sexta-feira, 29 de julho de 2016

A CIDADANIA, O PODER DA AUTORRESPONSABILIDADE E A EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

“De quem é a responsabilidade?
        Nos últimos meses, o Brasil tem vivido momentos de muita tensão política, em que o combate à corrupção ocupa a pauta central. Vejo muitas pessoas se mobilizando nas redes sociais, indo às ruas, clamando por mudanças. Um processo democrático e importante para o país, mas que não deve ser considerado de forma superficial. Você tem parado para pensar de que maneira suas atitudes contribuem para a situação atual? Será que você tem assumido em sua vida uma postura ativa em busca de mudanças ou é apenas capaz de criticar?
         Trabalho com coaching integral sistêmico, processo orientado à ação que ensina o indivíduo a agir com todo o seu potencial em direção aos seus objetivos. Essa metodologia usa a inteligência racional associada à emocional e leva em conta diversos aspectos da vida, como família, saúde e finanças, e não apenas o profissional. Durante as sessões com meus clientes, a autorresponsabilidade é um tema muito explorado e tenho percebido como é difícil para as pessoas lidarem com o resultado de seus atos, seja ele negativo ou positivo. Falo isso de forma ampla: no trabalho, financeiramente ou em casa com a família.
         Esse tema é tratado profundamente no livro Autorresponsabilidade – A chave para uma vida de realizações e conquistas, do coach Paulo Vieira, Ph.D. na área pela universidade norte-americana Florida Cristhian University (FCU) e um dos profissionais mais respeitados do Brasil. Na publicação, ele apresenta diversos comportamentos que são muito comuns, mas prejudiciais para o crescimento e o desenvolvimento das pessoas, e propõe seis leis para a conquista da autorresponsabilidade, que envolvem, entre outros, a crítica, o julgamento e a reclamação.
         Quando buscamos culpados, quando apontamos o dedo para o outro, deixamos de nos responsabilizar pelas situações que vivemos, pelas dificuldades por que passamos. Por que mudar se a culpa da situação do país é dos políticos corruptos? Por que mudar se os meus colegas de trabalho é que são ruins? Por que mudar se o meu companheiro é que não me entende? Os nossos melhores frutos dependem da nossa persistência na autorresponsabilidade. Para isso, precisamos reaprender a lidar com o outro e, principalmente, com nós mesmos.
         Podemos gerar grandes resultados, mas estes dependem de nossas ações e escolhas. Parece óbvio, mas não é. Costumo perguntar para as pessoas se elas estão dispostas a “pagar o preço”. Afinal, não existe mágica: é preciso abrir mão de posturas recorrentes, da vitimização, e colocar a mão na massa, abrir a mente para o novo, novos pensamentos, novas crenças. Sem dúvidas, isso exige muito. Enxergar além não é tarefa fácil, mas é possível.
         O autoconhecimento faz parte desse processo, ele nos dá poder para assumirmos nossas habilidades. Se cada um de nós se tornar responsável por sua vida e seus resultados, sem esperar que o outro o faça, sem deixar que a crise gere uma epidemia de pessimismo, teremos um suspiro de esperança. Quem sabe, assim, poderemos ser uma geração que acredita mais em si mesma, conhece suas responsabilidades e não apenas seus direitos, capaz de focar em ações que realmente fazem a diferença.”.

(JÚLIA LOBO. Publicitária, coach profissional e diretora do Centro Conceito de Coaching da Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis) em Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de julho de 2016, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RAFAEL ÁVILA, professor de relações internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), diretor de inovação do grupo A-nima, e que merece igualmente integral transcrição:

“Novos métodos de ensino
        As instituições educacionais do mundo inteiro estão buscando novas formas de ensino para atender às demandas do mundo contemporâneo. A Finlândia, por exemplo, país onde a educação é considerada uma das melhores do mundo, sabendo que o ensino tradicional não dá conta de algumas questões, tem proposto testar, de maneira a complementar o ensino tradicional com o dos fenômenos, porque considera que as necessidades não são mais as mesmas dos anos 90 e precisa de uma educação adequada ao século 21. O estudo de fenômenos é um método já adotado por cerca de 70% dos professores das escolas de ensino médio da capital do país. A ideia é que cada fenômeno possa ser estudado com diferentes abordagens: a Segunda Guerra, por exemplo, poderia reunir professores de história, geografia e matemática.
         Em Minas Gerais, o Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), atento às transformações do mundo contemporâneo e da própria educação, sabe que a formação do estudante passa pelo ensino de aspectos técnicos e de conteúdos, mas que não se limita a somente isso. Por este motivo, além dos conhecidos projetos interdisciplinares, um componente curricular inovador, em que os estudantes articulam diversos saberes, de maneira interdisciplinar, na construção de produtos, protótipos, projetos e soluções, vem implementando uma nova proposta.
         Essa nova proposta, denominada Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de Vida, como é comumente conhecida, visa propiciar aos estudantes a possibilidade de desenvolver habilidades sócio-emocionais, ao mesmo tempo em que os mesmos podem refletir sobre seus projetos de vida e carreira. O objetivo do Projeto de Vida é propiciar uma formação mais humana, mais personalizada e mais contemporânea, que combina o ensino de conteúdos e o debate de temas da contemporaneidade com o desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais ou não cognitivas, fundamentais para o cidadão do século 21. Este programa, muitas vezes mediado também por tecnologias, acaba por não só transformar a vida dos nossos estudantes, como também vem trazendo ao docente a possibilidade de assumir um novo papel, o de mentor, e que o permite contribuir diretamente na formação integral dos nossos alunos.
         O objetivo da instituição é formar um sujeito autoproposto, um cidadão crítico, engajado e atuante e capaz de entender o seu papel no mundo. Para isto, o UniBH buscou a inspiração no grande educador mineiro, o professor Antônio Carlos Gomes, que costumava dizer: “Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma e a sua circunstância, (...) mais será de visualizar onde pretende ir e traçar um caminho para chegar lá. (...) Um ser humano torna-se autoproposto, quando adquire um projeto de vida, quando traça um caminho claro entre seu ser e o seu querer-ser”. É formar um sujeito que trace um caminho autônomo de sua própria formação.
         Uma das inspirações que o projeto teve foi a Escola Municipal André Urani, ou simplesmente Escola da Rocinha, onde a Tamboro, empresa parceira no projeto, desenvolveu um projeto de resgate da autoestima e dos sonhos dos jovens da comunidade. O Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de Vida, começou no ano passado com cinco turmas pilotos e neste ano já impacta a formação de centenas de jovens que entram no UniBH.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


    


quarta-feira, 27 de julho de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E OS GRAVES DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“Em defesa do programa 
Ciência sem Fronteiras
        Anísio Teixeira (1900-1971) foi um dos mais importantes educadores que o Brasil já teve. Foi também responsável pela criação de inúmeras instituições voltadas à qualificação da educação pública brasileira e, principalmente, para a democratização do acesso aos bens educacionais, que, segundo ele, são direitos e não devem permanecer como privilégios de poucos.
         Em 1956, na companhia de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira tomou as providências necessárias para que o país contasse com um centro de altos estudos educacionais, do que resultou, com o apoio da Unesco, a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, seguramente a mais densa iniciativa nesse campo antes da “era da pós-graduação”, iniciada na década de 70.
         Naquele contexto, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro defendiam incessantemente que as políticas educacionais deveriam ser consideradas políticas de Estado, não ações de governo, suscetíveis às guerras ideológicas e a desmanches de tempos em tempos.
         E como não somente eram grandes acadêmicos, mas também homens de ação política, eles sonhavam com uma situação na qual uma política de Estado pudesse, além de garantir a ampliação do acesso à universidade, oferecer oportunidade para a internacionalização da experiência universitária.
         Com se percebe, as ideias que mais tarde resultariam na criação do programa Ciência sem Fronteiras são maiores que um governo e têm raízes nos capítulos mais luminosos da história da educação brasileira, uma trajetória repleta de interrupções e danos aos projetos que se mostraram vocacionados a assumir o perfil de política de Estado, como foi o caso do Exame Nacional do Ensino (Enem), por exemplo.
         Com expressiva preocupação, assistimos ao desmonte do programa Ciência sem Fronteiras. Presenciamos, mais uma vez, uma ação de governo – e, desta vez, de um governo interino – agredindo uma política de Estado amplamente legitimada e reconhecida junto à comunidade acadêmica do país e do exterior.
         O programa Ciência sem Fronteiras está sendo abatido quando ainda dá os primeiros passos e nem sequer conheceu a primeira ação de ajustes, que sempre são necessários.
         Na metade do século XX, dois intelectuais brilhantes, atores políticos profundamente marcados pelo horror do golpe civil-militar de 1964, tiveram a clarividência de defender projetos de internacionalização da experiência universitária, mesmo num contexto em que os números do ensino superior eram muito mais modestos que os atuais.
         Estivessem hoje conosco, provavelmente comentariam que os que desmanchando o programa Ciência sem Fronteiras não sabem o que é política de Estado, arruinando, assim, o lugar da educação e da ciência no âmbito da esfera pública.”.

(Gilberto Alvarez Giusepone Jr. Especialista em educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página7, de autoria de LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA, empresário, médico, professor, ex-ministro da Saúde e deputado federal, e que merece igualmente integral transcrição:

“O Congresso diante da crise
        A situação do país é crítica, com crises na política e na economia, com fortes reflexos negativos na sociedade. Não é apenas uma crise, são várias ao mesmo tempo, inclusive moral e ética, tornando preocupante o cenário. Arrecadação fiscal estagnada, produção em queda, atividades comerciais e de serviços em declínio, desequilíbrio cambial, balança comercial com números desanimadores, desemprego com altos percentuais, inflação crescente, recessão geral.
         Ao governo compete adotar medidas necessárias à recuperação. É preciso reorganizar as contas públicas, enxugar a máquina administrativa, reduzir gastos e, sobretudo, implantar as reformas prioritárias, entre elas a da Previdência Social, sendo urgente a revisão geral do sistema, incluindo a ampliação da idade para a aposentadoria e desvinculação do salário mínimo como parâmetro de cálculo de benefícios. Trata-se de medida severa, mas não justifica a oposição das centrais sindicais, que não estão vendo, ou não querem ver, a realidade do problema. Se a Previdência Social não for recuperada, chegará o dia em que nem Previdência haverá. O sistema está em vias de falência e se não houver profunda e séria reforma, inexoravelmente quebrará.
         Além das reformas previdenciária e trabalhista, já em discussão, há outras medidas tomadas, como a questão da dívida dos estados. Foi adotada uma saída emergencial, temporária, de certa forma apenas adiando o problema, que, todavia, tem de ser solucionado. É evidente que o endividamento dos governos estaduais decorre de falhas de gestão, porém, a situação não pode continuar com alguns entes federativos sem condições de pagar seus funcionários. O governo federal, ao dar essa trégua determinou, com acerto, que estados e municípios adotem diretrizes para limitar os gastos, como a própria União está se impondo. É preciso fortalecer o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que contém determinações claras que não vêm sendo cumpridas, como o gasto com funcionalismo ultrapassando o teto estabelecido. Despesas acima da arrecadação causam desajuste das contas públicas.
         O governo encaminhou ao Congresso proposta de emenda constitucional limitando os gastos da União, estados e municípios aos índices inflacionários; é ótima iniciativa que, também, depende de passar no Parlamento.
         Outra acertada decisão do governo federal determina que a nomeação de diretores de estatais obedeça a critérios de competência técnica e não mais de indicação política, que limita e restringe a autonomia dos gestores, que acabam manietados, tendo que primeiro atender aos interesses de seus indicadores, ou “padrinhos”. Essa submissão política é a causa não só de má administração como de corrupção nas estatais, como estamos assistindo.
         Todas essas propostas e projetos de reorganização do Estado brasileiro dependem de discussão e algumas até de aprovação do Legislativo, daí a importância de os membros do Congresso terem uma visão altruística de sua atuação. O foco do Congresso Nacional deve ser a responsabilidade para atuar em favor do país. Não é por ser um ano de eleições que se deixe de discutir e aprovar as propostas as propostas que podem não agradar ao eleitorado e, por causa disso, congressistas eximirem-se dessa responsabilidade temendo desagradar a grupos políticos aliados nos estados e municípios. Acima de tudo está a obrigação de reequilibrar o país. Se houver omissão, a população vai cobrar da classe política, que já está com a credibilidade afetada e acabará mais desprestigiada.
         Entendo que nesse contexto todo é que sobressai o papel do Congresso Nacional, especialmente da Câmara Federal, porque reformas e medidas duras enfrentam natural resistência popular, cabendo aos deputados, representantes do povo, atuar no esclarecimento da população, no convencimento geral para que o próprio Congresso tenha apoio da sociedade para aprovar as mudanças exigidas, a fim de que o país se recupere e retome o rumo do crescimento, estabilidade e governabilidade. Deve o Congresso estar ciente da gravidade do momento e entender que defender interesses pessoais e eleitorais é ir totalmente contra interesses maiores do Brasil e dos brasileiros, que protestam exigindo coerência e espírito público.
         Oposição ao governo é normal na democracia, oposição ao país é falta de patriotismo, de visão política e de cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


    

          

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A CIDADANIA, A VERDADE DE CADA UM E OS PILARES DA SUSTENTABILIDADE DA CULTURA

“#partiupravida
        Uma das maiores violências que podemos sofrer é não ser escutados. Quem de nós nunca passou por isso? Duvido que alguém responda com isenção a essa pergunta. Quando alienada, a alma sofre. Ser ignorado em nossas verdades fere. Ficar colado na verdade do outro significa desconhecer a si próprio.
         Há quem pretenda saber de nós mais do que nós mesmos. Há quem impute ao outro suas opiniões e impressões, sem considerar nenhuma ponderação. E decrete o que este outro é, sem sequer lhe dar a chance de opinar. O julgamento severo e impiedoso é um dos perigos que devemos temer seriamente.
         Mas é assim: somos feitos como o outro quer que sejamos, pelo menos para ele. Se por infelicidade nos encaixamos onde o outro nos coloca, seremos apenas o espectro de suas acusações ou pareceres, que nunca serão aquilo que de fato somos.
         É como ser roubado naquilo que de mais precioso temos. A alma pode nos ser roubada, como se fosse a flor arrancada de um jardim – colhida, tem morte decretada. Deixar de ser sujeito na vida é viver a morte em vida. É motivo de depressão e amargura.
         É como disse o poeta Eduardo Alves da Costa:
         “Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada.// Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”
         Como disse Elza Soares, no último domingo, apresentando a um vasto e diversificado público, na Virada Cultural de BH, seu último lançamento, A mulher do fim do mundo: precisamos lutar, lutar, lutar, lutar.
         Lutar para expulsar do mundo o preconceito, o autoritarismo, o machismo e a covardia moral exercida sobre a pessoa. Nunca podemos nos cansar de dizer não quando somos achacados pelo outro, pressionados, chantageados por aqueles que exigem que sejamos e façamos o que eles querem, sob pena de sermos excluídos de sua vida.
         Saibamos perder com honra. Saibamos buscar aqueles nos amam e suportar os que não. Jamais seremos unanimidade. Saibamos quem somos e queremos ser. Nunca em tempo algum sejamos reduzidos a coincidir com o que o outro diz sobre nós. Nosso desejo vem do outro, que é matriz, mas precisamos nos apropriar dele para fazê-lo nosso, ao nosso modo.
         Essa é a verdadeira forma de liberdade de viver a vida que temos, nossa única chance de vive-la em abundância. De deitar no travesseiro sem nos perdermos em noites de insônia, atormentados por culpas e fantasmas que nos cobram exigências inatingíveis e preços impagáveis em nome de idealizações desumanas. Sem amarras ou aprisionamentos que nos são exigidos por covardes e torturadores da alma humana. Esses que condicionam a aceitação do outro apenas se ele lhe serve, acatando seus caprichos e mandamentos como verdade.
         Ora, a verdade não é única e nunca será. É plural. O certo, para uns, parece errado a outros – e assim será. A diferença não pode ser negada e não pode ser motivo de guerra ou ódio. Mas, lamentavelmente, é. Para muitos, continuará sendo.
         A verdade de cada um vem da vivência singular e da íntima interpretação de cada um do que viveu. Da história familiar, das lembranças e dos esquecidos. Se abrimos mão das nossas verdades por temos de desagradar ou perder o outro, já perdemos, sem saber, a vida que devemos prezar como o nosso maior bem.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de julho de 2016, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pilares para a cultura
        O conjunto arquitetônico modernista da Pampulha, agora patrimônio da humanidade, é mais do que justa homenagem aos belo-horizontinos e à ousadia de Juscelino Kubitschek. Além da alegria experimentada por cada um de nós – com o anúncio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a merecida distinção inscreve no horizonte de Minas Gerais, particularmente da capital mineira, um importante desafio: reverter essa nova realidade configurada em benefício de toda a cidade e da perenidade de cada uma das obras desse complexo de alta significação arquitetônica, cultural e turística, importante capítulo na história da arquitetura mundial. Tarefa que desafia especialmente os governantes, operadores e gestores de turismo e todo povo mineiro.
         O conjunto arquitetônico que colocou Belo Horizonte à frente de seu tempo, com sua inauguração em 1943, ainda é símbolo da lucidez e ousadia de Juscelino Kubitschek e do talentoso Niemeyer – à época, no início de sua carreira, hoje reconhecido mundialmente. A medida dessa lucidez e ousadia pode ser avaliada a partir da seguinte imagem: a Pampulha sem o complexo arquitetônico em seu redor.
         Isso significa que, em seu tempo, cada governante é desafiado a interpretar e a tratar com clarividência e audácia a realidade na qual se insere como servidor. Não só quanto ao legado recebido. Por exemplo, no caso da Lagoa da Pampulha, não basta somente cuidar de sua urgente e inteligente despoluição, é preciso ver adiante. É preciso oferecer no seu tempo uma contribuição que assente mais pilares para a cultura. Neste horizonte, conservar e tratar adequadamente o patrimônio que se tem e intuir os novos e exigidos desafios, tecendo uma história que possa assegurar sustentabilidade à vida social, política, cultural e econômica.
         Os pilares da cultura, em arquitetura, infraestrutura e investimentos não são obras mortas. São forças incidentes na circulação do sangue que move a vida de uma sociedade, gerando economia produtiva e inclusiva por meio do turismo, uma força de referência que ultrapassa as fronteiras de Minas e do Brasil. É também o fortalecimento da consciência, corre-se o risco de ver as riquezas, naturais, culturais, religiosas, artísticas e populares se dispersarem. Isso se verifica em realidades articuladas por culturas diferentes, numa riqueza tão plural que pode levar a sociedade a se entender repartida, enfraquecendo sua identidade. A sociedade, assim, se sente impotente para multiplicar as próprias riquezas, torna-se incapaz de produzir cenários de mais justiça e o mais grave: de ser protagonista de sua história. Repete-se, então, o estribilho de que o melhor é o que vem de fora. De que só os outros são capazes de grandes conquistas. Alimenta-se a lógica do desmanche da própria identidade, perdendo riquezas produzidas e legadas.
         A alegria do reconhecimento conquistado pelo complexo arquitetônico da Pampulha deve se transmutar em ardor guerreiro por novos passos em Minas Gerais. É indispensável o entendimento inteligente de fazer crescer o potencial turístico do estado, valorizando singularidades. Entre elas, vale destacar o inexplorado potencial do turismo religioso, tesouro da nossa realidade histórico-cultural. Um exemplo é o caminho Religioso da Estrada Real (Crer), que liga o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Trajeto tão rico pela beleza do conjunto paisagístico e arquitetônico, particularmente sacro, como o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Esse é um dos projetos com potencial turístico ainda adormecido, esperando ações mais efetivas e entendimentos governamentais e empresariais para tratamento competente para que, de fato, beneficie os mineiros.
         Não menos importante é o desafio de colocar no coração de cada mineiro a padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade. E que cada mineiro se sinta guardião da Serra da Piedade, que em breve aspiramos ser já reconhecida como patrimônio da humanidade pela sua relevância ambiental, paisagística, histórica e religiosa. Um patrimônio que merece mais empenho dos representantes do povo, a começar pela duplicação da rodovia BR-381, lamentavelmente conhecida por Rodovia da Morte.
         Patrimônio que traz a fé e a religiosidade enraizada na cultura e na vida do povo mineiro. Um exemplo é a Igreja São Francisco de Assis, símbolo e coração do complexo arquitetônico da Pampulha, a primeira projetada por Niemeyer. Bem perto está a Catedral Cristo Rei e a Cidade Administrativa, pela Avenida Pedro I, passando pelo final da Avenida Cristiano Machado e seguindo pela MG-010. Trecho de quatro quilômetros que merece ser reconhecido como uma grande avenida com o nome de São João Paulo II. É hora de novas audácias e novos passos pelo bem de Minas e dos mineiros.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        



sexta-feira, 22 de julho de 2016

A CIDADANIA, AS CHAVES PARA A COOPERAÇÃO E A EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA

“Simplicidade e pensamento 
elevado: chaves para a cooperação
        Na busca de agir com união de esforços visando manifestar a verdadeira cooperação, a simplicidade é elemento equilibrador. Se não existem compromissos com coisas ultrapassadas, a simplicidade revela seu poder de dissolver hábitos e atrair a paz. Mas, para não se transformar em dura austeridade, é preciso alegria no viver e no compartilhar.
         A alegria brota espontaneamente quando se reconhece que é preciso pouco, bem pouco, para viver ajudando os demais, sem nada reter – nem dissabores, nem bem-aventuranças. Se há alegria, os dias se revelam um fluir contínuo, serenos como a eternidade.
         A aparência de progresso que a civilização apresenta não deixa a humanidade ver a profunda crise em que se encontra. Porém, os mais conscientes indicam o rumo com seus próprios passos e elevam consigo os que aspiram a progredir. Muitos ombros deveriam estar dividindo as inúmeras tarefas disponíveis no conturbado mundo de hoje.
         A insatisfação comum no mundo inteiro não decorre só de carências materiais, mas do afastamento da verdadeira meta de Deus. Os que se encontram desconectados dessa meta têm ilusão de que a paz vem da posse de bens. Assim, deixam-se levar pela tendência a acumular coisas, mas o vazio persiste em seus corações como um sinal de que este não é o caminho da serenidade e da abundância.
         Sem que no coração a simplicidade desabroche, não surge a paz interna nem há partilha correta dos recursos disponíveis. Mas simplicidade não é pobreza: nasce se percebermos a necessidade de todos e se renunciarmos ao supérfluo.
         A simplicidade leva a atos e a decisões transparentes. Expressa-se quando a pessoa se libera de apetrechos retidos por desejos, ambições e vaidades. É uma qualidade própria do mundo interior, onde se conhece a força de ater-se ao essencial.
         Embora seu valor seja pouco conhecido, a simplicidade é fundamental para a manifestação livre da vida. Conduz à singeleza e revela o que é imediato e prioritário. Porém, ser simples requer vontade férrea e implica renúncia a hábitos desatualizados e a vícios que têm fundas raízes.
         A união fraterna de pessoas lúcidas e disponíveis ao serviço firma-se na simplicidade, e as oscilações do atual modo de viver humano não lhes devem tirar a disposição nem a serenidade.
         Além da simplicidade, o pensamento bem direcionado e elevado permite o cultivo das melhores virtudes e predispõe a ações benéficas. Para avançar rumo à abundância é necessário fé, coragem, perseverança e intrepidez, qualidades que têm como sementes o pensamento positivo e criativo.
         Para construir a fraternidade é necessário descobrir o ele entre o pensamento e a obra. As verdades mais profundas desse elo tão importante revelam-se quando se vive em nome de uma união maior, de um amor integrador e impessoal.
         O pensamento voltado para o sagrado dissolve o tédio e traz experiências renovadoras. Quem se dedica ao trabalho fraterno da cooperação poderá estar sempre diante dos companheiros e da própria tarefa como se fosse pela primeira vez.
         Não há equívocos quando, cultivando o silêncio interior, percebem o significado dos acontecimentos. Compreendem a mutabilidade da existência pessoal, a transitoriedade de tudo o que têm é externo. E uma paz inalterada se instala. Assim, o esforço abnegado torna-se o prenúncio de melhores dias.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LAURA SOUZA LIMA E BRITO, professora de direito do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), e que merece igualmente integral transcrição:

“Ver como a educação transforma
        Para coroar uma década de docência, o ano de 2016 me premiou com a chagada de Leandro à minha classe. É impressionante como em sala de aula é possível ver algo novo todos os dias.
         Leandro é o meu primeiro aluno deficiente visual. Tê-lo conosco deu frio na barriga, deu ansiedade, deu medo. O que será que a gente vê quando o outro não vê?
         Ora, a gente vê o outro! Mas foi preciso abrir os olhos para descobrir isso.
         Como as relações humanas são essencialmente recíprocas, em algum momento deixamos de enxergar as pessoas que não veem. Com isso, o efeito mais grave da deficiência visual passa a ser a invisibilidade – uma invisibilidade circular e progressiva que vai transformando todos em cegos e invisíveis potenciais.
         Em Ensaio sobre a cegueira, José Saramago cria a ficção de uma branquidão contagiosa que simboliza a insensibilidade e a indiferença em relação ao outro. O mais angustiante do relato do autor português não é o fato de que ninguém enxerga, mas a constatação de que ninguém é visto naquele cenário.
         Zigmunt Bauman, por sua vez, em Cegueira moral, denuncia a mutabilidade da insensibilidade: “O indivíduo tornado moralmente ‘insensível’ (a quem possibilita, e que esteja disposto a desconsiderar o bem-estar do outro) está, queira ou não, ao mesmo tempo situado na ponta receptiva da insensibilidade moral dos objetos de sua insensibilidade moral”.
         Ou seja, o maior desafio no convívio com um deficiente visual é não nos deixar participar dessa cegueira que nos impede de enxergar aquele que, mais do que ver, quer é ser visto. E, como se trata de relações recíprocas, perceber que, ao olhá-lo, também somos percebidos.
         O mais interessante foi ter me visto surpreendida pelo comportamento dos meus alunos. Eles não foram contaminados pela cegueira ou, ao menos, tiveram a chance de cura. Todos os dias eles me mostram comprometimento e acolhida – por Leandro e por mim. Vejam! A presença dele foi determinante para criar um espaço de respeito e consideração mútuos na sala de aula.
         Descobrimos juntos que é impossível ensinar a um aluno cego em um ambiente barulhento. Quando nos falta um sentido, os outros tomam muita importância. Logo, como Leandro não pode ler meus lábios quando minha voz é abafada por cochichos, os colegas tiveram que exercitar o silêncio. E todo mundo ganhou com isso.
         Leandro descobriu que não poderia realizar uma pergunta no meio de uma explicação, pois poderia atrapalhar a cadência da aula. Descobri que ele não sabia que levantar a mão era a forma mais gentil de pedir atenção, já que ele não via os colegas ansiosos com as mãos levantadas. Agora, ele ergue o braço e precisa lidar com a mesma expectativa dos outros alunos de poder participar. E, mais uma vez, todo mundo ganhou com isso.
         Essa lição dada ao professor ensina tanto sobre o Leandro quanto sobre todos os outros alunos. É preciso vê-los! Saber de onde e por que eles vêm à sala de aula. Entender o que eles querem ver aqui ou como eles querem enxergar o mundo através do curso superior. Foi preciso que eu começasse a pensar tudo de novo. Com isso, Leandro reforçou o brilho dos meus olhos. Porque a docência é e sempre foi minha opção. Uma escolha legítima e sincera para ver e ser vista.
         A educação nos transforma mesmo quando não vemos. Mas, se abrirmos os olhos, ela transforma um mundo inteiro. Muito obrigada, Leandro. Muito obrigada, meus alunos. Sejam bem-vindos à nossa sala de aula!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...