sexta-feira, 31 de março de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO CONHECIMENTO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“E agora, Jango?

       Em 13 de março de 1964, o então presidente da República, João Goulart, manifestou apoio às reformas de base de que o país necessitava. Mas, para evitar as reformas que tirariam privilégios, a reacionária elite brasileira preferiu destituir o presidente. Quase 60 anos depois, o Brasil ainda espera aquelas e outras reformas necessárias.

         Naquela época, a principal reforma era a agrária. Nosso maior recurso potencial era a terra sem trabalhadores e os trabalhadores sem terra. Se a reforma tivesse sido feita, nossas cidades não seriam as monstrópoles de hoje, sem a migração em massa dos anos 1970 e 1980. O Brasil não teria a fome que decorre da falta de renda, mas também da produção menor de alimentos para o mercado interno.

         Embora ainda necessária, essa reforma já não tem a mesma importância. A principal reforma atual deve ser para liberar o recurso fundamental da economia do século XXI: o capital conhecimento. Nosso potencial está nos cérebros de nosso povo. É preciso uma reforma que assegure escola de qualidade para todas as crianças brasileiras, de maneira a desenvolver o potencial com cada uma delas nasce. “Nenhum cérebro deixado para trás” substitui o slogan de “nenhum latifúndio deixado improdutivo”.

         Naquele tempo, o Brasil precisava usar o Estado para fazer as reformas, hoje precisa-se reformar o próprio Estado, fazendo-o eficiente, comprometido com os interesses nacionais e das camadas pobres, com estratégias estruturais de longo prazo, vacinado contra a corrupção no comportamento dos políticos e a corrupção nas prioridades das políticas públicas.

         Nos anos 1960, Jango tentou reformas que servissem de base para o desenvolvimento econômico nos moldes do crescimento mais rápido e amplo da indústria mecânica, para aumentar a renda e o consumo da população. No século XXI, é preciso reformar os próprios propósitos do desenvolvimento: entender a necessidade de regras que assegurem o progresso com sustentabilidade ecológica, fiscal, social, democrática. No lugar do protecionismo à indústria ineficiente, será preciso entender que daqui para a frente o crescimento deve ser integrado ao mundo.

         A reforma deve levar em conta o imenso potencial da biodiversidade brasileira, buscando sermos o líder mundial da bioeconomia sustentável e de alta tecnologia. Para tanto, a reforma da educação com máxima qualidade para todos deve ir além da educação de base e implantar no Brasil um moderno Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, fazendo para tanto a necessária reforma de nossas universidades.

         A chegada do governo Lula foi uma vitória, ao barrar a reeleição do atraso, mas o país precisa ir além e, com a ambição e lucidez, definir uma estratégia para o futuro, iniciando as reformas que são tão necessárias agora quanto aquelas que Jango propunha.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da Unb e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de março de 2023, mesmo caderno, página 18, de autoria de Clarissa Ana Zambiasi, doutora em engenharia agrícola e professora do Ibmec-BH, e que merece igualmente integral transcrição:

“A importância das soft skills no ambiente de trabalho

       Você já parou para pensar quantas pessoas já tiveram prejuízos reais no trabalho ou em outra área da vida por não terem conseguido gerenciar suas emoções? Uma comunicação equivocada, um tom de voz alterado, um posicionamento mais ofensivo ou até mesmo uma reação emocionalmente impulsiva? Possivelmente, até você pode ter passado por alguma situação semelhante.

         Conforme Daniel Goleman, em seu livro “Inteligência Emocional”, a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente, que é um dos precursores nos estudos de inteligência emocional no mundo, o sucesso de uma pessoa depende 80% de sua competências emocionais e 20% de suas competências técnicas. Isso significa que as habilidades socioemocionais, também chamadas “soft skills”, são imprescindíveis para qualquer profissional que hoje esteja no mercado de trabalho ou que busque alcançar melhores posições em empresas e projetos.

         Em geral, estudos já mostram que as empresas buscam por profissionais com essas características bem claras: facilidade de trabalho em equipe, resolvedor de problemas, boa comunicação, mostrar-se adaptável a diferentes situações, ter autoconfiança, saber gerenciar bem seu tempo, entre outras. Isso demanda uma capacidade cada vez maior de aprender, criticar e desenvolver novos conhecimentos que nos chegam a todo momento e compartilhar com outras pessoas aquilo que sabemos (ensinando, informando, motivando).

         Estamos em uma época de inovação permanente, a qual exige aprendizado contínuo em diferentes áreas. As instituições de ensino, a cada dia mais, envolvem seus estudantes em atividades que facilitem o desenvolvimento e o treinamento das soft skills, pois, atualmente, muitos estudos já indicam que o sucesso na vida profissional envolve a maestria que uma pessoa desenvolve ao adquirir um novo conhecimento, consolidá-lo e compartilhar esse conhecimento com outras pessoas. É certo que as empresas tendem a contratar profissionais com maior bagagem de conhecimento, principalmente os relacionados às habilidades técnicas, mas os promovem ou os demitem baseadas nas habilidades socioemocionais que apresentam. Compreender quais são as habilidades socioemocionais mais requeridas pode ajudar a direcionar melhor o profissional na sua carreira.

         Um relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2020 apontou 15 habilidades que estarão em alta nos próximos anos. Chama a atenção que, entre elas, dez estão relacionadas a questões socioemocionais e somente cinco delas a questões técnicas. Conceitualmente, as competências hard são as que exigem do profissional um elevado grau de conhecimento técnico e são essenciais para alcançar um alto nível de competência em um conhecimento particular, como, por exemplo, uma pessoa que se especializa em utilização de drones em levantamentos topográficos de um terreno. Já as competências soft constituem comportamentos e são competências que podem ser adquiridas através de experiências e treino. É possível e “treinável” o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Além disso, a interação e o desempenho das pessoas em um ambiente produtivo estão em constantes mudanças.

         Conclui-se, então, que a busca pelo desenvolvimento dessas competências socioemocionais tem crescido muito devido a essa necessidade latente de profissionais que se atentem a observar mais seu entorno, que ajam com inteligência emocional nas situações enfrentadas no dia a dia, sempre com empatia e abertura para aprender o novo, prontos para desafios e preparados para enfrentar mudanças.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,60%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

      

terça-feira, 28 de março de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E POTENCIALIDADES DOS INDICADORES DA INOVAÇÃO NO SUCESSO ORGANIZACIONAL E A TRANSCENDÊNCIA DA BONDADE, JUSTIÇA, VERDADE, PAZ E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Indicadores de inovação

       Mensurar a inovação em um contexto de transformação digital pode ser desafiador. Introduzir novas ideias, conceitos, produtos, serviços, processos ou formas de organização em uma determinada área ou mercado faz com que a inovação seja entendida de diferentes maneiras, a depender dos objetivos e da perspectiva da empresa.

         No entanto, existem algumas métricas que podem ajudar a avaliar o sucesso da inovação. As métricas de entrada (investimentos realizados pela empresa) e saúde (retornos obtidos) medem o que entra no seu processo de inovação e o que vem fora disso. No entanto, é importante ter em mente que a entrada não garante a saída.

         Caso você queira descobrir qual é o principal erro das empresas na hora de medir a inovação e quais métricas podemos usar, a Amcham Lab criou uma cartilha gratuita com esse tema. É só acessar www.amcham.com.br/noticias/inovação/metricas-de-inovaçao-como-medir-os-resultados-da-sua-empresa.

         As principais métricas de inovação se dividem em cinco categorias. A primeira é levando em conta as capacidades, ou seja, habilidades práticas, insights únicos e know-how das pessoas.

         O segundo ponto é a estrutura, que entende-se como a estrutura organizacional, processos, recursos e outras ferramentas que apoiam a gestão da inovação.

         Já a terceira categoria é a cultura, ou seja, a capacidade relacionada às pessoas que poiam o processo, a inovação de uma organização e a necessidade de evolução/investimento constante.

         Em quarto temos a liderança e estratégia que irão trabalhar métricas relacionadas a aspectos estratégicos vinculados a operações concretas.

         E por último, métricas de negócios e produtos, as chamadas “ROI”, que se concentram em medir os resultados que seus investimentos em inovação produziram.

         Ao medir a inovação você orienta seu processo de alocação de recursos, responsabiliza as pessoas por suas ações e avalia a eficácia das atividades de inovação. Não há uma regra sobre revisão de métricas no mercado porque cada empresa adota uma metodologia diferente para mensurar os retornos.

         Um exemplo para calcular o tempo de retorno do investimento é dividindo os custos do investimento pelos benefícios esperados. Ex.: se um investimento de R$ 1 milhão gerar benefícios esperados de R$ 200 mil por ano, o tempo de retorno do investimento será de cinco anos (R$ 1 milhão ÷ R$ 200 mil por ano).

         Para superar essas dificuldades, é importante que as empresas tenham uma cultura de inovação e investimento em tecnologia, com processos bem definidos para a seleção, implementação e mensuração de tecnologias. Além disso, esteja atualizada sobre as tendências do mercado e os avanços tecnológicos relevantes para o negócio.

         A inovação pode ser um fator fundamental para o sucesso de uma empresa, pois permite que ela se diferencie da concorrência e expectativas do mercado de maneira mais eficaz.”.

(Douglas Arantes. Coordenador de Inovação da Câmara Americana de Comércio – Amcham, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 24 de março de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Rasgar o próprio coração

       ‘Rasgai o coração’ é o grito profético e místico nascido no coração do profeta Joel. Um convite especialmente interpelante para o caminho penitencial do tempo da Quaresma, almejando frutuosa celebração da Páscoa. Compreende-se que a fecundidade da Páscoa – vida nova – tem relação profunda com a efetiva busca por conversão, investimento em um jeito de ser marcado pela misericordiosa compaixão de Deus-Pai, revelada e efetivada na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Filho Redentor e Salvador. O convite do profeta Joel substitui a consolidada tradição de rasgar as vestes, sinal de arrependimento, expressando ainda o reconhecimento sobre as consequências das próprias atitudes, a abominação relacionada às falas e às posturas que estão na contramão do amor maior. Agora, em lugar de rasgar as vestes, deve-se rasgar o próprio coração – referência ao núcleo da consciência e da interioridade humana e, assim, alavancar conduta nova, à altura da dignidade de filhos e filhas de Deus.

         Indica o profeta a atitude salutar e renovadora de forrar o coração com o tecido da misericórdia e do compromisso com a fraternidade universal. Trata-se de reforçar sempre mais a convicção de que é preciso – e urgente – hospedar na interioridade princípios e valores que alicercem condutas semeadoras da bondade, da justiça e da verdade. Um apelo que mostra a importância de serem priorizadas atitudes iluminadas pela compaixão, inspirando nova conduta cidadã. A construção do mundo pluralista depende, pois, de um rumo diferente: há de se admitir que os muitos embates e labutas do cotidiano enfraquecem o ser humano, fazendo-o hospedagem de sentimentos que adoecem, ao invés de curar e vivificar.

         O convite à conversão, profunda mudança no jeito de ser e de agir, requer, de cada um, fidelidade a princípios e valores que estão à altura da condição de ser filho e filha de Deus, irmãos e irmãs uns dos outros. Esses princípios e valores fortalecem o compromisso com o bem e a verdade. O profeta Joel na sua interpelante convocação – “Rasgai os corações” – aponta a necessidade de uma conduta que ajude a alicerçar a fraternidade universal. São cada vez mais necessários agentes capazes de construir um tempo novo, para mudar este mundo descompassado, distanciado do bem e da justiça. Todos precisam bem cuidar das próprias motivações, interesses e lógicas, para adequadamente definir escolhas, juízos e modos de se expressar. O tempo quaresmal oferece singular oportunidade para a qualificação humana. No lugar de vozes e juízos que fazem do mundo uma “babel de desentendimentos”, acolha-se o convite para cuidar dos sentimentos e, assim, colaborar com a efetivação da justiça e da paz. Nesse horizonte, trabalhar pela promoção do bem comum.

         Reafirma-se, nessa perspectiva, a tarefa missionária de procurar vencer polarizações, superar reações negativas ao compromisso de se promover um mundo fraterno, pois é preciso vencer cenários vergonhosos de exclusão. Esses cenários são grave ofensa a Deus. E “rasgar o coração” é deixar-se iluminar pela lógica do Evangelho de Jesus Cristo, que interpela o ser humano a dar de comer aos famintos. Importa não resistir à iluminação da Palavra de Deus para dissipar as sombras que envolvem o coração humano e os horizontes da humanidade contemporânea. É preciso colocar-se à luz da Palavra que salva, para dar ao coração a competência corajosa e essencial à superação dos muitos desafios desse tempo.

         Vale muito, neste caminho do tempo da Quaresma, escutar uma sábia palavra de São João Crisóstomo, uma riqueza nos ensinamentos bimilenares da Igreja Católica. O Santo diz que muitos cristãos saem dos templos e contemplam fileiras de pobres sem se comover, como se vissem colunas e não seres humanos. “Apertam o passo” como se vissem estátuas sem alma em lugar de homens que respiram. E, depois de tamanha desumanidade, se atrevem a levantar as mãos ao céu e pedir a Deus misericórdia e perdão dos pecados. Compreende-se o alcance e as implicações na acolhida do convite profético de rasgar o próprio coração, qualificando a competência de se investir na construção de uma sociedade justa e fraterna, passaporte para o Reino de Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,60%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 24 de março de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS E PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, HUMANIDADE, PAZ E SABEDORIA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Cenário econômico e ambiente de negócios

       Em um encontro promovido pela Amcham de Belo Horizonte, fizemos uma apresentação da Deloitte sobre as perspectivas para o ambiente de negócios em 2023. Trazemos, neste artigo, um breve resumo dos destaques do encontro. Após a pandemia da Covid-19, algumas empresas apresentaram a recuperação nas vendas mas não conseguiram equilibrar a “saúde financeira” do próprio negócio, o que gerou endividamento e ainda potencializou os riscos da carteira de clientes. O resultado de todo esse quadro é que tivemos a pior década da história do Brasil (2011-2020), com crescimento médio anual do PIB de apenas 0,3%. Superamos a década de 1980, que até então era considerada a pior, com crescimento do PIB de 1,6%.

         Trazendo para o cenário mundial, a presente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, nomeou esse período extenso de instabilidade e insegurança na economia global como a era da “permacrise”. Ou seja, estamos vivendo uma sequência de eventos de impacto global, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, o conflito comercial entre EUA e China e a pandemia da Covid-19.

         Para 2023, é esperado que o Brasil continue sendo um dos principais países a receber capital estrangeiro, só ficando atrás de EUA e China. Vimos que a política de Covid zero na China afetou a distribuição de vários produtos e tecnologias, fazendo com que vários países migrassem suas demandas para mercados da América Latina. Portanto, o movimento na cadeia de suprimentos globais pode ser uma ótima oportunidade para o Brasil.

         Países desenvolvidos encerraram o último ano com inflação próxima à do Brasil, e a pressão sobre os preços tende a permanecer no primeiro semestre de 2023. A expectativa é que o mundo cresça quase 3%, com uma inflação de 6,6% próximo aos níveis do Brasil.

         Com o novo governo, no médio e longo prazo, é esperado um engajamento com os movimentos ESG. Assim é importante que as empresas estejam atentas ou possam se antecipar para a possibilidade de novas regulamentações, principalmente na parte ambiental.

         Outro ponto é a participação mais forte do BNDES na retomada de créditos de infraestrutura e um reaquecimento do mercado doméstico (consumo), puxado por políticas sociais e possíveis estímulos para geração de empregos. Já no curto prazo, o novo governo tem o desafio de equilibrar o compromisso e as promessas de investimentos sociais com o controle fiscal, e, por isso, a reforma tributária será o principal item da agenda neste ano.

         O cenário é cheio de desafios, mas o investidor estrangeiro continua vendo o Brasil como um importante destino de investimentos. É preciso lembrar que crescer pouco ainda é crescer, e, nesta retomada, precisamos ter paciência para atingir projeções mais positivas com foco na sustentabilidade de médio e longo prazo dos negócios, e, claro, com um olhar para as oportunidades. A Deloitte realiza ao longo do ano diversos estudos, pesquisas e relatórios sobre o ambiente de negócios no Brasil; todos os materiais sobre esse tema podem ser encontrados no site da empresa.”.

(Giovanni Cordeiro(*) e Daniel Primo(**)

Economista-chefe da Deloitte(*) e sócio-líder do escritório de BH(**), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de março de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de março de 2023, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Yoga

       O caminho para a perfeição, ou senda crística, é aquele que Jesus percorreu. Antes dele, Krishna, Buda e outros passaram pelas árduas etapas da evolução espiritual até se tornarem “homem perfeito”, ou seja, Cristo, para ascender ao nível supra-humano.

         Se você não acredita nesse lado espiritual de sua essência, pode parar por aqui a leitura. O que se espera a seguir é aparentemente complexo para quem vive de futebol e dinheiro.

         Jesus de Nazaré não nasceu Cristo, Cristo ele se tornou no fim de uma trajetória que passou por muitas vidas, aprendizados, experiências, sofrimentos e uma crucificação. Não teria sentido imaginar que uma única existência de algumas dezenas de anos proporcionasse a possibilidade de descortinar “o reino de Deus que está em vós”.

         Como crisálidas, estamos destinados a sair da casca e voar? Todas as religiões comungam desse destino do ser humano, e para isso se adotam símbolos convergentes.

         São muitas as estações e diferentes os caminhos que podem levar à perfeição do homem e daí seguir adiante para esferas superiores. Dizem os sábios do yoga: “O corpo é perecível, o espírito é eterno e guarda em si todos os esforços, méritos e pecados”. A eternidade lhe concede a possibilidade de errar centenas de vezes, perder até a esperança, o rumo, para retornar ao ponto de recomeçar, fortalecido, contudo, pelas quedas e acertos.

         Essa peregrinação é cósmica, imensurável como o próprio universo. Fica entre dois infinitos, um passado e outro futuro. Os iluminados reconhecem o tempo como uma ilusão, apenas uma dimensão/sensação humana (na esfera ilusória de Maya, um palco de representação humana). O tempo foi desmistificado pela relatividade de Einstein, e ainda tem muito para se descobrir. Mas não se preocupe, precisa ser mesmo iluminado para entender.

         Seria, a priori, essa sensação a “forma” direta de estimular, como esporas para o cavalo manso, o homem a tomar iniciativas, a fortalecer a vontade, pois sem ação (inércia) não se consegue o progresso.

         O dono, para domesticar o cavalo, usa de vários expedientes que treinam a criatura e até a incomodam. Porém, uma vez preparado, ele se presta para nobres finalidades, até se transformar em grande companheiro. Dizem os sábios que a prática de yoga (“união”, traduzido do sânscrito) serve para toma de consciência daquilo que somos de verdade: uma potencialidade infinita e divina à disposição da evolução.

         O corpo físico no yoga (que é uma ciência, e não uma religião) deve ser submisso, em seus desejos e paixões, à vontade firme de atingir as qualidades de limpeza, força, flexibilidade, resistência, consistência e inteligência. O corpo é um instrumento que deve ser preparado para ajudar, e não atrapalhar.

         Dessa forma, as posições e contorções do yoga, que chamam a atenção do neófito, fazem parte da submissão da matéria à mente superior, que, assim educada, com controle de seus desejos, vícios e tendências egoísticas, ficará a serviço de nobres finalidades evolucionárias. Por isso terá que desenvolver vontade, devoção, equilíbrio, paz, sabedoria para deixar o espírito livre para se elevar a Deus (samadhi).

         Se temos um corpo com desejos e tendências egoístas, é, sem dúvida, para algo importante que estimule a individualização da vontade na árdua escalada do Everest espiritual.

         Os grandes mestres ensinam que a via do yoga se apresenta estreita, acessível sem riscos para os poucos que se preparam.

         O prêmio, afinal, é divino. Em todas as religiões os bem-sucedidos são representados com uma auréola de luz dourada em volta da cabeça (sede dos três chakras superiores, representando o estado de iluminação. Até os próprios caciques das tribos indígenas se adornam de fantásticos cocares de cores resplandecentes. Segundo os cristãos, essa luz é emanação do próprio Espírito Santo, que desce no santuário que se preparou.

         No momento de iluminação (despertar de kundalini) o ser humano toma conhecimento de seu passado e destino supranatural. Explode nele a beatitude, o êxtase experimentado por santa Teresa, pelos mártires nas arenas, pelo iogues em samadhi, no meio de geleiras do Himalaia, e pelos devotos merecedores.

         Nesse momento se dá uma inversão no ser humano: da lei da forma, que consiste em tomar para si, muda-se para a lei da vida, que é dar para os outros. Com isso o que acontece abaixo desse nível, bem e mal, passam a ser as consequências, como o calor e o frio, de um processo “necessário”.

         Quem quer experimentar esse caminho do yoga não pode ter pressa, tem que estar disposto a renunciar aos vícios, de dedicar com persistência firme e devoção inabalável, o resto acontecerá na caminhada. Está escrito, ainda na literatura Vedanta, que todos, um dia, da imensurável eternidade, tomarão essa decisão.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,60%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.