quarta-feira, 29 de junho de 2016

A CIDADANIA, A PONTE PARA A ESPIRITUALIDADE E A ESPERANÇA DE UM RAIO DE UTOPIA

“O coração é a ponte para 
nosso contato interno com Deus
        Nossos instrutores espirituais nos ensinam, sobretudo, por meio do coração. É por meio do coração que primeiro estabelecemos contato com Deus. E é também por meio dele que percebemos Sua presença.
         Uma das formas de nos abrirmos para recebermos o ensinamento espiritual e permitir que ele flua em nós e por meio de nós, é cultivarmos um sentimento de amor e de cuidado por tudo e por todos. É levar em conta que somos parte de uma vida única e que, mesmo sendo indivíduos separados, formamos parte de um Todo. Esse sentimento de amor pelo todo vem de dentro, de nosso interior, de nosso coração. A mente não consegue compreender isso sozinha porque não faz parte de seu temperamento unir, mas sim discriminar, separar e analisar.
         Outra forma de nos abrirmos ao trabalho espiritual é buscar nos desprender de nosso apego a objetos materiais. Assim, poderemos colaborar para nosso crescimento, evitando a criação de laços desnecessários.
         É quando começam a florescer em nós sentimentos de desapego, auto-esquecimento, serenidade, ausência de conflitos psicológicos, é quando passamos a dar mais importância a Deus e é quando passamos a dar mais atenção às necessidades de nossos irmãos do que àquelas que se apresentam a nós mesmos, que sabemos que nossos instrutores espirituais estão trabalhando internamente conosco.
         À medida que esse contato interno e silencioso vai se estabelecendo e transformando nossas vidas, cria-se um estado de equilíbrio em nosso ser e nós nos vemos, de repente, dentro do Amor, um Amor que não conhecíamos antes. Ao sentirmos e aprofundarmos esse Amor, nossos instrutores espirituais passam a contar conosco como um canal para seu trabalho.
         Então, nossa forma de compreender o outro se amplia e toda a vida se expande, porque percebemos o quanto a humanidade, os animais, os vegetais e os minerais são necessitados desse Amor. E essa compreensão ampliada é outro sinal de que estamos sendo instruídos.
         No decorrer dessas transformações, tudo a nossa volta começa a receber a energia do Amor que está nos alimentando internamente. E, ao percebermos que nossa transformação está sendo irradiada, que os outros também estão recebendo o Amor que está sendo depositado em nós, experimentamos grande alegria.
         Esse processo se dá no coração, não na mente. Quando a mente reconhece que algo profundo, do qual ela não participa diretamente, está em andamento, pode-se produzir nela certa resistência. É preciso, então, saber lidar com essa situação, pois o apoio da mente pode ajudar muito. Caso contrário, poderia ocorrer uma permanente desarmonia entre a mente que não compreendeu, não concordou e resolveu agir por conta própria e o coração, onde acontece o trabalho espiritual em níveis mais profundos.
         Uma forma de incluir a mente no processo de elevação espiritual, que o coração já experimenta, é o estudo de assuntos sagrados. Outra é a lembrança constante de Deus em nosso interior.
         Se, durante o dia, ao executarmos nossas tarefas concretas, nos lembramos d’Ele constantemente e estabelecermos com Ele ligação cada vez mais estreita, estaremos nos abrindo para contatos espirituais mais elevados.
         Assim, trabalharemos em harmonia e não haverá divergências entre o trabalho do coração e da mente em nossa tarefa de estabelecermos o contato com Deus.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Aguardando
   uma Virginia
        Acenei há duas semanas a possibilidade de uma jovem de 37 anos, advogada, recém-chegada ao mundo da “política”, se eleger prefeita da Cidade Eterna, Roma.
         Não deu outra, no segundo turno do último domingo, Virginia Raggi, com 67% dos votos dos romanos, sagrou-se a primeira mulher a assumir a prefeitura da maior e mais conhecida cidade “eterna” da Itália.
         Nela veio a resposta de quem queria se livrar da cinzenta e aviltante política nacional. A legenda pela qual disputou, o Movimento 5 Estrelas, é um projeto recente, com propostas e exemplos de inovação, de simplicidade, de honestidade, que se alastrou e arrebanhou, nos últimos quatro anos, multidões de simpatizantes.
         É hoje o maior partido do país e acena sagrar-se nas próximas eleições políticas como a força hegemônica, desbancando o que sobrevive de 2.000 anos de confrontos entre direita e esquerda, liberalismo e socialismo, patrões e trabalhadores. Minimiza também a importância dos rótulos, das corporações que pensam apenas no umbigo.
         Nesse movimento tem espaço para qualquer um se identificar. É uma vida de qualidade. Os grilhões foram quebrados, e, pelo menos nesse nascimento forçado pelas dificuldades econômicas e por desafios sociais, se apresenta como solução.
         A sigla M5S (o S vem de “Stelle” = “Estrelas”) parte do conceito de qualidade e seriedade para garantir que aquilo que se promete tenha certificado de garantia e se realize de verdade. Não tem gato por lebre. Concede-se a participação direta ao indivíduo apenas pelo fato de ser cidadão igual a todos os outros.
         A proposta é de transparência total, de acessibilidade incondicional à administração pública por meio da internet, e elege o cidadão como finalidade, prioriza a competência, valoriza o bom desempenho. O destino dos recursos públicos atende da base ao vértice a pirâmide social. Preservação inteligente do meio ambiente, sinergias, políticas de sequestro de CO2, biodiversidade. Paz e amor.
         A geração “estrelinha” se caracteriza pela simplicidade para se parecer um ser comum, sem demagogia, despido de retórica marota, de ranços, de críticas. Propostas, ações, ordem. Olha para a frente, entrega à lei o que a lei tem que fazer. Não se desgasta em comparações e egolatria.
         O “político das 5 estrelas” é um profissional, um empresário, um trabalhador, não é um político de tradição. Exerce mandato como serviria uma tarefa útil à sociedade, pronto para voltar ao lugar de onde veio, à profissão que sabe exercer para se manter. Não são santos, apenas coerentes entre discurso e ações.
         Virginia Raggi, a prefeita de Roma, se parece com a pessoa que qualquer um gostaria de ter como amiga, que jorra simpatia, educação e cordialidade. Vive com os pés no chão, usa modos e roupas que não chamam a atenção. Discreta com um toque de essencialidade, sem exaltação ou demagogia que cospe populismo.
         Ela tem brilho da credibilidade, como disse Dante de Beatiz, de “humildade vestida”, um santo de cada para fazer milagres.
Cronologicamente, essa prefeita é decorrente do processo evolutivo que teve origem na operação Mãos Limpas, voltada à desmitificação da tradicional política de baixezas. Os agentes perversos ficaram expostos ao que são de verdade. Desbaratou quadrilhas do clientelismo, da corrupção, que praticavam a “lei de Gerson” como única regra. Exatamente o que a Lava Jato vem conseguindo demolir dia após dia.
Implodiu-se um sistema, e deu-se possibilidade de uma Nova Idade se instalar.
         O raio que caiu em Roma reedita o antigo culto de Vesta, filha de Saturno, símbolo de beleza. Linda e virgem protegida por Júpiter, respeitada mantenedora do fogo sagrado e das virtudes.
         Aqui só resta rezar por um raio de esperança, de utopia, por um evento abençoado que reacenda a autoestima e a confiança neste país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

          

sexta-feira, 24 de junho de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DO MICROCRÉDITO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA E A LUZ DA ÉTICA

“Microcrédito e combate à pobreza
        Há aproximadamente 30 anos, foi criado em Bangladesh um novo modelo de concessão de crédito a pessoas extremamente pobres, em especial mulheres oriundas da área rural. Esse crédito tinha como objetivo despertar nessas pessoas o espírito empreendedor, fazendo com que elas vislumbrassem um futuro mais promissor. Para explicar a sistemática em poucas palavras, formavam-se grupos de pessoas que se reuniam semanalmente e se avalizavam mutuamente – aval solidário. Cada empreendedor era acompanhado de perto pelo agente de crédito comunitário que, além de dar orientações sempre que necessário, incentivava-os a pouparem. O resultado não poderia ser melhor: o microcrédito conseguiu efetivamente tocar a autoestima dessas pessoas. De pronto, a experiência foi considerada como uma bem sucedida ferramenta de combate à pobreza e se espalhou rapidamente pelos quatro cantos do mundo.
         De lá para cá, muitas organizações não-governamentais – ONGs foram fundadas em todo o mundo exclusivamente para seguirem os mesmos passos do Grameen Bank, e organismos multilaterais formaram setores especializados no tema. O microcrédito atraiu igualmente a atenção de diversos economistas e pesquisadores de áreas afins, contribuindo para o setor, com geração de estudos e desenvolvimento de ferramentas que contribuem para a melhoria da prática.
         Com tal gama de atributos, o setor público também foi facilmente seduzido pelo microcrédito. É aí que mora o perigo. Salvo exceções, um bom número de governos criou programas de inclusão financeira com apelo populista, e até mesmo eleitoreiro, de forma, digamos, amadora, desprezando os princípios básicos da metodologia de microcrédito que asseguram impactos positivos. E mais: assim como muitas ONGs, anunciam que os créditos são designados “aos mais pobres dos pobres”, afirmativa bastante suspeita. Normalmente, os verdadeiros resultados e a real efetividade desses programas são obscuros, mesmo que insistam em divulgar as maravilhas de suas ações.
         Certa vez, o doutor em economia bengalês Muhammad Yunus, mentor então do célebre modelo descrito acima e ganhador do prêmio Nobel da Paz, em 2006, alertou-nos: “Isto não é caridade. Isto é negócio social com objetivo social, o qual ajuda pessoas a saírem da pobreza”. Pronto. Em poucas palavras ele disse tudo: devemos associar competência e profissionalismo com a busca por resultados financeiros, mas, sobretudo, sociais.
         Podemos citar o exemplo do grupo mexicano Compartamos. Nascido como uma associação sem fins lucrativos em 1990, transformou-se em uma instituição financeira em 2006 e, em 2007 realizou sua IPO (Initial Public Offering), pondo suas ações na Bolsa de Valores do México. Em março deste ano contavam com quase 2,9 milhões de clientes ativos e um índice de inadimplência de 3,78%. Oferece crédito, poupança, plano de seguro e educação financeira até mesmo para quem está iniciando o primeiro negócio ou para quem não possui um garantidor. Frequentemente elogiado, mas também alvo de muitas críticas, o fato é que o Compartamos é prova concreta de que o negócio social é factível.
         Há outros bons exemplos bem sucedidos de empresas sociais que derrubam o mito de que trabalhar por uma causa social e de forma solidária exige sempre a renúncia de lucro e de que alta produtividade é coisa apenas para as empresas puramente capitalistas. A economia solidária é, portanto, algo absolutamente real e contemporâneo.”.

(DAISY D’AQUINO FILOCRE. Especialista em microfinanças, mestre em estudos em desenvolvimento pelo Graduate Institute of International and Development Studies IHEID (Suíça) e membro da Plataforma Europeia de Microfinanças, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, embora impossibilitado de mencionar data e página, em razão do recorte efetuado à época, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente transcrição:

Ética e cidadania        
          A condição cidadã é um direito inalienável de cada homem e de cada mulher. Sua justificativa se enraíza na dignidade sacrossanta de cada pessoa, independentemente da raça, da língua e de qualquer outro fator. Este princípio garante e clama pelo direito de usufruto de todos os bens da criação igualmente para todos, e a vivência de uma condição resguardada por direitos e deveres constitutivos desta mesma cidadania.
         Curioso é percorrer as ruas das cidades e verificar a infra-estrutura comprometida de tantos lugares; prestar atenção no modo de se estabelecer o relacionamento interpessoal e surpreender-se com a violência e com um venenoso indiferentismo tomando conta dos corações; ou ainda avaliar o grau de normalidade do status socioeconômico de cidadãos e cidadãs para o nascimento da convicção de que o funcionamento moderno de mercados, com as conquistas tecnológicas, não tem dado conta de operar grandes e significativas mudanças para que cada um viva a real condição de sua dignidade. Decepcionante é porque a localização da grande maioria da população está abaixo da linha aceitável da pobreza. Em si, uma condição assim, tudo tem para ser para todos, os que têm sentido autêntico de cidadania, uma razão para vergonha e indignação. Não foi à toa que São Vicente de Paulo, séculos atrás, memória celebrada na festa de 27 deste mês, mestre que infundiu na alma francesa do seu tempo o mais acurado sentido do social, comenta do justo sentimento do coração humano ao contemplar semelhante situação: vergonha. O apóstolo da caridade dizia, pois, que “se deveria ter vergonha de si mesmo quando se encontrasse com um pobre, em condição não dignas da dignidade própria de sua condição humana”, referindo-se àqueles que vivem e carregam o peso da exclusão e da marginalidade. Concluía, para completar o seu raciocínio, sublinhando que se estes estão nesta condição é porque a cidadania não era dignamente  vivida pelos atores daquela sociedade. Este parecer tem força de atualidade e de interpelação.
         Ainda que se contatem os progressos, conquistas e mudanças, esta situação revela a condição falimentar do tecido social atual. Na verdade, o falimento não é uma questão apenas de números, mas de valores. O comprometimento é ético. A gravidade é incalculável. Perder valores é perder o sentido. Perder o sentido é enquadrar-se num funcionamento de total anomia, cujo resultado é a incapacidade de um ordenamento justo, trazendo as terríveis consequências da perversidade e da falta de limites, que apadrinha todo tipo de violência, e desrespeito. Este processo se desenvolve até chegar ao ponto de barbáries. Estas não podem chegar a ser contadas só pela quantidade das vítimas. Na verdade, qualquer número é sempre um número grande por conta da importância de cada pessoa. Salta, então, aos olhos, como carimbo da incompetência humanística do momento atual, quando a barbaridade da morte de moradores de rua vai maculando com selo de atrocidade o rosto de uma sociedade que tem tudo para se pretender como justa, fraterna e solidária. No entanto, fica mais estampada a exigência de um caminho diferente, urgentemente encetado.
         Sendo verdade que o comprometimento é de caráter ético, também é verdade que a ética faz renascer, até mesmo das cinzas, a pessoa na sua dignidade com a alimentação da sua condição de possibilidade de diálogos, intercâmbios e edificações da vida. A cidadania não se conta, nem se garante por conta da simples legalidade de contextos ou pelo enquadramento normativo que as sociedades necessitam como condição de possibilidade de debelar seu ímpeto tirânico e sua força controladora. O suporte que dá consistência à cidadania é a ética, na sua força de exercício permanente de valores, os que estão para além da condição individual e podem domar qualquer tirania de desejo. Aqui se debate a sociedade atual, agonizante que está em tantos setores determinantes da vida. Cresce a acentuação da brecha existente entre a cidadania, exercida como fidelidade ética, e a vergonhosa manipulação.
         Não se está, contudo, no fim do túnel. Existem saídas redentoras apontadas pela ética, com a retomada dos valores e posturas honestas, transparentes e comprometidas. Reacende a esperança a possibilidade desta retomada nos corações de boa vontade e no esforço disciplinar que a todos deve envolver. Nestes dias, sinal forte e convincente é o acontecimento do festival que envolve um binômio, em si mesmo, divergente, “lixo e cidadania”, com a participação de moradores de rua e catadores de papel, na luta pela conquista da cidadania e mostrando que a força criativa dos valores, presidindo relações e prioridades, de governos, de organizações, de igrejas e de indivíduos, pode dar àqueles que estão colocados à margem o lugar cidadão, direito de todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

         

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A CIDADANIA, A CONSTRUÇÃO DA PAZ E DA FRATERNIDADE E A FORÇA DA PESQUISA CIENTÍFICA

“Estar em vigília como uma 
oferta à paz e à união fraterna
        A vigília pode ser considerada uma oração, um estado no qual o indivíduo permanece em serena espera, em atitude de entrega e de atenção ao profundo do ser, à Fonte de Sabedoria e Amor. Apesar da vivência de alguns momentos de desarmonia e outros felizes, apesar de nossas atividades formais do dia a dia, podemos estar abertos permanentemente à compreensão e ao entendimento de todos os fatores internos ou externos que influenciam a vida.
         Vigília é aquele estado no qual nem mesmo uma catástrofe nos surpreende. Participamos dos acontecimentos com absoluta entrega, comovendo-nos eventualmente, porém sem que nossa atividade e o estado de nossos sentimentos sejam alterados. Isso não significa indiferença, mas alerta diante das mudanças imprevistas que os tempos atuais estão trazendo.
         A vigília só tem validade quando é realizada com alegria; do contrário, qualquer esforço será vão. Não deve constituir uma obrigação, mas sim representar a real necessidade do indivíduo. Períodos de vigília são de intensa força e alinham a consciência externa com a alma.
         Nas primeiras vigílias, há esforço para aquietar-nos e também podem surgir algumas crises, pois a pureza do ser quer instalar-se, e o ego, habituado a estados mais densos, vê nessa pureza uma ameaça e fica num vazio que ainda não compreende. Mas, persistindo, cessam as lutas. Quando a ansiedade por resultados se esvaece, as dúvidas da mente e as crises se dissolvem e a serenidade se instala.
         Nessa busca em vigília, feita com dedicação e calma, desvelam-se os propósitos da vida e o serviço a ser prestado. Encontram-se os semelhantes na própria essência interior, e assim começa a convivência fraterna.
         Quanto mais conectados com o próprio Ser Interior, mais preparados estaremos para construirmos firmeza interna, proporcionando calma, paz e serenidade para todos que estiverem passando por momentos de dificuldade de qualquer natureza.
         A paz poderá ser vista como um farol na escuridão. Assim, todo o esforço realizado hoje será frutífero amanhã. Aos que desejam servir, saibam que para sermos portadores da paz é preciso, primeiro, que nos tornemos reis da harmonia em nosso mundo interior. Desse modo, poderemos estar harmonizados também nos nossos corpos materiais, como o físico, o emocional e o mental.
         Para quem deseja estar em vigília, é fundamental que seja devoto, fiel, e que não se deixe levar pelo ritualismo de atos e exercícios somente, sem antepor a isso uma devoção autêntica e um fervor em suas ofertas. Todo e qualquer ato feito em glória a Deus é para ser imbuído de alegria, livre de apatia e de soberba.
         Que seja manso como ovelha nos campos, orando profundamente nas vigílias por todos os que não têm fé e pelos que ainda não se abriram às mensagens que provém dos níveis espirituais elevados. Essa oração, como se disse, é um aperfeiçoamento do próprio estado, refletindo-se em toda a humanidade, que é una, e beneficiando-a.
Todos são chamados a uma união fraterna além das fronteiras do ego, sem remorsos. São milhões os que necessitam disso, porém, como se sabe, é necessário primeiro corrigirem seus passos, darem a mão franca e desinteressada aos que vêm logo atrás e saberem reconhecer os necessitados.
         Devemos ter sempre em mente o seguinte: “a estrada é longa para alguns e curta para outros, quem chega primeiro deve saber esperar quem ainda está a caminho.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ANDRÉ ROBERTO MELO SILVA, biólogo, professor do Centro Universitário UNA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pesquisa e a formação do aluno
        A pesquisa científica é uma novidade para a humanidade. Nossa espécie surgiu a aproximadamente 200 mil anos no nordeste da África e por lá ficou como grupos nômades, caçadores e coletores durante 130 mil anos (somos todos africanos, portanto). Há 70 mil anos começou a se espalhar para outros continentes e há apenas 10 mil anos dominou o cultivo de algumas espécies vegetais, surgindo então os primeiros assentamentos e vidas.
         Os primeiros impérios, sistemas de escrita e dinheiro surgiram há cinco mil anos e há apenas 500 anos se inicia as primeiras pesquisas, o que foi chamado por Yuval Noah Harari, no livro Sapiens, de revolução científica.
         Antes disso, as poucas descobertas eram feitas pela curiosidade das pessoas, por tentativa e erro. Entretanto, a partir de 1500, o homem começou a acreditar que poderia construir novos conhecimentos, pois entendeu que não sabia tudo. Assim, grandes investimentos começaram a ser feitos em novas descobertas.
         A partir de então surgiram vários avanços e novos saberes, muitos na área da saúde e medicina. Por exemplo, foi apenas em 1674 que micro-organismos foram observados em um microscópio; em 1859 foi publicada a Teoria da Evolução de Darwin e a teoria psicanalítica de Freud só no início do século XX. A expectativa de vida mais que duplicou nos últimos séculos e a população mundial triplicou após a 2º Guerra Mundial.
         Em uma visão mais localizada, a pesquisa foi e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Ela gera novos conhecimentos e produtos, que trazem ganhos para as pessoas particularmente, como novos medicamentos, e para o país através das patentes.
         A pesquisa científica muitas vezes começa nas escolas técnicas, faculdades e universidades, com iniciações científicas ou monografias, e é uma oportunidade valiosa para o aluno. Lá, ele exercita sua criatividade e curiosidade, aliados ao método científico, fundamental para que os resultados alcançados sejam confiáveis. Além disso, ativa sua capacidade de leitura e senso crítico.
         Sem curiosidade pouca coisa nova pode ser descoberta. É preciso ter vontade de descobrir algo que ainda não se sabe. Essa curiosidade e vontade tem que ser estimulada no ambiente familiar e escolar para depois ser aproveitada e desenvolvida no ensino superior.
         A partir daí as pesquisas podem ser básicas, gerando informações e conhecimentos que irão integrar os livros/textos ou aplicadas, que podem gerar soluções para um problema específico.
         Pelo senso comum, o Brasil está muito atrasado. Entretanto, de acordo com dados levantados pela agência Thomson Reuters, em 2003 o Brasil estava em 17º lugar no mundo em relação às publicações, com 19 mil artigos, e passou para o 13º lugar em 2013, com 43 mil, à frente de países como Suécia e Rússia.
         Entretanto, ainda é pouco. Essa pesquisa apenas considera os números absolutos de publicações. Nossa capacidade é tão grande que são necessários ainda mais investimentos, para fomentar novas gerações de pesquisadores, repatriar outros e evitar que mais cientistas procurem universidades estrangeiras.
         Assim, mesmo com a fusão do Ministério da Ciência e Tecnologia, continua cada vez mais fundamental uma atenção cuidadosa das faculdades e universidades públicas e privadas e órgãos de fomento para o desenvolvimento das pesquisas em nosso país.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

  

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A CIDADANIA, AS NOVAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE E A REVERÊNCIA À DIGNIDADE HUMANA

“Tecnologia a favor do meio ambiente
        Vivemos em uma época em que a preocupação com o aquecimento global se tornou a principal pauta de discussão de fóruns internacionais, ficando atrás apenas de temas como religião, economia e desenvolvimento. A importância do assunto para o desenvolvimento humano, econômico e social está interligada de tal maneira que não pode mais ser ignorada.
         Em acordo assinado pela presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff, na Convenção do Clima do ano passado (COP 21), na França, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir em 36,1% a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, até 2020. Essa meta tornou-se um desafio e tanto e uma corrida contra o aquecimento global, que está previsto pela ONU aumentar em até 2ºC até o mesmo ano de 2020.
         Segundo levantamento feito e publicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), os investimentos no setor de microgeração, central de geração de energia até 100 kW que utilize fontes renováveis, chegarão ao patamar de R$ 30 bilhões de reais até 2024. A microgeração é uma tecnologia que permite gerar energia elétrica limpa e com o retorno do investimento no período de um ano, sendo que o investidor/usuário ainda terá a possibilidade de vender a energia excedente, à sua concessionária local, em forma de crédito na conta de luz. Essa é uma realidade que pode beneficiar tanto usuários domésticos como a indústria e o comércio em geral.
         O setor de tecnologia está atento a essa nova realidade e já conta com equipamentos e ferramentas que utilizam a energia solar como fonte de combustível em seus produtos. O gigante das telecomunicações Google, por exemplo, já possui um protótipo de carro elétrico totalmente aerodinâmico, que não polui o meio ambiente, controlado por meio de um smartphone e que dispensa motorista.
         E não é só isso. Outras empresas do setor já trabalham e investem pesado em tecnologias que priorizam fontes de energias renováveis ou que em seu descarte tenham a chance de ser recicladas. É o caso das lâmpadas de LED azuis, uma criação conjunta dos pesquisadores Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura. A invenção revolucionou o mercado de tecnologia de energia elétrica, sendo que estas lâmpadas de diodos emitem luz azul. Mais resistentes e duradouras, proporcionam uma economia no consumo de eletricidade de até três vezes menos o seu real valor em conta, e o melhor, as lâmpadas de LED não possuem mercúrio em sua composição, outro ponto positivo para o produto e alívio para a natureza.
         E por último, mas não menos importante, a nanotecnologia, também conhecida como nanotecnia, que é o estudo da manipulação de matérias em escala atômica e molecular. No atual paradoxo em que vivemos, no qual os aparelhos e tecnologias estão cada vez menores, e mais poderosos e robustos, a nanotecnologia promove mais um ganho para a natureza. Isso porque sua produção e manipulação se dão em níveis atômicos e nunca o sistema de produção demandou tão pouca matéria-prima e uso de recursos naturais para a elaboração dessas tecnologias. Ou seja, quanto menores nossos instrumentos, menos recursos gastaremos.”.

(LEONARDO BORTOLETTO. Especialista em inteligência digital, presidente-executivo da Sucesu Minas; vice-presidente da Sucesu nacional e conselheiro titular do MGTI, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em favor do povo
        Essa expressão precisa se tornar um princípio que inspire a conduta de todos os cidadãos. E é urgente que seja adotado, particularmente, pelos governantes, políticos, dirigentes e líderes. Uma necessidade para que se passe o Brasil a limpo, tarefa gigantesca, pois a sujeira é incalculável. Não há outro caminho para superar as crises senão este agir a partir do lema “em favor do povo”, o que possibilita edificar uma cultura mais cidadã e menos egoísta. Contribui para dissipar as manipulações que buscam favorecer pequenos grupos, partidos e interesses que claramente não são os da população. A tarefa é exigente, demandas muitas mudanças, que não são apenas de nomes. Urgentes são as transformações profundas que resgatem a cidadania de um mundanismo perverso e viciado, um contexto que impede o surgimento de pessoas motivadas para trabalhar em favor do povo.
         Mundanismo é um termo refletido pelo papa Francisco na sua Exortação Apostólica sobre a Alegria do Evangelho. Ali, o papa fala a respeito do mundanismo espiritual que corrói a interioridade do cidadão contemporâneo, com lamentáveis desdobramentos nas diversas instituições e práticas que formam a sociedade, inclusive para a Igreja. Tudo o que pode ser em favor da povo fica comprometido. Oportuno é lembrar que a expressão “em favor do povo” refere-se ao bem comum que se sustenta no respeito incondicional à dignidade de toda pessoa humana. Trata-se de um bem emoldurado pela participação e promoção de dinâmicas que conduzem os funcionamentos sociais e políticos nos trilhos da justiça e da verdade. Assim, o mundanismo espiritual, com suas consequências, é veneno que atinge não simplesmente os que se dedicam à prática da religiosidade, mas todo o conjunto da cultura contemporânea, pois enjaula a cidadania.
         Esse mundanismo, muitas vezes, aparece camuflado. Porém, é muito simples percebê-lo em pessoas que buscam ocupar cargos públicos, ou mesmo nas esferas religiosas, por motivações que desconsideram o bem comum. Gente que procura atender, exclusivamente, os quesitos da glória humana e a garantia do bem-estar. A responsabilidade pelo mundanismo espiritual é, principalmente, de todos os que exercem a liderança, nas diferentes esferas da sociedade e de suas instituições. Urgente se torna buscar um caminho penitencial, de limpeza que não pode deixar de todos envolver. Na sociedade brasileira, o mundo empresarial tem sido “passado a limpo”. Mas ainda falta a corajosa iniciativa de também submeter o mundo da política nos parâmetros da justiça. Sem essa coragem, não será possível tecer nova cultura política e, consequentemente, o povo continuará a sofrer com a corrupção.
         Os jeitos tortos de tratar a coisa pública, manipulada em favor de grupos, partidos, indivíduos, perpetuam os equívocos. Validam escolhas inadequadas nas estruturações e funcionamentos que de outra maneira permitiriam conquistas em favor do povo. Torna-se indispensável analisar e entender as dinâmicas da cultura pós-moderna. Avaliar criticamente tendências extremamente subjetivistas, que consideram certas experiências como únicas, aprisionando a cidadania em sentimentos e razões muito próprias. Esse fechamento traz como consequência uma incapacidade para um olhar mais ampliado e, sobretudo, eivado com a sensibilidade para priorizar o que é “em favor do povo”. Quando governantes e políticos sofrem desse mal, em vez de agir para promover o bem comum, empenham-se somente para satisfazer o próprio interesse, no máximo as necessidades dos grupos aliados. São orientados pelos parâmetros da mesquinhez, com perda do altruísmo.
         O mundanismo espiritual, que é também moral, enrijece e domina violentamente as instituições, neutralizando-as na sua tarefa de conduzir o conjunto da sociedade em direções mais arrogadas. Essas instituições e segmentos da sociedade, em vez disso, tornam-se verdadeiros parasitas, pois ancoram a mediocridade de quem não consegue entender e viver a cidadania. Os resultados são prejuízos incalculáveis, inclusive a perda da esperança em pessoas que se deixaram dominar por razões muito mesquinhas e, com isso, comprometeram a sua competência técnica, profissional e humanística. Assim se constitui o triste cenário dos esvaziamentos institucionais, sem credibilidade, desenhando contextos semelhantes aos de uma terra arrasada por guerras e catástrofes. O horizonte é presidido por uma mentalidade pequena, pela exacerbação de práticas religiosas que são adaptadas à demanda dos fregueses, com uma multidão ancorada na rigidez de fundamentalismos e descompromissada com as exigências éticas. Recomeçar é a saída, e a direção é fazer valer, acima de tudo, o princípio ético-político de tudo que seja em favor do povo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; já a taxa de juros do cheque especial, no mesmo período, chegou a históricos 308,7%; e, em maio, o IPCA acumulado nos doze meses a 9,32%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...