segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A CIDADANIA E OS DESAFIOS DA QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCAÇÃO

“Vida pessoal e empresarial
        No atual cenário, mais do que nunca, há a necessidade de as empresas se modernizarem e serem mais produtivas para se manterem competitivas, ao mesmo tempo em que variadas crises testam os limites e a longevidade das organizações. Manter custos competitivos, produtos inovadores, clientes leais e uma liderança inspiradora são desafios impostos pelo mercado. Os cenários prometem negócios crescentemente competitivos e instáveis. Ciclos cada vez menores de mudança ditam a necessidade de reorientação de visão. Para tempos incomuns, exigem-se ainda mais profissionais com sensibilidade para compreender o todo, propor soluções e agir. Em um tempo de pressão por resultados, o jogo intenso da rotina requer determinação, equilíbrio emocional e perspicácia. Diante desse cenário, como equilibrar uma vida profissional mais exigente com vida pessoal plena e feliz?
         Acredito que o ser humano tenha que olhar para tudo isso de forma integrada, sempre balanceando as questões pessoais. Tem que se dedicar ao trabalho e dar o melhor que puder, mas essa não pode ser a única dimensão de sua vida. Precisa conviver com a família, desfrutar o tempo com os amigos, manter a própria saúde, sem a qual não poderá fazer mais nada. Cuidar da sua espiritualidade e do seu interior. E não me refiro à religião, mas à própria individualidade, considerando a importância do autoconhecimento, da visão sistêmica e da ética. Todas essas são formas de assegurar o equilíbrio. As grandes doenças hoje estão ligadas ao estresse, ao lado psíquico desbalanceado. As próprias estatísticas e estudos da medicina mostram que o estresse é resultado da incapacidade das pessoas de equilibrar as várias dimensões da própria vida, gerando problemas em cascata. Harmonizar essas dimensões vai permitir ao indivíduo uma vida melhor. E buscar a felicidade em todas as suas interações. As empresas e as pessoas com uma visão amplificada ajudarão a construir uma relação que evolui continuamente para a busca do equilíbrio, sendo boa para os dois lados. A meu ver, à empresa cabe preparar líderes diferenciados, capazes de enxergar a diversidade em um tempo em que receitas prontas de gestão sucumbem diante da necessidade de flexibilidade, inovação e de uma única certeza: a mudança. Uma liderança inspiradora com profissionais que se autoconheçam, exercitem a visão sistêmica e se preocupem em manter o próprio equilíbrio antes de gerir uma equipe. O grande líder é que lidera pelo exemplo, ou seja, pelas suas ações. A capacidade do capital humano de uma empresa de otimizar recursos e, sobretudo, inovar só acontece em um clima organizacional que favoreça a criatividade, o trabalho cooperativo, a saúde e a segurança das pessoas. Um dos aspectos da liderança transformadora é conseguir adequar os interesses pessoais aos resultados organizacionais e acreditar no desenvolvimento permanente das pessoas.
         Aos demais profissionais, é preciso ter inteligência emocional para suportar os desafios que estão postos pela realidade contemporânea. E pensar sobre suas escolhas. Quem está realizado, satisfeito, vendo valor e sentido naquilo que faz, certamente estará mais atento à saúde, à segurança e à qualidade de vida em geral. Em tempos de crise como o atual, essa pode ser, também, oportunidade para uma reflexão sobre todos esses aspectos.”.

(RICARDO GARCIA. Vice-presidente de recursos humanos e tecnologia da informação da ArcelorMittal Américas Central e do Sul, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, 
página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 17 de maio de 2008, mesmo caderno, página 13, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação com qualidade
        Graças à continuidade de uma política econômica adequada, à ampliação do mercado interno e ao crescimento mundial, o Brasil apresenta taxa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 30% nos últimos oito anos. Investimentos empresariais significativos geram empregos, ampliam a renda, elevam as exportações, o saldo de divisas beira US$ 200 bilhões e o país acaba de receber o grau de investimento internacional. O governo federal bate recordes sucessivos de arrecadação tributária, mesmo sem a CPMF e, ainda que gaste muito e mal, as contas públicas permanecem sob controle. Mas como está o Brasil? Aproveitou o bom momento para construir uma base sólida que garanta transformar o atual crescimento em desenvolvimento? Foram realizadas reformas visando transformar o país num Estado moderno? Em que situação se encontra a infra-estrutura (rodovias, ferrovias, energia, portos, aeroportos, saneamento)? E as pessoas, os jovens, cidadãos do futuro? Será que estamos na rota de nos tornarmos um país de Primeiro Mundo, numa nação? Lamentavelmente, a resposta é não.
         Na agende de mudanças essenciais, avançamos muito pouco. Além disso, não progredimos no fator crucial para a base sustentada de desenvolvimento, que é a formação de capital humano. Estão muito aquém do desejável a educação formal dos jovens na escola, o ensino de valores morais e princípios de cidadania, direitos e obrigações cultuados e respeitados, a família estruturada, o respeito ao outro, o desejo de servir, num ambiente onde as pessoas acumulem conhecimento e o transmitam para as próximas gerações. Esses temas estão negligenciados e fora da pauta dos governos e da própria sociedade. Desenvolvimento é um conceito mais amplo que o mero crescimento, representado pelos números frios da economia.
         Um dado revela a distância que estamos dos países desenvolvidos. O exame do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que é realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir o grau de conhecimento de jovens de 15 anos do mundo todo em idioma, matemática e ciências, revela que a posição dos brasileiros é muito ruim e encontra-se estagnada nas últimas posições entre as nações industrializadas. O país avançou na inclusão escolar. Hoje, 95% dos jovens de sete a 14 anos frequentam a escola, no entanto a qualidade do ensino ficou esquecida. Educação precede o desenvolvimento. Só é possível pensar em desenvolvimento com a principal matéria-prima, um povo educado, que tenha atitudes éticas, cidadania, respeito às leis e que esteja preparado para os desafios do futuro. Países que há pouco tempo eram considerados do Terceiro Mundo e que conseguiram sair dessa condição, como Japão e Coréia do Sul, só deram um salto de qualidade ao investir maciçamente em educação ao longo de décadas. O Brasil vai bem no aspecto econômico, mas a sociedade tem pressa. O ritmo dos nossos homens públicos não é compatível com a velocidade das mudanças que a sociedade precisa. As demandas são grandes e os recursos, limitados.
         Por esse motivo, é indispensável planejar, fazer escolhas prioritárias voltadas para o desenvolvimento efetivo. A Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) fez sua opção há 77 anos, quando a entidade foi fundada na Bélgica por empresários preocupados quanto à situação de opressão e descaso com os trabalhadores. A instituição e todos aqueles que a integram hoje escolheram trabalhar em prol dos seres humanos, pela justiça social, pelo respeito à dignidade das pessoas. A sociedade também precisa fazer sua escolha e cobrar de seus representantes, os políticos, que optem pelo mesmo caminho, pois são eleitos para fazer o necessário pelo país e não o que é melhor para eles próprios. Que a opção principal seja pela educação, pois só assim o país poderá atingir a condição de desenvolvido e construir uma verdadeira nação. Os brasileiros têm características fantásticas, como alegria, flexibilidade, adaptabilidade, criatividade, sagacidade, inteligência, emotividade e fé. Quando tudo isso for alavancado pela educação formal e técnica e pela disseminação e assimilação de valores, aí, sim, poderemos dizer “ninguém segura este país”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c
     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
            

 
    
   

         

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A CIDADANIA, A RIQUEZA DA LEITURA ESPIRITUAL E OS DESAFIOS DO DIREITO SOCIAL

“As bênçãos que a leitura 
   espiritual pode nos trazer
        O hábito da leitura é importante para o desenvolvimento humano e espiritual. Dedicarmo-nos a um tema que não seja óbvio, que exija esforço, põe em atividade células que estavam adormecidas. E há temas que mobilizam áreas cerebrais necessitadas de descondicionarem-se. Elas então se renovam, começam a ter vida, e nisso é que a leitura muito contribui para o desenvolvimento humano.
         Mas a leitura pode influir também de outros modos, bem mais profundos. Quando um livro apresenta ensinamentos espirituais autênticos, em geral traz informações a respeito das leis que regem níveis de consciência superiores, muitos dos quais ainda não alcançamos. Tal tipo de livro leva-nos ao contato com essas leis superiores e seus ensinamentos, e evoca em nós uma energia mais elevada. Isso pode ajudar-nos a reconhecer um próximo passo de crescimento, evolutivo, e estimular-nos a transcender os aspectos materiais que temos arraigados.
         Sobretudo hoje, a leitura espiritual tem como meta facilitar a comunhão com a vida além do mundo material. Predispõe o leitor à revelação de realidades sutis e pode acrescentar-lhe informações sobre as perspectivas evolutivas da humanidade. Essa ampliação é parte da necessidade atual.
         Por meio de um livro, as ideias adquirem as formas adequadas ao tempo. A mesma verdade, dita hoje, pode parecer completamente diferente da que foi dita no passado. E quem é pouco observador até encontra contradições entre o ensinamento espiritual antigo e o presente. Mas se olhar mais de perto verá que no ensinamento autêntico não há contradições. Há, sim, adaptações no modo de apresenta-lo – e, é claro, ampliações.
         É interessante notar: o que há três mil anos era tido como amplo, oculto e avançado demais, hoje parece normal, porque a consciência planetária se expandiu. O planeta atraiu novas energias e comporta o que antes não comportava. Assim, uma verdade filosófica sem condições de acolhimento no passado já pode implantar-se.
         A respeito de um novo conhecimento, transmitido por meio das obras atuais, precisamos permanecer o mais desimpedido possível. O ensinamento espiritual ora disponível na consciência da Terra é muito mais vasto do que tudo o que já foi escrito.
         Estamos chegando a um gênero de conhecimento que não cabe em palavras. No caminho progressivo da instrução espiritual, o ensinamento tende a transmitir-se nos planos internos da vida. Por isso os livros espirituais atualizados trazem um conteúdo mínimo e estimulam o leitor a entrar em sintonia com a própria fonte de conhecimento. Impulsionam-nos a buscar a alma, a conectar-se com o espírito.
         Ao ler um livro desses estamos tratando da saúde, mudando a vibração do cérebro, aumentando a capacidade da memória, purificando o pensamento. Além disso a leitura nos liga à fonte do livro, à essência que não foi escrita, à energia que o sustenta. Mas para esse aprofundamento é importante buscarmos o conhecimento em si, e não meramente um livro ou um autor.
         Escritores e livros são instrumentos pelos quais devemos cultivar desprendimento. O que foi manifestado na palavra é a mínima parte do ensinamento. Não nos limitemos, portanto. É justamente o que não foi dito e o que não foi escrito que nos levará a penetrar o conhecimento que nenhum livro e nenhum autor nos pode dar.”.

(TRIGUEIRINHO). Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de julho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de fevereiro de 2007, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DILVANIR JOSÉ DA COSTA, professor e doutor em direito civil (UFMG), e que merece igualmente integral transcrição:

“O novo direito social
        Houve, nos séculos 19 e 20, uma evolução do direito privado de ordem pública – como intervenção da lei em favor de uma classe em face de outra mais forte economicamente – para um fenômeno amplo e profundo de proteção, em favor de novas categorias, em razão de suas próprias condições de carência e indigência. Evoluiu da simples tutela ou equilíbrio jurídico para o amparo, assistência, proteção social e econômica efetivas do Estado. Eis aí o novo direito social, cujo conceito ou perfil constituiu preocupação do 1º Congresso Brasileiro de Direito Social, realizado em São Paulo, em maio de 1941, em comemoração ao cinquentenário da encíclica Rerum Novarum. Entre as ideias e preocupações básicas do novo direito, no parecer de juristas que ali compareceram, destacam-se: “O direito social regula os fenômenos de colaboração”; “agindo sob o influxo da solidariedade humana, busca a realização da justiça nas relações dos grupos sociais”; “a ordenação nele estabelecida é a integração”; “suas normas apresentam um sentido de proteção coletiva, estabelecendo limites à liberdade econômica de cada um em proveito da comunhão”; “o direito social é um direito desigual, em oposição ao direito igual antigo”.
         No evento, foram aprovadas duas tendências na conceituação: 1) o direito social como proteção; 2) o direito social como integração ou colaboração. O direito do trabalho diferiria do direito social por se referir  somente aos trabalhadores, enquanto este abrange todas as categorias carentes e compreenderia também a assistência e a Previdência Social. Sobre a importância do direito social, vale recordar a síntese do professor Germinal Rodrigues, da Faculdade de Ciências Médicas de Buenos Aires: “Mais sofre o homem por causas econômicas do que pelos micróbios; a fome, a miséria e o desespero matam e anulam mais crianças e adultos do que todas as causas físicas, químicas e biológicas que têm sido até agora a preferência da higiene. O ar, a luz, o solo e os micróbios passam a segundo plano em sua luta pela destruição dos fatores humanos frente às necessidades incruentas que um sistema social impõe ao maior número. Garantir o infortúnio é um sistema de vacinação econômica de alcances médicos não inferiores à vacinação antivariólica”. (Princípios generales de assistência social. Buenos Aires: Editora Universitária).
         Se o direito do trabalho regula as relações de emprego e garante o salário, o direito social assegura a permanência ou efetividade do salário, quando este já não possa ser conquistado pelo trabalho. Assegura o bem-estar do homem na sociedade, trabalhador ou não. Essas normas de assistência e previdência, já agora institucionalizadas pelo Estado, conquanto contenham os caracteres materiais de direito social, pelo seu conteúdo, formalmente ostentam a natureza de direito público, inclusive constitucional e administrativo. A sua autonomia está na Lei Orgânica da Previdência Social e decorre da própria Constituição e das declarações universais de direitos, de mãos dadas na defesa da seguridade, do bem-estar, da solidariedade e da justiça social.
         O Estado Social moderno depende não só do desenvolvimento econômico, como fonte de recursos, mas do combate sem trégua aos fatores que desviam esses recursos. Exige-se a justa distribuição dos encargos e vantagens da organização política e administrativa do Estado, em função do mérito e da produtividade de cada cidadão. Impõe-se o maior controle da evolução patrimonial de autoridades envolvidas com interesses econômicos da administração. Aconselha-se a flexibilização dos conceitos de ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada, em relação às fontes reais do direito, aplicação da cláusula rebus sic stantibus e dos princípios do enriquecimento sem causa e da equidade, que restituem o equilíbrio e a justiça aos casos concretos mal solucionados. Recomenda-se a soberania constitucional para rever e corrigir distorções em atos legislativos, administrativos e jurisdicionais de concessão de vantagens atentatórias à moralidade administrativa, em qualquer tempo. A corrupção tem como contrapartida o desestímulo à exação fiscal, estimulando a sonegação. A violência, os assaltos e sequestros, o crime organizado, o terrorismo e o confronto com a autoridade comporiam outro aspecto negativo do estado democrático de direito, a exigir rigorosa reforma penal e penitenciária, a fim de permitir a própria atuação do novo direito social. Com essas e outras medidas estratégicas, seremos menos sonegadores e salteadores, para nos tornarmos uma república do povo e para o povo brasileiro.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
            

 
    
   


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A CIDADANIA, A CONSCIÊNCIA EM NÍVEIS ELEVADOS E UMA NOVA POLÍTICA BRASILEIRA


“A elevação da nossa consciência 
   a outros planos de vida
         Informação e conhecimento são coisas diferentes. Uma informação sobre a vida espiritual, por exemplo, só nos poderá levar ao verdadeiro conhecimento desses fatos quando houver em nós intenção de nos transformarmos, receptividade para o novo e fé. É a fé que nos proporciona a coragem de penetrar algo inédito. Sem ela, a possibilidade de chegarmos ao conhecimento fica bloqueada, pois é pela fé que compreendemos ser verdadeira uma informação ainda não comprovada.
          Já o saber intelectual restringe-se ao nível da informação, não é conhecimento real. Se pautarmos a vida pelo intelecto, por mais que tenhamos informações sobre a realidade essencial das coisas, continuaremos enfocados em fatos efêmeros e envolvidos com o mundo material.
         A vivência assimilada é conhecimento real. Há coisas que sabemos sem mesmo termos tido alguma informação prévia a respeito. Quem tem autêntico conhecimento fica imparcial e tranquilo diante de qualquer situação. Sabe que tudo vem para ensinar alguma coisa.
         Nesse sentido, o conhecimento é fruto da aceitação dos fatos da vida; vem de aprendermos com eles e de nos transformarmos com base nas lições que trazem.
         Existem muitos planos de consciência: o físico, o emocional, o mental, o intuitivo, o espiritual, o divino e o cósmico. Cada um é composto de subníveis e tem suas próprias leis.
         O que compreendemos acerca do mundo é verdade nos planos da existência por nós conhecidos. Mas há outros planos, e nossa compreensão pode alargar-se mais e mais. Por isso, por mais elevada e correta que seja a vida que levamos, é bom desapegarmo-nos dela, pois há mais a ser descoberto.
         Ainda que no universo tudo provenha de uma única Fonte Criadora, há certas leis dos planos materiais que possuem mecanismos de expressão muito diferentes dos de outras leis, aquelas dos planos superiores. Tal é o caso da lei de subsistência, da luta pela vida. Ela é verdadeira para quem busca as coisas materiais em primeiro lugar. No momento em que a pessoa começa a se transformar e a buscar o espírito, ingressa em um nível de consciência mais elevado. Ali, acima dos níveis materiais, a lei que começa a atuar é a enunciada por Cristo quando mencionou nos lírios do campo que, embora não teçam nem fiem, se vestem melhor que um glorioso rei.
         Por que os lírios do campo não tecem nem fiam e são mais bem-vestidos que os seres humanos?
         Porque o reino vegetal segue uma lei superior que o reino humano não segue: a da pura doação. Uma flor não é bela por vaidade ou outros motivos egoístas, mas em louvor à vida. Podemos observar que a alegria do reino vegetal é servir aos demais reinos, com frutos, sementes, flores e aromas.
         Outra lei que o reino vegetal segue é a de crescer em direção ao alto. Isso corresponde, no reino humano, à aspiração espiritual. Cada plano de consciência tem uma forma de exprimir sua verdade, que é um aspecto da Verdade Única. Ninguém chega a descobrir a verdade completa; ela é  desvelada gradualmente, já que, por sermos regidos por uma lei evolutiva, haverá sempre um plano além daquele em que nos encontramos, e nesse plano superior há uma verdade mais abrangente. Se estamos desapegados do que já sabemos e abertos à transformação, nossa consciência pode elevar-se de um plano a outro, e nossa compreensão expandir rumo ao infinito.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de julho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Novo tecido político
        A pluralidade ideológico-partidária é um vetor de grande importância para alimentar as dinâmicas que provocam reflexões, discernimentos e escolhas na construção da sociedade. A política partidária, assim, é constitutiva do tecido democrático, porém, neste momento, se desenvolve sem o respaldo de uma cultura político-cidadã consistente, com capacidade para sustentar os embates pautados pelo inegociável compromisso com o bem comum. A responsabilidade com o país não pode ser mais negociada por interesses mesquinhos e por esquemas de corrupção. Para além de sua competência específica, os políticos são cidadãos como todos os outros, alimentados no horizonte de uma mesma sociedade, portanto filhos iguais da mesma cultura. Se essa cultura cidadã, que é básica, está comprometida, será sofrível o nível da política partidária.
         A falta de envergadura nos exercícios políticos, ao se constatarem equívocos em administrações, mediocridades em representações e obscuridades, evidencia desajustes nessa cultura cidadã. Assim, é indispensável investir num novo tecido político para subsidiar uma cidadania que consiga produzir líderes mais nobres, capazes de abrir frentes e encontrar novas respostas, ajudando no avanço inadiável de instituições e instâncias todas da sociedade. É necessário cultivar uma consistência nova que sustente a cidadania na sociedade brasileira. Esgotou-se a tentativa muito comum, ante os desarranjos da política, de alguém se apresentar no cenário político-partidário como “salvador da pátria”, com soluções quase mágicas para os muitos problemas.
         A política partidária, ao cair nas mazelas dos interesses mesquinhos pela sedução terrível do dinheiro e do poder, perde a moral e compõe um cenário rejeitado pela população. Candidatos, quando eleitos, com pouco tempo expõem suas fragilidades e inércias. Exercem responsabilidades, quando o fazem, a “passo de tartaruga”. E, no período eleitoral, começa a mesma cantilena partidária. Falta uma dinâmica mais adequada para o exercício da política, o que agrava crises por carência de líderes lúcidos e competentes. Tudo se resume num falatório e em discussões sem força para mudar cenários ou para alcançar respostas assertivas. Há de se considerar o investimento diuturno em busca de um tecido político mais qualificado na sociedade brasileira. Agora é hora oportuna, no enfrentamento das crises, para se abrir um novo horizonte, superar vícios e procedimentos que, mantidos, impedirão transformações importantes e na velocidade esperada. Sem essas mudanças, a sociedade continuará a amargar atrasos e a perda de oportunidades para seu esperado crescimento.
         O investimento em educação, sem dúvida, é um ponto de grande relevância, mas não basta somente investir no ensino formal. A intervenção precisa ser mais abrangente, no âmbito da cultura. Nessa dimensão, muitos aspectos merecem análises para serem modificados. Sabe-se que não basta apenas ser detentor de conhecimento. É preciso ser capaz de valer-se da riqueza das informações para articulações de alta complexidade e, assim, alargar horizontes, acionar a lucidez da inteligência que aponta soluções e a disposição cidadã de tudo fazer para dar ao conjunto da sociedade o desenvolvimento almejado.
         Exercícios precisam ser praticados para que se avance no processo de melhorias do tecido político. Um rosário de tarefas pode ser apontado. Quando se consideram os cenários de pobreza e miséria que desenham a sociedade brasileira, é indispensável priorizar os clamores dos pobres, como princípio e lei acima de normas vigentes, de direitos do Estado ou de defesa de interesses particulares. Também é hora de o empresariado investir em projetos sérios, de credibilidade. É o momento de os agentes da política partidária abrirem mão de benesses que estão na contramão das expectativas de seus representados. Devem se qualificar melhor, humanisticamente, para o exercício da liderança. De um modo geral, são necessárias novas práticas cidadãs, o que inclui respeitar tudo o que se relaciona ao bem comum. Não se avançará muito e não se conseguirá superar os graves problemas deste momento se não se encontrar o caminho, as dinâmicas, os modos e a boa vontade de todos para se construir um novo tecido político.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!  
  
            

 
    

            

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO INTEGRAL E AS BASES DA SUSTENTABILIDADE

“Diversificar o conhecimento
        O sistema educacional formal é estruturado por áreas que fixam um certo território de cada saber. Mas as cercas não funcionam para o conhecimento. Assim, a interdisciplinaridade, o intercâmbio, as formações multidisciplinares eclodiram formalmente, na segunda metade do século 20, como um refresco, oxigênio para todos os territórios clássicos do conhecimento. A medicina aprendendo com a religião, a sociologia com a biologia, a administração com a ciência política, a economia com a psicologia – para citar relações bilaterais de contribuições imediatas da troca de conhecimento. Hoje, é possível encontrarmos economistas com especialização em gestão de pessoas, médicos especializados em gestão de negócios, engenheiros especializados em marketing, entre tantos exemplos. Poderia passar páginas relatando o fruto dessa “pulada de cerca do conhecimento” e o quanto a sociedade se beneficia dela.
         Mas a sociedade do saber, fomentada nos primórdios pela Paideia grega (educação integral), às vezes se esquece do quanto a comunhão dos saberes potencializa a inovação e a oxigenação das ciências diversas. Assim, a sociedade rotulada e cristalizada em jargões e preconceitos de áreas não refresca em nada as posturas demandadas na atualidade. Ser administrador, economista, advogado, historiador, psicólogo confere credenciais importantes para o jogo de mercado. O advogado que se interessa e estuda também marcenaria e decoração potencializa as competências de reconhecer detalhes, harmonia, ajustes finos, entre várias outras. Ou no administrador que ama e estuda música se reconhecem se reconhecem as competências da afinação, da ordem e orquestração dos elementos de um conjunto executando uma melodia. Ou qualquer profissional que carregue consigo o valor das vivências da infância, das horas a fio escutando estórias e história de seus avós. Do livro que o amigo indicou, dos filmes assistidos, das conversas e dilemas dos amigos, enfim, de tudo que você, como um radar, se interessou em captar e transformar em conhecimento. E isto não se classifica ou territorializa em diplomas formais, mas incrementa e amplifica o alcance de sua ação na vida. Os diplomas são credenciais importantes. Conquiste-os, pois ali os saberes estão organizados para pavimentar a estrada. Mas compreenda que tudo na vida requer educação contínua, e isto clama visitas constantes a outros territórios para assim construir, personalissimamente, profissionais diferenciados e com competências amplificadas por suas buscas desterritorializadas pelo saber. Este é o profissional desejado pelo mercado: aquele que tem sabor no saber e garimpa, sem preconceitos, da música à mecânica de aviões, saberes que lhe conferirão a ampliação de seu portfólio de reflexão e atitudes, que certamente contribuirão para ser melhores administradores, médicos, advogados, engenheiros, ou o que você desejar ser, desde que se prepare para isto.
         O voo pelo conhecimento permite riqueza na diversidade, isso favorece o foco na ação, e para multiplicar as maneiras de ver o mesmo. Aprenda a aprender! E tenha sabor no saber. Reconheça a delícia de ser um arquiteto especializado em gestão ou um estatístico especializado em artes plásticas. Reconheça o poder de experimentar os múltiplos olhares que lhe aprimorarão. Autorize-se a aprender. A vida e o mercado necessitam e agradecem sua disposição em desenvolver essa competência.”.

(ÉRIKA NAHASS. Professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de janeiro de 2008, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ RENATO DE CASTRO CÉSAR, administrador rural, mestre em turismo, integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desenvolvimento endógeno
        O desenvolvimento endógeno (DE) exige ações sociais na economia de uma região, do seio da comunidade para fora. Busca gerar crescimento econômico e melhoria nas condições internas de um território. O DE deve envolver as lideranças locais e regionais, sem a imposição de programas oriundos do poder central dos governantes. A endogenia do desenvolvimento sustentável baseia-se na gestão das estruturas da filosofia social, no sentido saint-simoniano, ou seja, pressupõe concepção de conceitos e princípios políticos, econômicos e administrativos, sendo, portanto, de caráter psicossociológico, requerendo metodologias apropriadas para correta instalação de uma Agenda 21 local.
         Vale lembrar que a Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21, um poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. Em se tratando de Brasil, é imperioso resgatar as técnicas e as tarefas indígenas sob todos esses aspectos.
         Vários intelectuais de renome já aventaram questões referentes à importância do desenvolvimento endógeno. Os prefeitos e os políticos necessitam destes conhecimentos para assumirem a responsabilidade diante da aplicação dos recursos que a sociedade nacional gera em cada localidade. Afinal, o desenvolvimento e o crescimento econômico só podem ser realizados por intermédio das pessoas. É por meio da nação, e por ela, que existe o trabalho, a saúde, a educação, produção, comércio, a vida econômica e a história de um povo. É pelo homem que a natureza respira e que as coisas criadas e não criadas têm sua razão de ser e existir. É pelo homem que o envolvimento social realiza o crescimento econômico. Entretanto, palavras e idéias, nas mãos de certos artistas e políticos são facilmente lançadas. Assim, processos como Agenda 21, que poderiam resolver, definitivamente, as graves questões locais, tornam-se instrumentos de disputa de poder e fazem fracassar a política.
         Os índices econômicos regionais brasileiros não são satisfatórios, tampouco equânimes, porque não se aplicam as técnicas da Agenda 21 e do marketing urbano às municipalidades, nem se preconizam a transparência e a honestidade nas administrações públicas. É fundamental o comprometimento dos residentes, em torno de ações que auxiliem a sociedade a evoluir num eixo de soberania, fiscalizando as decisões dos gestores públicos. As maneiras com que os políticos “sabem utilizar” e “fazem funcionar” os mecanismos econômicos, utilizando os recursos locais e regionais determinam o desenvolvimento. Porém, é bom lembrar que é o projeto implícito de um lugar que comanda as ações públicas municipais, estaduais e federais. É do problema histórico e geográfico intrínseco local que deve partir a decisão quanto ao desenvolvimento.
         Sob este aspecto, as técnicas da Agenda 21 melhoram as interações intermunicipais microrregionais e a comunicação entre firmas, criando redes produtivas de serviços. O êxodo rural, o elitismo do lazer e do turismo e a agropecuária burra – desprovida de planejamento regional, programação territorial e de planos de sustentabilidade para as propriedades – são problemas que exigem a gestão conjunta das comunidades empenhadas em proteger as microbacias. É preciso evitar as competições burras entre propriedades e proprietários. A co-operação e o cooperativismo devem dar um passo em prol das redes informatizadas inteligentes e inclusivas, com projetos selecionados pelos residentes, para que a nação dê sustentabilidade a uma logística inteligente que inclua os mais pobres, por meio de compromissos políticos sérios.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!