sexta-feira, 28 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO ENTUSIASMO NAS ORGANIZAÇÕES E A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA FLEXIBILIDADE DA ECONOMIA NA SUSTENTABILIDADE


“Equipe motivada em tempos de incertezas
        Acredito que estamos vivendo uma nova Revolução Industrial, com mudanças para todos os lados, gerando medo e incertezas. Além disso, ver empresas gigantes e supertradicionais quebrando, perdendo espaço para o on-line, traz dúvidas sobre a direção em que estamos caminhando. Devemos tirar um momento para entender o que está acontecendo e como podemos nos adequar ao novo mundo em que vivemos. Mais do que isso, ao mundo em que vamos viver daqui a cinco ou 10 anos, já que 80% das profissões do futuro ainda não existem. Estamos passando por um momento de transformação e aprendizado.
         Se tivessem me dito, anos atrás, que existiria um profissional especializado em operar voos de drone, eu não teria ideia do que isso significaria. Não precisamos ir muito longe: a posição de um gerente de social media não existe há 10 anos, pois não tínhamos demanda. Podemos falar ainda de muitas outras profissões como – por exemplo – analista de big data, criador de conteúdo para Youtube e Instagram, desenvolvedor de aplicativos. Se todas essas profissões estão surgindo, quais serão extintas? É importante dizer que as pessoas vão precisar de habilidades como criatividade, comunicação, empatia e persuasão. Isso porque o mercado de trabalho que em por aí tende a ser cada vez mais automatizado, logo, relações humanas serão priorizadas.
         Além disso, as novas gerações buscam trabalhos com propósito, e nada melhor do que estar em um lugar em que a cultura pessoal e a profissional se encontram. Isso faz com que as pessoas trabalhem melhor, rendam mais e tenham mais motivação para se desenvolver, o que impacta toda a empresa. Assim, é possível construir algo em que realmente acreditamos e conseguimos elevar nossa carreira profissional. Missão, visão e valores são legais, mas nem sempre têm impacto real. Já visitei empresas e me deparei com esses fundamentos logo na entrada e nem sempre eles condiziam com o DNA e o propósito da organização.
         Para que as pessoas se sintam parte viva da empresa, é papel do líder olhar para a equipe, entender as dificuldades, indicar caminhos para a resolução dos problemas, dar feedbacks e estar aberto a recebê-los também, em diversos momento ao longo dos anos, tive a oportunidade de conversar com colaboradores que expressaram suas opiniões e fizeram críticas extremamente construtivas para a empresa. Tudo isso visando melhorar o ambiente de trabalho de diversas formas e entendendo o que funciona para o perfil de cada pessoa do time. Isso não significa que todos os dias você precisa estar trabalhando para elas.
         Uma equipe motivada tem direcionamento, engajamento e feedback. Afinal, as pessoas têm sede de aprendizado e quanto mais você puder ensinar, melhor. Mas para isso precisamos entender quem terá futuro na organização e quem busca outras realizações. É necessário entender se o propósito do colaborador está alinhado com o da empresa. O que a empresa quer entregar? O que ela tem como proposta? A partir disso, é possível ver quem se identifica ou não.
         O fundamental é entender que – em cada cargo – existe uma pessoa com vida, problemas, altos e baixos. Tendo consciência disso, fica tudo mais flexível e o ambiente se torna mais agradável. Talvez esse seja um dos diferenciais e uma grande força de algumas das maiores empresas em todo o mundo que tratam as pessoas como pessoas.”.

(ALLAN ABRANCHES.  Head da 3HREE Comunicação e M2B Agência PME, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de ESTEVÃO LAZANHA, diretor do Itaú Unibanco sobre nova economia, e que merece igualmente integral transcrição:

“Flexibilização na nova economia
        É fato que vivemos uma cultura ligada a convenções – foi preciso desenvolver esses mecanismos para definir regras e estimular o aprendizado. Do contrário, haveria um cenário de caos no qual cada um faria o que bem entendesse. Mas flexibilizar é, mais do que nunca, a palavra da vez, principalmente no mercado de trabalho. As startups são um claro exemplo disso, pois chegaram para nos ensinar, desde a redefinição de como podemos responder às nossas necessidades básicas, como comunicação ou locomoção, até outras mais complexas, como relacionar-se com o outro.
         Cada um tem um estilo de vida, horários biológicos diferentes, gostos e hábitos distintos. Nós, profissionais, queremos que essas individualidades sejam respeitadas no ambiente de trabalho. Ainda não é comum que essas características sejam atendidas de forma tão personalizada, mas a verdade é que, com as novas tecnologias, essa já é justamente a tendência. É exatamente aí que mora a complexidade: nós queremos mudanças, mas quando elas chegam, muitas vezes, não estamos preparados. Já parou para pensar nisso!
         O processo é assim: o comportamento social se transforma, o mercado identifica a necessidade de adaptação, a mentalidade das empresas muda e a cultura corporativa acompanha toda essa evolução. No último ano, segundo o Ministério do Trabalho, o mercado mostrou sinais de recuperação, com mais de 500 mil vagas criadas. A maior parte delas ainda nos moldes mais tradicionais, é verdade. Mas uma parcela já representa oportunidades geradas de novos modelos de negócios.
         Já em 2019, ao menos nas startups, a geração de trabalho segue o mesmo ritmo. Em janeiro, a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) anunciou que o ecossistema abriu mais de três mil postos de trabalho no país. Só na plataforma de vagas do Cubo Itaú existem, atualmente, mais de 50 startups com mais de 260 oportunidades disponíveis para diversas atividades. A questão é que elas não são preenchidas com tanta facilidade.
         Para muitos leigos, startups virou sinônimo de robotização, ou algo que “substitui” a sua função, quase como se essas empresas andassem sozinhas ou não fossem geridas por seres humanos. É exatamente o contrário. As startups trouxeram uma nova forma de solucionar demandas mercadológicas que agrega, e muito – quem diria – ao desenvolvimento profissional.
         Estamos falando de empresas que dependem de mão de obra extremamente qualificada; afinal, lidam com problemas muito específicos. Mas, ao mesmo tempo, não se prendem a convenções como horário fixo, dress code, estilo de vida, local de trabalho ou formação acadêmica. Desde que o profissional esteja apto a realizar determinada tarefa e a faça bem feita, que significado tem sua origem estudantil, o horário que prefere trabalhar ou a roupa e o corte de cabelo que o fazem se sentir mais à vontade?
         Tampouco podemos ignorar a relevância dessa nova ordem econômica. Aquela que valoriza a experiência das pessoas acima de 50 anos, o que pode ser uma solução para aqueles que não se sentem encaixados nas funções disponíveis no atual mercado de trabalho, mas que demonstram habilidades para exercer diversas outras atividades com excelência. Isso é fazer a diferença para a sociedade como um todo, além de promover uma recuperação qualitativa do emprego no país inteiro.
         Ainda não sabemos como o mercado vai se comportar neste ano ou no próximo, quantas vagas serão criadas ou até mesmo quais serão as exigências. Mas vale se desprender do tradicional e ficar atento às novas demandas que precisamos atender. E essas necessidades são as nossas necessidades – lembre-se que você, seu filho, sua amiga também são os clientes que as empresas procuram conquistar. Cada player tem sua função nessa trajetória. Seja grande empresa, startup ou profissional autônomo, uma coisa todos têm em comum: é imprescindível ter a mente aberta para a adaptação. Em cada um desses pilares, a solução pode estar em simplesmente olhar para dentro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






quarta-feira, 26 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E DESAFIOS DA NOVA POLÍTICA E A TRANSCENDÊNCIA DA FELICIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Nova política
        Bolsonaro chegou ao poder prometendo mudanças profundas, em especial no tocante ao sistema político. A promessa faz sentido, uma vez que sua eleição representa o fim da Nova República e o início de um novo ciclo na política brasileira. Essa mudança, contudo, deveria compreender uma reforma do modelo, alterando dispositivos que moldam o sistema de presidencialismo de coalizão. O estabelecimento dos alicerces da chamada “nova política” somente iria se impor diante da mudança das regras do jogo.
         A opção, contudo, foi outra. Decidiu-se tentar subverter os mecanismos do sistema, sem alterar suas regras de funcionamento e sua dinâmica interna. Ao rejeitar de forma pura e simples o presidencialismo de coalização sem alterar suas estruturas, o governo entrou em rota de colisão com a política. Em vez de se reformar o sistema, optou-se por confrontá-lo, assim como seus mecanismos institucionais de funcionamento, o que gerou desgastes enormes na relação com o Parlamento.
         Não se desmonta o presidencialismo de coalizão por vontade própria ou decreto. O modelo institucional brasileiro está assentado décadas nessas estruturas, e a forma mais inteligente de combater seus vícios passa por reformá-los em vez de confrontá-los, uma vez que, desafiados, podem se voltar contra o governante, como ocorreu com Collor e Dilma. A experiência mostra que não é inteligente desafiar o sistema de forma infantil, visto que Bolsonaro tem diante de si um mandato claro, fornecido pelas urnas, para reformá-lo. Ocorre que, até aqui, ele vem repetindo os erros do passado, algo que pode levar seu mandato a ter o mesmo desfecho dos antecessores.
         O desmonte do modelo desgastado da Nova República passa por um movimento inteligente de reformas de âmbito político, com a limitação do número de partidos e de seus fundos partidários e eleitorais, passando pela revisão do sistema eleitoral e a forma com que escolhemos nossos representantes, chegando inclusive à discussão sobre a melhor forma de governo. Esse é o debate que se impõe. Não se desmonta o modelo de troca de nomeações por apoio parlamentar, o famoso toma lá dá cá, sem mudar a forma de relacionamento político do eleitor com seus representantes e desses com o governo. Rejeitar o velho mecanismo sem atacá-lo de forma estratégica, desidratando-o por meio de uma reforma institucional dentro das regras democráticas, é suicídio político.
         A autoproclamada “nova política” se tornou um bom slogan, mas sem implementação prática, exercida de forma tosca e desordenada, pode levar o governo ao fim prematuro e melancólico. Sem uma reforma política robusta, que altere as estruturas do sistema, não há chance real de implementação de novas práticas políticas. Diante disso, o Parlamento já montou sua estratégia. Com políticos ocupando o vácuo de liderança deixado pelo governo, esses em breve podem assumir as rédeas do sistema, trazendo as reformas e o núcleo decisório para dentro do Congresso Nacional. É preciso entender o jogo para mudar suas regras.
         Entre confronto e reforma, ao contrário do que foi feito até aqui, deve-se optar pela política, sempre o caminho mais inteligente. Vale lembrar que a estratégia do confronto, ao contrário, tem o hábito de ceifar mandatos. A conferir.”.

(MÁRCIO COIMBRA, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de junho de 2019, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de junho de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O mínimo de felicidade
        Disse um professor meu, sumidade em filosofia e antropologia: “A idade da humanidade, analisada em seu conjunto, pode ser considerada hoje de 17 anos, ainda longe da maturidade que será conquistada”. Partindo dessa constatação de um iluminado, pode-se entender que apenas uma reduzida parcela dos mais de 7 bilhões de seres humanos que povoam a terra alcançou em nossa época um potencial de ação diferente daquele de um menor de idade.
         Compreende-se que os sofrimentos e desencontros ainda marcarão a ascensão para uma forma melhor de ocupação harmônica do planeta.
         As sementes de uma humanidade amadurecida, entretanto, já estão brotando e podem ser notadas pelo observador mais atento.
         Serve de parâmetro o passado. No século I depois de Cristo, época do imperador Augusto, a população da Terra era de cerca de 300 milhões, com expectativa de vida de 35 anos; demorou um lapso de 17 séculos para atingir 600 milhões, com expectativa de viver 42 anos.
         No albor do século XVIII, inicia-se a fase dita de industrialização, um fenômeno portentoso de aceleração. A capacidade de produzir bens em grande escala alterou os costumes e o “modus vivendi”, possibilitando alongar a vida e lhe dar mais conforto, ao menos para uma parte mais abastada.
         O avanço em apenas 250 anos levou os habitantes do planeta a se quadruplicar, alcançando 2,5 bilhões em 1950. A velocidade máxima atingida pelo passou de 30 km/h a uma velocidade supersônica. A sonda russa tendo a bordo o astronauta Gagarin deu uma volta inteira na terra nos anos 60 em apenas 108 minutos.
         Os avanços da ciência em todos os sentidos, no período de 70 anos, fizeram a população ultrapassar o fantástico limiar de 7 bilhões. Foram suficientes apenas três gerações, para conquistar uma expectativa de vida acima de 70 anos.
         Estudos recentes estimam que no ano 2050 teremos 9,6 bilhões de seres humanos dividindo o planeta, com prevalência de indivíduos “over” 60 anos e uma vida média de 90.
         Nos países mais desenvolvidos da Europa, a longevidade já é de 80 anos para os homens e 85 para as mulheres, como na Itália.
         Pode-se prever que muitos dos jovens atuais chegarão aos 100 anos ainda com saúde e lucidez.
         Embora os sinais de uma necessidade de mudança de paradigmas sejam evidentes, a humanidade continuará por um tempo indeterminado na luta para acumular, para “ter mais”. Só depois de vários desastres, que custarão caro, se perceberá que as transformações nunca antes ocorridas em tão curto período, precisam ser levadas a sério.
         A humanidade “adolescente”, distraída, está tomada de uma disputa de todos contra todos, perdeu a visão de unidade de espécie, confundindo equivocadamente a felicidade com aquilo que se acumula.
         O “ter” se substituiu ao “ser”, que deverá voltar a prevalecer no futuro, extinguindo-se a síndrome ou doença de Midas, o rei que acabou perecendo de forma porque sua mão se especializou apenas em gerar ouro. O trabalho e o dinheiro passaram equivocadamente a ser o fim, e não o meio, de vida. O rabo (dinheiro) passou a abanar o cachorro (homem).
         Mesmo sem a vidência de Nostradamus, pode-se ver que os acontecimentos conjuram para uma extraordinária mudança. Provavelmente comparável ao extinguir-se de uma espécie e ao nascer de outra. Isso já aconteceu com os Cro-Magnon mais aperfeiçoados e hábeis, que substituíram no planeta os Neandertais, toscos e primitivos.
         Estamos na iminência de uma mudança radical, ditada pela necessidade da evolução, ou mais simplesmente pela sabedoria do planeta, da mãe Terra, que é o organismo que nos dá a vida?
         Resta que em quatro gerações a expectativa de vida dobrou e avança, ao passo que não se vivem mais 35 anos, e sim 85 anos.
         Enxergam-se nos últimos tempos alguns fenômenos premonitórios, como o minimalismo, que atinge um número cada vez maior de jovens, que fazem questão de reduzir seus consumos, o espaço ocupado, as energias consumidas. Desabrocha nessas pessoas uma nova inteligência preservacionista, que nega à quantidade da matéria a possibilidade de conceder felicidade e ainda a enxerga como obstáculo para uma vida mais plena de satisfação. O minimalismo tem no ensinamento do Mestre Jesus seu fundamento, sua inspiração: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”.
         E no substrato desse fenômeno de “quanto menos, melhor” se traça uma via para a humanidade seguir sem se extinguir.
         A teoria do filósofo grego Epicuro, que no século III antes de Cristo defendia a ataraxia, palavra grega que identifica um estado de imperturbabilidade, de ausência de inquietação, uma serenidade do espírito e de equilíbrio emocional controlando paixões e desejo.
         Ataraxia, ou a conquista da felicidade interior, imaterial, ao alcance de todos. Aquela que o praticante de ioga, em cada vez maior número, procura em silêncio.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  


segunda-feira, 24 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA CRIATIVIDADE E PROATITIVADE E A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DAS LIDERANÇAS TRANSFORMADORAS NA SUSTENTABILIDADE


“Criatividade e proatividade
        Os conceitos de criatividade e proatividade estão cada vez mais em um uso no mundo dos negócios. A pessoa proativa é aquela que parte para a ação, sem ficar esperando uma ordem ou orientação. Quem tem essa característica tende a procurar informações e oportunidades para estar sempre atualizado.
         Já a criatividade, muitas vezes relacionada a grandes artistas e profissionais, diz respeito a idealizadores que resolvem problemas. Ser criativo significa pensar fora da caixa, ressignificar algo existente para se tornar mais produtivo com menos recursos.
         Mas, afinal, essas capacidades podem ser desenvolvidas? A resposta é sim. Cada pessoa tem facilidade com determinadas competências. Entretanto, nada impede que elas sejam aprimoradas. Inclusive, o segredo é estar sempre trabalhando para desenvolver o potencial ao máximo.
         O primeiro passo já está dado, romper com o estigma de que apenas algumas pessoas nascem criativas ou proativas. Depois disso, é trabalho. Seja aberto a mudanças. Busque se autoconhecer, aperfeiçoar seus pontos fortes e reduzir os pontos negativos.
         A mudança de atitude proporcionará a relevância tanto na vida profissional, quanto no lado pessoal. Em meio a tanta competitividade no mercado, ser o destaque é obrigatório.
         Essa responsabilidade é ainda maior para empreendedores, que além da preocupação com outros funcionários, enfrentam a competitividade no mercado e a necessidade de inovação. Tornado a criatividade e a proatividade ponto de parte para qualquer iniciativa.
         Além de um mecanismo inicial, empreendedores consolidados também precisam estar atentos às demandas. A Kodak Company, empresa multinacional dedicada à produção e ao comércio de produtos fotográficos, por exemplo, viveu momentos importantes e distintos no mundo dos negócios.
         Em 1888, George Eastman, inventor do filme fotográfico, fundou a empresa. A partir daí, a marca foi pioneira no segmento. Responsável por popularizar a fotografia para amadores, as câmeras foram ficando menores, a visualização prévia maior e as imagens com qualidades melhores. Com isso, a Kodak construiu seu império e colecionou patentes.
         Um dos registros que trouxe lucro para a empresa foi o ramo digital. Ao contrário do que muitos pensam, a Kodak foi responsável pela primeira câmera digital, em 1975. A evolução continuou e os engenheiros da empresa, 13 anos depois, criaram o primeiro equipamento digital DSLR (digital singe-lens reflex), modelo que conhecemos agora, que salvava as imagens em cartões de memória. Entretanto, preso ao modelo de venda de filmes e a revelação destes, a empresa vetou o projeto.
         Essa recusa custou caro à empresa. Com o passar dos anos, a fotografia analógica cedeu espaço para a digital. Nesse momento, outras empresas já haviam investido bastante no ramo, deixando o mercado de filmes obsoleto.
         Isso reforça a importância da proatividade e da criatividade no universo do empreendedorismo. Em um mundo no qual as inovações ditam ritmos, cada vez mais acelerados, a criatividade é imprescindível para não ficar estagnado. E para colocar as ideias e produtos em prática, é preciso proatividade, ousadia e coragem para estar sempre à frente.”.

(FLÁVIO VINTE. Empreendedor, mentor e consultor de liderança, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de junho de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Quem mudará o Brasil?
        Muitas são as respostas possíveis diante desta questão: quem há de mudar o Brasil? Mas é preciso encontrar a indicação capaz de efetivamente levar à superação dos descompassos que conduzem todos ao caos. Buscar a solução assertiva é desafio exigente. Tarefa a ser assumida por todos. Se houver resposta adequada a essa interrogação-chave, a solução pode desencadear transformações profundas, vencer cenários que ameaçam a vida. O primeiro passo é superar o entendimento de que apenas uma pessoa tem o poder de transformar o Brasil. O contexto contemporâneo, tão complexo, necessita muito mais que a ação de um indivíduo para promover a virada civilizatória almejada por todos.
         Transformar o Brasil exige agregação, integração. Dos líderes, espera-se competência para gerar harmonia, qualidade humana e espiritual que é vetor de mudanças. Não existe lugar para pessoas com perfis que investem nas submissões ditatoriais, lideranças fanáticas que fazem promessas impossíveis de cumprir. A realidade é complexa e as propostas são simplórias, revelando as limitações de seus autores, que agem como “marinheiros de primeira viagem”. Os “barcos” são as muitas instituições nas quais exercem a liderança.
         Escolhas ultrapassadas, ancoradas em um tempo que já passou, podem ser sinal de covardia, ou falta de competência humana e espiritual. Em vez de se optar pelos caminhos ditatoriais e absolutistas, é imprescindível investir no entendimento e na agregação, a partir de parâmetros humanísticos límpidos. Essa é a via que leva a transformações necessárias e a respostas novas, impossíveis de serem encontradas por quem simplesmente ocupa uma cadeira, possui título ou é considerado “a bola da vez”. É preciso investir em processos educativos, para além dos parâmetros formais de ensino. Processos relacionados a uma profunda transformação cultural, com impactos nos modos de ver e de agir de cada cidadão.
         Sem esse investimento, as instituições permanecem enjauladas na mediocridade de indivíduos. Lamentavelmente, prevalece o personalismo que sacrifica diferentes organizações, submetendo-as à irracionalidade, desfigurando-as, tornando-as cenários de vaidades. Um risco que ameaça também os poderes da República e as instituições religiosas. É preciso superar esse quadro com inovações capazes de libertar a sociedade das amarras ideológicas que prometem soluções fáceis para problemas complexos. No mundo do empreendedorismo, por exemplo, prevalece a submissão à idolatria do dinheiro, que se desdobra em uma economia de exclusão. A todo custo, busca-se a riqueza, mesmo que isso signifique mais desigualdade social, sacrifícios à casa comum e aos mais pobres. O dinheiro passa a ser o deus que tudo conduz.
         E assim se perpetua a injustiça social, que gera violência, impedindo avanços civilizatórios. No campo político, os ideais republicanos deixam de ser parâmetros para projetos e ações. E a autoridade política ignora a sua real missão: servir a comunidade, o povo a quem deveria representar. Configura-se, assim, a necessidade inadiável de uma ampla qualificação, em diversos segmentos, para reformular os funcionamentos institucionais e fortalecer a esperança em um tempo melhor. A qualificação que requer investimentos urgentes deve contemplar o desenvolvimento da capacidade de conviver civilizadamente, cultivando-se a fraternidade nas relações.
         Essa mudança que todos esperam é um processo que não se efetiva da “noite para o dia”. Assim, para responder à questão “quem pode mudar o Brasil?”, é fundamental ter a clareza de que as transformações almejadas pedem o compromisso de todos para encontrar e trilhar novos caminhos. Não se chega a lugares diferentes pelas mesmas estradas. Por isso, cada pessoa deve assumir novas posturas a serem vividas e testemunhadas, na construção de transformações sociais profundas. Definitivamente, não está, pois nas mãos de um indivíduo, mas nas atitudes de todos os brasileiros, a força para mudar o Brasil.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.