(Abril = mês 99; faltam 71 meses para a Primavera Brasileira)
“Cidades resilientes
A
grande influência das mudanças climáticas na vida humana é inegável. Seja na
política, na saúde, na economia e, principalmente, no cotidiano da população, o
clima é um fator determinante. A extremização dele, portanto, pode atingir
níveis catastróficos e preocupantes. As grandes secas, as ondas de calor, as
fortes chuvas e incêndios são alguns exemplos de eventos climáticos extremos
que castigam a população brasileira e mundial todos os anos, em dimensões cada
vez mais alarmantes.
O ano de
2024, o mais quente já registrado na história, segundo o programa de
monitoramento climático europeu Copernicus, evidencia isso. O instituto também
ressaltou que, com isso, o ano foi o primeiro a ultrapassar o limite de 1,5ºC
acima dos níveis pré-industriais de temperatura. Com a previsão do fenômeno
climático La Nina, a expectativa é que o ano de 2025 também seja marcado pelo
clima extremo. No Brasil, o fenômeno provoca um aumento de chuvas nas regiões
Norte e Nordeste, uma maior variação térmica e tempo seco nas regiões Sul e
Centro-Sul.
Além das
mudanças climáticas, as cidades já apresentam desafios inerentes à sua própria
estrutura. Belo Horizonte, por exemplo, localizada em região montanhosa, é
especialmente vulnerável a deslizamentos e inundações. A canalização de cursos
d’água, uma solução adotada no passado para expandir a cidade, agravou o
problema, intensificando o escoamento superficial e aumentando o risco de
alagamentos durante períodos de chuvas intensas.
Embora
as fortes chuvas causem tragédias todos os anos na capital mineira, a cidade
também não escapa dos longos períodos de estiagem e das ondas de calor extremo,
que também atingem diversas localidades do planeta e justificam o título de
anos mais quente da história concedido a 2024.
A
necessidade de preparar as cidades para enfrentar os desafios impostos pelas
mudanças climáticas é cada vez mais evidente. E é nesse contexto que o conceito
de cidades resilientes ganha ainda mais relevância. Mas o que define uma cidade
resiliente? Uma cidade resiliente é aquela capaz de resistir, absorver e se
recuperar dos impactos de eventos extremos, garantindo a continuidade de seus
serviços essenciais e a qualidade de vida de seus habitantes.
Embora
nenhuma cidade esteja completamente imune aos impactos das mudanças climáticas,
é possível construir cidades mais resilientes. A gestão eficaz de riscos e
danos, aliada à integração e ao monitoramento contínuo das diversas esferas da
sociedade, é um passo fundamental nesse processo. A resiliência humana é um
caminho a ser percorrido de forma contínua e exige adaptação e inovação.
Com o
objetivo de construir cidades mais inteligentes e resilientes, o IPGC lançou,
recentemente, o IPGC Lab. Esse espaço de inovação reúne pesquisadores para
desenvolver soluções tecnológicas que auxiliem as cidades a enfrentar desafios
como os das mudanças climáticas. Através da aplicação de tecnologias, o IPGC
Lab busca otimizar a gestão urbana, reduzir os impactos ambientais e melhorar a
qualidade de vida da população.
Transformar
uma cidade em um local resiliente exige um esforço conjunto de governo,
empresas, sociedade civil e, principalmente, dos cidadãos. A participação ativa
da população também é fundamental para garantir que as ações de resiliência
atendam às necessidades e expectativas da comunidade. Uma gestão pública
transparente, inclusiva e orientada para a participação cidadã é fator
indispensável na construção de um ambiente mais sustentável e adequado ao
enfrentamento de um futuro incerto.”.
(Juliana Rossi. Coordenadora do IPGC Lab, área
de estudos do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades – IPGC, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de fevereiro de
2025, caderno OPINIÃO, página 14).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 07 de março de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Apelos à conversão
Novamente
já são vivenciados os tempos da Quaresma – delicadeza de Deus pela liturgia da
Igreja Católica – inspirando reflexões sobre a velocidade do tempo, que se
contrasta com a vagareza do coração humano para se converter e encontrar as
respostas transformadoras da vida e da sociedade. Ao invés disso, a humanidade
mantém-se aprisionada no pecado e nas dinâmicas viciadas pelo indiferentismo,
sobretudo pela mesquinhez que negocia a fraternidade universal e solidária. O
coração humano faz-se necessitado da Quaresma para conquistar nova qualidade e
alavancar novas atitudes, capazes de mudar os rumos da sociedade contemporânea.
Nessa direção, necessário é reconhecer e se aproximar do amor de Deus para
impulsionar práticas solidárias e cidadãs, libertando vidas e corações de
amarras que perpetuam escravidões, para a urgente superação de atentados contra
a vida de todos e da casa comum. Os apelos à conversão são indispensáveis para
se evitar colapsos que se repetem, nos âmbitos político, social, ambiental e
humanitário, inviabilizando o sonho de uma sociedade justa e igualitária.
A
civilização está desafiada a compreender, convictamente, que a busca por uma
profunda mudança de rumos constitui urgência. Isso significa cultivar novos
estilos de vida, a partir de uma qualificação humano-afetiva e espiritual. Uma
qualificação tão profunda que toque as veras do coração e possa gerar uma
conduta nova, com incidências na vida social. A necessidade de mudar deve
causar inquietação particular nos cristãos, pelo intrínseco compromisso de fé
no anúncio do Reino de Deus. Os discípulos de Cristo são chamados a marcar a
própria vida e a sociedade com o sabor do Evangelho de Jesus, enquanto se
caminha como peregrino de esperança, horizonte rico e inspirador deste ano
jubilar em curso. Vale ter presente a beleza singular e interpelante da língua
hebraica que desenha o caminho e a experiência que capacitam para acolher os
apelos à conversão.
Encontrar
direções novas para o que está, evidentemente, errado e comprometendo o bem é
tarefa primordial. Essa tarefa está além de uma verbalização, de uma descrição
a partir da linguagem, daquelas situações que precisam ser modificadas. É
preciso nutrir um profundo sentimento de contrição. Assim, abrir-se ao
sentimento que desarma o coração e permite, pela compunção, viver frutuosa
conversão pessoal e comunitária. Essencial, pois, é articular a clareza da
necessidade incontestável de mudar rumos com a convicção interna que rege
emoções, orientando-as para a real necessidade de uma renovação interior. Sem
essa articulação corre-se o risco de apontar o dedo aos outros e não ser
exitoso no processo da própria conversão, cristalizando-se em maldades e outras
deficiências, inviabilizando contribuições significativas para a qualificação
da sociedade.
A
contrição do próprio coração é dinâmica indispensável no processo de conversão,
evitando-se a tendência de justificar-se a partir dos próprios sentimentos e,
com isto, reafirmar vícios, com pouca disponibilidade para se experimentar
transformações e a reconciliação com Deus. Somente pelo caminho da contrição
consegue-se caminhar com o semelhante, seguindo os passos de Jesus, na
esperança, sem preconceitos e discriminações. Um fenômeno muito comum é a
tendência de se querer caminhar apenas com os iguais, acirrado por preconceitos
e critérios meramente ideológicos. Uma atitude que inviabiliza a comunhão, que
é apelo essencial e inegociável de conversão. Os que rifam princípios
fundamentais do humanismo cristão como a capacidade testemunhada de ser grato
por todo o bem recebido, até mesmo por um copo d’água, são incapazes de viver o
“caminhar juntos”, inerente ao processo de conversão. Também não conseguem
respeitar o semelhante, considerando-o apenas quando favorece seus próprios
interesses. Acabam por eleger-se como critério balizador para decretar o que e
quem é bom. A autorreferencialidade é um
risco, conforme lembra o Papa Francisco na sua mensagem quaresmal.
Nesta
quaresma, o Pontífice indica a determinante tarefa de exercitar, na família, na
própria vida, nos locais de trabalho, nas comunidades paroquiais e religiosas,
a capacidade de se caminhar com os outros, de ouvir e de vencer a tentação de
entrincheirar-se na autrorreferencialidade – que significa olhar apenas para as
próprias necessidades. Válido é interrogar-se sobre a capacidade de trabalhar
em sintonia com o semelhante, especialmente com aqueles com quem se estabelece
divergências. Um importante ponto de partida é dedicar-se à compreensão lúcida
da ecologia integral e relacioná-la com a promoção da fraternidade, conforme
propõe a Igreja Católica no Brasil, na Campanha da Fraternidade 2025 –
Fraternidade e ecologia integral. Compreender a abrangência e a força interpelante
do que significa ecologia integral pede um olhar capaz de reconhecer que estão
interligadas as muitas crises vividas no mundo, com seus aspectos social,
ambiental e econômico. Compreender essa abrangência contempla enxergar também a
complexa relação entre todos os seres vivos do planeta e o meio ambiente.
O
adequado entendimento sobre o que significa ecologia integral pode inspirar
diálogos sobre as condições de sobrevivência na sociedade, honestamente
questionando modelos de desenvolvimento, produção e consumo que são
insustentáveis. Permite superar ignorâncias que nascem de conhecimentos
fragmentados, tão comuns na atualidade. Nesta direção, não se pode considerar a
natureza como algo separado daquilo que é o ser humano. A humanidade é parte da
natureza, do meio ambiente.
Parta-se
sempre da avaliação da própria interioridade, procurando qualificá-la, para
investir na qualidade das relações interpessoais, no desenvolvimento
sustentável da sociedade. Na busca de soluções para os muitos problemas vividos
pela humanidade contam essencialmente dinâmicas e processos de reconciliação
com o semelhante e com Deus. Investir nessas dinâmicas é indispensável para se
alcançar novo patamar civilizatório nas instituições, na política, encontrando
novas formas de se combater a violência, a pobreza, de devolver dignidade aos
excluídos e, adequadamente, cuidar do meio ambiente. Os apelos à conversão na
ordem espiritual têm propriedades para corrigir muitos aspectos do
antropocentrismo moderno, possibilidade de se investir em novos modelos, encontrar
novas soluções e esperançar um tempo novo para o ser humano na sua travessia.
Uma vida reconciliada com o semelhante, com o planeta e com Deus, a partir da
humildade de saber ouvir e acolher os apelos à conversão.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado,
aleitamento materno e estímulo (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos
de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!