segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A ESSÊNCIA DA VIDA ESPIRITUAL E A FONTE PERENE DO DIREITO E DA JUSTIÇA

“Em seu fluir, a vida universal 
prossegue e nunca descansa
        Uma energia positiva potente está hoje na superfície da Terra mais atuante que no passado, embora muitas vezes não seja notada. Revela sua face aos que não ambicionam vê-la. Quando presente, os ares se movem e no interior dos indivíduos se acende uma chama, poderoso convite para prosseguirem no Caminho. Apesar de a grande maioria desta humanidade continuar adormecida, prisioneira de interesses pessoais, pensando apenas em usufruir os bens que a existência material ainda lhes possa oferecer, a vida sobre a Terra continua. Isso, por si só, é uma prova inquestionável da atuação dessa energia.
         Podem-se seguir diferentes sendas rumo ao portal de ingresso na vida espiritual; entretanto, um único impulso conduz a ele: o chamado para a integração cósmica. Sob esse impulso, qualquer movimento em direção à personalidade equivale a interromper um processo em expansão; deixar-se perder em questões humanas é fragmentar um campo de excelsa energia que gradualmente amplia as fronteiras do mundo interior.
         O estado de abertura interna pode parecer distante e inatingível para a mente do homem que necessita ver as margens da estrada por onde caminha. Em silêncio, no entanto, esse estado se instala e, por obra da compaixão e da supremacia da vida espiritual, inesperadamente se descortina à consciência uma realidade superior, que transcende seus limites humanos e se traduz como totalidade.
         De certo ponto de vista, o planeta estaria em condições de manifestar harmonia e perfeição desde sua origem. Tal possibilidade, presente na própria concepção humana do “paraíso”, foi guardada no seio da Terra e esteve pulsando sempre, sem jamais deixar de existir. Assim foi cultivada em muitos a certeza de compartilhar desse sublime estado.
         A vida interior, caminho de libertação, é fruto do trabalho que a perfeição realiza sobre a consciência, polindo-lhe arestas e dando-lhe sua própria imagem. A perfeição conduz a consciência a sucessivas metamorfoses, transforma barro em ouro, ou seja, faz com que o ser deixe o estado de identificação com a forma e se reconheça como ente divino.
         Existem leis específicas para cada plano de consciência. As leis são os trilhos por onde o viajante avança; mas quando ele chega ao destino, os trilhos não são mais necessários.
         Poucos aplicaram em suas vidas o que compreenderam; dos que fizeram, a maioria esperou recompensas. Grandes dádivas lhes foram oferecidas, muitas vezes recusadas. Mas, se elevarem ao alto um clamor por liberação, a Luz neles aprisionada romperá a densa camada que se depositou sobre ela e por todos os rincões da Terra, e, mais além, es espargirá.
         Quando o indivíduo se polariza no nível humano, une-se com as forças materiais e, assim, torna-se instrumento delas e enfraquece sua ligação com o mundo interior. Mas, quando vivem em conformidade com a Lei divina, une-se com Ela e nada de externo o pode tirar desse estado.
         A coisa alguma se deve temer. O medo apenas existe onde as sementes das trevas podem brotar. Um reto viver, uma conduta pautada pelo que é internamente indicado, não deixa espaço para predominarem as forças opressoras do medo.
         O medo nasce do envolvimento com as forças da matéria e suas ilusões. A consciência nos planos interiores é Luz e Clareza; nesses planos, o Amor é a energia plasmadora. Portanto, não há o que temer se está conectado com a própria essência.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Riacho que não seca
        Riacho que não seca é poesia inspiradora do profeta Amós – presente no capítulo cinco de sua profecia –, lema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). O profeta refere-se ao desejo de “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. Direito e justiça, um binômio para alicerçar as mudanças que precisam ser realizadas nas dinâmicas da cultura brasileira. A partir da Campanha da Fraternidade 2016, todos que assumem o compromisso de testemunhar a fé em Jesus Cristo, em diferentes denominações religiosas, são convocados a contribuir para transformar a realidade. O foco está na exigência de novas posturas diante da natureza, nesse horizonte interpelador de olhar o mundo como “casa comum”. Nesse sentido, cada pessoa é convocada a refletir sobre a distribuição dos bens materiais, que deve ocorrer de forma mais justa. É preciso encontrar caminhos para que os bens sejam utilizados na edificação de uma sociedade com mais igualdade, exatamente na contramão de apropriações que alimentam a ganância de muitos.
         O progresso econômico que não produz igualdade é insustentável, alimento de injustiças. Gera prejuízos como a corrupção e o aumento da violência. É dinâmica que ameaça a todos, mesmo os que se refugiam em verdadeiras fortalezas, com sofisticados esquemas de segurança, e acreditam estar protegidos. Imprescindível é buscar garantir a efetivação de direitos fundamentais à vida humana e cuidar bem do planeta. Isso é parte fundamental da justiça, que precisa ser como “um riacho que não seca”. Sem ela, não há como combater a corrupção e a violência que estão destruindo a ordem e a harmonia da criação de Deus. A falta do sentido de justiça alimenta o caos social e empurra inexoravelmente o planeta rumo ao colapso ambiental.
         A justiça não pode ser apenas mecanismo para mensurar a própria honestidade. Ela requer o compromisso de todos os cidadãos, que devem intervir mais decisivamente em processos de transformação social, buscando acabar com sofrimentos que pesam sobre os ombros dos mais pobres, principalmente. Em uma lista de urgências, ao se considerar o cuidado com a “casa comum” como responsabilidade de todos, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 busca a união de esforços para assegurar que sejam ampliados os serviços de saneamento básico, o que é indispensável para efetivar o adequado cuidado com o meio ambiente e com as pessoas. Esse é um tema relevante no contexto brasileiro, que precisa qualificar e ampliar a oferta de inúmeros serviços relacionados ao abastecimento de água, ao adequado manejo dos esgotos sanitários, águas pluviais e resíduos sólidos, ao controle de reservatórios e dos agentes transmissores de doenças. Esses serviços refletem diretamente na saúde das pessoas e, consequentemente, nas condições de vida das comunidades.
                   As questões ligadas ao saneamento básico abrangem, assim, justiça social e cuidado ambiental. Por isso, têm que ser prioridade. Estudos a partir de números e estatísticas devem mostrar a real situação de municípios, bairros e comunidades. Sem os investimentos adequados, a sociedade continuará a sofrer com defasagens nos serviços de saneamento básico, um peso injusto, sobretudo sobre os ombros dos mais pobres. O ponto de partida da discussão é efetivamente reconhecer o saneamento básico como essencial; direito do cidadão e dever do Estado. Nesse sentido, governar bem, de modo adequado e justo, é investir na universalização desse serviço. No Brasil, mesmo considerando avanços nesse campo, permanece um enorme desafio a ser vencido.
         Quando se consideram estatísticas sobre o saneamento básico, constata-se que há, ainda, carência de investimentos. Sem robustos programas nessa área, fica comprometida a saúde. Sabe-se que, a cada dois minutos e meio, no planeta, uma criança morre por não ter acesso a água potável e por falta de condições básicas de higiene. Assim, neste ano eleitoral, será importante avaliar, entre outros aspectos, se os candidatos contemplam em suas propostas as ações concretas relacionadas ao saneamento básico. O ponto de partida será sempre, no coração e no entendimento de cada cidadão, o desejo de querer "ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24).".

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        




           

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, O PODER DOS PROFESSORES E OS NOVOS DESAFIOS DO TALENTISMO

“Professores, mestres para sempre
        Entre as diversas preocupações que envolvem hoje a situação da educação em nosso país, podemos destacar a própria situação do professor como aquele que contribui para o sucesso do educando, bem como aquele que instiga o corpo discente à busca pelo conhecimento, pelo saber, e que contribui na construção de uma visão integradora e amplificada da realidade em que vive. Mas como pensar no futuro da sociedade, se aquele que é um dos protagonistas desse processo, que nós chamamos de educação, está recebendo um tratamento que gera todas as formas possíveis de desmotivação? Como podemos exigir do professor amor pelo que ele faz, se ele foi levado à destruir dentro de si esse sentimento ao longo da sua trajetória histórica?
         Perguntas como essas nos levam a crer e, ao mesmo tempo, a nos preocuparmos com o futuro desse segmento tão importante na construção de uma sociedade mais qualificada e conhecedora da sua realidade sociopolítica e econômica e, portanto, mais consciente do que deve ser feito na garantia de um futuro melhor para nossas gerações.
         Podemos pensar hoje o ser professor como um sonho que virou pesadelo. Para entendermos, com maior profundidade, essa afirmação, basta pensarmos no contexto em que vivem aqueles que abraçaram essa missão árdua e desafiante, dentro de uma política educacional em que o conhecimento não é visto como o objetivo mais importante a ser alcançado, e sim uma política educacional que aposta em estatísticas que possam melhor representar um resultado que ninguém sabe a quem interessa.
         É necessário reformar o ensino. Ouvimos isso a todo instante. Mas, antes de qualquer reforma no ensino, na sua dimensão institucional educadora, faz-se necessário mudar a mentalidade cultural de desvalorização que está arraigada, mais ainda, institucionalizada na política educacional do nosso país em relação àquele que conduz e coordena todo processo de aprendizagem em sala de aula: o professor. Uma sociedade que não cuida e não valoriza o seu professorado é uma sociedade descomprometida com seu próprio futuro.
         E, como consequência de todo esse descaso, um dado preocupante nos faz pensar um pouco mais no futuro da educação, que é o baixo índice de estudantes graduandos que pensam em seguir a carreira de docente. Evidentemente que, se vivemos numa sociedade capitalista, e levando em consideração os baixos salários que os professores recebem por uma jornada de trabalho, seria fácil entender esse desinteresse. Mas a questão é muito mais complexa. Trata-se da própria desvalorização que parte daqueles que governam o nosso país, o que provoca essa situação deprimente em relação ao corpo docente como agente de cultura, que, para ter uma situação de vida razoável, tem que trabalhar em, pelo menos, duas ou três escolas. O professor se transforma, nesse contexto, num escravo do seu próprio trabalho, o que é algo contraditório, uma vez que a sua ação como educador é, em si mesma, transformadora e libertadora.
         Essa realidade é vergonhosa para uma pátria que se diz educadora. Como fica a questão do conhecimento dentro desse quadro extremamente depressivo? De um lado, nós encontramos alunos pouco interessados em aprender e, do outro, professores pouco motivados a entrar em sala de aula. Não adianta falar ou usar argumentos de que os professores devem trabalhar por amor àquilo que fazem, uma vez que é uma situação de sobrevivência. O professor não é um profissional qualquer. Ele não trabalha com máquinas, mas com seres humanos que evoluem culturalmente a todo instante, e o conhecimento, visto nesta órbita educacional, nada mais é do que absorver essa cultura, que foi e continua sendo produzida historicamente pela humanidade.
         É necessário pensarmos na educação em que a palavra motivação seja a razão maior e necessária da sua própria existência, para, assim, podermos construir uma sociedade mais comprometida com um querer ser do que com um querer ter.
         Logo, é necessário fazermos as pazes com o conhecimento. Só assim conseguiremos pensar numa escola capaz de ser instrumento de transformação, sobretudo uma escola que consiga unir desejos em vista de uma verdadeira pátria educadora, diferente dessa que está aí, que valorize a educação como um meio de garantir um futuro mais consistente e promissor, não só para docentes e discentes, mas para todos aqueles que dela fazem parte.
         Almejamos uma escola em que os professores sintam-se mais motivados e orgulhosos daquilo que fazem e, mais ainda, sintam-se realmente mestres para sempre.”.

(EUDÁSIO CAVALCANTE MELO. Graduado em filosofia, pós-graduado em história, psicopedagogia e gestão educacional, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de MARCOS TROYJO, professor da Universidade Columbia, onde dirige o BRICLab, e especialista do Instituo Millenium, e que merece igualmente integral transcrição:
“Ascensão do ‘talentismo’
        Armas, recursos naturais, produção tecnoindustrial, influência da cultura. Critérios tradicionalmente elencados para estabelecer se um país tem mais ou menos poder. Desponta, no entanto, novo e determinante fator: consolida-se a nova era do talento.
         Os sistemas educacionais das grandes potências lançaram-se numa disputa cabeça a cabeça (literalmente) por proeminência mundial. Klaus Schwab, fundador do Fórum de Davos, identifica no “talentismo” o sucessor do capitalismo.
         Não é recente a percepção de uma guerra global por talento. Ele, contudo, era tido como sinônimo de vocação. Cabia desenvolver aptidões naturais ou nichos. Idealizávamos indivíduos especialistas, companhias com core business, países com vantagens comparativas.
         Em 2008, Malcolm Gladwell popularizou em Outliers, seu best-seller de alta vulgarização sobre o DNA do sucesso, a regra das 10 mil horas. O talento emergiria da devoção de tal estoque de tempo a atividades tão distintas como tocar violoncelo ou programar computadores. Quanto mais cedo começar, melhor. Dessa disciplina surgiram Yo-Yo Ma e Bill Gates.
         A reglobalização, que agora chega, prenuncia a pós-especialização. Há seis anos, computação em nuvem, tablets e seu ecossistema de aplicativos eram incipientes. Hoje permitem um atalho da história. É possível compactar as 10 mil horas. Novas tecnologias catalisam talento.
         Assim, pessoas, empresas e nações têm de ser multifuncionais e complexas. Engenheiros que escrevem bem. Agronegócio preocupado com design. Países produtores de petróleo transformando-se em hubs de entretenimento.
         Já existem métricas para delinear essa nova era do talento. Harvard elaborou o Atlas de complexidade econômica. Avalia o impacto do talento (ali chamado de know-how) sobre renda e crescimento. Não importa o número de horas aula a que foi exposto determinado aluno, mas o que consegue fazer pragmaticamente com o que aprendeu. É, portanto, umbilical a relação entre atitude empreendedora e talento no êxito de empresas e nações.
         O Insead também formulou seu Índice de Competitividade do Talento Global. Na pesquisa, que envolve 103 países e 96% do PIB mundial, o Brasil ocupa a 59ª posição.
         As razões do fraco desempenho extrapolam o ensino deficiente ou o Produto Interno Bruto (PIB) destinado à inovação (apenas 1%). Estatismo, baixa conexão a mercados globais, predileção de jovens por concursos públicos e a mentalidade vigente na maioria das universidades brasileiras de não “submeter-se à lógica do mercado” são inibidores de talento.
         Surge assim um duplo desafio. Se falamos em parâmetros além das 10 mil horas, que dizer dos que, no início da idade adulta, sequer têm 1 mil horas de foco em aptidões?
         Os brasileiros nascem com expectativa de viver 75 anos. Sem o potencial do talento, terão pouca utilidade à economia do conhecimento. Serão, contudo, “úteis”, e durante bastante tempo, ao tráfico de drogas, à pirataria e às manifestações mais virulentas do lumpesinato urbano.
         E na ponta mais sofisticada, o Brasil tem de alimentar sua elite de talentos para que ela própria não seja crescentemente marginalizada da redefinição dos rumos globais. Essa disputa vai além de conhecimento e capital – trava-se no âmbito de “ecossistemas institucionais” mais ou menos aptos a prover inovação – e, portanto, prosperidade e poder.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A HUMANIDADE NA ELABORAÇÃO CIENTÍFICA E A CONSTRUÇÃO DA CULTURA DA FRATERNIDADE UNIVERSAL

“Nossa cultura conferiu valor 
absoluto ao espírito científico
        A nossa cultura, a partir do chamado Século das Luzes (1715-1789), aplicou de forma rigorosa a compreensão de René Descartes (1596-1650) de que o ser humano é “Senhor e mestre” da natureza, podendo dispor dela ao seu bel-prazer. Conferiu um valor absoluto à razão e ao espírito científico.
         Com isso, se fecharam muitas janelas do espírito que permitem também um conhecimento, sem necessariamente passar pelos cânones racionais. O que mais foi marginalizado e até difamado foi o coração, órgão da sensibilidade e do universo das emoções, sob o protesto de que ele atrapalharia “as ideias claras e distintas” (Descartes) do olhar científico. Assim surgiu um saber sem coração, mas funcional ao projeto da modernidade, que era – e continua sendo – o de fazer do saber um poder como forma de dominação da natureza, dos povos e das culturas.
         Curiosamente, toda a epistemologia moderna, que incorpora a mecânica quântica, a nova antropologia, a filosofia fenomenológica e a psicologia analítica, tem mostrado que todo conhecimento vem impregnado das emoções do sujeito e que sujeito e objeto estão indissoluvelmente  vinculados, às vezes por interesses escusos (J. Habermas).
         Foi a partir de tais constatações e com a experiência desapiedada das guerras modernas que se pensou no resgate do coração. Finalmente, é nele que reside o amor, a simpatia, a compaixão, o sentido de respeito, base da dignidade humana e dos direitos inalienáveis.
         Isso que nos parece novo e uma conquista – os direitos do coração – era o eixo da grandiosa cultura maia na América Central, particularmente na Guatemala. Como não passaram pela circuncisão da razão moderna, guardaram fielmente suas tradições, que provêm dos avós, ao largo das gerações.
Participei várias vezes de celebrações maias, sempre ao redor do fogo. Começam invocando o coração dos ventos, das montanhas, das águas, das árvores e dos ancestrais. Fazem suas invocações no meio de um incenso nativo perfumado e produtor de muita fumaça.
Ouvindo-os falar das energias da natureza e do universo, parecia-me que sua cosmovisão era muito afim, guardadas as diferenças de linguagem, da física quântica. Tudo para eles é energia e movimento entre a formação e a desintegração que conferem dinamismo ao universo. Eram exímios matemáticos e haviam inventado o número zero. Seus cálculos do curso das estrelas se aproximavam em muito aos que alcançamos com os modernos telescópios.
Dizem que tudo o que existe nasceu do encontro amoroso de dois corações, o do céu e o da Terra, que é um ser vivo que sente, intui, vibra e inspira os seres humanos. Estes são os “filhos ilustres, indagadores e buscadores da existência”, afirmações que nos lembram Martin Heidegger.
A essência do ser humano é o coração, que deve ser cuidado para ser afável, compreensivo e amoroso. Toda a educação que se prolonga ao largo da vida é para cultivar a dimensão do coração. Os irmãos de La Salle mantêm, na capital guatemalteca, um imenso colégio, onde jovens maias vivem na forma de internato bilíngue, no qual se recupera e sistematiza a cosmovisão maia, ao mesmo tempo em que assimilam e combinam saberes ancestrais com os modernos saberes, especialmente os ligados à agricultura e a relações respeitosas com a natureza.
Apraz-me concluir com um texto que uma mulher sábia me repassou no fim de um encontro com indígenas maias. “Quando tens que escolher entre dois caminhos, pergunta-te qual deles, pergunta-te qual deles tem coração. Quem escolhe o caminho do coração, mais se equivocará” (Popol Vuh).”.

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Olhares sobre o Brasil
        Os olhares sobre a realidade brasileira, que é complexa e plural, devem ser muitos e com grande acuidade. Uma visão estreita é incapaz de perceber as muitas necessidades, de enxergar os caminhos que devem ser seguidos para sair das crises deste tempo. Os olhares têm que avançar para além do território das opiniões ou das listas de lamentações. Também não podem focalizar apenas as atribuições e responsabilidades dos outros, como tática para se eximir das próprias tarefas. A visão míope de um segmento pode significar atrasos em processos e graves prejuízos, com consequências irreversíveis.
         Analisar a realidade é exercício que requer conhecimento e adequada interpretação para configurar a indispensável corresponsabilidade de todos os cidadãos na construção de uma sociedade solidária, alicerçada na cultura da justiça, da paz e do respeito incondicional à dignidade de toda pessoa.
         Assim, todos estão desafiados a reavaliar seus conceitos e colaborar com as transformações urgentes e com ações mais eficazes. Sem essa premissa, há o risco de se supervalorizar a própria atuação, achar que já se faz muito, que os trabalhos atendem às expectativas. Afinal, não seria pela prevalência dessa ilusão que a política na realidade brasileira, particularmente a partidária, convive com a incapacidade para apontar novos rumos e promover o diálogo entre cidadãos?
         Há uma miopia crônica generalizada, salvaguardadas as exceções. Isso se comprova na incompetência de grupos diversos para debelar processos que alimentam a corrupção, a indiferença em relação aos mais pobres. Também é sinal da falta de visão, nos setores público e privado, a timidez para investir em projetos capazes de promover novas dinâmicas que contribuam para se alcançar uma sociedade mais igualitária.
         Não basta apenas planejar bem o próprio negócio. Há um modo necessário de se olhar a realidade por meio de valores inegociáveis, de princípios, de sensibilidade política e cultural, que, audaciosamente, remete cada cidadão à direção do bem comum. A partir dessa visão, as ações fundamentam-se no amor e não se reduzem às estratégias de pequenos grupos que reforçam a segregação econômica, social, política, cultural e até mesmo religiosa.
         Assim, os dias da quaresma oferecem oportunidade importante: a vivência da Campanha da Fraternidade deste ano. Trata-se de exercício ecumênico que nasce da fé cristã, nas diferentes confissões religiosas, para articular experiências e, dessa forma, contribuir com o contexto socioeconômico, político e cultural. Quem crê em Cristo não pode apenas usufruir das consolações espirituais ou se restringir a arrumar os próprios ambientes, projetos e templos. É compromisso que nasce da fé contribuir mais decisivamente na transformação da realidade.
         Por isso, os cristãos no Brasil devem, a partir da Campanha da Fraternidade 2016, configurar uma experiência ecumênica capaz de transformar a realidade. O que se objetiva não é a organização de bancadas no Parlamento, nas assembleias, na simples defesa de interesses corporativos, pessoais, com fechamentos e dogmatismos que desconsideram o diálogo indispensável em uma sociedade plural. Busca-se agir a partir da misericórdia, que não negocia jamais a ética e a moralidade e também não passa o trator em cima de ninguém em nome de Deus.
         A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, na promoção da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, com o tema “Casa comum: nossa responsabilidade”, empenham-se na tarefa de fazer ecoar o apelo que pede união entre os cristãos, para além de suas diferenças, em torno da defesa e promoção da vida. O saneamento básico, no horizonte de uma alicerçada ecologia integral, é a bandeira que se quer erguer, inspirando outros segmentos da sociedade. Com os cristãos de mãos unidas, a realidade brasileira pode mudar. Nessa direção, as confissões religiosas estão desafiadas a contribuir para que a fé ilumine e inspire os olhares sobre o Brasil.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 

  

         

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A SABEDORIA NO CAMINHO DA PAZ E O PODER DA VISÃO NA BUSCA DA EXCELÊNCIA NA SAÚDE


"A humanidade precisa compreender 
o caminho da paz e da unidade

        A vida da matéria é intensamente dinâmica. Há caminhos de evolução específicos para ela, assim como há os que são trilhados pela consciência. O fato de que o corpo humano possui certos mecanismos automáticos, por exemplo, significa que importantes desenvolvimentos já ocorreram na matéria que o compõe. Circuitos de forças e energias são construídos para que isso se dê. Até agora, o homem manteve-se praticamente alheio a este processo. Mas atualmente lhe é dada a oportunidade de colaborar com o que se passa em esferas de vida sutis. Para isso, está aprendendo a fazer a ponte entre a consciência individual de hoje e a consciência futura, quando reconhecerá que é parte de uma entidade muito mais ampla, a humanidade, entidade que transcende âmbitos individuais e que, por sua vez, integra-se à grande vida do cosmos.
         Na energia divina, que é sabedoria, não há separação nem opositores, e tudo compartilha uma mesma meta.
         A humanidade não compreendeu que o caminho da paz é o caminho de unificação com o que lhe é transcendente, com o que conhece o destino do universo e que reúne as miríades de facetas da Criação em uma só corrente ascensional. Os obstáculos dissolvem-se ante a luz de uma energia sagrada. As disparidades, os pontos de vista, as aspirações, os sonhos e a busca de realização esvanecem-se quando as pessoas se entregam ao serviço em prol do que é impessoal e onisciente. Tudo o que nos níveis humanos parece relevante perde a importância quando a clareza de uma energia superior à humana se irradia; permanecem, apenas, a plenitude e a paz.
         Uma das mais poderosas fontes de conflito do homem é a contínua alimentação de seus sonhos individuais. Ele dá um passo significativo quando deixa de querer chegar a algum ponto, de construir algo que nutra em si a vaidade e o orgulho, quando passa a agir de modo preciso e exato para dar forma a uma inspiração superior. Nessa sintonia, ele se torna um prolongamento efetivo da energia divina.
         Quando uma energia nova se instala na consciência de uma pessoa, sua vibração irradia-se e move outros que estejam preparados para recebe-la. Portanto, aos que são pioneiros em campos de desenvolvimento interno cabe manifestar, com a máxima perfeição possível, tudo o que suas essências lhes indicam. O auxílio à humanidade virá da expressão plena dessa manifestação.
         Estando estabelecido o contato com a própria alma, núcleo interno sutil e espiritual, ao indivíduo é dado conhecer o sentido verdadeiro e profundo da fraternidade, que é fruto da unidade e não lhe é revelado enquanto busca-o no relacionamento com os semelhantes.
         A fraternidade encontra-se firmada no nível da alma. Por meio dela, expressam-se qualidades elevadas, porém adequadas à interação de indivíduos que ainda não penetraram a consciência única, nível em que as energias mais profundas se revelam. A vida fraterna é uma etapa que deve ser consumada por esta humanidade para que ela possa alcançar estados mais sutis; todavia, para chegar a esse estágio, é necessário que os homens se elevem além de suas metas pessoais.
         Se uma consciência está unificada à Eternidade, viverá com sabedoria também o que é temporal. Se está voltada para o Infinito, saberá compreender os pequenos fatos da vida. Se está entregue ao Absoluto, saberá conduzir-se tranquilamente no mundo ilusório.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de dezembro de 2015, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FRANCISCO BALESTRIN, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e presidente eleito da Associação Mundial de Hospitais (IHF), e que merece igualmente integral transcrição:

“Construindo a excelência em saúde
        Qual é o papel do hospital na construção da excelência do sistema de saúde? Esse foi o nosso maior questionamento ao longo de 2015, compartilhado com renomados especialistas nacionais e internacionais em dois workshops e no maior congresso de hospitais já realizado no país.
         Como representante dos hospitais privados nacionais de referência, essa preocupação faz todo sentido. Isso porque, quando recebemos um paciente agudo em um de nossos hospitais, é sinal – na maioria das vezes – de que o sistema de saúde falhou. O sistema falha ao não prover as condições necessárias a uma vida saudável. O sistema falha ao não criar mecanismos e estímulos para que o paciente gerencie adequadamente a sua condição crônica. O sistema também falha ao não participar do esforço para que a segurança nas estradas e nas cidades do nosso país seja uma prioridade.
         Para o hospital, chegam, muitas vezes, as consequências dessas múltiplas falhas. E, para atendê-lo, devemos estar prontos, ter capacidade e o domínio da técnica para dar a melhor atenção possível. E, mais do que isso, cabe a nós dar mais um passo e discutir como criar valor para esse usuário da saúde.
         O hospital não deve ser mais o começo ou o fim do sistema de atenção à saúde. Ao contrário – o hospital deve assumir o seu papel de elemento nuclear de uma rede integrada de cuidados com a saúde. A discussão sobre o valor dos cuidados com o paciente é mais do que o restabelecimento da saúde. E, nesse sentido, temos que considerar pelo menos três grandes desafios.
         Os hospitais não podem criar valor sem considerar a visão do paciente. Estamos na era da informação e cuidamos de pessoas cada vez mais informadas e conscientes das próprias necessidades. Precisamos empoderar os nossos usuários para que, juntos, tomemos as melhores decisões, com os melhores resultados sob a ótica do paciente.
         Não podemos criar valor sem considerar custos. A sustentabilidade do sistema de saúde precisa ser uma preocupação primordial de cada um de nós, que atuamos no setor. A limitação de recursos é um fato inescapável da realidade. É nossa missão para com a sociedade e para com os nossos pacientes, presentes e futuros, fazer o máximo com aquilo que temos.
         Não podemos criar valor sem considerar os resultados para o sistema como um todo. Podemos servir melhor à nossa comunidade não apenas ao cuidar com eficácia dos atendimentos em eventos agudos e graves, mas, principalmente, quando evitamos que esses eventos venham a ocorrer, trabalhando para induzir saúde na população.
         O hospital tem hoje um papel fundamental de garantir o acesso à saúde. Somos a linha de frente de uma luta contra a dor, a doença e a morte. Temos a missão de ser, nessa batalha, os mais valorosos soldados; mas nosso papel não acaba aí. Devemos também ser os mais astutos generais, mobilizando os recursos, o domínio do Estado, da arte, da técnica, da ciência e da estratégia, e os líderes mais capacitados para atingir os nossos fins: uma saúde melhor para os brasileiros.
         Os hospitais reúnem todas essas capacidades e podem ser, com outros atores, protagonistas importantes das mudanças necessárias para o nosso sistema de saúde. A nossa luta é diária para a melhoria dos nossos processos, para que os protocolos sejam cumpridos e para que os nossos pacientes recebam os cuidados necessários em um ambiente de acolhimento, com segurança e resolutividade.
         Para tanto, a nossa visão da construção da excelência assistencial exige, como base, três eixos estratégicos: o da inovação, que permite trazer melhorias constantes no cuidado aos nossos pacientes; o da liderança, que permite que as melhorias sejam implementadas e que os pacientes sejam mantidos no foco das organizações; e o da construção de novos modelos, que olhem para a frente e perguntem como precisamos nos organizar para melhor cuidar das pessoas no futuro.
         Assim, a excelência é um exercício permanente – o único capaz de disseminar as melhores práticas para o setor hospitalar como um todo e agregar à cultura brasileira a saúde como um valor maior.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...