segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DO ENSINO HÍBRIDO E AS LUZES DA TOLERÂNCIA NA SUSTENTABILIDADE

“Vantagens do ensino híbrido
        A sala de aula somente com o professor falando está mudando. Tradicionalmente, a pedagogia de projetos estabelece que o estudante desenvolva habilidades sobre os temas diários. A matéria era ensinada na escola e estudada em casa para fixação e complementação. Hoje, o jovem é protagonista no processo educacional. A pedagogia de pesquisa é uma tendência e propõe o ensino híbrido, ou seja, estudantes e professores constroem conceitos sobre o assunto.
         Não se pode ignorar que a nova geração estudantil já chega à sala de aula com informações diversas. Os livros deixaram de ser a única fonte de pesquisa para cederem espaço aos e-books, portais e redes sociais. Cabe ao professor auxiliar o aluno a organizar conceitos e ideias, propiciando correlações entre as disciplinas. O mundo cresce ao redor do conhecimento e não se pode ignorar que todos aprendem e ensinam ao mesmo tempo.
         Ao contrário do que acontece na pedagogia de projetos, a pedagogia de pesquisa propõe um educador em sala de aula com temas abertos para discussão. Em um trabalho em grupo, por exemplo, cada participante tem a incumbência de estudar diferentes formas para apresentação do projeto, visando uma complementação. Cada aluno prioriza um dos aspectos sobre o tema e o grupo elabora junto a conclusão.
         Colocamos esses projetos em práticas nas aulas do 2º ano do ensino médio, com os jovens estudando o livro “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, propondo um novo desafio: levar a história para a vida real. O desafio foi aceito com a promoção de um júri simulado para avaliar se Bentinho deveria ser punido por calúnia e difamação. O projeto começou com a disciplina de literatura e envolveu outras matérias, como português, filosofia, sociologia e matemática. A multidisplinaridade é uma das novas habilidades exigidas pelo Enem.
         Os estudantes se dividiram em três grupos: defesa de Bentinho, defesa de Capitu e jurados, além da personificação dos próprios personagens centrais. A turma analisou a obra para definir estratégias argumentativas de defesa e acusação. Desde o princípio, ficou claro que o propósito não era fazer juízo de valor sobre o comportamento de Capitu e, sim, desenvolver habilidades de escrita e oralidade com a redação de argumentos contextualizados. A atividade estimulou o estudante a praticar as habilidades de negociação e criatividade, pois, enquanto o júri ocorre, é preciso rever as estratégias e argumentações.
         As novas abordagens em sala de aula devem reunir as habilidades exigidas pela última reformulação do Enem. O estudante precisa desenvolver um pensamento crítico, correlacionando disciplinas e aprimorando o poder de argumentação. A atividade do júri simulado foi apenas uma demonstração sobre como é possível engajar os jovens num processo mais prático, extrapolando a sala de aula para o cotidiano. Com certeza, também é possível reinventar a aprendizagem, para sair do ensino médio com maior capacidade analítica e contextual.”.

(CHRISTINA FABEL. Diretora de ensino do Colégio ICJ, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de outubro de 2016, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fundamentalismo e tolerância
        ‘O sonho da razão produz monstros’. A frase, cunhada numa célebre pintura de Goya, me veio à lembrança ao refletir sobre a febre ideológica laicista que está tomando conta de certos ambientes europeus e, infelizmente, também daqui. O laicismo, tal como hoje se apresenta e “milita”, não é apenas uma opinião, um conjunto de ideias ou uma convicção, que se defende em legítimo e respeitoso diálogo com outras opiniões e convicções, como é próprio da cultura e da praxe democrática.
         Também não se identifica com a “laicidade”, que é algo positivo e justo, e consiste em reconhecer a independência e a autonomia do Estado em relação a qualquer religião ou igreja concreta, e que inclui, como dado essencial, o respeito pela liberdade privada e pública dos cultos das diversas religiões, desde que não atentem contra as leis, a ordem e a moralidade pública,
         O laicismo militante atual, no entanto, é uma “ideologia”, ou seja, uma cosmovisão – um conjunto global de ideias, fechado em si mesmo –, que pretende ser a “única verdade” racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, ideologicamente totalitário e fechado em sua “verdade única”.
         A humanidade, imaginam os defensores de uma cultura agnóstica e laicista, seria mais civilizada feliz num mundo liberto das amarras espirituais. Será? Penso que não. O fundamentalismo islâmico é apresentado como a comprovação definitiva dos males que a religião provoca no mundo. Sonega-se uma dado essencial: o terrorismo é um desvio covarde, uma instrumentalização cínica, uma apropriação criminosa de uma marca que não lhe pertence.
         Na verdade, a história das utopias da razão está manchada de sangue, terror e privação. Frequentemente, salienta Oscar Wilde com boa dose de argúcia, “as melhores intenções produzem as piores obras”. A Revolução Francesa, por exemplo, não gerou apenas um magnífico ideário. A utopia de 1789, em nome da “igualdade”, da “fraternidade” e da “liberdade”, desembocou no terror da guilhotina.
         A Segunda Guerra Mundial não foi acionada por gatilhos religiosos. O Holocausto do povo judeu, fruto direto da insanidade de Hitler, teve alguns de seus pré-requisitos precisamente na filosofia da morte de Deus. Nietzsche, o orgulhoso idealizador do super-homem, está na raiz imediata dos campos de concentração e de extermínio programado. E não foi a religião que desencadeou o Arquipélago Gulag do stalinismo. Feitas as contas, com isenção e honestidade intelectual, é preciso reconhecer que o sonho racionalista projetou poucas luzes e muitas sombras.
         A utopia, concebida no ambiente rarefeito dos gabinetes intelectuais, padece do mal da abstração. Perfila um homem impecável, um sistema irretocável. Depois, ao topar com o homem real, com suas grandezas e misérias, não admite a evidência das limitações teóricas. Brota, então, o delírio persecutório, a síndrome da conspiração. Radicaliza-se o sonho. A abstração quer se impor à realidade. E o humanismo inicial cede espaço ao obscurantismo.
         O autêntico fenômeno religioso, ao contrário, só pode medrar no terreno da liberdade. Na verdade, entre uma pessoa de convicções e um fanático existe uma fronteira nítida: o apreço pela liberdade. O fanático impõe, fulmina, empenha-se em aliciar. A pessoa de convicções, ao contrário, assenta serenamente em suas ideias. Por isso, suas ideias não a movem a impor, mas a estimulam a propor, a expor à livre aceitação dos outros os valores que acredita dignos de ser compartilhados. Sabe que somente uma proposta dirigida à liberdade pode obter uma resposta digna do homem.
         Precisamos, todos, promover um clima da racionalidade e de tolerância na discussão das ideias. O debate não pode ser travado em clima de Fla x Flu, marca registrada de certas manifestações nas redes sociais. Não devemos demonizar quem diverge da nossa opinião. O confronto das ideias é enriquecedor. O fechamento à discussão é tremendamente empobrecedor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 
        


             

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DO SILÊNCIO NA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL E A MEDICINA NA SUSTENTABILIDADE

“O silêncio como condição 
básica para ações evolutivas
        Em etapas um pouco mais avançadas da busca espiritual, o ser inicia seu caminho de “apostolado”, pois até esse momento o Serviço em sua vida estava misturado com suas tendências pessoais e não era ainda uma necessidade vital para ele. No processo de transmissão do conhecimento adquirido até então, o ser encontra desinteresse e inclusive rejeição de pessoas ainda adormecidas, as quais se irritam ao ouvir falar sobre renúncia e entrega total, porque em seu sono de ilusão não podem ver muito além de algumas frestas.
         O fato é que o indivíduo que se encontra um pouco mais a frente no caminho espiritual se inflama do Amor de Deus e pensa que todos estão sentindo o mesmo, ou que o ensinamento que para ele abre as portas do céu fará o mesmo com qualquer outra pessoa.
         Para expandir o conhecimento, o indivíduo primeiro deve aprender o que ainda não sabe sobre o silêncio, ou seja, quando deve falar, quando se expressar e quando calar no silêncio interior, aguardando a melhor oportunidade. O ensinamento é vivo e pulsa em todo o ser, contudo, o indivíduo precisa de indicação interna todo o tempo para saber quando, onde, o que, e para quem transmiti-lo.
         No mundo de inovações tecnológicas o silêncio foi sendo cada vez mais suprimido da vida de todos os seres humanos. Os aparelhos de comunicação que se alastraram como bens de primeira necessidade no mundo da ilusão são os primeiros a não permitir a pausa nem o silêncio; e todos os aparelhos e inovações que levam ao embotamento e à perversão da vida escondem dos seres a chave sagrada de acesso aos mistérios da Criação e do Desconhecido.
         Aos que despertam sempre se alertou sobre as “modernidades”, não para que se parasse no tempo, mas para que houvesse discernimento no uso preciso de tais aparelhos – pois um dos motivos de sua criação foi o aprisionamento em massa em níveis astrais inferiores, levando muitos seres a viver situações infernais ainda encarnados, ignorantes de quem em suas próprias casas abrem portas a essas realidades e depois têm que lidar com as consequências, sem ter instrumentos adequados por encontrarem-se ainda presos. Muitas vezes culpam a Deus por seus dramas, pois com a visão limitada não percebem suas próprias concessões e submissão a esse conjunto de circunstâncias.
         É por isso que o ser já amadurecido começa a aprender que, ao entrar em contato com o mundo no qual vivia antes de iniciar o caminho de ascensão, deverá ter o silêncio como regra básica e insuperável; e contará com instrumentos poderosos como a oração, para entrar sem ser notado e levar Deus a habitar em cada novo coração que se abra.
         Aprende com isso que em cada coração onde Deus faz sua Morada, um de despertar inicia-se e as grades da prisão pessoal de cada um que desperta começam a abrir-se, podendo ingressar pouco a pouco o Ensinamento Superior.
         O indivíduo deve sempre ter em mente alguns pontos, tais como: o silêncio é mãe e pai de toda ação, pois nenhum ação realmente evolutiva é gerada se não for precedida pelo silêncio; saber que por Lei não se dá o que não foi pedido e não se responde o que não foi perguntado; e que o Amor não afoga, o Amor redime, e que no serviço ao próximo é preciso não somente seguir a Deus, mas conviver com Ele no próprio Templo Interior.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de outubro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO, médico e professor, mestre em medicina, e que merece igualmente integral transcrição:

“A medicina e a saúde
        A comemoração do Dia do Médico, ontem, permite-nos tecer algumas considerações sobre a medicina e a sua relação com a saúde no contexto atual brasileiro.
         O primeiro ponto que nos chama a atenção é o das condições de trabalho. É fundamental investir em gerenciamento, estrutura física, materiais, equipamentos e em número adequado de profissionais nos serviços de saúde, para que a atenção prestada às pessoas seja de boa qualidade. Se isso não ocorrer, o médico terá dificuldade – e muitas vezes será impossibilitado, assim como outros profissionais – de realizar, de forma satisfatória, as suas ações. Associados a esses itens, devemos considerar a impor da estabilidade no emprego e a garantia da autonomia profissional. Causa-nos preocupação a previsão de poucos investimentos e recursos para a área da saúde.
         Um segundo aspecto é a exigência, cada vez maior, de qualificação dos profissionais para o atendimento às pessoas. Essa qualificação não é apenas técnica. É também humana e ética. As faculdades de medicina, assim como os serviços de saúde da rede pública e privada, precisam investir na formação de profissionais para que sejam para que sejam capazes de perceber e abordar o ser humano como um todo, evitando a sua fragmentação, ou apenas a valorização dos seus aspectos biológicos. Aqui, cabe destacar a preocupação com a abertura indiscriminada de faculdades de medicina em nosso país, com o currículo e a formação oferecida pelas faculdades e com o prejuízo com a educação permanente e/ou continuada dos profissionais, que poderá ocorrer com o baixo investimento na saúde e na educação.
         O terceiro aspecto é a atuação integrada dos médicos com outras categorias profissionais e outras práticas alternativas (hoje chamadas em nosso meio de prática integrativas e complementares). Com o objetivo da atenção à saúde deve ser prevenir as doenças, é fundamental a inclusão de outros profissionais e práticas nos serviços. Em Belo Horizonte, por exemplo, são conhecidas as práticas de lian gong (uma prática chinesa) nas unidades de saúde e praças, com bons resultados, assim como os trabalhos feitos pela homeopatia, antroposofia e acupuntura. O destaque aqui vai para a necessidade de investir na contratação de profissionais de outras categorias e práticas para que a atenção integral às pessoas seja contemplada.
         É importante dizer que a beleza da medicina não está em si mesma, mas em servir e cuidar das pessoas. O primeiro princípio fundamental do Código de Ética Médica deixa bem claro: “A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza”. Ao médico, cabe o desafio de procurar prestar a melhor assistência possível às pessoas. Esse desafio deve colocá-lo em uma busca interminável por conhecimentos, habilidades e atitudes que possam resultar em mais saúde e/ou qualidade de vida para as pessoas.
         Hipócrates (460-377 a.C., pai da medicina ocidental, deixou registrado, em seu juramento – lido nas formaturas dos alunos de medicina –, o compromisso dos novos médicos que ingressam na profissão de se manterem fiéis aos “preceitos da honestidade, caridade e ciência”, atuando de forma respeitosa e responsável. Depois de Hipócrates vieram muitos. Impossível citá-los todos. O médico Moisés Maimônides(1138-1204), por exemplo, em um de seus textos, conhecido como Oração do Médico, dizia: “Deus, Tu me designaste para cuidar da vida e da morte de Tua criatura, aqui estou, pronto para minha vocação”. Maimônides falava em vocação (do latim vocare: chamado). Recentemente, os avanços da bioética, a partir dos estudos do médico oncologista Potter, trouxeram mais contribuições ao debate da saúde, ampliaram a atuação médica e fortaleceram o compromisso do médico com a defesa da dignidade das pessoas.
         Os desafios atuais para o exercício da medicina são vários. A previsão de poucos investimentos na área da saúde, a onda de corrupção e os possíveis prejuízos no gerenciamento dos serviços de saúde com certeza trarão impactos na atuação médica e, sobretudo, na saúde da população. Nesse sentido, cabe dizer que a defesa da medicina (formação médica, integração entre profissionais e condições dignas de trabalho) caminha junto com a defesa de uma saúde de qualidade para a população.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou ainda em agosto históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
  
        

        

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A INCLUSÃO NA SUSTENTABILIDADE E AS INADIÁVEIS REFORMAS ESTRUTURAIS

“A lei de inclusão de deficientes
        Apesar de tratar-se, aparentemente, de um desafio atual, a questão relacionada ao preenchimento da cota de pessoas com necessidades especiais nas organizações encontra seu ponto máximo no artigo 93 de Lei 8.213/91. Isso mesmo! Não se trata de equívoco de digitação da profissional que lhes fala.
         A lei foi clara, à época, sobre a necessidade de as organizações se planejarem – seja para cumprimento da norma, seja para justificar a impossibilidade de cumpri-la (caso seja a hipótese aplicável) – com ações efetivas e comprovadas em seus setores de recrutamento e seleção ou desenvolvimento humano, sempre amparadas pela assessoria jurídica da corporação. É um tema pacificado. A lei permitiu que as empresas se preparassem por 25 longos anos (anos que transcorreram num lampejo) para a chegada desse momento.
         Entretanto, a tônica atual torna-se bastante superficial frente aos reais desafios, tanto para o portador de necessidades especiais quanto para as próprias organizações. Cumprir ou não a legislação tem suas consequências, que deverão ser absorvidas pela empresa. Mas, ao contratar o professional com este perfil, qual o real objetivo da corporação? Realmente, é possível enxergar nele possibilidades e perspectivas reais de ser tornar um executivo, ou trata-se meramente de possibilitar que ele entre para a empresa a fim de cumprir um papel operacional?
         Outro viés do problema é a própria perspectiva do portador de necessidades especiais. Sobre ele paira a constante dúvida sobre o real motivo de sua contratação e a possibilidade de enxergar suas oportunidades dentro da empresa. Vale lembrar que as necessidades podem ser inúmeras, não apenas as mais óbvias que costumamos identificar: mobilidade, visão, audição. O Censo 2010 do IBGE (o número de medição mais recente) detectou 45 milhões de brasileiros que convivem com algum tipo de deficiência, ou seja, mais de um quarto da população brasileira.
         Quais as melhores estratégias corporativas para inserir esse profissional e auxiliá-lo a aprimorar suas habilidades e competências com qualidade e assertividade, proporcionando-lhe competição saudável no mercado de trabalho ou mesmo a possibilidade de galgar novos postos e posições dentro da empresa, inclusive as de maior status ou destaque? Sim, mais uma vez, o EAD (Ensino a Distância) desponta como mola propulsora para integrar e capacitar esses profissionais. Metodologias de estudo adaptativas e a introdução da gamificação (como metodologias de educação continuada) permitem que o profissional caminhe em sua trajetória profissional, respeitando-se ritmo e desafios individuais e a um custo muito mais baixo – o que não seria possível nem viável em um ambiente presencial, haja vista as ferramentas disponibilizadas por uma equipe competente e uma plataforma educacional bem preparada, que permitem que cada um utilize mecanismos de inclusão educacionais diversos.
         Da mesma forma, executivos que hoje não se adaptariam ao cotidiano da sala de aula podem recorrer a cursos personalizados, breves e pontuais, a fim de retomar ou atualizar conteúdos que restaram esquecidos com o tempo, além de adquirir conceitos mais atualizados relacionados a liderança, gerenciamento e finanças – cenário em que o EAD também se destaca como uma grande ferramenta de educação contínua, promovendo a maior permanência do executivo em sua posição frente às demandas do mercado atual.”.

(THAIS DE ABREU LACERDA. Advogada, coordenadora do curso de direito da Faculdade Batista de Minas Gerais e consultora empresarial, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Emendar o Brasil
        O compromisso de emendar o Brasil é muito mais do que, simplesmente, aprovar um projeto de emenda constitucional. É tarefa complexa. Nesta missão, a Constituição Brasileira, chamada de Constituição Cidadã, foi uma conquista decisiva. Agora, a grande emenda que se espera precisa ocorrer no tecido político-cultural do país. Há de vir com a superação das condutas egoístas que buscam perpetuar privilégios, exceções e facilidades, gestos e posturas que acirram preconceitos e cenários de discriminação. Quando se nomeia a Constituição de 1988 como “cidadã”, salienta-se, justamente, o alcance, naquele momento, de qualificado avanço na sensibilidade e no compromisso social. Naquela ocasião, a busca por uma sociedade igualitária ganhou prerrogativas de uma meta insubstituível, com o bem do povo acima dos interesses das instituições todas. Por isso, emendar o Brasil é urgência, mas essa tarefa exige que não se prejudiquem as conquistas cidadãs da Constituição.
         A verdadeira emenda deve ser capaz de configurar os funcionamentos governamentais e de outras instituições para torná-los instrumentos capazes de eliminar certas dinâmicas produtoras de exclusão social. Processos que só servem aos interesses de pequenos grupos detentores do poder econômico. Nesse sentido, quando se fala em “emendar o Brasil” na perspectiva fiscal, por exemplo, não é possível tratar, igualmente, ricos e pobres. Inteligente e nobre é terá coragem de encontrar intervenções capazes de gerar mais avanços e conquistas no âmbito dos direitos sociais. Assim, emendar o Brasil não pode ser simplesmente a proposição estática de um congelamentos dos gastos públicos, sem garantias de que essa medida preservará os direitos fundamentais de todos, particularmente dos que mais sofrem. Há incredulidade e desconfiança a respeito da sensibilidade social da classe política e, assim, decisão tão impactante não pode se restringir apenas aos que têm demonstrado falta de competência para o diálogo. Por isso, o primeiro passo para emendar o Brasil é recuperar o verdadeiro fundamento e finalidade da comunidade política: o povo.
         Não é correto decidir um projeto de emenda constitucional, como a PEC 241, sem mensurar as consequências todas. Exige-se mais lucidez para regular a máquina pública, extirpando, primeiramente, privilégios e regalias de uma sociedade desigual. Esse processo requer também a disciplina para não se gastar mais do que se arrecada e compromisso de discernir prioridades, considerando, sobretudo, as necessidades do povo. Fundamental é superar as dinâmicas viciadas da organização social e política no Brasil, que geram clara divisão: de um lado, os poucos privilegiados; e, do outro, o grande contingente de excluídos. Essa é uma urgência e a essência para se viver uma evolução civilizatória no país. Porém, para que o Brasil avance, a classe política, no Executivo e no Legislativo, precisa considerar a dignidade humana como fundamento e finalidade.
         Nesse sentido, torna-se possível reconhecer como tarefa prioritária dos políticos ouvir os diferentes segmentos da sociedade e jamais excluir a participação popular. Também deve ser compromisso evitar a intervenção pública fora dos parâmetros da equidade, racionalidade e eficiência. Evidentemente, o Estado não suporta o crescimento excessivo de seus aparatos, principalmente quando esse processo é guiado por lógicas burocráticas pouco criativas, pois a conta é sempre paga pelos mais pobres. A arrecadação fiscal e a despesa pública são questões econômicas fundamentais para qualquer comunidade civil e política. Mas, na contramão da proposta de emendar o Brasil com um projeto que, no horizonte, cega o compromisso com o social, particularmente com a educação e a saúde, os políticos e governantes, principalmente, têm que assumir um desafio: encontrar a saída para fazer da finança pública instrumento de desenvolvimento e de solidariedade.
         Como bem sublinha a doutrina social da Igreja Católica, a exigência é o pensar inteligente, com sensibilidade social, para estabelecer uma finança pública capaz de amparar as atividades empresariais e as iniciativas sem fins lucrativos, fazendo com que o Estado reconquiste sua credibilidade, pela garantia de sistemas de previdência e proteção social, destinados especialmente aos excluídos. Não há outro caminho para emendar o Brasil.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 475,20% para um período de doze meses; e em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou ainda em agosto históricos 321,08%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
  

         

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A FORÇA DO PLANEJAMENTO INTELIGENTE

“O desafio de se construírem relações mais saudáveis para o desenvolvimento do Brasil
        Um ambiente propício para o crescimento econômico sustentado depende, necessariamente, da interação entre governos, iniciativa privada e instituições de ensino. Mais que as ações funcionais, cada um dos agentes envolvidos deve adotar postura propositiva e que foque na cooperação e solução de problemas. Contudo, o clima de embate entre segmentos da sociedade que tomou conta do país nos últimos meses tem sido extremamente prejudicial às ambições de desenvolvimento da nação.
         A fragmentação da sociedade tem feito com que projetos de interesse comum fiquem estagnados por conta de disputas políticas e ideológicas. Por isso, o principal desafios dos cidadãos brasileiros hoje é elevar o nível das relações em todos os campos. Em vez do enfrentamento, precisamos criar pontes para que governo, empresas, sociedade civil organizada, instituições do Judiciário e universidades dialoguem e cooperem entre si.
         No setor de construção, temos inúmeros desafios que podem ser superados caso façamos um pacto pela melhoria das relações entre os agentes envolvidos. Ampliar e aprofundar as interações com base da ética e na responsabilidade técnica é uma das saídas para amenizarmos os confrontos que hoje há, por exemplo, entre aqueles engenheiros que executam e os que fiscalizam obras.
         Não raras vezes, casos que envolvem adequações pequenas ou mesmo divergências de conceitos são elevados a um patamar tal que é preciso a intermediação de um juiz. Nesses momentos, certamente, a boa vontade e o diálogo na hora da fiscalização conduziriam para uma solução imediata no próprio canteiro de obras.
         Essa situação é decorrente de preconceitos de lado a lado. Há fiscais que veem as empresas e seus profissionais como agentes que tentam burlar a lei e há empresários e engenheiros que enxergam o fiscal como um mero arrecadador do Estado. Precisamos combater isso. Nesse contexto, a ética nas relações é fundamental para minimizar esses estereótipos.
         Contudo, a mudança no mercado depende da evolução dessa discussão também dentro das universidades brasileiras. Infelizmente, ainda hoje, alguns educadores veem as empresas como vilãs na estrutura da sociedade, fomentando o preconceito nos futuros profissionais. Em países desenvolvidos, a academia e o mercado são parceiros do desenvolvimento socioeconômico. O conhecimento construído nas instituições de ensino fica à disposição dos cidadãos, das empresas, dos órgãos públicos e das demais instituições da sociedade civil. Por outro lado, compete aos governos, ao setor privado e entidades fomentar e financiar a construção do saber.
         É injustificada a aversão de professores e pesquisadores ao mercado. Se uma nova mentalidade de sustentabilidade tem se desenvolvido dentro das empresas, ela é decorrente dos novos conceitos e soluções que nasceram dentro das universidades e centros técnicos. Os novos modelos de negócios das empresas não se baseariam apenas no lucro, agora a rentabilidade é um resultado da qualidade e eficiência do trabalho, tendo como preceitos o respeito aos indivíduos e o desenvolvimento do bem comum.
         Certamente, a sinergia entre governo, empresas e instituições de ensino resultará no aumento das fontes de financiamento das pesquisas, da arrecadação com patentes e royalties, da produtividade e eficiência na indústria e comércio, da geração de empregos, da renda e da arrecadação de tributos. Nesse ciclo virtuoso, o resultado é sempre a incorporação de mais tecnologia, riqueza e qualificação profissional na economia.
         Por fim, indiscutivelmente, os modelos de desenvolvimento sustentável também perpassam pelas relações entre as empresas e os governos. Assim, a modernização e simplificação da legislação tornariam as relações entre empresas e Estado menos burocráticas, minimizando brechas para favorecimentos de qualquer ordem. Quanto mais claras as regras, mais justo é o jogo.
         Assim, precisamos seguir exemplos bem-sucedidos de outras nações que fortaleceram os laços entre a indústria, governo e instituições de ensino e hoje experimentam um sólido processo de crescimento econômico e melhora da qualidade de vida de seus cidadãos. Para isso, é preciso muito diálogo e, sobretudo, cooperação.”.

(GERALDO JARDIM LINHARES JÚNIOR. 1º vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de outubro de 2016, caderno LUGAR CERTO CLASSIFICADOS, coluna MERCADO IMOBILIÁRIO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de GLAUCO CAVALCANTI, fundador da empresa GC-5 Soluções Corporativas e autor do livro Decolando para o futuro, juntamente com a consultora Márcia Tolotti, e que merece igualmente integral transcrição:

“Planejamento eficaz e interesses
        O planejamento é, sem dúvida, uma das etapas mais importantes do processo de negociação. No entanto, o que vemos são negociações que improvisam e usam as informações disponíveis naquele instante para tomar decisões. Não percebem que muitas negociações são ganhas fora da mesa, a partir da qualidade do planejamento que é realizado. Na mesa, negociadores profissionais estão apenas executando aquilo que foi traçado e definindo de forma estratégica fora da mesa. A relação entre uma boa preparação e uma negociação de sucesso é mal entendida e subestimada. Com frequência, os problemas que surgem em muitas negociações são consequência da falta de preparação de uma ou mais partes.
         As pessoas não se preparam para uma negociação basicamente por três motivos: não acreditam, suficientemente, na eficácia da preparação (confiam mais na intuição), estão ocupadas demais para investir tempo nisso; ou, simplesmente, não sabem como se preparar de maneira produtiva. Um dos principais conceitos para se preparar para uma negociação é saber claramente qual é a sua posição e quais são seus interesses. Existe um conto que, de forma lúdica, explica essa diferença. Trata-se da história de João, Maria e a laranja.
         Certo dia, o pai chegou em casa e encontrou seus filhos João e Maria brigando por uma laranja. Só havia uma laranja na casa, ou seja, era um recurso escasso e ninguém queria ceder. João dizia que queria a laranja, Maria dizia que queria a laranja. O pai, então, pensou em um forma de resolver aquele conflito entre os filhos e falou: “Vou resolver este problema, já que não conseguem chegar a uma solução”.
         Os filhos ficaram atentos para a decisão do pai: “João, corte a laranja, e Maria, escolha o primeiro pedaço”. João não queria que Maria levasse um milímetro a mais da laranja e, por isso, mediu o local exato em que iria cortar a laranja. Partiu bem no meio. Sabia que se partisse 60% x 40% Maria teria o poder da escolha e pegaria o maior pedaço. Para evitar isso, João cortou bem no meio. Certinho. Maria, olhando os dois pedaços tão iguais, escolheu um. João, então, ficou coma outra metade da laranja. Cada um saiu para um lado e o problema foi resolvido. Pergunto ao leitor (a): o pai resolveu o conflito? Foi uma solução inteligente? E, por último, foi a melhor solução possível com o recursos disponível?
         A princípio, parece ser uma solução inteligente e a melhor possível com o recurso disponível. Mas o pai desconfiado seguiu João até o quintal da casa, onde viu o filho espremendo a laranja e tomando o suco. Depois João jogou a casca fora. Na sequência, o pai encontrou Maria na cozinha da casa. A filha raspava a casca da laranja e enfeitava o bolo de aniversário da avó. Maria só usou a casca da laranja e jogou o restante fora.
         Esta é a diferença entre posição e interesse. Posição é aquilo que dizemos que queremos, são as demandas e exigências que fazemos. Nesse caso, a posição de João e Maria era: “Queremos a laranja”. Posição são as exigências. “Eu quero isso”, “este é o preço que quero por este produto”. Sempre que alguém nos fala o preço de um produto ou serviço, isso é a posição. No caso de João e Maria, a posição é “quero a laranja”, mas não é isto que de fato eles realmente precisavam para atender às suas necessidades. Cada um precisava de uma parte diferente da laranja. João precisava do suco e Maria da casca. O interesse é mais profundo do que apenas suco e casca. O verdadeiro interesse de João matar sua sede. Já Maria tinha o interesse de agradar a avó.
         Quando definimos de forma equivocada nossos interesses na fase de planejamento, tendemos a conduzir toda uma negociação de forma equivocada. Este é um dos maiores erros cometidos por negociadores: não distinguir qual é a posição e quais são os verdadeiros interesses. Toda demanda, exigência ou valores é posição. Ao passo que interesse é tudo aquilo que preciso para satisfazer às minhas necessidades. Antes de sentar à mesa de negociação, defina seus interesses e não fique apegado à sua posição. Afinal, você não quer travar uma barganha posicional com a outra parte. O que quer é atender aos seus interesses. Muitas vezes nos agarramos nas nossas posições e nos desgastamos muito neste processo, que vira uma queda de braço ou cabo de guerra. Seja um caçador de interesses e solucionador de problemas. Negociação não é tanto para atender às suas posições e, sim, satisfazer seus interesses pessoais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 475,20% para um período de doze meses; e em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou ainda em agosto históricos 321,08%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...