quarta-feira, 30 de março de 2016

A CIDADANIA, A UNIVERSALIDADE DA ENERGIA CRÍSTICA E A LUZ NA ECOLOGIA HUMANA E INTEGRAL

“A época do despertar do Cristo 
interno na humanidade
        Quando no ser humano foram despertadas as potencialidades mentais, uma dádiva rara estava-lhe sendo concedida: por intermédio delas ela poderia conectar-se com realidades internas e espirituais e relacionar-se com a vida material, segundo a compreensão de leis superiores, divinas, que então atuariam em auxílio ao desenvolvimento da humanidade em geral. Porém, essa dádiva encerrava uma prova: ela somente revelaria seu valor se o homem a utilizasse em favor da harmonia universal.
         A suprema Consciência, Deus, sempre enviou seus Mensageiros à humanidade, a fim de transmitir-lhe as verdades eternas e os preceitos que a conduziriam pelos caminhos da retidão, luz e paz. O ápice de uma importante fase desse processo, que ocorreu por ocasião da vinda do próprio Cristo aos níveis materiais, consuma-se no atual momento planetário e no que é chamado “o Reaparecimento do Cristo”, que diz respeito ao retorno da Energia Crística entre os homens, há muito profetizado. Esse despertar do Cristo interno já é uma realidade para muitos de nós.
         Em Jesus, a Energia Crística esteve presente em meio à humanidade, expressando-se da maneira mais plena que então era possível, por intermédio de um ser encarnado no nível físico da superfície da Terra; a maioria dos homens, porém, não quis acolhê-la.
         Na época atual, processo semelhante ocorre, e, de toda a humanidade da superfície, apenas 10% responde positivamente ao Chamado Crístico que, ecoando desde milênios, nesta etapa do planeta reapresenta-se de modo peculiar.
         Os que respondem são os discípulos da Luz, aqueles que reconhecem a Luz do Amor e da Sabedoria. Sua coligação com essa Luz independe de crenças, dogmas ou religiões organizadas. Está embasada na unificação do ser à Essência Crística, que é cósmica.
         Os caminhos para o Espírito sempre estiveram abertos a todos, mas a maioria preferiu as falsas promessas da vida material e, assim, negou o propósito de sua existência.
         O despertar da consciência é estimulado pela Energia Divina, Espiritual, que utiliza os mais adequados recursos disponíveis para auxiliar cada ser; também o Espírito usa os meios de maior penetração para alcançar o consciente do homem. Muitas vezes, porém, as aspirações da vida interior de um indivíduo não encontram abertura para se manifestar na existência da vida material. Como foi dito: “o Espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26,41).
         Por terem optado pelo prazer dos sentidos e pelo poder terreno, os seres humanos foram influenciados por energias dissuasivas e, ofuscados assim pelas trevas, perderam a consciência de suas próprias ações. Iludidos, entregaram a vida planetária à destruição, contudo como disse Cristo: “O Filho do homem vai certamente, como está escrito Dele, mas aí daquele homem por quem será entregue o Filho do homem! Melhor fora se não tivesse nascido”. (Mateus 26,24).
         A Energia Crística não se oculta aos olhos de ninguém, está presente nos menores fatos da vida das pessoas, indicando-lhes o caminho à Unidade, procurando dissolver a separatividade e a disputa, fato bem pouco compreendido.
         A vida do Espírito é o portal dessa existência e, por caminhos traçados pelo Amor infinito, a ela é conduzido o indivíduo; porém, só aquele que continuamente renuncia à violência própria do ego consegue cruzar esse portal.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição 20 de março de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Rasgou-se o véu
        ‘Rasgou-se o véu do templo de alto a baixo, em duas partes!’ O evangelista Marcos registra assim a morte de Cristo, o Salvador, com força simbólica, no contexto da narração da Paixão de Jesus. Independentemente das diferenças e possíveis interpretações alusivas às rupturas com aristocracias políticas e religiosas, relativização de celebrações, tradições e cultos, firma-se o marco entre o antes e o depois. A história irremediavelmente passa a ser interpretada, entendida e contada de modo novo e diferente. Uma pessoa torna-se divisor de água para o mundo. Emoldura o horizonte da humanidade com o singular jeito de ser do Messias, Profeta e Salvador. Rasga-se o véu do templo pela força do forte grito de Jesus que entrega o seu espírito. Ele morreu! Uma morte vencida pela força do amor misericordioso de Deus.
         A história já não é mais a mesma. Abre-se nova perspectiva, balizada pela justiça e pelo amor, pela força de dinâmicas advindas dos valores do evangelho, que inova e transforma. Por esses valores, o tecido cultural de cada sociedade pode ganhar – como já ganhou e ganha – nova qualidade e força de congregação. Mudanças que permitem reconhecer e respeitar a dignidade de toda pessoa. O cristianismo é incontestavelmente uma via qualificada por balizar-se no diálogo, na força de transformação das diferenças em riquezas e pela sagrada consideração da sacralidade de cada indivíduo. Exige, por isso mesmo, uma ambientação sociopolítica que jamais sacrifique ou funcione na contramão dessa dignidade maior. A fé cristã tem força que aponta permanentemente para um compromisso político e cidadão: privilegiar dinâmicas que façam da convivência social uma modelagem baseada nos parâmetros da paz e da justiça. Não há espaço para feições autoritárias, absolutistas, mecanicistas e de fácil manipulação, que ameaçam o bem comum.
         A morte de Cristo é redentora e não, obviamente, um fracasso. É mergulho que resgata o ser humano para reabilitá-lo com força sustentadora e de plenitude. Neste dia, Sexta-feira Santa, os cristãos celebram a morte que fecunda a esperança, reestrutura compreensões e possibilita um entendimento que rompe as jaulas dos partidarismos, das miopias políticas e das estreitezas mesquinhas. A morte de Jesus é um horizonte novo, abertura para o desabrochar da vida. Uma conquista vitoriosa, que faz da morte uma porta de passagem para a plenitude. Oferece sentido ao viver em meio às circunstâncias desafiadoras da existência humana, inclusive as que se relacionam ao contexto social e político.
         O poder político que provocou a morte de Jesus, redentora pela vontade de Deus, projetou os acontecimentos que rasgaram, com força simbólica, o véu do templo, “de alto a baixo”. E de alto a baixo está rasgado também o véu da cidadania no Brasil. A política, particularmente a partidária, na sociedade brasileira, fez precipitar um terrível rasgão. Urgente é recompor essa ferida terrível que alentou esquemas de corrupção e obscureceu a nobreza do exercício da política partidária e representativa. Há um longo caminho a ser percorrido para recompor esse véu rasgado. O percurso exige competência política para alcançar a unidade cidadã capaz de dignificar os governantes, que devem ser representantes e servidores do povo.
         Na escuridão que paira está escondida a oportunidade para que se possa viver um recomeço. Assim, é preciso procurar a solução capaz de garantir à política brasileira uma qualidade própria. Para além de radicalizações e desordens, a cidadania brasileira está desafiada a pautar seu caminho à luz de valores que proporcionem o exercício permanente do diálogo, evitando ódios e execrações vingativas. É preciso cultivar a abertura para encontrar saídas e novas respostas. Isso é tarefa de todos. Acima de tudo, pela representatividade e alto grau de responsabilidade dos que integram os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada pessoa está desafiada a contribuir, a partir da lucidez de diálogos, para vencer as artimanhas interesseiras e o caos político. Somente assim a sociedade não se precipitará nos horrores e nos fundamentalismos. Que se consiga, com a participação cidadã, reconquistar a inteireza do véu que se rasgou de alto a baixo; seja preservada a democracia e, acima de tudo, o bem do povo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  


  


segunda-feira, 28 de março de 2016

A CIDADANIA, AS ALIANÇAS PARA A SUSTENTABILIDADE E O PODER DO PROTAGONISMO NA EDUCAÇÃO

“Os Brics X o custo Brasil
        O britânico Jim O’Neill criou, no início da década passada, a sigla Bric, reunindo os quatro principais países emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China – por acreditar no potencial que teriam para puxar o crescimento mundial no século 21. Decepcionado, disse recentemente que “o Brasil parece ter apenas uma história impulsionada por commodities e sua economia, portanto, move-se de acordo com os ciclos de preço”. Para dizer o mínimo. Na realidade, somos hoje um país à deriva, porque não criamos as nossas âncoras, nem mesmo no período de bonança do superciclo das commodities e do bônus demográfico.
         Não faz sentido querer calçar no aumento do consumo, e muito menos no consumo público, um projeto sustentável de longo prazo para o crescimento do país. Nem tampouco a demanda externa, por mais importante que seja, pode nos alavancar, pelo baixo grau de internacionalização da nossa economia. O que impulsiona crescimento consistente é aumento de investimento, apoiado por uma poupança interna forte. Nesse cenário, a nossa poupança, que já vinha insuficiente, caiu de 19% do PIB, em 2008, para 13%, em 2014. O estímulo ao consumo das famílias e uma poupança pública negativa comprometem o esforço poupador das empresas privadas.
         O quadro particular que vemos no Brasil, de recessão com inflação, é uma indicação de que a oferta e a demanda estão muito próximas, como alerta o ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. O nosso problema maior é o crescimento galopante dos gastos públicos correntes, comprometendo o investimento. Num comparativo, entre janeiro de 2015 e janeiro de 2014, os gastos de custeio do governo cresceram 14,34% em termos nominais e 6,73% em termos reais e os investimentos caíram 35,44% em termos reais. A taxa de investimento total da economia vem caindo desde 2010: de 19,5% do PIB para 16,7%, em 2014.
         Umas frentes que mais requerem investimento para permitir ao país continuar crescendo é a infraestrutura. Países crescem quando suas economias são competitivas, e bons portos, estradas, ferrovias, aeroportos boa mobilidade urbana somam muito nesse aspecto. O “The Global Competitiveness Report 2014-2015”, do Fórum Econômico Mundial, mostra que esse, certamente, não é o nosso ponto forte. Entre 144 países pesquisados, as nossas ferrovias ocupam a 95ª posição, o transporte aéreo a 113ª, as estradas e portos a 122ª. Aqui não existem milagres. Enquanto a Índia investe 4,8% do PIB em infraestrutura, o Chile 5,1%, a China 13,4% e a Tailândia 15,4%, no Brasil, esse número ronda os 2%. E a Índia pretende quase dobrar o seu aporte até o final de 2017, para conseguir manter o crescimento acelerado, alavancado também por várias reformas estruturais. Reformas que temos tido muita dificuldade para fazer avançar aqui.
         Interessante é saber que a Alemanha, país competitivo e com ótima infraestrutura, está preocupada com a sua taxa de investimento total, que caiu de 26% do PIB, em 1990, para 17%. O que dizer do Brasil, que também investe os mesmos 17%, tendo, todavia, tudo por fazer? Muitos países têm conseguido resolver esse problema melhor do que nós, como mostram os números de 2014: EUA, 19,2%; Rússia, 19,8%; México, 20,9%; Colômbia, 24,7%; Peru, 26,3%; Índia, 29,9%; Coreia do Sul, 30,3%; Indonésia, 31,3% e China, 47,6%. A retomada dos investimentos no Brasil requer uma pauta positiva para o país. Redução de incertezas, restabelecimento da confiança dos agentes econômicos, controle da inflação, equilíbrio fiscal, estabilidade cambial e construção de uma agenda para recuperação da competitividade, que permita aos empresários enxergar que poderão ter retorno nos seus projetos.
         Investimentos são importantes porque aumentam a oferta e com eliminam gargalos, mas são fundamentais porque permitem aumentos de produtividade. E produtividade talvez seja a variável mais diretamente relacionada à competividade. Ela tem dois componentes básicos: a do trabalho e a do total dos fatores. A primeira mede a produção média por trabalhador e, para que ela cresça, é necessário que essa produção cresça mais do que os salários. A nossa tem caído porque os salários têm evoluído mais. A segunda mede a eficiência da economia como um todo. Também aqui não estamos bem na fotografia. No período 1990-2013, a produtividade total dos fatores no México cresceu 0,351%; na Indonésia, 0,507%; na Coreia do Sul, 0,620%; nos EUA, 1,073%; na Índia 1,166%; na China 3,192% e no Brasil caiu 0,039%.
         Outros países emergentes, inclusive alguns vizinhos sul-americanos, que, como nós, se beneficiaram do superciclo das commodities de 2002 a 2010, continuam conseguindo manter crescimento do seu PIB e da renda per capita. Portanto, por mais que a conjuntura internacional desfarovável atrapalhe, somos vítimas de nós mesmos. O economista americano Nicholas Lardy afirma que não faz mais sentido manter os Brics juntos, considerando que a única característica em comum era o alto crescimento econômico. Mesmo com o comportamento mais moderado da China, apenas ela e a Índia mantêm as credenciais para permanecer no grupo, porque evoluíram em reformas estruturais e na eficiência da economia. Enquanto isso, nós aqui estamos muito aplicados cultivando o custo Brasil. Um esforço conjunto de algumas das principais entidades da sociedade civil organizada poderia ser um bom início de reação.”

(CARLOS RODOLFO SCHNEIDER. Empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RODRIGO LOPES E CARLOS DONIZETTI, coordenadores do Instituto de Educação do UniBH, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação e empoderamento
        ‘A gente foi para a escola, para desenvolver um trabalho. Daí pensamos o seguinte: não vamos fazer o que fizeram conosco a vida toda, vamos deixar as crianças produzir e criar, vamos dar espaço para falarem.’ A frase que escolhemos de abertura é de uma aluna do curso de graduação em pedagogia, que estava envolvida em projeto de intervenção pedagógica em uma escola da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Diferentemente de levar uma solução pronta, customizada pelos moldes teóricos, ela e outros alunos envolvidos aprenderam e ensinaram pela experiência e prática escolar. Deu (muito) certo. Mesmo em meio à limitações do espaço público, os alunos conseguiram desenvolver trabalhos significativos para a comunidade, contribuindo de forma surpreendente para a escola e para a própria formação.
         Ao propor projeto pedagógico que confere protagonismo à pessoas e que entende a pedagogia como prática e não como instrumento, os efeitos podem ser profundamente transformadores.
         Por décadas – séculos até –, alunos e professores têm sido identificados na escola como uma massa uniformizada em corpo, alma e mente. Sem espaços/possibilidades para pensar e agir, discentes e docentes têm sido conduzidos por meio de conteúdo específico, o da lógica-matemática. Esse problema revela alguns traços de como a educação tem se desenrolado por aqui, no Brasil, pensada a partir de um território teórico e almejando um tipo ideal de ambiente, de escola, de aluno, de professor.
         Os projetos desenvolvidos por nós, professores, junto com alunos e professores dos ensinos médio e fundamental, serviram, sobretudo, para mostrar os efeitos do empoderamento da educação. Cientes das atribuições e dos desafios, as pessoas reconheceram no próprio grupo as condições para desenvolver projetos significativos para a escola. Diferente de seguir cartilhas que predeterminam escolhas e simplificam soluções, os envolvidos foram encorajados a encontrar no próprio meio as condições para superar as adversidades da escola. Sucesso, sucesso, sucesso.
         Imagine como a comunidade escolar passou a identificar os próprios alunos e professores. Pense em quantos adultos teríamos empoderados de um saber fazer, de uma consciência de protagonismo social e com consciência crítica. Imagine como homens e mulheres produziram diferentes formas de significar/transformar o mundo, a realidade, de maneira mais enriquecida por uma cultura movida pela experiência social.
         Educação é empoderamento. Não é uma ferramenta ou um produto, mas sim um direito que deve servir às pessoas e à sociedade, com o intuito de transformá-la. Deve servir às pessoas, e não ao Estado, à Igreja e a outras instituições. Pode-se aprender mais quando os principais envolvidos assumem o papel de protagonista nas escolas. A educação é transformadora neste contexto, quando é também libertadora.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

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segunda-feira, 21 de março de 2016

A CIDADANIA, A MISSÃO DA ENGENHARIA E AS PONTES PARA A SUSTENTABILIDADE

“Engenharia nacional exige respeito
        Engenharia é arte. Pressupõe dominar e aplicar conhecimentos científicos e empíricos, aliados ao desenvolvimento de habilidades específicas, com o propósito de converter recursos naturais em formas adequadas (oferta de energia, construções, estradas etc.), que atendem às necessidades humanas. Por isso, exige alto grau de profissionalismo que só pode ser obtido por meio de uma formação acadêmica consistente, seguida de esmero na aplicação do conhecimento tecnológico e de uma postura ética no atendimento do interesse coletivo.
         Não resta, pois, dúvida alguma sobre a amplitude e a importância da engenharia para que as comunidades, sobretudo dos grandes centros urbanos, tenham qualidade de vida e equidade, contribuindo inquestionavelmente para o desenvolvimento econômico dos estados federativos e do país. Contribuição essa que reflete diretamente na vida das pessoas, na criação de empregos e renda, e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mas, no Brasil de hoje, parece que tudo isso foi esquecido. A atual recessão econômica, agravada pela crise política, atinge em cheio a atividade de engenharia, ceifando oportunidades de trabalho, sem oferecer alternativa aos profissionais que chegam ao mercado.
         Para alguns incautos, a atividade é vista hoje sob a ótica da ação condenável das empreiteiras envolvidas nos escândalos da Lava-Jato. No mundo dos negócios, dos interesses corporativos e estratégicos, equivocadamente, a engenharia é tratada como mercadoria de segunda linha, como uma moeda de troca. Se uma obra não for feita por um engenheiro, pode ser feita por outro qualquer (a qualificação não é relevante), ou, quem sabe, importando mão de obra dos franceses ou dos chineses, que também são bons nisso.
         É deplorável (muito embora não nos surpreenda pela visão apequenada) que nossos governantes atuais não entendam a engenharia como atividade essencial e estratégica, a ser valorizada no planejamento dos empreendimentos e na consecução de objetivos sociais. Se é para ver a nossa profissão assim aviltada, é melhor que tenhamos a coragem de lutar para substituir no poder nossos despreparados governantes por meios democráticos e constitucionais.
         Temos que dizer não à corrupção, temos que exigir planejamento nas atividades de governo e combater aqueles espertos empresários que querem transformar a atividade de formar engenheiros em máquinas de auferir grandes lucros financeiros (e com a ajuda do dinheiro público do Fies). Neste momento de fragilidade que o país e o setor de engenharia atravessam, é preciso que a atividade seja compartilhada entre profissionais que busquem o bem, que as soluções de cunho tecnológico sejam precisas e inequívocas, sem margem para irresponsabilidades como a queda de viadutos, rompimento de barragens e outras mazelas como de que assistimos em Minas Gerais.
         Esses recentes e lamentáveis episódios, escritos por mãos movidas essencialmente pela obtenção de ganhos financeiros e/ou outras vantagens, típicas de nossa cultura e comportamento permissivos, têm que ter um ponto final. Até porque, em Minas Gerais, nem sempre foi assim. Em passado recente, em nosso estado, a ação de proeminentes engenheiros no exercício da profissão, da gestão pública e da política, criou a tradição de ganhos significativos para toda a comunidade.
         Vale lembrar as iniciativas marcantes e sobejamente conhecidas de profissionais como Lucas Lopes, Celso Mello de Azevedo, Aureliano Chaves de Mendonça, João Camilo Penna, Eliseu Resende, Alysson Paulinelli, Itamar Franco e tantos outros que souberam honrar nossa profissão. É preciso, pois, dar um basta ao atual estado das coisas. Não podemos perder de vista a nossa missão de usar a criatividade, a inventividade e o poder de transformação para o bem de todos. A engenharia nacional exige respeito!”.

(AUGUSTO CELSO FRANCO DRUMMOND. Engenheiro, presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Trevas cobriam o abismo
        ‘A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo...’. Assim começa a narração do Livro do Gênesis, permitindo uma analogia com o atual momento político do Brasil. A política partidária instalou incontestavelmente o caos na sociedade. Está perdida a capacidade para o diálogo que gera consensos e entendimentos. Não paira, absolutamente, o espírito de Deus no mundo da política. É uma escuridão que fomenta o caos – um “salve-se quem puder” que passa por cima do bem comum como um trator. Não há esperança de que a política partidária consiga, rapidamente, oferecer contribuições para os rumos da nação. A lista de desmandos, escolhas absurdas, interesseiras e manipulações é interminável.
         Comenta-se, em muitas esferas da sociedade, sobre a expectativa do surgimento de um líder político capaz de gerar agregação e apontar novas direções. Isso parece difícil de ocorrer, justamente pelo atual cenário vivido pela política partidária. Quem seria capaz, agora, de reverter essa difícil situação? O mundo da política partidária no Brasil configura-se como um devastador desastre humano à semelhança das incidências horrendas que ferem o meio ambiente.
         A deterioração da esfera política e o tratamento inadequado das questões ambientais se desenvolvem a partir da mesma raiz. Aqui vale relembrar as palavras do papa Francisco, na sua exortação apostólica A alegria do Evangelho, quando se refere à nova idolatria do dinheiro. O caos vem dessa idolatria. É inexistente a nobreza de fazer política pelo bem comum, com o objetivo de ajudar a nação a alcançar patamares de civilidade e de funcionamentos que promovam, sem populismos, os seus cidadãos. A falta dessa nobreza é resultado de carência na formação humanística que ilumina intuições, capacita para o bem, muito acima do interesse de enriquecimentos ilícitos. O papa Francisco afirma que “uma das causas dessa situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e nossas sociedades”. Essa verdade explica os desajustes no tecido da cultura, que delineia a identidade da sociedade e influencia suas direções.
         O papa Francisco oferece a chave de interpretação desse caos instalado que produz, por exemplo, a crise financeira que pesa sobre os ombros de todos. A base da desordem é a negação da primazia do ser humano. Esse colapso antropológico tem muitas feições. Descompassa relações, articulações de grupos e segmentos na sustentação de uma sociedade que deve se mover no horizonte da justiça e da solidariedade. É triste constatar o que ocorre na política partidária. O desejo de ocupar cargos públicos não vem acompanhado do sentido cidadão mais profundo de ajudar decisivamente na construção de uma sociedade solidária e justa. Trata-se de interesse doentio pelo dinheiro, para alimentar ilusórias sensações de poder e segurança. Uma ambição que produz essa economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano.
         Ora, a idolatria do dinheiro é perigosa, gera ilusões e desgasta o mais nobre sentido da política, que é promover o bem comum. Essa idolatria é tão terrível que faz crescer, de modo generalizado, a sensação de que não há mais tempo para fazer o que é necessário. Isso fica explícito nas muitas lamentações e ladainhas exaustivamente propaladas. O interesse mesmo é ganhar sempre mais, produzir menos. Nada de sacrifícios e esforços para alcançar o bem de todos. Uma luz precisa brilhar para iluminar essas trevas.
         E de onde ela pode vir? Em primeiro lugar, da corresponsabilidade e seriedade cidadã de cada indivíduo. Sistemicamente, essa luz pode e precisa brilhar com o fortalecimento, em seriedade e audácia, dos diferentes segmentos da sociedade – empresarial, religioso, judiciário, acadêmico e intelectual, artístico e outros mais. Cada setor, pela seriedade e honestidade, tem o dever de dissipar as trevas que preenchem o abismo onde está inserida a sociedade brasileira. Que venha de todas as pessoas e grupos, pelo compromisso com o bem, a justiça e a verdade, essa a luz que tem a força para resgatar o país do caos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  




sexta-feira, 18 de março de 2016

A CIDADANIA, A LÍNGUA PÁTRIA, O ENSINO DE HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO HUMANÍSTICA E EMPREENDEDORA

“Educação: da língua à história
        A educação é um assunto inesgotável em todo o contexto que aborda o desenvolvimento sociocultural de qualquer país. Em busca de soluções para melhorar a qualidade da educação escolar, o Brasil discute alternativas e caminhos que possam mudar as experiências fatídicas até hoje vividas.
Sabe-se que os índices atingidos nos testes e pesquisas realizados sempre se mostram desfavoráveis a serviços educacionais de qualidade. Fato comprovado com os resultados do Programme for International Student Assessment (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que avalia os conhecimentos e habilidades dos alunos em leitura, matemática e ciências e que reconheceu o Brasil em 2015 em 60º lugar de 76 países no ranking de educação.
         Assim, percebem-se as falhas consideráveis da educação no Brasil quando os alunos se submetem a testes e ratificam a fragilidade existente na aquisição dos conteúdos, no desenvolvimento de suas habilidades e competências básicas, tais como a compreensão de textos e o raciocínio lógico.
         Enquanto a preocupação na mudança da qualidade do ensino é um fator ostensivo e preponderante para a sociedade, convive-se com a enfatização de mudanças significativas no novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e na abordagem dos conteúdos em história. Em 2008, o Brasil aderiu ao novo acordo ortográfico. Previsto para que entrasse em vigor em janeiro de 2013, o governo foi obrigado a adiar devido às polêmicas e críticas da sociedade, e só agora, em 2016, tornou-se obrigatório.
         A vigência obrigatória do novo acordo divide opiniões de especialistas; enquanto uns acham de extrema importância tal mudança, outros defendem a ideia de que pouca diferença fará na comunicação entre países, visto que as variações ortográficas não comprometem a compreensão e não interferem no sentido do texto.
         Enquanto os linguistas divergem em suas opiniões e a sociedade tenta assimilar as novas regras, outra discussão não menos importante ocorre na reestruturação do currículo de história. Desde setembro de 2015, há um diálogo polemizado sobre a mudança no conteúdo de história ensinado nas escolas. A proposta preliminar causou um grande desconforto para os idealizadores do programa, eles admitiram falhas e propuseram novas discussões. Entendeu-se que a história antiga seria abolida do conteúdo programático. Especialistas de todo Brasil se manifestaram e argumentaram contrários a tais mudanças.
         É evidente a necessidade do estudo da história antiga como compreensão do atual contexto sócio-político-cultural do país e do mundo. Propor um rompimento com uma perspectiva eurocêntrica é suprimir um passado indispensável para a compreensão dos questionamentos atuais. A importância do estudo da história antiga evidencia sua relação com a filosofia, a literatura, a sociologia, o direito e outras disciplinas afins, mostrando pelo diálogo a integração existente e a base fundamental para a construção de sentido.
         Assim como no universo linguístico, numa realidade discursiva, não há enunciação sem enunciado, ou seja, é da enunciação que vêm as orientações para o sentido do enunciado. Em uma realidade histórica, não há compreensão do presente sem o resgate do passado. A noção de temporalidade histórica depende da aquisição do sentido do tempo: passado, presente e futuro. Logo, para que o ensino de história crie condições de elaboração de novos sentidos e significados é inegável que o aluno tome conhecimento das origens. Dessa forma, haverá um comprometimento com a formação de um cidadão autônomo, capaz de construir relações do conhecimento histórico com a atualidade.
         No mesmo viés, é possível perceber a importância do conhecimento da história antiga para entender as formas de governo, a criação das leis e a preocupação com o direito humano. Dessa maneira, não como dissociar o direito contemporâneo dos seus primórdios. Foi em Atenas, símbolo da cultura grega, que se começou a criar a ideia de democracia, conceito estudado exaustivamente na sociedade contemporânea.
         O direito romano, por sua vez, é a base da ciência jurídica da maioria dos povos modernos. Como então não abordar na história a pré-história, a Antiguidade e a Idade Média, se são esses os conhecimentos prévios que o aluno irá adquirir para confrontar com a realidade do seu tempo? Esses são assuntos fundamentais que levam a uma visão sistêmica e complementar dos alunos.
         Se o mais importante é desenvolver práticas pedagógicas que ensinem noções de ética, política e cidadania, como não passar pelo ensino das primeiras cogitações filosóficas com Aristóteles, Sócrates e Platão? É necessário que o aluno saiba e reconheça as influências gregas e romanas no mundo atual e revalide a importância de conhecer o passado para tecer suas críticas em relação ao presente.”.

(ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES. Advogada, professora, formada em letras, com habilitação em português e francês pela UFMG, pós-graduada em estudos linguísticos pelo UNI-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de março de 2016, mesmo caderno, página 17, de autoria de MARIA FLÁVIA BASTOS, professora do Centro Universitário Una, e que merece igualmente integral transcrição:

“Humanística e empreendedora
        Desde muito tempo, é comum ver nos noticiários nacionais o cenário inóspito da educação brasileira. Nesses mesmos meios e, ainda, em eventos acadêmicos, veem-se, com constância, debates inerentes à necessidade e à urgência de se promoverem no Brasil mudanças e melhorias no processo ensino-aprendizagem. Essas temáticas tem estado latente, já que vivemos um novo mundo, uma nova realidade que tem, portanto, um novo aluno: conectado às novas tecnologias, atento às novas descobertas e aberto ao novo. Além disso, tem-se apresentada também uma urgência na formação dos gestores que chegam às organizações atuais.
         Entendendo que é preciso que as universidades troquem a formação de um tipo taylorista de empregado – passivo e obediente – para a formação de um gestor ativo e cooperativo, as escolas deverão repensar seus modelos e apostar em formatos mais livres e humanísticos, que coloquem o aluno no centro, extrapolando os espaços das salas de aula e dialogando com a comunidade.
         Também a educação universitária passa por questionamentos sobre o que é ensinar e aprender, como ouvir e responder, o que oferecer e propor, numa tentativa de construir uma nova dimensão da educação: propondo-se a romper as barreiras do conhecimento para ir em busca de um saber reflexivo. Aliado a esse desejo de mudança, temos um novo cenário na política e na economia do Brasil, que causa mudanças comportamentais em vários aspectos, inclusive na educação. Mais jovens e adultos, que antes não tinham acesso ao ensino superior, chegam às salas de aulas. Boa parte desses estudantes já tem ocupações no mercado e busca por melhorias salariais e sociais.
         Numa outra parcela desses estudantes apresenta-se um jovem ansioso, conectado e inquieto, ávido por informações e mudança. Por conta desse novo panorama é preciso repensar a educação. É preciso repensar, inclusive, o mercado, que, a cada dia, tem tido bastante dificuldade para encontrar profissionais adequados às suas necessidades. O que se apresenta, portanto, é um cenário controverso que nos leva a refletir se, a partir do que existe como modelo tradicional de educação, é possível fazer diferente. Os professores estão prontos para uma mudança? E os alunos? E as escolas? E o mercado? Qual é, enfim, o papel da universidade na formação dos novos empreendedores?
         O empreendedorismo é um tema que até bem pouco tempo não alcançava as barreiras acadêmicas, mas hoje percebemos (especialmente dos alunos) a vontade de saber empreender. Para se ter uma ideia dessa realidade, de acordo com uma pesquisa da Endeavor e do Sebrae de 2014, dos quase 5 mil universitários entrevistados, 48,7% já fizeram alguma disciplina relacionada ao empreendedorismo. Assim, um projeto pedagógico voltado para formar empreendedores deve prever que os alunos aprendam a definir os contextos e tomar decisões quanto à própria carreira.
         Infelizmente, ainda vivemos realidades escolares em todos os níveis (fundamental, médio e superior), onde o que prevalece é a aprendizagem cheia de regras, com o professor sendo o detentor de todo o conhecimento e, logo, do poder, e o aluno pressionado a ser (como únicas opções) “empregável” ou “empreendedor de sucesso” numa rotina que obedece à ordem de avaliar, recompensar e punir. E, assim, vamos fortalecendo o ciclo de uma sociedade cada mais presa a valores materiais e tecnológicos, onde referências sobre o que é o relacionamento, ou o ser humano, suas diferenças, sua cultura vão se perdendo cotidianamente.
         Ao mudar salas de aula, teremos uma possibilidade real (ao estimular novas práticas – menos mecanicistas e mais cooperativas) de renovar organizações, resgatando aquilo que elas têm de mais genuíno e de mais interessante: as pessoas, sua amorosidade, sua história, suas diferenças.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...