quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS E AS LUZES E CUIDADOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“A Escola Brasil

        No próximo ano, a Lei do Ventre Livre completa 150 anos e o Fundeb será incorporado à Constituição. A extinção do Fundeb teria sido uma catástrofe, mas sua continuidade não vai trazer a educação de qualidade que necessitamos, nem vai fazer com que as escolas sejam igualmente boas para todos. Da mesma maneira que, em 1871, a Lei do Ventre Livre libertou mas não emancipou os filhos dos escravos.

         Precisamos implantar um Sistema Educacional Unificado Público com duas metas: ficarmos entre os dez melhores países em educação e eliminar a desigualdade na qualidade entre as escolas. Isso exige responsabilizar a nação pela educação das crianças brasileiras, com um ministério comprometido com a educação de base, que coordene a execução da estratégia da nacionalização.

         Um caminho seria a “voucherização”, que consiste em repassar uma bolsa com o mesmo valor para cada criança, deixando para sua família pagar a escola no mercado privado. Esse sistema pode servir em algum momento e lugar, mas não elevaria a qualidade do conjunto, nem diminuiria a desigualdade.

         Outra possibilidade seria a “fundebização”, que consiste no “voucher coletivo” para o prefeito cuidar de suas escolas públicas. Embora melhor do que a “voucherização”, a “fundebização” não dará a qualidade e muito menos a igualdade, porque educação não se compra em loja, e nossos municípios são pobres não apenas em receita, também em recursos humanos e gerenciais.

         O terceiro caminho seria pela “federalização”, que consistiria em um processo de substituição paulatina dos quase seis mil sistemas municipais por um robusto sistema nacional único, com carreira federal para professores, padrões equivalentes de construção e equipamento das escolas, todas com horário integral. Assegurando descentralização gerencial por escola e liberdade pedagógica para o professor, dentro da Base Nacional Comum Curricular.

         Por esse sistema seria possível implantar Escolas Brasil nos municípios, da mesma forma que temos as agências do Banco do Brasil. A estratégia de implantação deste Sistema Educacional Unificado Público requer diversos anos e um investimento de R$ 15 mil por aluno ao ano. Se a economia crescer apenas 2% ao ano, em 20 anos o custo total para as 50 milhões de crianças será um pouco maior do que os quase 6% do PIB que são gastos atualmente.

         Isso é possível e necessário. A maior dificuldade é formar uma consciência nacional que dê suporte à estratégia nacional de longo prazo e que aceite tratar a educação de base como a prioridade central com as duas metas: estarmos entre os países com melhor educação e não deixar um único cérebro desaproveitado por falta de escola com a máxima qualidade.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de outubro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Paulo Lotufo, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP, e que merece igualmente integral transcrição:

“Na pandemia, medidas simples

explicam mais que modelos complexos

        Na reportagem “Letalidade da Covid-19 é semelhante à da pneumonia, calcula estudo”, publicada nesta Folha na terça-feira (20), noticiou-se artigo científico, que reúne 61 estudos, defendendo que a taxa de letalidade por infecção pelo coronavírus seria muito menor que a prevista anteriormente. Reunir dezenas de estudos não implica qualidade, muitas vezes o oposto.

         Na epidemia, o tempo precede o espaço. Assim, não se compara casos e mortes entre diferentes locais (países, estados, cidades) que se encontram em diferentes momentos da epidemia. A “taxa de letalidade” (que não é sinônimo de “taxa de mortalidade”) apresentada é a razão das mortes pelo número de infectados, e não de casos, um indicador de muitas debilidades.

         O artigo noticiado comparou a frequência de pessoas com sorologia positiva para o Sars-Cov-2. Eis estudos realizados no Brasil foram elencados, mas eles não são comparáveis entre si, porque utilizaram reagentes com acurácias analíticas muito distintas, tempos de infecção variáveis (há queda nos níveis de anticorpos, com o tempo) e amostragens populacionais diferentes. Na cidade de São Paulo, três estudos independentes (dois deles relacionados neste artigo) mostraram valores entre 0,89% a 19% de pessoas soropositivas para o coronavírus.

Se o denominador da “taxa de letalidade”, a prevalência de anticorpos, tem problemas irremediáveis, o numerador composto pelo número de mortes é mais confiável. Há de se atentar, porém, que se a informação da causa básica de morte não é trivial em situação de normalidade, torna-se mais complexa ainda em situação de pandemia.

         Acrescente-se o fato de que a infecção pelo Sars-Cov-2, ao contrário do que ocorre com os demais vírus respiratórios, não somente provoca pneumonia grave como também altera todo o equilíbrio do sistema circulatório, descompensando a grande proporção de pessoas com doença cardiovascular. Dessa forma, parte da mortalidade considerada como sendo cardíaca ou por acidente vascular cerebral foi deflagrada pela infecção pelo novo coronavírus. Tome-se como exemplo o caso, amplamente noticiado, de um homem que, após infectado pelo Sars-Cov-2, sofreu tromboses que o levaram à morte por acidente vascular cerebral.

         A contagem diária de mortes e casos pela Covid—19 não revela a magnitude real, porque existe uma diferença no tempo entre a morte e a comprovação da infecção. Uma morte anotada como “suspeita” por Covid-19 significa, na maioria das vezes, a diferença de tempo ocorrida entre a morte e a confirmação laboratorial da infecção pelo coronavírus. Para exemplificar, o primeiro óbito pela doença a ocorrer no país, no dia 12 de março, teve resultado do exame viral liberado em 31 de maio. Por essas razões, utilizar somente os casos confirmados pela Covid-19 representará subnotificação e redução artificial da taxa de letalidade.

         Uma formulação muito mais simples, direta e com menor variabilidade tem sido a de calcular o excesso de mortalidade durante a pandemia a partir dos dados de períodos equivalentes nos anos anteriores. Considerando que a diferença no número de mortes entre dois anos seguidos dificilmente ultrapassa 2%, porcentagens como 75% no Amazonas, em comparação a 15% no estado de São Paulo, expressam de forma muito mais clara o impacto da pandemia do que o ajuntamento de informações não comparáveis, como faz este artigo sobre taxa de letalidade.

         Além do excesso de mortalidade, torna-se necessário aprimorar a informação sobre a mortalidade, a fim de identificar causas associadas e calcular os anos potenciais de vida perdidos na pandemia. Essas informações, por serem provenientes de dados primários, terão utilidade permanente para dimensionar a mortalidade na pandemia, exatamente o oposto apresentado em artigo que adiciona dezena de informações imprecisas para obter resultado que era o desejado pelo autor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 309,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 114,16%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,14%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

sábado, 24 de outubro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA HUMANIDADE DO ENSINO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E OS DESAFIANTES CUIDADOS NA VOLTA À SALA DE AULA NA SUSTENTABILIDADE

“Educação para humanizar o mundo e a história

      

No último dia 15 de outubro, Papa Francisco participou, por meio de uma mensagem em vídeo, de um encontro promovido pela Congregação para a Educação Católica, sobre o Pacto Educativo Global. Essa iniciativa vincula-se à percepção do Papa quanto à fratura da corresponsabilidade na tarefa de educar as novas gerações. Observou o Papa, em diferentes ocasiões, que assistimos à quebra do pacto educativo, isto é, família, escola e sociedade.

 

          Pelo mundo afora existem muitas iniciativas interessantes no campo da educação que precisam ser mais divulgadas e conhecidas. Há sempre caminhos possíveis para maior integração da família com a escola e a universidade. As instituições de ensino, por sua vez, têm grande potencial para mobilizar a comunidade educativa não apenas nos processos de ensino-aprendizagem, mas também na abertura de novas perspectivas para as relações interpessoais e incidência nos diferentes âmbitos da vida social. Diferentes expressões da sociedade são desafiadas a interagir com escolas e universidades e com as famílias para ajuntar forças em favor da humanização do mundo e da história.

         

          Nesse sentido, Papa Francisco, em sua mensagem em vídeo, nos convida a nos comprometermos e conjuntamente com os seguintes objetivos: “1º) colocar no centro de cada processo educativo – formal e informal – a pessoa, o seu valor, a sua dignidade para fazer emergir a sua especificidade, a sua beleza, a sua singularidade e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de estar em relação com os outros e com a realidade que rodeia, rejeitando os estilos de vida que favorecem a difusão da cultura do descarte; 2º) ouvir a voz das crianças, adolescentes e jovens a quem transmitimos valores e conhecimentos, para construir juntos um futuro de justiça e paz, uma vida digna para toda a pessoa; 3º) favorecer a plena participação das meninas e das jovens na instrução; 4º) ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador; 5º) educar e educarmo-nos para o acolhimento, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados; 6º) empenhar-nos no estudo para encontrar outras formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, para que estejam verdadeiramente ao serviço do homem e da família humana inteira na perspectiva duma ecologia integral; 7º) guardar e cultivar a nossa casa comum, protegendo-a da exploração dos seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e apostando na utilização exclusiva de energias renováveis e respeitadoras do ambiente humano e natural, segundo os princípios de subsidiariedade e da economia circulante”.

 

          Como se percebe, o transfundo desses objetivos é a visão humanista integral, capaz de agregar parceiros em busca de uma nova cultura e de uma sociedade justa, fraterna, inclusiva, participativa e poliédrica. Sabendo da proximidade das eleições municipais, a educação é um tema bastante pertinente para os que pretendem servir a cidade no executivo ou no legislativo. E um critério para identificar a visão de educação de quem se candidata é verificar seu parecer sobre a relação família-escola-sociedade.”.

(Dom João Justino de Medeiros Silva. Arcebispo de Montes Claros, em artigo publicado no site www.cnbb.org.br/educação-para-humanizar-o-mundo-e-a-história/, edição de 16 de outubro de 2020).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 15 de outubro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de José Ruy Lozano, sociólogo e autor de livros didáticos, é membro da Comunidade Reinventando a Educação (coredu.org), e que merece igualmente integral transcrição:

“Voltar à sala de aula para reinventá-la

       ‘Uma escola é uma fábrica é um poema é uma prisão é academia é tédio, com flashes de pânico.’ A frase do poeta russo Joseph Brodsky, retirada de um de seus ensaios autobiográficos, diz muito sobre as imagens associadas à instituição escolar ao longo do tempo – de centro de difusão de conhecimento e formação humana até estabelecimento repressivo normatizador de condutas. Nas últimas semanas, porém, a expressão “flashes de pânico” pode defini-la melhor, diante da iminente autorização para retorno às aulas presenciais em meio à pandemia de Covid-19.

          O receio do contágio é plenamente justificado diante de números que não cedem, ou cedem lentamente. Mas o retorno às atividades presenciais nas escolas pode desencadear outros medos, frustrações ou, pelo menos, necessidades de adaptação – e não apenas no que se refere a normas de higiene e distanciamento.

          Em pouquíssimo tempo, e de forma quase heroica, educadores do mundo todo fazem a transferência de sua atuação presencial para o espaço virtual, com maiores ou menores recursos e êxitos. No ambiente on-line, no entanto, vemos com frequência a aula como commodity: mera transmissão de informações. O professor fala, o aluno escuta. De aulas assim, o YouTube está cheio, sobre todos os tópicos tradicionais da educação básica. Por que investir tempo e disposição para assistir ao professor, se posso acessar os mesmos conteúdos com recursos visuais mais interessantes e “professores” por vezes mais divertidos?

          A adaptação forçada aos meios virtuais e a constatação da reprodução de práticas analógicas no universo digital devem levar os educadores a uma importante reflexão: como aproveitar ao máximo a permanência do aluno em sala de aula? A presença do estudante diante do professor, de cuja falta tanto nos ressentimos, é fundamental para quê? Se conteúdos e treinamentos podem ser disponibilizados em vídeos, o que fazer quando estivermos de volta às escolas?

          Se há alguma herança positiva do período da pandemia, em meio a um cenário tão desolador, é a constatação de que a escola já não pode mais se estruturar como transmissora de conteúdos. Além de seu fundamental papel na socialização e na aprendizagem de tudo o que ela envolve (cooperação, solidariedade, respeito ao outro e ao espaço público), sua função contemporânea é desenvolver a reflexão – crítica, problematizadora, cidadã – sobre conceitos e informações há muito instantaneamente acessíveis na sociedade em rede.

          O trabalho começa com a intensa e necessária curadoria de fontes de informação, cada vez mais urgente nesses tempos de terraplanismo e fake News, negacionismo e revisionismo histórico. A inserção inteligente na cultura digital é imprescindível para que o debate sobre pontos de vista divergentes seja feito em bases sólidas.

          Também aprendemos nos tempos de pandemia que as aulas on-line mais bem-sucedidas foram aquelas que solicitaram ao aluno a observação, a pesquisa, a experiência e a aplicação prática de conceitos, realizadas previamente, cujos resultados, satisfatórios ou não, eram colocados em discussão durante a aula.

          Foi possível igualmente perceber que o aluno poderia ler um texto ou assistir a um vídeo-aula antes da interação ao vivo com o professor, chegando a ela já com as informações necessárias para pensar sobre o assunto estudado, responder perguntas, propor questionamentos e reflexões a respeito do que viu ou leu.

          Inverter, enfim, a ordem dos fatores. Deixar de priorizar a transferência de dados – commodity – para agregar valor à indispensável reunião presencial denominada aula. Aperfeiçoar a proximidade com o que aprendemos na distância. Assim poderemos evitar os “flashes de pânico” do retorno a um normal escolar que há muito já deveria ter sido superado.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 310,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,59%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,14%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

         

 

          

 

         

terça-feira, 20 de outubro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CRIATIVIDADE E NOVAS TECNOLOGIAS NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE E COOPERAÇÃO CRIANDO SEGURANÇA ALIMENTAR NA SUSTENTABILIDADE

“Como a pandemia está afetando o campo educacional

       A educação foi um dos setores que sentiram os impactos da pandemia de forma imediata. Segundo dados da Unesco, cerca de 1,5 bilhão de estudantes em todo o mundo foram afetados com a suspensão das aulas ou transformações emergenciais no modelo de ensino. A partir disso, iniciou-se uma corrida para realizar adaptações que permitissem a continuidade das atividades escolares sem desrespeitar as orientações dos órgãos de saúde.

          A primeira solução foi a adoção do Ensino a Distância (EaD). No entanto, por ter sido uma situação atípica e inesperada, não houve tempo de planejar com antecedência os pormenores da implantação desse modelo, que esbarrou em problemas como falta de equipamentos, despreparo dos professores e dificuldades de acesso por parte dos alunos.

          Apesar disso, a situação também trouxe aprendizados. Para muitas instituições, que já flertavam com a implantação de um modelo de EaD ou híbrido, foi uma oportunidade para fazer testes e identificar os pontos positivos e negativos. Além disso, com o desafio de manter os alunos atentos, produtivos e engajados mesmo com a distância física, os professores passaram a buscar metodologias pedagógicas alternativas.

          A transição eficaz do presencial para o digital depende da criatividade e ainda da utilização de ferramentas adequadas. A demanda por novas tecnologias neste momento pode ter um efeito positivo sobre as empresas que atuam no setor, que já vivenciavam um crescimento considerável antes da pandemia. Um estudo feito em 2019 pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups) revelou que, em dois anos, houve no Brasil um aumento de 23% no número de “edtchs”, ou seja, startups voltadas para o desenvolvimento de soluções para o setor educacional.

          Um exemplo de tecnologia que vem sendo adotada durante a pandemia é a abordagem de aprendizado conhecida como Vídeo Based Learning (VBL), que utiliza vídeos interativos com conteúdos relacionados aos temas das aulas para atrair a atenção dos alunos. O diferencial do método é a utilização de ferramentas atrativas como: animações, infográficos e elementos de storyteling.

          Outra tendência que tem ganhado força pelo potencial de atrair e engajar alunos de várias faixas etárias é a gamificação de conteúdos e a realidade aumentada. O caso da startup MedRoom ilustra a aplicabilidade dessa tecnologia no âmbito educacional. Ela desenvolveu um software que permite entrar no corpo de uma paciente virtual e analisar detalhes de sua anatomia e fisiologia.

          Apesar de desafiadora, a adaptação das aulas para o ambiente virtual oferece oportunidades e mostra que há muitas possibilidades a serem exploradas. Afinal, o ensino não precisa estar limitado ao tradicional. Aliando criatividade à tecnologia, é possível garantir a continuidade e a melhoria da educação.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 16 de outubro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Rafael Zavala, representante da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil; Claus Reiner, diretor de país do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para o Brasil; Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil; e Christian Fischer, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica) no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Como transformar nossos

   sistemas alimentares?

       Apesar de o direito humano à alimentação adequada estar contemplado no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a forme no mundo – considerada a partir de uma estimativa do número de pessoas que não consomem calorias suficientes para viver uma vida ativa e saudável – vem aumentando nos últimos anos.

          Projeções indicam que, até 2030, quase 67 milhões de pessoas serão afetadas por essa situação, ou seja, cerca de 20 milhões a mais do que em 2019. Isso evidencia que precisamos unir ainda mais nossos esforços e fazer mais. Transformar os sistemas alimentares como um todo é fundamental para que possamos obter melhores resultados e reverter esse quadro.

          É diante desse contexto desafiador que chegamos nesta sexta-feira (16) a mais uma celebração do Dia Mundial da Alimentação. No Brasil, quatro agências das Nações Unidas se reuniram para celebrar a data e promover novas e melhores formas de produzir e consumir alimentos: o Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP); o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida); o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica); e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

          Preservar o acesso a alimentos seguros e nutritivos é – e continuará a ser – uma parte essencial da resposta à Covid-19, particularmente para as comunidades mais pobres e vulneráveis, que são as mais afetadas pela pandemia e pela crise econômica. Agora, mais do que nunca, os sistemas das Nações Unidas e Interamericano pedem solidariedade internacional para ajudar os mais vulneráveis a se recuperarem e que os sistemas alimentares sejam fortalecidos de forma mais sustentável e resiliente. A comida é a essência da vida e a base de nossas culturas e comunidades.

          Em um momento como este, é importante reconhecer a importância daqueles heróis da alimentação que, todos os dias, trabalham para que os alimentos cheguem até o prato dos brasileiros, desde a produção até a distribuição e comercialização. Este é também o momento de repensarmos nossos sistemas e ampliarmos o uso de práticas agrícolas inteligentes e ecológicas que incorporem inovação e digitalização para a redução da destruição do habitat, que contribui para surtos de doenças. Portanto, a comunidade internacional precisa fechar a lacuna digital e garantir que a tecnologia flutua para os países em desenvolvimento, incluindo também os agricultores familiares.

          Além disso, empresas do setor privado ligadas ao setor de alimentos e varejo precisam tornar as opções de alimentos sustentáveis atraentes, disponíveis e financeiramente acessíveis. Todos nós precisamos fazer nossa parte para que nossos sistemas alimentares sejam capazes de cultivar uma variedade de alimentos para nutrir a população e preservar o planeta. Já os governos precisam construir respostas de proteção social eficazes e políticas que garantam condições seguras e rendimentos decentes pra pequenos agricultores e trabalhadores da cadeia alimentar, além de adotar medidas que evitem a volatilidade dos preços dos alimentos.

          Para conter os efeitos da Covid-19 entre as populações mais vulneráveis, deve haver coordenação estratégica de políticas nas áreas de saúde, agricultura e proteção social.

          A crise econômica, que se amplia em decorrência da pandemia, terá efeitos devastadores sobre as populações mais vulneráveis. É preciso agir rapidamente, pois uma resposta tardia pode criar efeitos colaterais globais. O melhor caminho para isso é praticar a solidariedade e a cooperação como mecanismos para reconstruir melhor, tornando os sistemas alimentares mais resistentes a impactos e mais sustentáveis por meio da natureza e de soluções baseadas na ciência. Isso significará o estabelecimento de medidas políticas e marcos legais que apoiem sistemas alimentares sustentáveis.

          Precisamos começar a agir agora para garantir que esses avanços aconteçam no futuro. Mãos à obra!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 310,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,59%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,14%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.