(Junho = mês 101; faltam 69 meses para a Primavera Brasileira)
“Os tumores sociais
A
politicagem brasileira, feita de embates e sem propostas decentes, espelha
fielmente o nível de desenvolvimento social, moral e intelectual da nossa
sociedade. Um Congresso Nacional e um governo não nascem sozinhos, são eleitos
pela maior parte da população. O que está acontecendo, na prática, é culpa
nossa. É produzido por uma sociedade sofrida, alienada.
O mais
arrepiante e desanimador é reconhecer que não existe um planejamento definido,
metas, esforços para resultados efetivos, nem proposta de fórmulas consistentes
para alcançá-los. O que se assiste é um grande festival de interesses pessoais,
corporativistas e marginais ao bem comum. Lutas, separações, conflitos, embates
ideológicos, relegando ao esquecimento o que, afinal, é dever e missão de
todos, servir à nação.
O maior
servidor público é o presidente da República, o menor pode ser o gari que varre
as ruas de uma cidade de interior. Ambos, e entre eles uma infinidade de
níveis, está igualmente a serviço do bem público. Mas isso é a realidade? Isso
é verdade?
O
comportamento, as atitudes, as cruas demonstrações comprovam um distanciamento
oceânico entre dever assumido e prática reconhecível.
O bem
comum desaparece, e no lugar dele surgem monstruosos fenômenos, com
empoderamento de grupos, de partidos, de corporações, que, ao contrário do que
esculpido na Constituição, “Carta Magna”, assumem espaço para se servir
pessoalmente do cargo, e não para servir à população.
Tem
algum líder brasileiro que se espelha em Gandhi? Um dos maiores reformadores e
políticos da história, um estoico de sucesso que deixou a Índia nos trilhos da
liberdade e progresso. Deixou ainda um legado de integridade, que continua a
produzir milagres. Ele viajava do seu país para a distante Inglaterra no porão
da terceira classe de navio, se deslocava pelo seu país na terceira classe do
trem, alegando que um governante tem que viver a realidade da maior parte de
seu povo, e que tem que servir. Exatamente o contrário do que vemos hoje.
Poderíamos
apontar centenas de exemplos de desperdícios, que ainda deixam tristes e
deprimentes. Um deles, a recente decisão da Câmara dos Vereadores de Belo
Horizonte que ampliou os seus gastos. De um Orçamento previsto de R$ 454
milhões, com a alegação de necessidade de “recompor” sua saúde financeira e
cobrir despesas, passou o valor para
R$ 492 milhões. Quer dizer que o custo anual, divido pelo número de 44
vereadores, confirma o gasto por exercício de R$ 11,2 milhões por gabinete,
quase R$ 1 milhão por mês por vereador. Já poderia parecer razoável um valor
cinco vezes menor, deixando centenas de milhões para atender a população. Já
que vereador vem para servir à população, não pode passar a se servir
despudoradamente das oportunidades. Isso, além de prejuízo direto, ase torna um
péssimo exemplo num país e numa cidade com infinitas necessidades não atendidas.
O homem
público deve à população um exemplo de virtude, e não de pecado!
Vivemos
assim uma realidade deprimente, marcada por um aumento de suicídios de jovens
desrespeitados e deixados sem as perspectivas que merecem, além de o país estar
se transformando numa dominação pelo crime organizado.
Se não
se tem maturidade social, política e intelectual, muito menos coragem para
defender o bem comum, o país deixa crescerem tumores e metástases que um dia
deverá enfrentar dolorosamente.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de junho de 2025, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente transcrição:
“Salvaguardar o ser humano
Apelos
para salvaguardar o meio ambiente ecoam fortemente no mundo contemporâneo à luz
das celebrações dos dez anos de publicação da Laudato Si’ – Carta Encíclica do
Papa Francisco, de 2015, que chamou a atenção para a urgência de se cuidar das
feridas causadas pelo inadequado tratamento do planeta. O mundo adoece com o
atual estilo de vida que alimenta o consumo desmedido, o desperdício e modos de
produção que levam ao extrativismo predatório dos recursos naturais. Com o
planeta adoecido pelas inadequações no seu tratamento, a humanidade também
adoece e se desequilibra, em todos os sentidos. Torna-se, assim, sempre mais
pertinente o apelo em torno da necessidade de proteger a casa comum, alcançando
a irrefutável compreensão que salvaguardar o ambiente é salvaguardar o ser
humano.
São
dramáticas as consequências da degradação ambiental – evidentes e ameaçadoras
sobretudo para a vida dos pobres, aumentando o sofrimento dos excluídos, mas
sem deixar de atingir também os que equivocadamente exploram o meio ambiente
para alavancar o próprio lucro. No fim, todos sofrem e, por isso mesmo, a
sociedade precisa dialogar para avaliar, criteriosamente, como está sendo
construído o futuro do planeta. Mas ao invés de avanços nesse necessário
diálogo, constata-se que as análises ainda não expõem suficientemente as raízes
humanas da crise ambiental. Por um lado, há um grande movimento em busca de
soluções concretas para se evitar a deterioração do planeta. Por outro,
multiplicam-se as frustrações pela indiferença diante dessas soluções que, não
raramente, afrontam interesses dos poderosos. Um sinal dessa indiferença é o
Projeto de Lei 2.159/2021 que cria a Lei Geral do Licenciamento Ambiental,
aprovado pelo Senado, tramitando na Câmara dos Deputados. Uma proposta que, se
for aprovada, representará golpe na política ambiental brasileira, pela
flexibilização do processo de licenciamento, enfraquecendo mecanismos de
controle na batalha hercúlea para se evitar danos socioambientais.
A água,
as florestas, a vida de povos originários, de comunidades tradicionais e o
equilíbrio de ecossistemas estão ameaçados. A mesma Casa Legislativa que
aprovou o Projeto de Lei 1.070/2021, instituindo o “Junho Verde” para ampliar
programas e projetos educativos socioambientais, abre portas para riscos
evidentes advindos da falta de limites. A dispensa de licenciamento para
projetos considerados de baixo impacto facilita a impunidade e oferece riscos à
sociedade. E o debate para flexibilizar o licenciamento ambiental está em
desarmonia com a preparação para a 30ª
Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), encontro global
que será realizado no Brasil. É urgente rever atitudes e escolhas para superar
a tendência de negação diante do que é evidente: o planeta apresenta sinais de
esgotamento. Essa atitude de negação e indiferença contamina até mesmo os que
professam a fé em Deus, autor da Criação. É preciso ir além da acomodação e da
hegemonia de interesses meramente pecuniários para conquistar nova dinâmica no
tratamento do meio ambiente. É preciso emoldurar o horizonte de compreensão
pelo sentido e alcance da ecologia integral, paradigma que permite salvaguardar
o ser humano pela salvaguarda do meio ambiente, considerando a interdependência
dos aspectos ambiental, econômico e social.
A
natureza é indispensável da condição humana. Nesse sentido, exige-se a
sabedoria para perceber as interações entre os sistemas naturais e os sistemas
sociais. A crise social não está separada da crise ambiental. Uma se compreende
à luz da outra. Também por isso, licenciamentos ambientais, além de questões
técnicas, devem considerar a ordem social, concedendo mais espaço ao humanismo.
O humanismo ilumina as reflexões criando sensibilidade para contextos
psicossociais, familiares, no mundo do trabalho, em vista de qualificar as
relações entre as pessoas. O ser humano precisa ser compreendido a partir de
sua interligação com o conjunto da Criação.
Tem
plena razão a Doutrina Social da Igreja Católica quando adverte sobre o
equívoco de o homem se considerar não um colaborador, mas um substituto de
Deus, em sua relação com a natureza. Assim, age tiranicamente na sua relação
com o meio ambiente. Ao invés de tiranias, deve-se buscar os parâmetros de um
humanismo fundamentado na espiritualidade que não permite desconsiderar o
vínculo entre o ser humano e o meio ambiente. Para preservar o planeta, é
preciso conjugar o avanço científico, a meta partilhada de se alcançar o
desenvolvimento sustentável com uma profunda e eficaz dimensão ética. Inscrita
nessa dimensão ética, com força iluminadora e norteadora, está a compreensão
desta verdade: os bens da Terra foram criados por Deus para serem sabiamente
partilhados por todos, com equidade segundo a justiça e a caridade, afirma a
Doutrina Social da Igreja. A salvaguarda do ser humano pela salvaguarda do meio
ambiente é caminho seguro e insubstituível que leva à paz. Ecoem os apelos que
balizam uma nova lógica ambiental, investimento capaz de inaugurar novas
atitudes e hábitos, mais condizentes com os parâmetros de sustentabilidade do
planeta – pela salvaguarda do ambiente, salvaguardar o humano.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado,
aleitamento materno e estímulo (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos
de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!