segunda-feira, 29 de junho de 2015

A CIDADANIA, A PRIMAZIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E A ECOLOGIA HUMANA E INTEGRAL

“Política educacional para deficientes
        Há atualmente entre os profissionais que se dedicam à causa da pessoa com deficiência discussão acalorada referente à ideal política educacional a ser adotada pelo Estado brasileiro para essas pessoas, principalmente aquelas com deficiência mental/intelectual. O dilema que se coloca é basicamente o seguinte: de um lado os defensores da chamada inclusão absoluta da pessoa com deficiência, para os quais, independentemente do tipo ou grau de deficiência, todos os alunos devem obrigatoriamente ser matriculados nas chamadas “escolas regulares”, com a extinção em definitivo das escolas especiais, e, de outro, aqueles que defendem a coexistência harmônica das duas modalidades de escola, devendo haver o respeito à liberdade de escolha das famílias e às peculiaridades de cada caso.
         Sem a menor pretensão de adentrar nas questões de natureza sociológica, psicológica ou pedagógica que tal discussão impõe, por absoluto despreparo do autor nessas áreas de conhecimento, o presente artigo tem por objetivo apenas trazer à baila o que o direito prevê quanto à questão e se há resposta na legislação pátria.
         Preliminarmente, deve ser verificado que a Constituição de 1988 (CF) dispõe expressamente sobre a educação a ser prestada pelo Estado brasileiro (latu senso) à pessoa com deficiência, asseverando que o dever com a educação será efetivado mediante a garantia de, entre outras coisas, atendimento educacional especializado aos “portadores” de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Parece claro, portanto, que, para entender em profundidade o dispositivo legal em comento, necessária é a compreensão do significado da palavra preferencialmente.
         Segundo o dicionário Houaiss, preferência é a ação de preferir, de escolher um entre outros. Ora, se preferir é escolher, quando a CF diz que a educação para a pessoa com deficiência se dará preferencialmente na rede regular de ensino, está dizendo que é dever do Estado dar às famílias o poder de escolha do melhor caminho a ser adotado para o seu ente, ou seja, dar a opção a estas de matrícula tanto nas escolas regulares quanto nas escolas especiais, dependendo do tipo de deficiência e de seu grau, entre outros fatores.
         Parece claro, também, que há uma escala de prioridade no dispositivo citado, ou seja, em regra, a matrícula do aluno com deficiência deve se dar nas escolas regulares, antigamente e erroneamente chamadas de escolas comuns. No entanto, o Estado (lato sensu) deve conceder às famílias de alunos com deficiência também a possibilidade de matriculá-las nas escolas especiais.
         Tal dispositivo constitucional já seria mais do que suficiente para responder à questão aqui posta, pois, como se sabe, é a Constituição a lei maior de qualquer Estado e nenhuma lei pode dispor de forma diversa da Carta Magna, sob pena de flagrante inconstitucionalidade e invalidade do dispositivo antagônico.
         No entanto, ao se analisar as leis que tratam da educação para a pessoa com deficiência, verifica-se que elas dispõem neste particular em sentido harmônico e compassado à Constituição, senão vejamos:
         A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.396/96), que, como o próprio nome diz, traz as regras básicas do serviço de educação a ser prestado dentro do território brasileiro, contém também dispositivo específico quanto à educação para a pessoa com deficiência, repetindo, em seu artigo 4º, o conteúdo da norma constitucional.
         Ademais, tal lei prevê regra ainda mais explícita quanto à obrigação do Estado de manter, em regime de coexistência, as escolas regulares e as especiais, o que joga definitivamente por terra qualquer discussão, ao menos sob o ponto de vista legal, sobre a questão.
         Neste sentido, o artigo 58 da mencionada Lei de Diretrizes e Bases é claro ao dispor que “o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. Ora, o dispositivo legal não poderia ser mais claro no sentido de que a educação da pessoa com deficiência deve se dar não só por meio de serviços especializados na escola regular, mas, quando o caso exigir, em classes ou escolas especiais.
         Portanto, ao encerrar a atividade de tais escolas ou ao proibir a matrícula de novos alunos nestas, os entes públicos estão frontalmente violando dispositivos de natureza constitucional e legal sobre o tema, o que pode dar ensejo, inclusive, à responsabilização por improbidade administrativa do gestor da área.
         Por fim, para que fique definitivamente demonstrada a opção do Estado brasileiro pela coexistência das escolas regulares e das escolas especiais, deve ser mencionada a Lei 7.853/89, chamada durante longo período de Estatuto da Pessoa com Deficiência. Tal lei dispõe que é obrigação do Estado matricular compulsoriamente em cursos regulares de estabelecimentos públicos ou privados as pessoas com deficiência capazes de se integrar no sistema regular de ensino.
         Nota-se, através de uma hermenêutica elementar da determinação contida no dispositivo citado, que só devem ser incluídos no sistema regular de ensino aqueles alunos que têm condições de se integrar de forma adequada a este. Para os outros, ou seja, aqueles que, em razão do tipo, grau de deficiência ou por outra razão, não seja possível a inclusão, deve o Estado oferecer as escolas especiais.
         Assim, ao menos sob o ponto de vista jurídico/legal, não há dúvida de que, por opção expressa e clara do constituinte e do legislador infraconstitucional, a política educacional escolhida pelo Estado brasileiro para a pessoa com deficiência é a de dar primazia à inclusão e integração destes alunos na rede regular de ensino, sem, contudo, abrir mão da escola especial, que continua tendo papel essencial para receber e atender aquele aluno para o qual, por diversos fatores, a inclusão não se mostra a melhor opção.”

(ESTÊVÃO MACHADO DE ASSIS CARVALHO. Defensor público do estado de Minas Gerais, coordenador da Defensoria Especializada da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, especialista em direito civil pela PUC-Minas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2015, caderno DIREITO & JUSTIÇA, página principal).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fraqueza das reações
        O papa Francisco, na sua carta encíclica Louvado seja, aponta profeticamente a letargia no cenário de reações em busca de uma ecologia integral. Essa é uma realidade incontestável. Basta pensar que o Protocolo de Kyoto, que alcançou resultados abaixo do que se esperava, já caminha  para o encerramento do prazo de validade. Em breve, será realizado em Paris mais um encontro mundial com o objetivo de refletir sobre o meio ambiente e a preservação do planeta. Porém, como se diz, “o papel aceita tudo”. Faltam efetivações – tem razão o papa Francisco quando levanta a sua voz profética para apontar um gravíssimo problema: a fraqueza das reações. Por isso mesmo, ele convoca todos a contribuírem para uma profunda revolução cultural.
         O processo de deterioração da qualidade de vida e a crescente degradação social é uma realidade incontestável. O sacrifício ambiental como condição para se alcançar “desenvolvimento”, sem dúvida, é um atentado à dignidade de toda pessoa. Contribui para multiplicar bolsões de miséria, ilhas de exclusão social e cultural, além de estimular as práticas alicerçadas no consumo exagerado. Assim, conduz a sociedade a uma desumanização com consequências irreversíveis. Não se pode deixar de considerar que esse terrível processo é desencadeado pela negação e substituição inegociáveis, tão imprescindíveis quanto as fundações de um grande edifício. A crise moral em curso no coração da sociedade tem tudo a ver com o processo de degradação ambiental.
         Há um descompasso patente e um desgoverno perverso que empurra a humanidade rumo ao crescimento econômico desmedido e descontrolado. Os ambientes urbanos estão, cada vez mais, se tornando pouco saudáveis, devido à contaminação proveniente de emissões tóxicas, além dos problemas de transporte, poluição visual e acústica. As cidades avançam para o caos em razão de seu equivocado funcionamento, com gastos excessivos – de seus moradores e governantes – sem inteligência clarividente. Demanda-se, principalmente das autoridades, rapidez na apresentação de respostas adequadas.
         Com a crise ambiental, o preço mais alto é pago pelos pobres, que, embora não raramente vivam próximo a lugares com grandes recursos naturais, produzem para poucos. Essa triste situação confirma a mediocridade de setores dos governos e dos vários segmentos da sociedade que têm o poder e o dever de mudar os cenários de injustiça, mas não o fazem pela falta de lucidez e, também, em razão da ganância. Seguem na contramão de uma ecologia humana e integral. Lamentavelmente, prevalece o equivocado entendimento de que o mais importante é ajuntar para si as riquezas à custa dos pobres, como sublinha o papa Francisco na oração final que conclui a carta encíclica.
         O Santo Padre, pela força de sua autoridade, denuncia e adverte a respeito de sinais que comprovam como o crescimento dos últimos não significou, em todos os seus aspectos, um verdadeiro progresso integral e uma melhoria da qualidade de vida. Não bastarão as conferências sobre meio ambiente, nem mesmo as urgentes legislações adequadas. Ao se considerar a crescente desigualdade planetária, é urgente emoldurar as análises técnicas e o escrito dos protocolos com o indispensável desenvolvimento de uma capacidade de viver com sabedoria. Sublinha o papa Francisco que é preciso pensar em profundidade e amar com generosidade.
         Incontestavelmente, falta um viés e um substrato na ordem espiritual, frequentemente descartado pelo contexto contemporâneo, presidido pela lógica do lucro e da defesa mesquinha de interesses individuais, coletivos, ideológicos, institucionais e de nações. Por que existe a fraqueza das reações, como aponta profeticamente o papa Francisco? Há uma inércia e uma insensatez, temperada com indiferença, diante do dever de ouvir com atenção os clamores e lamentos dos abandonados do mundo. Essa escuta é insubstituível para sensibilizar e iluminar a inteligência. A ausência dessa escuta gera irracionalidades, como as guerras, a corrupção e a indisposição para partilhar.
         Está em baixa a cultura que pode subsidiar e sustentar o processo urgente de reação diante da grave crise que ameaça o planeta. Por isso mesmo, embora seja evidente a necessidade de mudar hábitos e lógicas, não se veem atitudes efetivas adotadas pelo grande conjunto de instituições e de pessoas. Quem pode e deve desencadear os processos de mudança não toma posição. Escutar os mais pobres, os que partilham o pouco que ainda possuem, é lição que deve ser aprendida para dar rumo novo à vida da sociedade. Na riqueza do horizonte delineado pelo papa Francisco na carta encíclica Louvado seja, é hora de conhecer melhor suas indicações, estuda-las e assumir compromissos. É indispensável que todos se empenhem na transformação da realidade, um cenário preocupante em razão da fraqueza das reações.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...     
     
        


  

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A CIDADANIA E OS GRAVES DESAFIOS DA EFICIÊNCIA E DA QUALIDADE NA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES

“2016: marco na gestão do país?
        O ano de 2016 pode acabar sendo, por força das circunstâncias, um importante divisor de água para a organização da gestão pública no Brasil, em todas as instâncias. Principalmente, por oportunizar o abandono definitivo do modelo populista genérico, hoje majoritário no imaginário e na realidade do país, que gera custos crescentes e uma grande dificuldade de gestão.
         A situação financeira crítica de União, estados e municípios é a face mais aparente de um colapso institucional, gerado principalmente por uma procrastinação de 30 anos, pelo menos, na busca de um modelo institucional mais apropriado a um país de renda média e com maior inserção tecnológica, como é o Brasil de hoje. O resultado do crescimento vegetativo e descoordenado das estruturas, em todas as instâncias, assim como a falta de melhor entendimento sobre atribuições e prioridades governamentais levou a operações municipais e estaduais que se tornaram impagáveis e difíceis de se administrar. A perspectiva de tornar-se gestor público no Brasil, na persistência desse modelo, pode aproximar-se de um pesadelo. A maioria das estruturas municipais e estaduais do Brasil cresceu vegetativamente entre 30% e 50% nos últimos dez anos. A grande questão é que há um desajuste entre as necessidades e a capacidade de suporte da nação brasileira em relação ao tamanho e funções da sua gestão pública. A falta de colocação em prática de planejamento e direcionamento estratégico das gestões, quando existem, talvez tenha um reflexo tão grave quanto esse crescimento desordenado de sua estrutura. E é, sem dúvida, também uma de suas principais causas. O ano que vem, a partir do agravamento das crises financeiras e institucionais, poderá ser o início da busca por um modelo de gestão pública mais adequado às reais necessidades da sociedade brasileira, em seus diversos segmentos de população, e na abertura de alguns tabus regulatórios que são anacrônicos e já se mostrarão inviáveis no curto prazo. Esse tema deve ser alvo de debate nacional, de incorporação de melhores práticas e novos modelos institucionais, em prática no país e no exterior, e de descontinuidade e desvalorização de práticas populistas e soluções “mágicas”, com o crescimento, entre os agentes políticos, da noção de que gestão responsável também gera votos; e que não há como tornar uma gestão mais profissional se ela não ocorrer em paralelo com a revisão de privilégios corporativistas.
         Configura-se uma inédita situação potencialmente geradora de um pacto diante do possível colapso de todo o sistema. Os limites para se repassar o aumento de custos por meio de ajustes fiscais convencionais, com aumento da carga tributária, já foram atingidos, e talvez ultrapassados. Portanto, é preciso que o ajuste, em todas as instâncias, avance também do outro lado da conta, da organização da gestão pública. De forma sistêmica, e não emergencial. A crise está colocada, a oportunidade é concreta. Na persistência do problema, todos perdem. Na possibilidade de uma solução, o possível início de um avanço institucional de 50 anos.”

(GUSTAVO GRISA. Economista e especialista do Instituto Millenium, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de junho de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO CORDEIDO, coach, consultor de gestão, pesquisador, especialista de desenvolvimento profissional e escritor. É autor do livro Accountability, a evolução da responsabilidade pessoal (Editora Évora), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sem tolerância com a baixa eficiência
        A maioria dos gestores brasileiros não está acostumada a extrair de seu time os melhores níveis de entrega. Com isso, esses profissionais perdem a oportunidade de gerar uma contribuição maior à sua companhia. Além de não alcançar a alta performance, acabam comprometendo os objetivos empresariais, o atingimento de metas e, por fim, os resultados operacionais e financeiros. Essa declaração pode parecer exagerada. Mas, acredite, não é. Simples assim.
         Com a economia recessiva, consumo interno andando devagar e competidores fazendo o possível para não perder as suas participações, é imperativo que o gestor reaja e gere um ambiente criativo, inovador e de agilidade. É preciso também que o gestor tenha uma visão positiva do futuro, sensibilidade e percepção para se antecipar aos movimentos de mercado, cavar oportunidades e conquistar resultados. Isso também não é novo. Essas são ações esperadas e básicas de todo gestor. Dessa forma, já não basta ser apenas responsável. É preciso ir além, e aí sim é a grande novidade do universo corporativo e mantra dos gurus da administração contemporânea.
         Empresas de alta performance resistem melhor a momentos de crise e saem rapidamente de situações difíceis por causa de uma nova variável: ter gestores com a habilidade de pensar, agir como dono e gerar resultados excepcionais. E é esse profissional, como essa competência, que começa a ser disputado pelas corporações.
         Esse conceito está relacionado a algo incomum em nosso idioma: a accountability pessoal, apresentada aqui como uma virtude moral, que leva o ser humano a evoluir a sua percepção da responsabilidade, encontrando oportunidades de deixar uma contribuição maior. Também encoraja os indivíduos a assumir um papel de protagonista em vez de se comportarem como vítimas. A conclusão é prosaica e eficiente: a accountability pessoal é o atalho para se ter profissionais mais completos, sem desculpas ou justificativas, com entrega de resultados consistentes. Assim, cada pessoa é um potencial influenciador e inspirador de seus stakeholders. O modo accountable de trabalho beneficia a todos e faz do gestor um profissional focado, exigente consigo mesmo e intolerante com baixos níveis de performance.
         Aristóteles (385-322a.C.) não acreditava que nascêssemos prontos, do ponto de vista moral. Nessa direção, as virtudes deveriam ser apresentadas ao indivíduo, incorporadas e aprimoradas ao longo da vida. Assim, como a definição original do pensador grego, também a accountability pessoal pode ser aprendida e aprimorada. O antivalor de accountability pessoal é desculpability”, que é a habilidade de afastar de si a responsabilidade, culpando os outros ou as circunstâncias.
         A perversidade, nesse caso, é que a desculpability” é inata e instintiva. Explico: nascemos prontos para nos proteger, defendendo-nos das críticas. Assim, ela pode ser aprimorada e contamina as famílias, a sociedade e, consequentemente, o trabalho. Se fizermos uma comparação com a teoria de mecanismos de defesa, elaborada por Sigmund Freud (1856-1939), talvez a projeção seja o mecanismo de defesa que mais se aproxima da “desculpability”, no qual sentimentos próprios e indesejáveis são projetados a outras pessoas.
         É por meio da “descupability”, portanto, que revivo a primeira provocação deste texto. O executivo brasileiro, de tanto ouvir desculpas, tornou-se tolerante com a baixa performance do seu time e, apesar de termos por aqui excelentes modelos de cultura de alta performance, muitos gestores ainda desconhecem as ferramentas para reverter esse quadro. E uma dessas ferramentas é a accountability pessoal.
         Parte dessa complacência advém do próprio modelo do pensamento nacional, facilmente observado pela tolerância que temos em relação aos problemas que enfrentamos no dia a dia. São condições que afetam indiretamente a nossa estima, o nível de exigência e que, inconscientemente, refletem nas decisões dos gestores. Ser accountable é pegar para si a responsabilidade, sem medo.
         Não estou sozinho nesse fórum de reflexão. Segundo estudo global da McKinsey & Company, publicado no McKinsey Quartely de abril de 2014, accountability é uma das nove dimensões da saúde organizacional, resultado de uma ampla pesquisa com empresas privadas. Que vivencia esse conceito extrai de dentro de si o que há de melhor do ser humano, a coragem para agir como dono do seu destino, tornando-se uma pessoa mais completa em diversas dimensões.
         Um profissional accountability  se transforma em protagonista, e não em mero espectador da vida corporativa, tornando-se um embaixador da cultura proativa das nossas organizações. Eu convido-o a refletir e, se assim decidir, a vivenciar a accountability pessoal tanto na dimensão pessoal, quanto na profissional, encontrando, dessa forma, papéis cada vez mais nobres para a nossa sociedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...     
     
        

        
        


terça-feira, 23 de junho de 2015

A CIDADANIA, A ENERGIA DA VIDA ESPIRITUAL E A EDUCAÇÃO UNIVERSAL E DE QUALIDADE

“O despertar para uma vida em união com o espírito
        O compromisso, único e exclusivo, que se assume quando se adere à vida do Espírito é manifestar a vontade de Deus, e isso se faz com verdade, autenticidade e clareza.
         No desenvolvimento da consciência, os conflitos internos que se manifestam por meio de formas são como cuidadosas mãos que sustentam uma criança que aprende a caminhar. Porém, como já vimos, esses contatos não devem constituir uma meta. A aproximação da consciência à realidade não deve ter objetivo material algum, mas somente a entrega a essa realidade Maior, Suprema.
         Quando o indivíduo tem a capacidade de perceber a vida em planos sutis, superiores, esse dom é utilizado por Deus e torna-se instrumento de serviço sempre que a necessidade assim o indica. Porém, em geral, uma progressiva elevação vai acontecendo no processo evolutivo do indivíduo, conduzindo-o a uma maior unificação com a energia e levando-a mais a vivenciá-la como essência do que a perceber as formas, ainda que sutis, das quais ela se reveste.
         Cristo não veio à Terra transmitir visões ou mensagens, mas veio a ser a energia que trazia no interior. Sua própria vida foi a grande mensagem que deixou ao mundo, ainda que poucos a tenham observado em profundidade. Analogamente, à medida que uma consciência passa do estágio de receptor para o de autor, ela deixa de ser portadora de uma energia aparentemente externa para expressar a vibração do seu próprio ser, a parcela que lhe cabe dentro do Todo.
         Esse despertar para ser corresponde à sua união com o espírito, e é por esse motivo que está sendo claramente dito que estamos em uma etapa em que o espírito já pode transmitir ao nosso interior a qualidade que nos cabe expressar. Se a gratidão por tudo o que recebemos está presente, etapas completamente novas se instalam com maior liberdade, e mais raros serão os casos de experiências vividas e já superadas.
         É bom ressalvar, no entanto, que um indivíduo apto a obter indicações formais dos planos sutis, espirituais, é em potencial um instrumento de serviço, e será utilizado todas as vezes que no desenvolvimento do Plano Divino surgir a necessidade. Sua abertura para isso de modo algum se incompatibiliza com a evolução do seu ser; ao contrário, quanto mais lhe é dada a oportunidade de servir, mais ele se realiza em seu destino, pois qualquer que seja a maneira de expressar esse serviço, nela estará incorporada a plenitude da existência se tem como origem um impulso da Fonte da Vida.
         Muitas vezes situações planetárias, grupais ou individuais lhe são reveladas por meio de imagens ou mensagens, situações que necessitam da irradiação de energias de transformação e de cura. No silêncio da entrega, o servidor deve estar disponível para essa tarefa.
         Para cada um está definida uma cor e um som, e também por isso não há mais tempo para processos pessoais, para a busca de autoaperfeiçoamento ou mesmo para a conquista de qualidades superiores; estes são tempos de ser, tempos de uma total despreocupação pelo que humanamente somos, de deixarmo-nos expressar o que mais sublime já vive em nosso interior. A estreita passagem do reino humano para o reino espiritual torna-se larga quando vista pelos olhos daqueles que se entregaram e que se esqueceram de si mesmos.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de junho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de junho de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação em pauta
        A sociedade brasileira está convocada a conhecer as mudanças em curso no campo da educação. Um tema de interesse social incontestável. A educação é decisiva na vida de cada cidadão e no conjunto da cultura. Por isso mesmo, os processos educativos precisam ser bem acompanhados para evitar desvios e descompassos. Equívocos na condução desse campo podem condenar gerações a pagar alto preço. Neste momento, a educação está em pauta e todos, particularmente as famílias, pensando no futuro das crianças e jovens, devem se informar e acompanhar tudo o que se propõe para essa área estratégica. Nesse caminho, é importante conhecer o documento final da 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae 2014), realizada entre 19 e 23 de novembro passado.
         Um aspecto positivo é a parceria entre Congresso Nacional, sistemas de ensino, órgãos educacionais e a sociedade civil, em busca de uma articulação da educação nacional como uma política de Estado. Os desdobramentos desse processo devem levar os vereadores de todos os municípios e dos deputados estaduais a se empenharem na busca da efetivação do que é indicado no Plano Nacional de Educação. Mas, para que ocorram avanços, todos os cidadãos precisam conhecer as propostas, refletir e expor suas convicções para os representantes do povo. É importante observar, especialmente, os interesses da família, instituição de imensurável relevância na sociedade.
         Não se pode iludir diante da nefasta consideração de que a instituição familiar é algo antiquado. Também é inadequado o questionamento a respeito do modelo de família cristã, referência não apenas para os que professam a fé, pois é sustentáculo incontestável e imprescindível de toda a sociedade. Nesse sentido, é preciso redobrar a atenção e participar da luta para que o Plano Nacional de Educação não exclua família do processo educativo. Educar não é tarefa exclusiva do Estado. Reivindica-se que o Estado consiga cumprir a sua tarefa de promover um ensino qualificado, missão que, lamentavelmente, ainda não é bem exercida. Porém, para o Estado avançar no exercício desse dever, precisa decisivamente da contribuição das famílias, importantes comunidades educativas.
         É no contexto familiar que o homem e a mulher são educados para viver a plenitude de sua dignidade pessoal, em todas as dimensões. Há valores que só podem ser aprendidos na família. Por isso, a inclusão da prejudicial ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação é motivo de preocupação. Trata-se de uma ideologia com fragilidades antropológico-culturais que, ao ser inserida no Plano Nacional determinará o ensino de que ninguém nasce homem ou mulher, mas que deve construir sua identidade, isto é, o seu gênero, ao longo da vida. Gênero seria uma construção pessoal. As crianças não deveriam aprender que são meninos e meninas. Essa absurda compreensão estaria no material didático e o papel educativo da família seria anulado e usurpado. O poder educativo ficaria concentrado nas mãos do ente federado, a partir da orientação de uma ideologia nefasta. Por isso, afirmou bem o papa Francisco que a “ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus”.
         Atenção, reflexão e acompanhamento são necessários porque muitos princípios e objetivos regem o Plano Nacional de Educação. As metas incluem a promoção da alfabetização, a universalização do atendimento escolar, melhoria da qualidade da educação, formação para o trabalho e para a cidadania, a promoção do princípio da gestão democrática da educação e, também, a promoção humana, científica, cultural e tecnológica do país. Esse documento estabelece, ainda, meta de aplicação de recursos públicos em educação, a partir do Produto Interno Bruto, para assegurar atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade. Além disso, o plano contempla a valorização dos profissionais de educação, a promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
         Porém, a inclusão da chamada ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação é ponto crucial que exige atenção e posicionamento dos cristãos e de todos os que não admitem a desconsideração de valores antropológicos inegociáveis. É urgente conhecer minimamente o assunto em questão. De modo rápido, todo cidadão deve buscar o diálogo com vereadores e deputados estaduais para a ideologia de gênero seja radicalmente rechaçada. A sociedade não pode correr o risco de sofrer prejuízos irreversíveis. A educação está em pauta e é preciso, urgentemente, agir em defesa da família.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...     
     
        


     

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A CIDADANIA, O CAMINHO DA ESPIRITUALIDADE E A FORÇA DOS JORNAIS DE QUALIDADE

“O encontro com a paz no caminho da espiritualidade
        A paz é um estado sutil, que existe em um plano mais elevado que o nosso. Deve permear toda a humanidade e toda a Terra. Para emergir, é necessário que o indivíduo se polarize no centro do próprio ser, o que vai conseguindo pelo trabalho constante de busca dessa concentração.
Às vezes, no mundo, a paz é confundida com ausência de conflitos, e tenta-se inutilmente firmá-la por contratos formais. Mas, na verdade, a paz é dinâmica, transformadora, e impulsiona a consciência a um aprofundamento. Nem sempre tem a ver com ausência de conflitos ou com uma vida de inerte serenidade.
         A paz não tem começo nem fim; transcende as leis de tempo-espaço. Brota do interior do ser e pode aflorar em qualquer lugar e a qualquer momento, desde que se estabeleça sintonia com ela. O surgimento da paz em alguns membros da humanidade atrai condições futuras e tem imenso valor para a evolução da Terra que, como consciência, se encontra receptiva às energias sutis, espirituais – vida desconhecida ainda da maioria das pessoas.
         Quando se entra em contato com a vibração espiritual, a paz torna-se realidade tangível e os fatos da vida externa passam a ser tratados com espiritualidade. À paz não se chega por embates e lutas, mas pela renúncia ao uso das forças de atrito e pela percepção da própria realidade que vem de dentro de nós, do interior.
         A seguir, alguns impulsos, pensamentos escolhidos para ajudar nessa sintonia.

  ü Da humildade vem a força para renunciares sem te sentires subtraído de coisa alguma; abre os braços em Cruz e acolhe a Crua que te é entregue. A plenitude é qualidade da consciência liberta. Muitas provas advirão; nelas deve estar sereno e firme. Suprema bem-aventurança preenche o coração dos que se rendem à luz.

  ü O trabalho intensifica o amadurecimento da consciência e a coloca na atitude requerida em cada situação. O trabalho cura a mente habituada a devaneios e fantasias e a leva ao exercício da concentração.

  ü A fé é um mastro que eleva tão alto a luz, que esta, por pequena que seja, poderá assim erguida clarear vastidões impensadas.

  ü Não procures na Terra o que se encontra no mundo do espírito. Se buscas a Fonte, tens de caminhar só; porém, nunca estás sozinho. A oração deve converter-se em ação efetiva, como resposta clara à premência dos tempos e à ajuda que o Cosmos envia à Terra.

  ü A paz é aspiração íntima de muitos, mesmo dos que se encontram dominados por conflitos. Para alcançar a harmonia, é preciso aprender a receber vitória e derrota com equanimidade.

  ü Quando o verdadeiro amor toca o coração de alguém, cessam as críticas e as exigências pessoais. És parte do Todo e poderás sentir o delicado amor das suas funções excelsas. Quem em sua vida se conduz com medidas exatas sabe chegar a tempo.


  ü Permite que a luz da devoção penetre tua consciência. Não te desligues da oração. Assim te fortalecerás. Pode-se, a cada momento, redescobrir a vida de oração. Não vês a importância de ser uma tocha de luz nos ambientes que frequentas? A devoção faz arder o Fogo que eleva a humanidade.

  ü  É no verdadeiro amor ao Criador que poderás viver o correto amor às criaturas. Infinito caminho que, a cada etapa, mais belo se revela! Vives tempos de despertar.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 14 de junho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Importância dos jornais
        Martin Sorell, fundador e presidente da WPP, maior empresa de publicidade do mundo, afirmou recentemente que a corrida das agências de publicidade para o meio digital pode ter sido exagerada. Em evento da Broadcasting Press Guild, em Londres, Sorrell frisou que as mensagens de anunciantes veiculadas em jornais e revistas podem ter índice de retenção maior em relação aos apresentados somente em meios digitais.
         Segundo o jornal The Times of London, os comentários do executivo marcam uma mudança de visão em relação à mídia tradicional. No passado, Sorrell havia declarado que seus clientes gastavam uma parte muito grande do orçamento em mídia impressa, considerando que muitos dos leitores estavam migrando para os meios digitais. Agora, no entanto, ele salienta que o uso dos veículos de comunicação tradicionais é muito importante, pois a relação do leitor com os conteúdos é diferente. “Há uma discussão neste momento sobre a eficiência dos jornais e revistas e como ambos, mesmo em seu formato tradicional, talvez sejam mais eficientes do que se tem considerado ultimamente”, concluiu o executivo.
         A autocrítica do fundador da WPP repercutiu no mercado brasileiro. Nizan Guanaes, experiente publicitário, publicou anúncio de página inteira jornal sobre a necessidade de os líderes trabalharem duro e inovarem para a superação da crise econômica do país. Sobre a decisão de publicar sua opinião na forma de anúncio, Nizan afirmou: “Anuncio em jornal porque jornal funciona”. Vale o registro.
         Jornais e revistas são muito eficazes. O mercado anunciante e a sociedade não podem ficar reféns de certas tendências que ameaçam não apenas um modelo tradicional de comunicação, mas a própria democracia. Alguém consegue imaginar o que seria do Brasil sem a presença de um jornalismo independente? A agenda da luta contra a corrupção não é fruto do acaso. As redes sociais, com grande eficácia, repercutem pautas, denúncias e reportagens que nasceram nas redações dos jornais e revistas. Os jornais têm um papel insubstituível na saga brasileira. A preservação do jornalismo não depende só do empenho das empresas de comunicação. Depende de todos nós: dos leitores, dos anunciantes, da indústria, do mercado financeiro, do agronegócio, de todos os que, de fato, acreditam no Brasil.
         Nós, jornalistas, precisamos fazer autocrítica. É preciso escrever para os leitores, e não para os colegas. Algumas matérias parecem produzidas numa bolha. Falam para si mesmos e para um universo cada vez mais reduzido, pernóstico e rarefeito. O jornal precisa ter a sábia humildade de moldar o seu conceito de informação, ajustando-o às autênticas necessidades do público a que se dirige.
         Falta humildade, sem dúvida. Mas falta, sobretudo, qualidade. O nosso problema, ao menos no Brasil, não é a falta de mercado, mas de incapacidade de conquistar uma multidão de novos leitores. Ninguém resiste à matéria inteligente e criativa.
         A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar sempre entre as prioridades estratégicas. É preciso seduzir o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo declaratório. A ótica jornalística é, e deve ser, fiscalizadora. Mas é preciso reservar espaço para a boa notícia. Ela também existe. E vende jornal. O leitor que aplaude a denúncia verdadeira é o mesmo que se irrita com o catastrofismo que domina muitas de nossas pautas.
         Precisamos, enfim, de combater a síndrome ideológica que ainda persiste em alguns guetos anacrônicos. Seu exemplo mais acabado é a patologia dos rótulos. Insiste-se, teimosamente, em reduzir a vida à pobreza de quatro qualificativos: direita, esquerda, conservador e progressista. A boa reportagem é sempre substantiva. O adjetivo é o adorno da desinformação.
         O leitor quer informação clara, corajosa, bem apurada. Não devemos sucumbir à tentação do protagonismo. Não somos construtores de verdades. Nosso ofício, humilde e grandioso, é o de iluminar a história.
         Os jornais têm futuro. E o Brasil precisa deles.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...