“O inventor
A
vida é uma totalidade, este é o primeiro ponto. O segundo: a vida é mudança
constante, não se pode dividir uma da outra, não se pode estagnar a vida, nada
deste mundo é totalmente imóvel, e nada poderia sê-lo. Quando parece ser, não
se nota o imperceptível. A árvore centenária evoluiu e evolui, e até a pedra,
depois de milhões de anos, se desfaz.
O sol
vem se apagando, os continentes se distanciam uns dos outros. Entre a América e
a África, o distanciamento ocorre de 2 cm a 3 cm por ano, e esse movimento,
dizem os cientistas, durou mais de 200 milhões de anos, deixando à distância de
um oceano o mesmo local que nossos antepassados conseguiam alcançar com um
passo.
A vida é
também uma totalidade, um conjunto de momentos necessários de felicidade e de
sofrimento. Um justifica o outro, pois, apesar de o homem tentar estar sempre
feliz e alegre, constata-se que o sofrimento dá valor e contorno aos momentos
de felicidade, como o frio ao calor.
Aferrar-se
à sorte, repelir o sofrimento, é comum entre os seres humanos, mas haverá
momentos para ambos. A vida é um fluxo de escolhas. Aqui uma consciência
desperta, honesta e justa entende que nada é eterno, tudo que temos em volta
perderemos.
A perda
de uma flor, de uma árvore, de um ente querido, e até de um cão que viveu
conosco na sua inocência e brandura, gera um sentimento, por vezes tão profundo
e depressivo, capaz de alterar a vida por muitos e muitos dias, semanas e
meses. Entretanto, isto estava no dia que o escolhemos – a única certeza é o
fim da vida.
Ensinam
os mestres: “O sofrimento é mais proveitoso do que a alegria, e o sábio o
recebe com aceitação, pois vê nele uma experiência, um crescimento não só de
conhecimento e de caráter, mas uma evolução espiritual”.
Aqui se
teme e se tenta fugir da dor, e, por isso, diz o mestre, ela se expande mais
rapidamente. Na verdade, a vida é total, não se pode escolher, terá que viver a
vida por inteiro, com felicidade e dores. Terá que viver ambas, porque a vida é
as duas coisas, do contrário o ritmo da vida se perde, e sem ritmo
(alternância) não haverá vida que sirva.
Como a
música tem notas e sons, e, depois de cada som, o silêncio. Não podemos
prescindir dele para apreciar a música.
Precisamos
aproveitar tudo que vem ao encontro da existência, viver até os momentos
aparentemente desagradáveis pela necessidade de crescimento de nós mesmos.
Quando
um amigo se hospeda em nossa casa e traz alegria, temos que aproveitar e não
pensar na tristeza que se seguirá à despedida. A alegria veio como uma pausa.
No
budismo se ensina a tomar a postura do espectador. Quer dizer: viva sua
experiência, assista a sua dor e sua alegria da mesma forma, procure compreendê-la
e entenderá que é a face da mesma moeda. Aceitar, por si só, extingue grande
parte da dor, a transforma num momento de excepcional proveito e alegria.
Considere-se
que a felicidade não servirá por muito tempo, porque nela não haverá qualquer
desafio, e pode deixar escravo e, ainda, despertar o temor de perdê-la. A dor
abre os pensamentos mais profundos, estimula a resistência, os sonhos, a
vontade, corrige erros, eleva o conhecimento além de limites anteriores. Se uma
gera satisfação, a outra gera evolução num grau muito superior.
Por
isso, os pais que criam filhos cercados de tudo de bom enfraquecem sua
capacidade de enfrentar a totalidade dos desafios que os esperam.
Entre os
bem-sucedidos deste planeta, é mais frequente encontrar alguém que cresceu em
situações críticas e desenvolveu forças e capacidade de alcançar o sucesso. Não
poupe muito a seus filhos!
Perguntaram
a Sócrates aonde gostaria de ir: “Não sei se existe o inferno ou o céu. Mas, se
eu tiver que escolher, não o farei. Minha única prece será: “Permita-me estar
alerta em qualquer lugar que eu esteja, permita-me estar permanentemente
consciente em qualquer local, que seja o inferno ou o céu, isso é irrelevante”.
Isso
porque, se estiver plenamente consciente, o inferno desaparece. O inferno é ser
não consciente. Se estiver plenamente consciente, aparece o céu. O nirvana é
dele.
Segundo
Sócrates e outros iluminados, “o homem inconsciente carrega seu inferno e seu
céu dentro de si. A vida lhe é dada para encontrar o que quiser e merecer”.
Sintetizou
Pico della Mirandola: “O grande milagre no homem é que ele pode inventar a si
próprio”.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de junho de 2025, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 13 de junho de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Todos na mesma barca
Sempre
forte e interpelante é o gesto poético-espiritual do Papa Francisco, na Praça
São Pedro – a praça das multidões. Somente o Pontífice, trajando o branco da
paz, em oração na praça vazia, naquele contexto de pandemia da COVID-19, que
dizimou tantas vidas. Das palavras proféticas de Francisco ecoou a sabedoria do
Evangelho inspirada na cena da tempestade que amedrontou os discípulos de
Jesus: “Ninguém se salva sozinho. Todos estão na mesma barba”. Esta convicção é
uma sabedoria que se contrapõe ao orgulho pretensioso e à ingratidão,
fundamentos da torre de Babel que é monumento à soberba humana. A consciência
de que se está em travessia, partilhando o trajeto de toda a humanidade,
assevera a verdade de que todos estão “na mesma barba” e só a humilde atitude
de se reconhecer como membro de um mesmo “corpo”, que é a “barca”, pode levar
ao cultivo do sentimento de pertencimento, desdobrado na sábia coragem para
contribuir no enfrentamento da “tempestade” que leva perigo a todos.
Sabiamente,
a Igreja Católica, na sua tradição e ensinamentos bimilenares, se reconhece com
uma “barca”, a “barca de Cristo”, sob o leme comandado por Pedro, em uma
travessia perigosa e exigente. A riqueza dessa metáfora, com força sapiencial e
em tom de advertência, é aplicável à humanidade, à família de cada um, às
instituições. Em todos os contextos, ninguém se salva sozinho. Essa
incontestável verdade, para a alicerçar a corresponsabilidade de uns pelos
outros, pede atitudes fundamentadas em adequada envergadura moral, espiritual e
humanística, essencial a uma “travessia” vitoriosa. Essa adequada envergadura
não pode ser confundida com capacidade intelectual. Aliás, causa perplexidade
constatar que há cidadãos racional e intelectualmente muito capacitados, mas
com sérios comprometimentos humanos e emocionais. Revelam essas lacunas na
incompetência para superar mágoas, na inabilidade para exercer a gratidão pelo
muito que receberam. Assim, julgam-se no direito de agir tiranicamente e tudo
reduzir ao tamanho de suas emoções, ao seu modo de enxergar situações, pessoas.
Os que
se deixam contaminar pela ingratidão não são capazes de perceber: nas suas
próprias conquistas também estão inscritos aqueles com os quais se partilha a
mesma “barca de travessia”. A incapacidade para reconhecer a importância do
semelhante na própria vida leva à perda de oportunidades, alimenta o ódio,
desencadeando ataques. Um caminho que pode até levar a conquistas efêmeras,
pois são alcançadas com prejuízos à própria “barca”. A falta de competência
para enxergar que “ninguém se salva sozinho” explica a escassez de lideranças
transformadoras. Ao invés de líderes, na sociedade surge cada vez mais pessoas
enjauladas no cartório de seus interesses, situados no horizonte encurtado das
convicções próprias. Consequentemente, convive-se com prejuízos de todo tipo,
das impositivas depredações ao meio ambiente, inflamando reações perigosas da
natureza, até o desrespeito a direitos, desconsiderando a dignidade humana,
justificando os preconceitos, a propagação de mentiras, autoritarismos e
manipulações.
“Todos
na mesma barca” deve ser interpelante princípio existencial para fecundar uma
espiritualidade do respeito e da gratidão, da generosidade e da humildade, do
compromisso com a vida de todos, para dissipar mágoas que multiplicam inimigos,
ódios que justificam todo tipo de guerra. Esse princípio existencial e
espiritual – “todos na mesma barca” – pode ter propriedades que alicerçam
pertencimentos restauradores e promotores do bem comum. E, assim, qualificar a
política, iluminar procedimentos profissionais e garantir legalidades a
funcionamentos institucionais, articular melhor os poderes de uma república e
amenizar as irritações que têm pautado relacionamentos nos lares, nas redes
sociais e em tantos outros ambientes. A espiritualidade do pertencimento mútuo
e fraterno é saída para a superação de naufrágios com perdas irreversíveis,
alimentados pela guerra de palavras.
Ao invés
de guerrear por palavras, cultivar a espiritualidade do pertencimento mútuo e
fraterno. Ajuda nesse exercício acolher o que diz Santo Antônio, hoje
celebrado: “Cessem as palavras, falem as obras”. Palavras sem obras podem estar
na contramão da “barca”, deixando-a à deriva. Vale adotar princípio evangélico
que é regra de ouro: o outro é sempre mais importante porque todos estão na
mesma “barca”. Desconsiderar esse princípio é singrar rumo à tempestade,
perecer por cultivar sentimentos e atitudes que levam às profundezas. Ainda há
tempo de se salvar. O caminho é se pautar pela consciência de que todos estão
na mesma barca.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado,
aleitamento materno e estímulo (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos
de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador
e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!