sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, O PODER DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E ESPIRITUAL E A LUZ DA LITERATURA

“Inteligência emocional e inteligência espiritual
        Por muitos anos, empresas utilizaram no seu processo seletivo testes que identificavam qual inteligência múltipla os candidatos tinham desenvolvido, para, assim, direcioná-los a vagas compatíveis com seu perfil, alinhando-o às necessidades da organização. Essa teoria foi criada por Howard Gardner, psicólogo e pesquisador norte-americano, na década de 1980. Gardner amplia o conteúdo do QI, desmembrando em várias partes para o QM, inteligências múltiplas. Assim, nesse contexto, ele propôs uma ideia diferente de se falar da inteligência, dividindo-a em sete competências: linguística, matemática, musical, corporal, espacial, naturalista ecológica, interpessoal e intrapessoal. Ou seja, um funcionário para a área financeira deveria ter a inteligência matemática.
         Tais técnicas ainda são utilizadas, porém não são mais suficientes para determinar uma competência. O fato é que vivemos a cada momento uma época diferente. Em 1990, o psicólogo Daniel Goleman defendeu a ideia de que a inteligência emocional deveria ser desenvolvida nas pessoas que ainda não a tivessem, e que seria uma das melhores ferramentas para se utilizar na vida profissional.
         Para Goleman, a inteligência emocional refere-se à nossa capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e também os sentimentos dos outros, de motivar e de gerir bem nossas emoções dentro de nós mesmos. Ele diz que o QE é um conjunto de autocontrole, zelo e automotivação. Essas aptidões podem e devem ser ensinadas aos profissionais no mercado de trabalho, para que tenham melhor desempenho em sua vida profissional e até mesmo nas tomadas de decisão do cotidiano.
         Um profissional de inteligência emocional desenvolvida consegue driblar situações com sabedoria e sem infringir a ética, evitando possíveis conflitos. Diante de um chefe surpreendentemente agressivo nas palavras e mal-humorado, ele vai detectar contexto maior e, assim, não vai reagir ou responder negativamente, mas buscar identificar o motivo da ação, evitando um conflito maior.
         Há hoje diversas obras sobre esse assunto, mas esta é ainda a maior dificuldade de muitas pessoas, que não controlar as emoções diante de situações adversas. Vivemos um período de crises econômicas e de incertezas; é necessário desenvolver a inteligência emocional e ter resiliência a essas questões. Pelo menos até que viesse um novo complicador, trazido por Danah Zohar, responsável pela identificação da terceira inteligência, que é o QS – inteligência espiritual. Para ela, muitas pessoas têm de tudo, são bem-sucedidas, têm família, casas gigantescas, uma conta bancária polpuda, saúde, mas ainda assim não são felizes porque falta uma inteligência maior, uma inteligência divina, que é entender sua missão como ser único neste universo.
         Danah Zohar, física e filósofa americana, coloca inteligência espiritual num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.
         Usando a inteligência emocional, vou identificar em qual situação me encontro e decidir de que forma vou reagir. Já a inteligência espiritual tem relação com o significado de uma situação para mim e se quero estar nessa situação e como reajo. Na situação do exemplo citado acima, do seu chefe que chegou mal-humorado, usando inteligência emocional, entendo que ele está com problemas e que não me abalo com suas atitudes. Já com a inteligência espiritual, vou querer ajuda-lo a resolver o problema ou fazê-lo repensar a situação.
         As empresas hoje são focadas para o capitalismo, os profissionais trabalham mais com menos recursos e precisam produzir e vender mais. Tais práticas levaram a questões como a da sustentabilidade. Com a inteligência espiritual, percebemos que o outro precisa estar bem. Como contribuir com o crescimento e desenvolvimento das pessoas que estão na minha empresa ou à minha volta? O que posso fazer para ser melhor? Com a procura das respostas para essas e outras perguntas, descobrimos nossa missão na Terra e passamos a pensar mais o coletivo.
         Algumas empresas, como Natura, Magazine Luiza e MacDonald’s, já trabalham com espiritualidade nos negócios, mantendo preocupação direta com a sustentabilidade, com o meio ambiente, e têm um treinamento específico com os gerentes.
         O profissional feliz e bem-sucedido precisa desenvolver as três inteligências, age conscientemente nas situações cotidianas. O líder dotado de inteligência espiritual tem empatia e envolve a equipe para a percepção de um todo da sua existência no universo, na família e na empresa.”.

(FRANCINE DE OLIVEIRA. Professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de janeiro de 2016, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CLÁUDIO DA CRUZ FRANCISCO, graduado em ciência da informação (PUC Minas), e que merece igualmente integral transcrição:

“Literatura de cada dia
        O leitor, independentemente da preferência pelo gênero literário, é privilegiado pelas proezas, mais semelhantes a um ato de solidariedade, advindas dos escritores. Pode parecer estranha, essa máxima, porém é preciso valorizar e ressaltar a importância desse trabalho. É um instante especial degustar os “alimentos textuais” produzidos com carinho por aqueles que mergulham e navegam entre as palavras. Têm com elas uma relação de amor, confiança e fidelidade.
         A solidariedade supracitada diz respeito à questão do compartilhamento de ideias e todo o esforço dedicado no intuito de concluir uma obra, seja romance, poesia, crônica, conto e outros “alimentos” que nos satisfazem. Possibilitam uma boa digestão.
         Ler sempre foi essencial à vida do ser humano. É no transitar consciente e viajar por ruas de narrativas longas e curtas. Admirar o encanto das paisagens, recheadas de versos e novos capítulos a cada esquina.
         Literatura pode ser comparada a uma ciência multidisciplinar. É atrelada de forma direta e indireta a várias áreas do conhecimento. Temos grandes nomes na área de administração, economia, filosofia, literatura propriamente dita, meio ambiente, sociologia e outras abordagens. Presença constante em infinitas questões de interesse da sociedade como as políticas públicas, difusão cultural e artística, alfabetização, inclusão social e digital.
         É válido destacar que, desde a Pré-História, as primeiras ferramentas de trabalho e os dados registrados em cavernas, conforme estudos teóricos, já mostravam a importância e preocupação da leitura e comunicação para a sociedade. O surgimento da escrita, em seguida à invenção do alfabeto e do aperfeiçoamento da linguagem, e a base desse contexto.
         Os escritores compartilham sonhos, aventuras e sabedoria. Presenteiam os leitores com o seu olhar sobre o cotidiano através de sua lente de emoções e sentidos. Deixam pistas que instigam a curiosidade. Um leitor com os olhos atentos ou através da leitura em braile, ao dobrar um capítulo, se depara com o imprevisível, moldado por energias, capazes de espantar o tédio, transformar lágrimas em sorriso e ainda fazer o coração palpitar. E alguns momentos, nos convidam à reflexão.
         Contamos com obras que permitem uma viagem que alterna entre a sensação de êxtase e estado de paz. E o melhor, de forma curiosa, criativa e vibrante. Enterra toda a monotonia.
         Os escritores não são mágicos, mas abençoados com dons que os capacitam a transportar seus sonhos para um valioso pedaço de papel. Abrir passagens para que os leitores conheçam outros ciclos existenciais e fictícios. Conhecer e se encantar com personagens, sertões, cidades, culturas e linguagens diferentes.
         O fruto desses “atos solidários” adormece em prateleiras de bibliotecas públicas, itinerantes e comunitárias e aguarda ser acordados. É importantes destacar o ambiente virtual. Hoje contamos com o acesso gratuito ao acervo de alguns escritores, projetos de incentivo como trechos de obras e poemas dentro dos coletivos em algumas cidades. Outro destaque são sites que oferecem uma literatura diversificada e de qualidade.
         Boa parte dos profissionais da literatura nasce com dom para desenvolver os trabalhos e outros descobrem a vocação com o passar dos tempos. Mas de qualquer forma, a maioria tem a iniciativa, alimentada pelos sonhos, de lapidar e aprimorar habilidades. Afinal de contas, como em outras ocupações, exige dedicação, esforço e alegria. E o resultado? Conhecimento e experiência para elaborar uma obra que contribuem para a evolução da humanidade no quesito cultura e formação de opinião. É uma construção saudável que envolve a relação homem, inspiração, palavras, informação e conhecimento.
         Uma viagem a um mundo literário possibilita um mergulho num mar de sabedoria, indagações, curiosidades e mistérios. E nós, leitores, no papel de visitantes desse universo ilimitado conhecido como literatura, sentimos o sabor do descobrimento.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca de 431,4% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        

   
    

  

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, O AMOR AO PLANO DIVINO E OS DESAFIOS DA CULTURA DA SUSTENTABILIDADE

“A tarefa de elevação espiritual 
de um servidor do Plano Divino
        Como parte de nossa abertura ao serviço evolutivo, se ele estiver voltado para o divino, é preciso entregar à alma as próprias reações humanas, que, inevitavelmente, emergem no decorrer do caminho espiritual. Essa atitude de entrega facilita a dissolução dos conflitos que se apresentam ao indivíduo, ajudando-o a se tornar mais um canal de equilíbrio dentro de um conjunto maior.
         Diz o ensinamento: “Não mais tendes a vossa vida em vossas mãos. Também e principalmente isso deveis entregar”. Quando se vive a consciência da entrega, não é permitido o envolvimento com as forças não positivas existentes também nos próprios corpos, pois a energia que neles tem de circular precisa tornar-se um fator de elevação no local em que vivemos.
         Agora é tempo de cada um entrar em total sintonia com a própria energia, entregar-se a ela e rejeitar os obstáculos que impeçam a realização da tarefa já assumida internamente, no nível da alma.
         Estar sob o fluxo da energia interior com, abertura e entrega infinitas, é colocar-se nas mãos desse manancial e dar-se inteiramente à Obra Divina, deixando-se permear por esse imenso centro de poder, amor e luz. Não se considera se um servidor está ou não preparado; importa, sim, que ele não se deixe cristalizar onde está, que não se aferre ao nível em que sua consciência chegou. É preciso uma enorme insatisfação com tudo o que os níveis humanos podem oferecer, a fim de que não se caia nas suas atrações.
         Os impulsos espirituais terão sua manifestação bastante restringida se os indivíduos que se dispõem a servir de canais para isso ainda buscarem quaisquer realizações nos planos da matéria. Um total desapego nesse sentido permite que se esteja muito mais inteiro dentro da vida, sem identificar-se com ela, podendo assim canalizar livremente as energias e aproximar-se da verdadeira realidade.
         Olhar para dentro, rever os propósitos, os votos e dispor-se a não alimentar dúvidas, incertezas e mesmo tendências humanas é o que coloca o indivíduo num caminho ascendente.
         Em locais apropriadamente criados para a vida espiritual, uma aura magnética específica é construída e tem sua vibração frequentemente ajustada, pois muito do que neles ocorre precisa ser continuamente transformado. São os momentos de verdadeira entrega, oração e devoção que auxiliam na elevação e na transformação da energia não positiva, que é gerada permanentemente, às vezes de modo inconsciente, pela presença humana. O indivíduo que dentro desse campo vibratório espiritual permanece centrado em si mesmo e em seus próprios problemas desenvolve em torno de si uma invisível capa rígida que limita o seu contato com energias mais sutis, bem como o serviço que poderia prestar.
         É necessário infinito amor por esse caminho da busca do encontro interno. No coração de cada pessoa deve colocada essa delicada semente que, brotando, despontará no lado externo da vida. A ausência de dúvidas é a base para que esse broto cresça. Dúvidas, críticas e indecisões são como paredes que bloqueiam a passagem da energia construtiva e criativa. Os que puderem, devem colocar-se como o servidor que prepara a lenha para alimentar o Fogo Interior em cada um que dele se aproxima.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, e que merece igualmente integral transcrição:

“Estabilidade instável
        A queda qualitativa da política é um fenômeno global, caracterizada pela carência de lideranças referenciais e pelo enfraquecimento do papel formador dos partidos. Enquanto a vida pública empobreceu, a iniciativa privada especialmente após a queda do Muro de Berlim – floresceu de forma espetacular, ampliando as condições de conforto humano e a correlata satisfação material das sociedades contemporâneas. Sim, naturalmente, ainda há muita pobreza e desigualdade no mundo, mas negar os avanços econômicos que tivemos nas últimas décadas seria se curvar a uma cínica cegueira ideológica.
         Sem cortinas, o triunfo globalizado do capitalismo liberal estabeleceu uma alta dominância do sistema financeiro no núcleo do poder político mundial, marcando uma acentuada concentração de renda em grupos econômicos hegemônicos e oligopolistas. Talvez a crescente necessidade de inclusão massiva de trabalhadores e consumidores às engrenagens do mercado tenha forçado a condensação de polos empresariais com vistas ao incremento da produção em larga escala. O fenômeno, no entanto, tem riscos consideráveis, especialmente face ao princípio da livre concorrência e da consequente aguda sobreposição pontual do mercado frente aos interesses da democracia política. E, sabidamente, o capitalismo não foi feito para ser um negócio de poucos.
         Indo adiante, mais do que uma mudança político-econômica, estamos presenciando uma quebra do paradigma comportamental da sociedade humana. No modelo anterior, o conceito de propriedade era baseado na posse e no domínio físico de bens; atualmente, a economia está se desmaterializando, valorizando a criatividade, a imaginação e a inventividade tecnológica do pensamento humano. Nesse cenário dinâmico e pulsante, a juventude atual é absolutamente contra o autoritarismo de modelos impostos, que reprime sua infinita vontade de viver. Temos uma espécie de febre de ambições pessoais que tudo quer, mas, por sua múltipla desordem interna, pode simplesmente a nada chegar.
         Mais uma vez, a humanidade está diante de um impasse entre o conservadorismo das estruturas de poder e a força transformadora da liberdade individual. Como bem aponta a lúcida visão de Moisés Naim, estamos diante de uma inevitável onda de inovações “que não será de cima para baixo, não será ordenada nem rápida, fruto de cúpulas ou reuniões, mas caótica, dispersa e irregular”. Portanto, dias de turbulência virão, trazendo consigo a luz da esperança com a desconfiança da novidade. Felizmente, entre um presente insatisfatório e um futuro possível, teremos a possibilidade de construir um modo de vida mais digno, humanamente mais rico e culturalmente inclusivo.
         Para tanto, as instituições e os instrumentos da política também deverão ser revitalizados de forma a bem atender uma sociedade mais bem informada e mais crítica dos seus direitos. A estratégia de isolar o povo em uma manobrável massa de ignorância está superada pela internet e suas tecnologias de informação. No entanto, o sucesso da experiência democrática passa obrigatoriamente pelo resgate do ensino público de qualidade que seja capaz de formar uma nova geração bilíngue e, por assim ser, capaz de explorar com profundidade o infinito cultural hoje disponível aos cidadãos do mundo. O direito à internet gratuita deveria ser elevado a cláusula constitucional fundamental, impondo aos governos o dever de oportunizar o seu aceso universal.
         O tempo pode passar, mas a velha máxima do investimento educacional segue sendo a melhor alternativa para a ascensão social, melhora dos níveis de renda, ganhos de produtividade e materialização dos sonhos da infinita capacidade humana. A retomada do ensino passa por uma reformulação do processo pedagógico, mediante a criação de técnicas de ensino que consigam captar o foco do aluno, elevando sua capacidade de concentração e raciocínio em temas progressivamente complexos. O desenlace da complexidade, além do diálogo esclarecedor entre professor e aluno, exige a prática do pensamento crítico, mediante um processo de livre manifestação de ideias, plena abertura às diferenças de visões e estímulo à firmeza para assumir posições claras.
         A democracia não é um simples jogo de respostas certas, mas um complexo e interminável sistema de aprimoramento coletivo. Logo, em vez do sim ou não, devemos procurar os porquês. Às vezes demora, não é fácil, fazendo muitos desistirem. Todavia, o querer autêntico é uma força irrefreável e, assim, cedo ou tarde, a perseverança premia o esforço bem executado. Enquanto isso, no desenrolar dos acontecimentos, a estabilidade instável surgirá com um novo consenso revogável. Aqueles que gostavam da segurança terão que aprender com os desafios da impermanência. Nunca vivemos tanto e com tantas possibilidades. A base é da coragem de viver e ajudar fazer a diferença. Vem ou está com medo?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca de 431,4% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A LUZ DE UMA NOVA BIOCIVILIZAÇÃO E A SUPERAÇÃO DA INDIFERENÇA

“A sociedade do cansaço e do abatimento social
        Há uma discussão pelo mundo sobre a “sociedade do cansaço”. Seu formulador principal é um coreano que ensina filosofia em Berlim, Byung-Chul Han. O pensamento nem sempre é claro e é, por vezes, discutível, como quando afirma que o “cansaço fundamental” é dotado de uma capacidade especial de “inspirar e fazer seguir o espírito”.
         Independentemente das teorizações, vivemos numa sociedade do cansaço. No Brasil, além de cansaço, sofremos um desânimo e um abatimento atroz.
         A aceleração do processo histórico e a multiplicação de sons e mensagens, o exagero de estímulos e comunicações, especialmente pelo marketing comercial, pelos celulares com todos os seus aplicativos, e a superinformação que nos chega pelas mídias sociais nos causam depressão, dificuldade de atenção e uma síndrome de hiperatividade. Chegamos ao fim do dia estressados e desvitalizados.
         Acresce-se ainda o ritmo do produtivismo neoliberal imposto aos trabalhadores no mundo inteiro. Cobra-se de todos o melhor desempenho possível, o que desequilibra emocionalmente as pessoas, gerando irritabilidade e ansiedade. O número de suicídios é assustador. Ressuscitou-se o dito da revolução de 68 do século passado. Então se dizia: “metrô, trabalho, cama”. Agora se diz: “metrô, trabalho, túmulo”. Quer dizer: doenças letais, perda do sentido da vida e verdadeiros infartos psíquicos.
         Entre nós, nos últimos meses, grassa um desalento generalizado. A campanha eleitoral turbinada com grande virulência verbal, acusações, deformações e reais mentiras, além do fato de a vitória do PT não ter sido aceita, suscitou ânimos de vindita. Bandeiras sagradas do PT foram traídas pela corrupção em altíssimo grau, gerando decepção profunda, o que fez perder costumes civilizados. A linguagem se canibalizou. Saíram do armário o preconceito contra os nordestinos e a desqualificação da população negra. Como disse Sérgio Buarque de Holanda: podemos agir a partir do coração cheio de raiva, de ódio e de preconceitos.
         Os interesses das classes abastadas são antagônicos aos das classes empobrecidas. Aquelas, historicamente hegemônicas, temem a inclusão dos pobres e a ascensão de outros setores da sociedade, a lugares antes reservados apenas para elas. Somos um dos países mais desiguais do mundo, onde mais campeiam injustiças sociais, violência banalizada e assassinatos que equivalem em número à guerra do Iraque. Temos trabalhadores vivendo sob condição equivalente à da escravidão.
         Como sair desse inferno humano? A nossa democracia é apenas de voto; não representa o povo, mas os interesses dos que financiaram as campanhas, por isso é de fachada.
         Vejo uma saída possível por parte da sociedade organizada e dos movimentos sociais, que possuem outro ethos e outro sonho de Brasil e de mundo. Mas eles precisam estudar, se organizar, pressionar as classes dominantes e o Estado patrimonialista, se preparar para propor uma alternativa de sociedade que possua raízes naqueles que, no passado, lutaram por outro Brasil com projeto próprio. Um povo doente e ignorante nunca fundará uma nova e possível biocivilização nos trópicos.
         Tal sonho pode nos tirar do cansaço e do desamparo social e nos devolver o ânimo necessário para enfrentar os entraves dos conservadores e suscitar a esperança bem fundada de que nada está totalmente perdido, mas que temos uma tarefa histórica a cumprir. Utopia? Como dizia Oscar Wilde, “se no nosso mapa não constar a utopia, nem olhemos para ele, porque nos está escondendo o principal”. Do caos presente deverá sair algo bom. Em vez da cultura do cansaço e do abatimento, teremos uma cultura da esperança e da alegria.”.

(LEONARDO BOFF. Filósofo e Teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Combate à indiferença
        A indiferença é incontestável ameaça à paz e, por isso, o papa Francisco faz o convite-convocação: “Vence a indiferença e conquista a paz”. Essa interpelação, tema do Dia Mundial da Paz 2016, diz respeito a todos os cidadãos. Exige redobrada atenção por parte dos diferentes segmentos da sociedade. Não se trata de um movimento simples e qualquer, mas da capacidade para o diálogo, que vai além de simples conversa e está distante dos conchavos interesseiros. Trata-se de caminho para nova cultura.
         A indiferença é espessa camada a ser removida, com muito esforço, para dar lugar à fluidez da escuta e sensibilidade que fazem nascer no coração humano a competência para eleger, em todas as circunstâncias, o outro como prioridade. Por isso, se equivocam dirigentes, governantes e todos os que escolhem, decidem e operam na contramão do diálogo. Os prejuízos são enormes e facilmente constatáveis: a vergonhosa exclusão social, a perpetuação dos esquemas de corrupção e a manipulação do que é bem comum em benefício de interesses particulares. O resultado é uma terrível mediocridade na atuação de dirigentes e governos, sem lucidez para encontrar soluções e saídas. Consequentemente, a paz segue ameaçada.
         É óbvio concluir que a falta de diálogo provocada pela indiferença é um problema grave. Trata-se de carência comum a vários ambientes – parlamentos, muitas vezes cenários, de poucos e ineficazes entendimentos; diversos ambientes de trabalho e famílias. A falta do diálogo, alimentada e alimentadora da indiferença, tudo envenena. A indiferença comprova a carência de sabedoria na condução da vida. É sinal da perda de rumo e da incompetência que impede exercícios responsáveis e inventivos na atuação profissional e cidadã.
         Situações desoladoras resultam desse verdadeiro veneno: os desperdícios, a perda de oportunidades para avanços e progressos, o recrudescimento de grupos, a disputa entre pessoas, famílias, nações. Ninguém fica isento de pagar um alto preço, que inclui o aumento da violência. Ela nasce também das revoltas e da dor da indiferença sofrida pelos mais pobres, por quem não tem voz e vez. E não adiantam esquemas de segurança, isolamentos que desenham segregações ou portas fechadas para tratar em mesas restritas os assuntos que dizem respeito ao interesse do bem comum.
         Nesse contexto, a vida de todos, indistintamente, é temperada pelos espectros de incertezas e desconfianças que descompassam corações, inteligências e vivências. Não há, assim, outro caminho, senão acolher, efetiva e urgentemente, a convocação de investir na superação da indiferença, particularmente pela prática sincera e permanente do diálogo, compreendido como escuta prioritária do outro, antes de qualquer juízo e decisão. Isso envolve a conduta pessoal e também transformações nas dinâmicas institucionais. É mudança cultural capaz de introduzir uma novidade na esfera de entendimentos e de deixar aparecer a luz da sabedoria, que permite encontrar saídas para as crises. Uma luminosidade apropriada para oferecer respostas aos muitos questionamentos, soluções para problemas e dar nova configuração aos cenários sociais, políticos e culturais.
         Vale acolher a instigante convocação feita pelo papa Francisco: “Vence a indiferença e conquista a paz”, que se torna ainda mais forte pela exemplaridade de suas atitudes – em permanente diálogo com todas as pessoas, com a cultura contemporânea – e também por sua simplicidade cativante. Acolher essa convocação significa admitir que a indiferença globalizada é um inimigo comum a ser combatido e vencido com urgência. Essa embate inclui indispensavelmente o empenho pessoal de todos. Raciocínio lógico e simples é considerar que, se cada pessoa enfrenta a indiferença e luta pela paz, alcançam-se grande impacto positivo na qualidade dos relacionamentos e valiosas soluções para as crises governamentais, institucionais, familiares e de relações humanas.
         Há um caminho a ser trilhado para qualificar-se como agente de combate à indiferença na sociedade: buscar aproximar-se de Deus. O papa Francisco lembra que a indiferença em relação a Deus supera a esfera íntima e espiritual do indivíduo e traz consequências para a esfera pública e social. De modo interpelante, Francisco acrescenta que o esquecimento e a negação de Deus induzem o homem a não reconhecer qualquer norma que esteja acima de si. Isso produz crueldade e violência. Assim, para edificar um mundo melhor, é hora de vencer a indiferença que ameaça a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        

    

          

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, O DESAFIO DA EXCELÊNCIA NA GESTÃO E A MAGIA DA SANTIDADE

“Olhar sobre a gestão deve ser sistêmico
        Excelência em gestão soa como algo inalcançável, mas nada mais é que um olhar sistêmico da gestão, baseado em fundamentos e critérios de excelência que trazem uma abordagem lógica para as organizações. Segundo Jairo Martins, presidente-executivo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituição seus fins lucrativos que promove, articula e dissemina a cultura e a excelência da gestão no Brasil, isso deve ocorrer baseados nos critérios de excelência, que são liderança, sociedade, clientes, estratégias e planos, processos, pessoas, informação e conhecimento e resultados. E todos esses quesitos devem estar harmonizados pelo sistema de gestão de uma organização.
         “A liderança de uma organização deve olhar a sociedade e os clientes para definir suas estratégias e planos. E deve estabelecer processos, a serem conduzidos por pessoas capacitadas e orientadas por um sistema de informação e conhecimento eficaz e eficiente, para, assim, gerar resultados”, explica o especialista, segundo o qual o primeiro passo para isso deve ser a decisão estratégica da liderança que vai conduzir o programa de excelência na empresa. “Como os modelos de gestão estão disponíveis e acessíveis, com exaustiva documentação, não há necessidade de grandes investimentos financeiros. Com atitude e algum investimento em capacitação, é possível iniciar um programa de excelência em qualquer organização”, diz.
         Pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer natureza e porte: todas as empresas deveriam investir no processo. No Brasil, a Fundação Nacional da Qualidade tem como missão disseminar os fundamentos e critérios de excelência da gestão e por isso disponibiliza essas informações, além de cursos específicos e de diferentes profundidades sobre o seu registrado Modelo Excelência da Gestão (MEG). No portal www.fnq.org.br, essas informações estão disponíveis, assim como um curso básico sobre o MEG. “Fornecemos e-books e webcasts, gratuitamente, que são capazes de capacitar e levar as informações necessárias para que uma pequena e média empresa busque a excelência da sua gestão”, diz Jairo.
         Depois de fazer o curso via web, as empresas podem aplicar um autodiagnostico da sua gestão com base nos critérios de excelência da gestão da FNQ. Ao final, as empresas recebem um relatório com indicação dos seus pontos fortes e oportunidades de melhoria, informando o diagnóstico por cada um dos oito critérios de excelência. “Não há a necessidade de grandes investimentos. Logicamente, com base no diagnóstico, poderão ser desenvolvidas ações de melhoria, algumas das quais poderão requerer capacitações específicas. O papel da FNQ é transferir conhecimento sobre gestão”, explica Jairo Martins. A qualidade da gestão é sempre importante, mais ainda em tempos de crise.
REFLEXÃO Segundo o presidente da FNQ, empresas que nunca pensaram nisso de forma estratégica devem refletir que tempo de crise é tempo de gestão. “É preciso usar melhor os recursos em processos eficientes e eficazes, fazer mais com menos, otimizar operações. É tempo de arrumar a casa”, sugere. Gerir um negócio de forma sistêmica, olhando harmonicamente cada atividade, evita decisões precipitadas e pontuais que podem levar, além da quebra da organização, a eventual perda de fôlego quando iniciar a retomada da economia. Olhar constantemente os processos, buscando eficiência e eficácia, respeitando os limites da sustentabilidade e da ética, é a melhor forma de aperfeiçoar as operações e os negócios, garantindo competividade e produtividade.”.

(CAROLINA COTTA, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de janeiro de 2016, caderno CLASSIFICADOS, página principal).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“A magia da santidade
        Paul Johnson é um dos grandes historiadores e intelectuais da atualidade. Nascido em 1928, na Inglaterra, ele até hoje utiliza a máquina de escrever. Sua produção intelectual é assombrosa e profunda. Seus textos são provocadores. Dono de uma cultura invejável e sinceridade cortante, Johnson não sucumbe aos clichês vazios. Em seu livro Os heróis, destaca a importância das lideranças morais.
         “Os heróis”, diz, “inspiram, motivam. (...) Eles nos ajudam a distinguir o certo do errado e a compreender os méritos morais da nossa causa.” Os comentários de Johnson trazem à minha memória um texto que exerceu forte influência no rumo de minha vida: Amar o mundo apaixonadamente, homilia proferida por São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei e primeiro grão-chanceler da Universidade de Navarra (Espanha), durante missa celebrada no câmpus daquela prestigiosa instituição. São Josemaría – cuja festa a Igreja celebra em 26 de junho – foi um mestre na busca da santidade no trabalho profissional e nas atividades cotidianas.
         Propunha, naquela homilia vibrante e carregada de atrevimento, materializar a vida espiritual. Queria afastar os cristãos da tentação “de levar uma espécie de vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e, por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas”. O cristianismo encarnado nas realidades cotidianas: eis o miolo da proposta de São Josemaría. “Não pode haver uma vida dupla, não podemos ser esquizofrênicos, se queremos ser cristãos”, sublinha. E, numa advertência contra todas as manifestações de espiritualismo mal-sucedido e de beatice, afirma de modo taxativo: “Ou sabemos encontrar o Senhor na nossa vida de todos os dias ou não o encontraremos nunca”.
         O pensamento de Escrivá, apoiado numa visão transcendente da vida, e, aos mesmo tempo, com os pés bem fincados na realidade material e cotidiana, consegue, de fato, captar plenamente a contextura humana e ética dos acontecimentos. São Josemaría não deixa de enfatizar o valor insubstituível da liberdade – particularmente a liberdade de expressão e de pensamento – contra todas as formas de intolerância e sectarismo. Para ele, o pluralismo nas questões humanas não é algo que deva ser tolerado, mas sim amado e procurado.
         A sua defesa da liberdade, no entanto, não fica num conceito descomprometido, mas mergulha na raiz existencial da liberdade: o amor – amor a Deus, amor aos homens, amor à verdade. Sua defesa da fé e da verdade não é, de fato, “anti”-nada, mas a favor de uma concepção da vida que não pretende dominar, mas, ao contrário, é uma proposta que convida a uma livre resposta de cada ser humano.
         Seus ensinamentos se contrapõem a uma tendência cultural do nosso tempo: o empenho em confrontar verdade e liberdade. Frequentemente, as convicções, mesmo quando livremente assumidas, recebem o estigma de fundamentalismo. Tenta-se impor, em nome da liberdade, o que poderíamos chamar de dogma do relativismo. Essa relativização da verdade não se manifesta apenas no campo das ideias. De fato, tem inúmeras consequências no conteúdo ético da informação.
         A tese, por exemplo, de que é necessário ouvir os dois lados de uma mesma questão é irrepreensível; não há como discuti-la sem destruir os próprios fundamentos do jornalismo. Só que passou a ser usada para evitar a busca da verdade. A tendência a reduzir o jornalismo a um trabalho de simples transmissão de diversas versões oculta a falácia de que a captação da verdade dos fatos é uma impossibilidade. E não é. O bom jornalismo é a busca apaixonada da verdade, O jornalismo de qualidade, verdadeiro e livre, está profundamente comprometido com a dignidade do ser humano e com uma perspectiva de serviço à sociedade.
         A figura de São Josemaría Escrivá, o seu amor à verdade e a sua paixão pela liberdade tiveram grande influência em minha vida pessoal e profissional. Amar o mundo apaixonadamente não é apenas um texto moderno e forte. Sua mensagem, devidamente refletida, serve de poderosa alavanca para o exercício da nossa atividade profissional.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...