(Agosto = mês 103; faltam 67 meses para a Primavera Brasileira)
“Cidadão do futuro
Fico
imaginando como será esse cidadão responsável por fazer este país caminhar
daqui a 30 anos, por exemplo. Quais serão as respostas que ele nos dará? Quais
serão as perguntas que ele fará?
Levando
em consideração que ele será o fruto de uma infância jogada fora, desperdiçada,
porque não se movimenta, não brinca, não cria e produz nada, tudo é um simples
toque na tela, esse cidadão talvez não vá saber andar descalço ou como se
proteger de um ataque de abelhas. Coisas básicas, não é? Mas é o que me vem à
mente agora. De tão básico e bobo a algo tão absurdo de se revolver pelo
simples fato de nunca ter experimentado nada parecido.
É triste
imaginar alguém que nunca pisou descalço no chão, que não machucou o pé com
pedrinhas, ou escorregou no barro, ou teve que subir numa árvore para comer uma
fruta. Imaginar que um cidadão, no auge dos seus 30 anos, não terá vivido
coisas tão comuns, é lamentável, mas, se continuar do jeito que está, vai ser
tão real quanto aquelas frases que escutamos muito dos pais de bebês
atualmente: “Olha que gracinha, ele já leva o dedinho e sabe mudar a tela”.
De fato,
não sei como será esse cidadão. Tão cheio de competências acadêmicas, talvez.
Tão carregado de saberes tecnológicos e mega entrosado com nossa IA, no entanto
tão vazio de experiências que o desafiem a pensar, criar, errar.
Vivemos
em uma corrida contra o tempo, e a pergunta que se vê é: “Que profissão vai
resistir e existir após o avanço da inteligência artificial?” Acho que está na
hora de mudar um pouquinho a pergunta.
Que tal
começarmos a nos perguntar como será o cidadão após o avanço da inteligência
artificial?
A AI
está prontinha para responder a todas as perguntas, mas nós não estamos fazendo
a pergunta certa. Precisamos mudar a rota, redefinir nossos medos e começar a
procurar um jeito de saber como será o cidadão do futuro. As profissões, bem,
estas já sabemos que mudarão, e pronto, mas e nós? E nossos filhos e netos?
Quem serão essas pessoas daqui a uns anos? Quem serão seres capazes de lidar
com tantas novidades em tão pouco tempo?
Será que
nós estamos pensando nisso? Será que nossas cabeças pensantes já pararam para
pensar no ser humano do futuro? Não aquele que queremos que vença a máquina, ou
que se livre dela, ou a supere, mas aquele ser humano que será capaz de viver
dignamente seu direito de ser gente. De errar e acertar, de sentir o outro como
um semelhante.
O
adolescente de hoje está com o pé, a cabeça no futuro, no entanto não sabe nem
decidir se quer usar jeans ou moletom para sair de casa. É uma falta de
autonomia e responsabilidade assustadora. Ainda estão debaixo das asas de seus
pais e não assumem suas responsabilidades. Tudo muto fácil, tudo na hora que
querem, nem precisam fazer muito esforço, e lá está tudo o que querem. Até o
que não querem: não lutam, a qualquer confronto, colocam os pais em cena, e
estes brigam por eles, sem nem saberem se estão certos ou não.
As
escolas tentam fazer sua parte e a das famílias. Muitas delas não sabem nem por
onde começar a educar um filho. Buscam avançar em metodologias, tecnologias,
práticas inovadoras para que seus alunos não durmam em sala, enfim, fazem o que
podem, mas falham muito porque educar crianças e adolescentes de pais ausentes
e permissivos não é tarefa fácil. Muitas vezes, o tempo pedagógico é usado para
conversas sobre comportamentos e posturas, tudo que poderia ter vindo resolvido
de casa.
Quem
será esse cidadão do futuro? Se não pararmos de nos perguntar sobre quais
profissões desaparecerão com a IA e não começarmos a nos perguntar quem serão
os cidadãos, daqui a 30 anos descobriremos, a duras penas, que falhamos,
falhamos feio na educação desse cidadão.
Se não
começarmos a nos mexer na direção certa, educando as crianças e adolescentes
para que saibam bem da vida do que as telas lhe dizem, para que criem, pensem ,
dialoguem, sejam dialéticos com os pais, escolas, amigos, que aprendam a
questionar, pensar, refletir, agir, nos assustaremos com esse cidadão do futuro
que estamos ajudando a construir.”.
(Jacqueline Caixeta. Supervisora pedagógica e
palestrante, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 1 de agosto de 2025, caderno OPINIÃO, página 25).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Cuidado deficitário
O
ser humano nasce e se desenvolve cercado de cuidados, que lhe garantem
sobrevivência, preservação, crescimento e amadurecimento. Embora essencial, a
dimensão do cuidado é cada vez mais desconsiderada, embrutecendo corações,
obscurecendo mentes. Ao invés do cuidado, prevalecem as indiferenças, o que
representa uma negação à racionalidade. As consequências são terríveis,
dolorosas, reveladas diariamente na depredação da casa comum, penalizando o
meio ambiente, vitimando famílias com barbáries. Quando a indiferença impera,
prevalece simplesmente a ambição desmedida por conquistas, elege-se o possuir
como centralidade do próprio viver, submetendo-se ao poder do dinheiro.
Instaura-se um terrível processo de guerra, incontrolável, penalizando todos os
cidadãos, mesmo aqueles que possuem muito e, não raramente, desconhecem o
sentido da própria existência.
As
pessoas tornam-se incapacitadas para cuidar do semelhante quando estreitam suas
ações na mediocridade, desrespeitando princípios éticos e morais. Investir na
competência de ser cuidador da criação, o que comtempla priorizar a dedicação
ao semelhante, é um caminho imprescindível na superação das relativizações e
“facilidades” que impõem ritmos predatórios à natureza e perda do compromisso
social. Relativizações e “facilidades” que também são mobilizadas quando se
quer promover manipulações de procedimentos, até mesmo de legislações, para
beneficiar pequenos grupos de privilegiados. Sabe-se de engenhos sofisticados
que não contemplam a ciência do cuidado. Prescindir do exercício do cuidado é
incapacitar-se para enfrentar muitas crises, desde o âmbito familiar até os
grandes desafios que ameaçam a humanidade – mudanças climáticas, impasses
econômicos, migrações forçadas, carência alimentar. Apesar dos desenvolvimentos
e avanços técnico-científicos, essas e tantas outras crises, que se
interrelacionam, se intensificam pela ausência da cultura do cuidado,
consolidando tempos sempre mais sombrios, com grandes sofrimentos.
Conta de
modo determinante a aprendizagem e a prática da ciência do cuidado para
eliminar do coração humano as estreitezas da mesquinhez, da cegueira e do
egoísmo. Essas estreitezas distanciam a humanidade do compromisso solidário, da
gentileza no tratamento do meio ambiente e, sobretudo, da dedicação a cada
outro, que é irmão e irmã. Prioritário é trabalhar para que intensifique, na
humanidade, os testemunhos de solidariedade, cuidados, caridade, para vencer as
crescentes formas de nacionalismos, racismos, xenofobia e guerras que se
multiplicam a cada dia. É simples, mas essencial e determinante, cultivar a
disponibilidade para o exercício do cuidado, superando, assim, a incapacidade
social para caminhar na paz. Há de se investir muito, em todos os âmbitos e
direções, na cultura do cuidado, para emoldurar o desenvolvimento, o progresso
científico e tecnológico com o sentido imprescindível de solidariedade que se
revela no exercício da fraternidade.
Urgente
é reforçar a antífona incontestável que lembra a importância do cuidado, pela
iluminação da presença de Deus-criador que confia aos cuidados humanos o
conjunto da criação, sublinhando o que deve ser a prioridade de cada pessoa:
servir ao semelhante, todos irmãos e irmãs. Essencial é a inspiração que vem da
vida e do ministério de Jesus de Nazaré. Sua exemplaridade é o modelo do
cuidado ao oferecer-se na cruz, em sacrifício, para resgatar a humanidade de
sua abominação, o pecado. No centro está a oferta do dom da vida de Cristo,
contramão das atitudes daqueles que buscam acumular riquezas desconsiderando o
bem do semelhante. Buscando aprender, sempre mais, a exercer o cuidado,
torna-se importante sensibilizar-se a partir do ensinamento de Santo Ambrósio,
no século IV, em Milão, quando diz que a natureza concedeu todas as coisas aos
homens para uso comum, produzindo um direito comum para todos. Trata-se de
referência a um princípio inegociável, com propriedade para corrigir
descompassos na organização social e política.
Reconhecer
que todos partilham direitos fundamentais é essencial para consolidar a cultura
do cuidado e, assim, desenvolver imprescindível sensibilidade capaz de regular
a conviência social. Nesse horizonte, deve-se promover a dignidade de cada
pessoa, que não pode ser considerada um simples instrumento, valorizada a
partir de sua utilidade no contexto social. Ao contrário, cada ser humano é
protagonista da vida em sociedade, na família, nas instituições. Muitas são as
dinâmicas que podem curar os corações do assoreamento da mina preciosa de onde
brota a capacidade para cuidar do semelhante e do conjunto da criação. Exemplar
e eficaz é o caminho da solidariedade, testemunhando concretamente o amor pelos
irmãos e irmãs, acolhendo o princípio de que todos são responsáveis por todos.
A
solidariedade ajuda a ver o semelhante como uma pessoa, não como um frio dado
estatístico, ou um ser descartável quando não for mais útil. Ouvir o grito dos
necessitados e da Criação de Deus é alimentar o sentido de cuidado e assumir o
compromisso com a promoção do bem comum. O caminho é cultivar a ternura e a
compaixão – remédios para superar embrutecimentos e violências de todo tipo. Um
investimento para enfrentar disputas e vinganças que precipitam sociedades em
direção ao fracasso. Há de se prestar mais atenção, e comprometer-se com a
cultura do cuidado, para ajudar a construir novas relações nações, pautadas
pela fraternidade e pelo diálogo, respeito à dignidade de todos. A meta é
grandiosa, o ponto de partida é a nobre gentileza e a ternura do cuidado.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor incondicional, com o auxílio da
música, yoga, meditação e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado,
aleitamento materno, nutrologia e estímulo - sob a luz perene da excelência educacional (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos
de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!