quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS ECONOMIAS NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E AS COLUNAS DOS PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICO-MORAIS DO SUCESSO NA SUSTENTABILIDADE

“As novas economias e seus impactos no mercado

        A economia tradicional, por muito tempo, se utilizou do conceito de ‘extrair, produzir e descartar’. Entretanto, com os crescentes debates sobre sustentabilidade, reciclagem e impacto que as empresas trazem para a sociedade, o mercado tem se adaptado. Com isso, surgiram novos tipos de economia e formas de negociar, em que, além de se pensar nos lucros, há o cuidado com o ecossistema em que a empresa está inserida.

         É essencial que as organizações se adaptem à nova realidade e desenvolvam modelos de negócios que tenham como metas mais que apenas os lucros. Dessa forma, uma economia que tem se tornado muito popular é a colaborativa. O modelo é baseado em partilhar bens ou serviços, por meio de aluguéis ou empréstimos. No Brasil, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 89% dos brasileiros que já experimentaram alguma modalidade de consumo colaborativo ficaram satisfeitos após essa experiência.

         A Uber pode ser considerada um exemplo de economia colaborativa. A empresa atua no país desde 2014 e conecta motoristas com passageiros, oferecendo custos mais acessíveis. O Brasil é o segundo maior mercado de companhia no mundo, apresentando um faturamento de mais de R$ 3 bilhões, o que mostra o potencial da economia colaborativa, de acordo com dados divulgados pela empresa.

         Outro modelo que merece a atenção é a economia regenerativa, que visa não apenas desenvolver a empresa, como o meio ambiente ao redor. A intenção é que a produção gere lucros e que reduza os impactos sofridos pelo ambiente ao redor da companhia. A Faber-Castell adota esse modelo de negócio e consegue garantir qualidade na fabricação e poucos impactos para a natureza, por meio da ação de utilizar 100% de madeira reflorestada na fabricação dos lápis. Além disso, a empresa tem as próprias florestas, que absorvem mais 900 mil toneladas de gás poluentes, emitidos na fabricação de seus produtos.

         A economia circular também pode ser uma estratégia para melhorar os mecanismos das empresas e diminuir problemas como a falta de matéria-prima. O modelo torna a organização mais sustentável e reduz a produção de lixo, já que busca por menos desperdício e pelo reaproveitamento dos produtos. A Coca-Cola, desde 2018, criou um projeto de reciclagem dos vidros utilizados nos produtos, derretendo o material e criando novas embalagens.

         Modelos como estes têm sido uma alternativa para unir qualidade de produção e atitudes que reduzam os impactos sofridos pelo meio ambiente. Esse debate sobre a importância de ter uma produção mais sustentável não é novidade. Uma vez que os recursos naturais são finitos, é essencial que as empresas adaptem seus modelos de negócios para uma nova realidade.”.

(Pedro Boggione Costa. Gerente regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de janeiro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17)

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de janeiro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O sucesso que dura

        ‘Dando-se apenas o pão, pode-se ajudar somente o indivíduo. O resultado será que, depois de algum tempo, muitos estarão novamente sem pão’. A frase é lida num artigo assinado, em 1905, pelo vulcânico e genial Rudolf Steiner. Depois de 115 anos, continua atual como nunca.

         Trata-se de um fragmento da longa análise das relações do capital e do trabalho, da mediação do Estado, das políticas públicas, que procuram identificar no esforço humano as razões da alternância de sucessos e de fracassos.

         Steiner realiza uma análise moral e “cármica” subindo em camadas muito superiores àquelas usualmente limitadas a ganhos e perdas financeiras, para finalizar que o sucesso depende da solidariedade e da harmonia despertadas nas relações humanas. Motivação, coesão, união, equilíbrio, determinação, coerência etc. são os ingredientes a serem usados.

         Qualquer esforço na esfera material, por mais intenso que seja para alcançar a meta, deve-se dirigir ao crescimento do indivíduo, de suas potencialidades e da ampliação de sua consciência. É justo e necessário procurar melhores condições materiais, são fundamentais à superação da forme e das restrições de toda ordem prática. Terão, todavia, um valor universal, eternizado e sustentável só se estimularem e enriquecerem indivíduos.

         Um homem rico de recursos e de poder, mas moralmente fraco e indigente, pouco serve à humanidade, e seu legado não passará de cinzas espalhadas pela ventania. Será castigado pela sua estreiteza e egoísmo, tropeçará ainda em vida culpando o destino, sem enxergar a sua insignificância e, portanto, a inutilidade dele para aqueles que o cercam. A justiça superior não o deixará triunfar, pois seus propósitos mesquinhos não interessam nem acima quanto menos abaixo dele.

         Não há riqueza e progresso marcados pela exploração de seres desfavorecidos, em especial por um governante. Seus feitos não deixarão resultados positivos. Pior quando impunemente se aproveita da ignorância e da miséria. O sucesso se torna imperecível num conjunto que tende ao progresso difuso, sem prejuízos para quem quer que seja, quando o amor à humanidade prevalece sobre cálculos mesquinhos. Mais do que a luta contra o mal, é a imposição do bem pelo seu efeito abarcante. E não poderia ser diferente, já que o mal é apenas a ausência do bem; quando o bem impera, não há espaço para o outro se impor, nem sequer parcialmente.

         A riqueza pela exploração e pela dor é frágil como castelo de areia, e o esforço, por mais hercúleo que seja, para preservá-la desmoronará.

         Para Steiner, já em 1905, era um erro acreditar no Estado filantropo ou imaginar que ele resolveria estruturar a humanidade, deixando seres emancipados e donos de seu destino. Afirmava que “grupos políticos se equivocam... baseando-se num conhecimento insuficiente da vida humana”, em especial quando prometem aos ignorantes o pão sem agregar componentes de educação e de crescimento moral.

         As ideias e conceitos divulgados por Rudolf Steiner apresentam o “espírito de integralidade”, o mesmo que leva homens e empresas “amadas” à procura de “função social” como motivação de seus esforços, como principal razão de ser, crescer e se fortalecer exatamente por serem imprescindíveis ao progresso da humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DAS LIÇÕES DE CHURCHILL NA QUALIFICAÇÃO DA DEMOCRACIA E A TRANSCENDÊNCIA DA SABEDORIA E ESPIRITUALIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Aprendam com Churchill

        O velho Winston sabia das coisas. “A democracia não é um sistema perfeito. No entanto, está comprovado que a democracia é o pior sistema de governo entre outros que se tentam, mas que nunca deu certo” – escreveu.

         Pois é: a democracia ainda é a melhor opção, mas tem suas regras. Chega-se ao poder unicamente através da aritmética. Para ganhar a eleição, o candidato “A” deve ter mais votos do que seu adversário “B”. Simples assim. Qualquer outro atalho para vencer dá uma confusão dos diabos, briga, tiroteio, mortes – bagunça geralmente seguida por uma ditadura.

         Outra vantagem da democracia é que ela preserva a sagrada liberdade de opinião do cidadão. Já numa ditadura – como a cubana, a venezuelana, a chinesa, a coreana, a iraniana e as de outros países – o sujeito faz uma piadinha qualquer, zoa a cara do governante e, um belo dia, é levado pela polícia para uma conversinha. Nunca mais volta. Até prova em contrário, o Brasil é um dos países democráticos da atualidade. Já passamos por várias rebordosas e vamos nos equilibrando em nossa atribulada democracia alcançada a duras penas.

         Sendo o Brasil uma democracia, portanto é permitido criticar o governo em curso livremente. O nível dessas críticas varia. Podem ser desde observações inteligentes até atrocidades cometidas pelos que não aceitaram perder a eleição anterior. Esses insistem nas piadinhas bobocas, na supervalorização de picuinhas, slogans vazios e até artigos de jornal que torcem para que o governante morra após contrair uma doença. No limite extremo do grotesco joga-se futebol chutando a cara do adversário eleito. Alguns aplaudem.

         Nas redes sociais percebem-se graus diversos dessa obsessão raivosa, algumas similares à Síndrome de Estocolmo. O indivíduo inconformado comenta, ofende, esbraveja – e assim se mantém psicologicamente atrelado àquele governante que detesta, não é engraçado? A vida dele vira uma prisão, é triste. Sobre isso, disse também Churchill: “os problemas da vitória são mais agradáveis do que os da derrota, mas não são menos difíceis”.

         Felizmente, no sistema democrático os derrotados na eleição anterior não estão perdidos: podem tentar vencer a próxima; claro. Mas para isso é necessário trabalhar duro, não desperdiçar tempo e energia em tolices. A primeira providência é escolher um candidato legal, um cara bom de serviço, sem sujeiras no passado e com carisma para conquistar corações e mentes. No caso do Brasil, estamos em falta. Pelo visto, até agora não surgiu ninguém com tal disposição e qualidades. E olhe que faltam menos de dois anos para a próxima eleição.

         Os sonhadores com a vitória devem, urgentemente, estudar e entender a fundo o grupo social que os marqueteiros chamam de “público-alvo” – os eleitores, a base da democracia. Essa gente, que deposita seu voto na esperança de dias melhores, não se ilude mais com conversa mole. Está cada vez mais atenta e bem informada; não engole mentiras, sabe filtrar e criticar o que aparece por aí. Afinal, como constatou o velho líder do uísque e do charuto, “não existe opinião pública, existe opinião publicada”.

         Sagaz, estabanado, bruto quando necessário, Churchill deixou frases engraçadas tais como “um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Porém, sabia também ser sério e incisivo: “construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia”. Guardei a melhor delas para o fim: “a verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas, no final, lá está sempre a verdade”.

         De Churchill, aprendi pelo menos uma coisinha: às vezes a ironia pode ser também a diversão de um cronista.”.

(Fernando Fabbrini, em artigo do jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de janeiro de 2021, na página www.otempo.com.br/opinião/fernando-fabbrini/aprendam-com-churchill-1.2437418).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de janeiro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sábios e loucos

        A sabedoria proverbial popular traz referência muito adequada para reflexões sobre o momento atual quando diz que “de sábio e de louco todo mundo tem um pouco”. De fato, a humanidade parece estar diante da bifurcação de um caminho que pode levá-la à loucura ou à sabedoria. A civilização está, pois, em momento decisivo de sua história. Vive esgotamentos sacrificantes que acentuam processos de loucura e, ao mesmo tempo, constituem interpelação para uma virada civilizatória. Para a mudança esperada, há necessidade de uma conquista sapiencial capaz de reerguer sociedades em queda e ajudar o ser humano a se recompor. A realidade exigente e pesada, vivida desde o ano passado, faz sombras à esperança do ano novo recentemente iniciado. Indica que é preciso recuperar, promover e defender a vida, em todas as suas etapas e circunstâncias. Diante dos muitos problemas vividos em todo o planeta, precisamos de respostas que requerem o tempero da sabedoria.

         Na bifurcação entre a loucura e a sabedoria, a humanidade carece de sábios para conduzi-la nos processos de mudança, a partir de narrativas que possam desencadear ciclos diferentes na história. Levar a humanidade a novos caminhos é tarefa especialmente difícil quando se considera que tantas pessoas não conseguem desempenhar minimamente o próprio papel e corresponder às suas responsabilidades. Certamente, entre os veios da loucura contemporânea está a ambição por assumir um ofício, um papel, ocupar uma cadeira confiada a autoridades, julgando-se capaz, mas sem reunir as mínimas condições exigidas para a posição social almejada. Também é sinal de insanidade querer defender princípios inegociáveis, mas cair em contradições comprometedoras, provando não ter qualificações para cumprir o que se propõe a fazer. Essas loucuras acabam por afetar as instituições, enfraquecendo-as, desgastando-as. Atrasam processos de reconstrução na sociedade, geram desgastes e desperdício de energia.

         Falas desconexas dos que integram ou representam instituições não raramente são apreciadas por muitos, vistas por milhares, sinalizando o atual estado de loucura. Essas falas contribuem para acirrar posturas que são fruto de polarizações, alimentam extremismos, prejudicando a abertura de novos ciclos civilizatórios. Há, pois, lições para se aprender, para que cada vez mais cidadãos conquistem sabedoria e a humanidade seja curada, preservada dos horrores da loucura. Esse aprendizado é urgente, pois a insanidade chegou a tal nível que negacionismos, interpretações equivocadas ou tendenciosas, levam a humanidade a um percurso sem saída. Na história, não é novidade a coexistência de desvarios em contraponto com incontestáveis possibilidades para constituir uma realidade melhor. Trata-se da situação enfrentada pela sociedade brasileira, com seus cenários graves que precisam ser vencidos a partir de reconfigurações culturais e sociopolíticas.

         Há de se buscar os diagnósticos das muitas loucuras que ameaçam o tecido social para que seja escolhida a estrada da sabedoria. Esse investimento é indispensável, semelhante a uma vacina, em um processo de imunização para garantir rumos novos a este tempo, com o aproveitamento inteligente de oportunidades e conquistas já garantidas pela civilização contemporânea. Para isso, são necessários os sábios, e não os loucos.

         Sinaliza sabedoria a capacidade de gerar a união, articulando diferenças, delas fazendo riquezas. A sociedade precisa de cidadãos habilidosos na gestão de perspectivas divergentes, humanisticamente preparados para promover, continuamente, diálogos construtivos. Cidadãos comprovadamente preparados para amar seu semelhante, sustentados por uma referência espiritual que ilumine suas visões e fecundem a capacidade para poder ouvir cada pessoa, particularmente os clamores dos deserdados e injustiçados deste mundo. Muitos campos existenciais, a exemplo da política do bem, da economia solidária – na contramão daquela que mata –, podem contribuir para cultivar a sabedoria no ser humano. De modo especial, a espiritualidade tem importante papel para gestar a condição de sábio, e não de louco.

         A genuína espiritualidade cristã tem propriedades para garantir equilíbrios e saúde mental, sentido social alicerçado em solidariedades, reverência e respeito à história, compromisso de se promover a vida de todos. Oportuno é retomar o que a espiritualidade cristã indica como experiência sapiencial: adotar estilo de vida profético e contemplativo que é fonte de duradoura alegria – livre de sensações efêmeras motivadas pelo consumismo; suplicar ao Criador – fonte única e inesgotável da sabedoria – que derrame bênçãos, copiosamente, em cada coração, tornando-o sábio, jamais louco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

        

 

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS NAS NOVAS ESCOLAS E AS ALVISSAREIRAS CONQUISTAS CIENTÍFICAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“O futuro da educação: tradicional ou híbrida?

        No pós-pandemia, haverá uma certeza: nada será como antes. Em todos os setores ocorrerão mudanças e transformações, e acredito que seja para melhor. Na educação não será diferente, uma vez que novos métodos, critérios e maneiras de ensinar estão surgindo. A escola que relutar contra a tecnologia não terá sucesso.

         As maiores dificuldades ocorrerão no ensino público, já que existe um enorme passivo social na educação brasileira. A discrepância de oportunidades entre as classes sociais é o grande desafio a ser vencido. Algumas escolas públicas não oferecem sequer instalações sanitárias decentes para seus alunos, quanto mais salas de informática. Além disso, muitas famílias não dispõem de smartphones e internet de qualidade para que seus filhos tenham acesso a aulas remotas.

         A internet hoje aproxima a sala de aula tradicional e faz parte de um movimento que não tem volta. Como educador, acredito que o melhor modelo para o ensino no pós-pandemia para as últimas séries do ensino básico, ensino médio/técnico e superior seja o híbrido. Considero de fundamental importância as aulas presenciais nos primeiros anos da educação infantil e ensino básico, por várias razões, como a socialização, a facilidade maior para a alfabetização e a criação de laços fraternos e de amizade entre professores e alunos. Quem não se lembra de sua primeira professora? Esta é uma lembrança da escola que carregamos para o resto de nossas vidas.

         Em conversa com nossos estagiários, estes declararam que no ensino remoto há uma vantagem: é que eles podem voltar e revisar a mesma aula gravada várias vezes, assimilando melhor o conteúdo. Há ainda o ganho extra de recorrer aos professores para dirimir suas dúvidas. Não há essa possibilidade no ensino presencial.

         Para utilizar os recursos disponíveis da tecnologia, o professor, muitas vezes, tem que se transformar em um verdadeiro artista, utilizando a música e as artes cênicas para motivar os seus alunos. No sistema tradicional de ensino, alguns profissionais da educação ficam “pulando de galho em galho” em várias escolas para complementar a renda, daí a necessidade de se prepararem e se reinventarem.

         Neste momento de transformações considero que um modelo ideal para o ensino no Brasil é o híbrido. Quiçá no futuro possamos ter somente o ensino remoto. Mas devemos ter sempre em mente que não podemos esquecer que o estudante precisa praticar o que aprende na teoria, e, nesse sentido, a atividade de estágio é de fundamental importância.

         É claro que a fusão e a implantação dos dois sistemas de ensino – presencial e remoto – exige muito planejamento e preparação de todos os envolvidos. O Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (Ciee/MG), que atua em nosso Estado há mais de 40 anos no encaminhamento de estudantes para oportunidades de estágios, e nos últimos também para a aprendizagem, acompanha atentamente essas mudanças e está preparado para atender alunos, escolas e empresas.”.

(Sebastião Alvino Colomarte. Professor e diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais – Ciee/MG), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 14 de janeiro de 2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química da USP, e que merece igualmente integral transcrição:

“Apesar dos tropeços, a ciência impera:

  temos vacinas e devemos nos vacinar

        Em 1998, o britânico Andrew Wakefield e colaboradores publicaram um artigo científico sugerindo que vacinas poderiam causar autismo. O trabalho foi posteriormente retratado, e sabemos por múltiplos estudos consensuais que não há nenhuma veracidade nele. Mas, infelizmente, essa foi uma instância em que cientistas individuais, com um trabalho malfeito, causaram imenso estrago no progresso científico.

         Apesar da indubitável comprovação da segurança das vacinas, seu papel fundamental na saúde da população e inequívocas demonstrações de que não causam autismo, o movimento antivacina cresceu progressivamente, impulsionado não por cientistas, mas por leigos que espalham inverdades.

         O movimento é apoiado pela percepção amplamente difundida de que vacinar não é natural – e que, por não ser natural, não é saudável. Esse conceito “natureba” não é somente perigoso por impulsionar o movimento antivacina, mas completamente inverídico: não há nada que faça algo natural ser mais ou menos saudável para um ser humano. Exemplifico ao lembrar que algumas das mais potentes moléculas tóxicas são completamente naturais (como venenos de serpentes e toxinas como a ricina, usadas por terroristas). Assim como a vacina não é natural, também não é natural ter vidas longas e saudáveis como temos hoje – ambas são produtos da ciência.

         Ilustrativamente, vemos com a pandemia atual um cenário esclarecedor do poder das vacinas: o estrago que faz um vírus 100% natural, por falta de apenas um imunizante. Mas a maré está para mudar, pois cientistas, usando conhecimento adquirido por décadas de trabalho intenso, desenvolveram em tempo recorde várias vacinas contra a Covid-19 – e a campanha vacinal mundial já começou.

         No Brasil ainda assistimos a isso de longe, sem ter acesso a vacinas locais, apesar do excelente histórico de vacinação que o país tem.

         Para piorar, vacinas viraram motivo para imbróglios políticos. O presidente Jair Bolsonaro, um completo negacionista científico, espalha inverdades e inventa problemas inexistentes sobre vacinas para disfarçar o fato de que nada fez para criar acesso a essas para os brasileiros.

         Ele e sua equipe continuam tentando propagandear o tal “tratamento precoce” contra a Covid-19, o que é comprovadamente ineficaz.

         Nessa lamentável situação, o Brasil teve a sorte de ter um contrato firmado entre a competente e experiente Fiocruz e a AstraZeneca para a produção de suas vacinas, que são seguras, eficazes, baratas e passíveis de produção nacional. Infelizmente ainda não temos essa produção iniciada, e a previsão de importação envolve números limitados de doses.

         Por outro lado, o governador João Doria (PSDB) se lançou publicamente como o gestor da pandemia, baseando suas ações em ciência, e mediou um acordo entre o renomado Instituto Butantan e a Sinovac, que testava uma vacina também com características muito adequadas às condições nacionais – e que também se provou segura e eficaz. Esse imunizante tem a vantagem de já estar presente no país, em produção e em quantidades significativas. Infelizmente, numa tentativa altamente politizada e desnecessária de dourar a pílula sobre a sua eficácia, e limitada por um questionável contrato, a divulgação pública dos dados da Coronovac, testada pelo Butantan, não foi realizada de forma pronta e transparente, dando abertura às teorias de conspiração e antivacina.

         Vacina boa é aquela que é segura, eficiente e sobre a qual temos acesso. Não deixemos as vozes politizadas ou de negacionistas científicos apaguem a grande oportunidade criada pela ciência. Temos vacinas. Temos um sistema público organizado, com a habilidade de vacinar grandes populações. Com uma atitude unificada de esclarecimento e organização de uma campanha cientificamente embasada, podemos diminuir o sofrimento e mortes causadas por essa doença. Viva a ciência, e que se inicie a vacinação!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 319,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 113,57%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.