
         Essa evolução é importante por várias razões, em especial em uma conjuntura marca por crescimento econômico em menor ritmo. A última década marcou o ingresso de cerca de 40 milhões de pessoas na classe média. As políticas públicas que estimulam a ascensão social têm sido eficientes: em 10 anos, a renda dos 10% mais pobres subiu cinco vezes mais do que a dos 10% mais ricos no país.
         Se a renda aumenta, cresce também a capacidade de consumo, o que é um ótimo estimulador da economia. Os pequenos negócios podem contribuir mais para a economia brasileira. Um crescimento mais significativo do PIB, como um todo, não depende apenas das grandes empresas, em especial em um país como o nosso, onde a quase totalidade dos negócios (99%) corresponde a micro e pequenas empresas.
         Mas isso não acontecerá por inércia e muito menos por sorte. A forma de aumentar a participação de pequenos negócios no PIB brasileiro é com muita capacitação. O primeiro aspecto fundamental é conhecer o mercado. Uma ideia pode ser genial no papel, mas é preciso testar o interesse do público em adquirir o produto ou serviço que a empresa pretende comercializar.
         Depois disso, há outros quesitos importantes da gestão. Alguém consegue imaginar um dono de mercadinho que não tenha noção quanto aos produtos estocados? Uma cantina de colégio que não se prepare em vista das férias escolares? Planejamento é essencial, assim como o controle do fluxo de caixa, a profissionalização da gestão, a adoção de práticas sustentáveis.
         Boas práticas de gestão são decisivas diante de uma concorrência cada vez mais acirrada. Os consumidores sempre surgem com novas demandas, com base não só no que compraram na cidade onde vivem, como também no que experimentaram em viagens a outras cidades e outros países.
         O aumento da renda viabiliza mais viagens, sem falar do imenso acesso à informação que todos têm graças à internet. Novos produtos e serviços são lançados o tempo inteiro e a fartura de opções torna mais complexo o processo de decisão do consumidor.
         Com mais qualificação, as empresas têm maior chance de prosperar no longo prazo. Nossa economia precisa de negócios sustentáveis, que continuem gerando emprego e renda em todas as regiões do país.
         No Brasil, as micro e pequenas empresas tiveram um incentivo recente, com a ampliação do Supersimples para todas as categorias de serviços antes excluídas do regime especial de tributação. Um ambiente legal, com menos burocracia e menos impostos, aliado à capacitação da gestão nos pequenos negócios, tem tudo para fomentar o aumento da participação dos pequenos negócios no PIB brasileiro – e esse cenário interessa a todos.”
(LUIZ BARRETO. Presidente do Sebrae Nacional, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de agosto de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de agosto de 2014, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Flagelo da desumanização
        A sociedade contemporânea é, contraditoriamente, marcada pelos grandes avanços e flagelos. Guerras fratricidas, fome, catástrofes de todo tipo configuram uma lista que desenha cenários preocupantes de avassaladora desumanização. Essas e outras chagas precisam ser duramente enfrentadas com respostas adequadas e mais velozes sob pena de testemunharmos a derrocada das tradições e narrativas, sustentáculos do respeito aos princípios fundamentais que tornam possível a vida humana no planeta. Para enfrentar o flagelo da desumanização, devem ser priorizadas a paixão pela justiça e o gosto pela verdade.
         O papa Francisco, na sua Exortação apostólica sobre a alegria do Evangelho, faz preciosa advertência que precisa tocar mais fundo os corações. Ele sublinha a gravíssima responsabilidade de todos, quando se consideram situações que estão produzindo, em velocidade assombrosa, um processo de desumanização. Esse percurso nos leva a uma herança de realidades difíceis de serem revertidas. Trata-se de sentença de morte, pois nenhum progresso material é capaz de superar e recuperar  estragos humanitários. São perdas que desfiguram a condição humana, afasta-a de sua identidade e missão próprias.
         A era do poder e da informação que caracteriza este tempo inicial do terceiro milênio está produzindo, lamentavelmente, um caminho na contramão da indispensável humanização, único pilar capaz de sustentar a vida nas sociedades contemporâneas. Basta navegar pelo ambiente digital, o domínio determinante e poderoso das redes sociais, para que se chegue a essa constatação. Uma referência comum é o trabalho jocoso e debochado da dor alheia, do luto desrespeitado. Não menos grave é o anonimato covarde na internet para manipular situações e confundir as pessoas sobre a verdade, condição fundamental para o bem.
         Essa processo crescente de desumanização envenena as relações interpessoais e as interfaces de instâncias da sociedade. Empurra pessoas, grupos, famílias e igrejas para a condição de lobos uns dos outros, com aparência de cordeiros. Vive-se uma realidade em que propaganda enganosa, artimanhas políticas, mentirinhas e outros mecanismos são adotados pela convicção de que os fins justificam os meios. É terrível o nível de hipocrisia e conveniência nas falas, atitudes e apoios , gerando conivências tácitas com o mal, trazendo prejuízos irreparáveis a instituições como a família, igrejas, governos e a terrível neutralização dos mais pobres e dos indefesos. Hipocrisia que partidariza ao extremo as relações e conduz a atitudes de descarte do outro, ignorando o compromisso interpessoal, ensinado pelo evangelho, de ajuda ao próximo.
         O flagelo da desumanização está alimentando, com perversidade, a formação dos guetos e as consequentes segregações que incapacitam para o diálogo, via única para a urgente construção de relações qualificadas na sociedade contemporânea. As contradições são muitas e tecem o emaranhado inexplicável que obscurece os corações no sentido de amar. O que se faz por conveniência, sem escrúpulos. Manipulam-se escolhas, juízos equivocados encontram justificativas, sempre.
         A sociedade desumanizada opera no submundo dos interesses mesquinhos, do uso das instituições como lugares de satisfação de interesses particulares. Tudo funciona num “faz de conta” que corrói o sentido e a alegria de viver com liberdade e com autenticidade. Conta sempre o patológico desejo de ser reconhecido como quem tem o poder. Assim, a hipocrisia e a arrogância comprometem a humanização da sociedade. Elas passam a nortear decisões determinantes à sobrevivência dos mais pobres, especialmente na área econômica. O crescimento e o equilíbrio da economia mundial e nacional não podem ser perseguidos apenas com os mecanismos matemáticos, nem só pelas esperadas escolhas daqueles que governam e constroem, de modo decisivo, a sociedade plural. Parafraseando o economês, humanismo é um capital determinante para a sustentabilidade da sociedade mundial.
         A crise de sentido e de valores se sobressai entre aquelas que ameaçam a humanização. Ela fere um legado básico que, comprometido, produz os cenários aviltantes presenciados pelo mundo. São guerras estarrecedoras, apoiadas por conivências e interesses espúrios, que atentam contra a nobreza da humanidade. Uma realidade que condena os pobres ao isolamento, consequência da incompetência de governos e da insensibilidade daqueles que têm poder para dialogar, encontrar soluções sem o uso da força policial e sem o comodismo de contentar-se com a segregação.
         Transformar essa realidade, contudo, exige mais do que esperar ser convocado para o diálogo. É preciso agir e, no atual contexto, o pleito eleitoral é oportunidade singular. Outras coisas são urgentes, mas urgentíssimo é enfrentarmos, juntos, a tarefa de transformar as causas do devastador flagelo da desumanização.”

Eis, portanto, mais páginas que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantes desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A CIDADANIA, A DEMOCRACIA E O AMOR




“SALVE, SALVE!
Amigos e amigas,

Eu amo radicalmente Ibirité e, em 5 de outubro, espero estar votando assim:

Para

Deputado Estadual RICARDO BERNADÃO 13 360
Deputado Federal PAULO TELLES 1533
Senador JOSUÉ ALENCAR 150
Governador FERNANDO PIMENTEL 13
Presidente DILMA 13

Eu sei apenas que estou fazendo a minha parte e lutando por mais mudanças em nossa cidade, em nosso Estado e em nosso país.

Afinal, estamos todos construindo um novo, belo e fascinante mundo; da justiça,  da solidariedade e da paz!

E você? Pense. Reflita. E decida... O voto é livre!

Com um fraterno abraço; do amigo,

Mário Lúcio”.

Eis, portanto, simplesmente um exercício cidadão e democrático, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, que acena para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do nosso país no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); o meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – o estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da paz, da liberdade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...