segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS, BIODIVERSIDADE E CIÊNCIA PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESCUTA AMOROSA, VISÃO OLÍMPICA E FRATERNIDADE UNIVERSAL NAS INADIÁVEIS TRANSFORMAÇÕES CIVILIZATÓRIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Tecnologia inédita para reflorestamento de Brumadinho

        Uma tecnologia inédita para acelerar o processo de restauração florestal em Brumadinho (MG), como forma de reparar os impactos causados pelo rompimento da barragem B1, da mina de Córrego do Feigão, poderá contribuir para desacelerar o aquecimento global em todo o planeta. Mudas de espécies nativas, que poderiam levar mais de oito anos para florescer, iniciam esse processo entre seis e 12 meses, propagando suas sementes e consequentemente novas mudas, o que acelera o reflorestamento de áreas degradadas.

         O aquecimento global está em pauta durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada entre os dias 31.10 a 12.11 em Glasgow, na Escócia. O encontro é uma oportunidade para que os países tornem mais ambiciosas suas metas ambientais até 2030, data considerada como decisiva para que se consiga limitar o aquecimento global em 1,5ºC, nível indicado como “desejável” pelo Acordo de Paris.

         Esse método utilizado para recuperar a biodiversidade em Brumadinho nunca havia sido praticado no mundo e foi considerado por especialistas como um marco para a conservação genética de plantas e a recuperação de espécies em extinção, podendo ajudar a acelerar o reflorestamento e o plantio de árvores nativas ao redor do mundo.

         Desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e a Vale, a tecnologia pioneira foi batizada como “Resgate de DNA e indução de florescimento precoce em espécies florestais nativas”.

         Por meio dela, algumas mudas que poderiam levar mais de oito anos para florescer, frutificar e gerar sementes iniciam esse processo entre seis e 12 meses, o que contribui efetivamente para acelerar a recuperação da biodiversidade. A aceleração é possível por meio da coleta de DNA de árvores nativas como jacarandá caviúna, ipê-amarelo, braúna e jequitibá. Já no laboratório, os ramos coletados passam por um procedimento de enxertia para se tornarem capazes de reproduzir exatamente o material genético de outras plantas a partir de pequenas porções.

         Ao crescerem, as árvores possuem papel fundamental na purificação e na umidade do ar, uma vez que agem como sequestradoras de dióxido de carbono (CO2), capturando esses gases e desenvolvendo o oxigênio para a atmosfera. Além disso, elas também auxiliam na diminuição da temperatura localmente, o que contribui diretamente para a desaceleração do aquecimento global.

         Assim, o método criado em Minas Gerais pode ser utilizado na esfera mundial e contribuir com resultados importantes para apoiar as metas que serão definidas em Glasgow. Em uma esfera global, essa pode ser mais uma das ferramentas aplicadas para reduzir o aquecimento e proteger o planeta.”.

(Gleisson Santos (*) e Raul Firmino (**)

Professor Universidade Federal de Viçosa (*) Analista Ambiental Vale (**), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 27 de novembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Escutar, ver e anunciar

         A Igreja Católica na América Latina e no Caribe celebra a sua 1ª Assembleia Eclesial, de 21 a 28 de novembro, com representantes reunidos no México, ao redor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, e muitos evangelizadores participando a partir de tecnologias digitais. Com predominância de cristãos leigos e leigas, esta Assembleia Eclesial tem no horizonte um acontecimento marcante vivido pela Igreja no continente há 114 anos: a 5ª Conferência dos Bispos Latino-Americanos e Caribenhos, realizada no Santuário Nacional Nossa Senhora Aparecida, em maio de 2007. As indicações da Conferência, reunidas no documento de Aparecida, estão sendo retomadas pelo coração do Povo de Deus na América Latina e no Caribe, conforme pede o Papa Francisco, para inspirar nova reação missionária em toda a região. Por meio de reflexões, avaliações, questionamentos, a Assembleia Eclesial, guiada pelo Documento de Aparecida, busca intuições inspiradas pelo Espírito Santo, para que a Igreja seja capaz de oferecer novas respostas aos desafios atuais.

         A Igreja procura avaliar o seu caminho pela articulação de todos os segmentos do Povo de Deus. Uma clara consolidação vivencial e celebrativa do Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja, já vivido pelos cristãos católicos em todo o planeta. O Sínodo é um passo novo em escala maior, inspirado no que se vivencia em muitas instâncias locais, qualificando ainda mais o que significa caminhar juntos no contexto eclesial. Ultrapassa, assim, o simples sentido de uma dinâmica que procura investir mais na comunhão, participação e missão. O objetivo é continuamente promover a renovação da Igreja e o fortalecimento da fé cristão, com incidências transformadoras na dimensão existencial do ser humano e, consequentemente, nos contextos político, econômico e social, que precisam se reconfigurar ao sabor do Evangelho.

         A Igreja Católica reconhece o tamanho de seu desafio e, por isso mesmo, celebra a 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe a partir de uma dinâmica com potencial para gerar os efeitos esperados. Pode-se dizer que é uma dinâmica tríplice, com esses movimentos conjugados: escutar, ver e anunciar. Esse tríplice movimento na celebração da 1ª Assembleia Eclesial ultrapassa o evento para alcançar respostas missionárias necessárias à Igreja, que enfrenta muitos desafios – a perda de fiéis, rigidez em tradicionalismos e, especialmente, a urgência de se promover mais sinergia entre a fé cristã e a vida cotidiana. Os princípios do Evangelho de Jesus Cristo precisam mudar dinâmicas perversas que ameaçam a vida no planeta e, particularmente, a sociedade latino-americana e caribenha.

         O ponto de partida da 1ª Assembleia Eclesial – e do Sínodo sobre a Sinodalidade – será sempre a “escuta”. Esta é a tônica forte ensinada no basilar Livro do Deuteronômio: “Ouve, ó Israel”. Ao escutar Deus, o Povo testemunha a sua fidelidade, expressa na fraternidade universal. Escutar Deus tem força e propriedade para gerar redirecionamentos e inspirar respostas. Neste tempo em que se fala muito, e de tudo, com pouca disponibilidade para escutar, torna-se ainda mais difícil superar as crises humanitárias e institucionais.

         A necessidade de aprender a escutar Deus é sublinhada por Jesus muitas vezes. Em diálogo com Pilatos, na narrativa bíblica em que Cristo é condenado à morte na Cruz, Jesus explica: aqueles que são da verdade ouvem a sua voz. E a competência para ouvir está vinculada à capacidade de ver. Oportuno lembrar a narrativa sobre o cego Bartimeu, mendigo da estrada de Jericó. Ele, ouvindo a multidão, despertou-se para o personagem maior que ali passava, e gritou pedindo: “Senhor, tem piedade de mim”. A escuta da multidão, que gerou o clamor de Bartimeu, tornou-se oportunidade para o diálogo com Deus. Jesus pergunta ao cego: “O que queres que eu lhe faça?” a pronta resposta: “Que eu veja”. Curado da cegueira, Bartimeu segue e anuncia o Mestre.

         A escuta da Palavra de Deus será sempre o ponto de partida e a consequente capacitação para deixar-se interpelar pelas palavras-clamores dos pobres e sofredores, do meio ambiente, da humanidade sofrida. Isto significa que escutar Deus inspira a capacidade de ver com compaixão. E todos que veem à luz da fé anunciam com inabalável convicção o que diz o Documento de Aparecida: “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é a nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 339,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,6%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS LIDERANÇAS ADAPTATIVAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA VISÃO OLÍMPICA, PRODUTIVIDADE, EFICÁCIA E BOA GOVERNANÇA NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“A importância da liderança adaptativa

        Colaboradores trabalhando em home office e relacionamento por meio de plataformas digitais foram algumas das mudanças que vieram com a pandemia da Covid-19. Tais alterações transformaram completamente o modo de operação das empresas e exigiu que os líderes desenvolvessem novas habilidades. Agora, com o retorno das atividades, a gestão ainda percebe a necessidade de se adequar a uma nova realidade de trabalho.

         Nesse sentido, o conceito de liderança adaptativa ganha mais espaço nas organizações e deve estar no radar para quem deseja melhorar os resultados e a relação com as equipes. Esse tipo de liderança, desenvolvida pelo professor da Harvard University Ronald Heifetz, exige que as pessoas deixem de liderar e se adéquem de forma rápida ao que o mercado atual exige.

         Um estudo global desenvolvido em 2020 pela empresa especializada em relacionamento com o cliente, Salesforce, ouviu 20 mil profissionais em dez países e concluiu que a adaptabilidade é a característica mais valorizada atualmente. Com isso, se torna essencial que os líderes desenvolvam essa habilidade para não perderem seu espaço no mercado de trabalho.

         O primeiro passo é entender que a liderança adaptativa exige uma combinação entre as hard skills, que são os conhecimentos técnicos, e as soft skills, que são as habilidades comportamentais. Em momentos em que é necessário realizar rápidas mudanças, é ideal que o gestor tenha as competências técnicas para realizar o trabalho e saiba lidar com as suas emoções.

         A capacidade de se adaptar envolve estar preparado para resolver problemas complexos, ter pensamento crítico e inteligência emocional. Além disso, é esperado que o gestor seja flexível e saiba lidar com imprevistos.

         Para os líderes acostumados com a forma tradicional de liderar, esse conceito parece ser difícil de aplicar na realidade das empresas. Por isso, é essencial que seja feito um diagnóstico da situação da companhia perante a um desafio, identificando o que deve ser melhorado e o que ser descartado.

         Envolver a equipe nesse processo, também, é fundamental. Os colaboradores também precisam ser capazes de desenvolver soluções rapidamente e enfrentar imprevistos, para isso é essencial que a liderança estimule os times.

         Outro ponto que vale destacar é que a empresa precisa estar em constante evolução. Não adianta implementar uma nova solução par resolver um desafio e voltar para as práticas tradicionais. As adaptações que forem positivas devem ser inseridas no plano estratégico das organizações.

         A liderança adaptativa pode ser um grande desafio. No entanto, uma vez que o conceito é aplicado, a empresa passa a ter uma imagem mais forte e ganha destaque no mercado por saber lidar com imprevistos. Dessa forma, é essencial que os gestores busquem desenvolver novas habilidades e se adéquem às novas exigências do meio corporativo.”.

(Rafael Dantas. Superintendente da Câmera Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 19 de outubro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Marcus Vinicius Rodrigues, doutor em engenharia da produção, especialista e autor de livros na temática qualidade e produtividade, professor da FGV e ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), e que merece igualmente integral transcrição:

“O Brasil não tem mais tempo

        Para dividir ou distribuir riquezas, é preciso criá-las. Para gerar riquezas, é preciso alcançar elevados níveis de produtividade na produção de bens e serviços. Com maior produtividade e ações para a qualidade, para manter ou ampliar as riquezas, gerando consequentemente mais empregos, é possível fidelizar os mercados.

         Para atender às expectativas do presidente Jair Bolsonaro, que exige de sua equipe econômica a geração de mais empregos, é preciso priorizar a produção e o binômio qualidade e produtividade em todos os segmentos da gestão pública e privada.

         O momento atual exige uma imediata reestruturação do governo, e o caminho é a criação de meios para uma melhor produção de bens e serviços. Hoje, no Brasil, atividades como planejamento, desenvolvimento do setor produtivo, modernização da administração pública, geração de empregos e gestão das finanças, apesar de terem focos e objetivos complementares, são diferentes e precisam, para melhores resultados, de gestões próprias.

         Todas essas atividades, porém, estão concentradas em um único ministério. Em tempos normais, isso já seria uma anomalia e dificilmente poderia trazes bons resultados para a produção e os empregos. Em tempos de crise, os efeitos negativos dessa não conformidade administrativa são ampliados. Logo, é inevitável repensar e buscar urgentemente um novo modelo estratégico, estrutural e gerencial.

         O Brasil tem as condições para obter eficácia na produção de bens e serviços essenciais para o bem-estar de sua população, mas é preciso mudar. Muitos têm sido os erros quando o assunto é gestão e busca de melhores resultados para a produção de bens e serviços. Alguns desses devidos à ausência de uma política governamental direcionadora. Outros decorrem do não alargamento dos programas, com ações restritas e que apresentam uma defasagem diante dos objetivos explicitados e das estratégias ou dos planos concebidos para alcançá-los. Outros, ainda, são formatados ou gerenciados por gestores amadores ou curiosos, sem conhecimentos específicos ou multidisciplinares e sem considerar experiências passadas.

         Apenas para se ter um parâmetro, no governo Michel Temer (MDB) as atividades desempenhadas pelo hoje Ministério da Economia eram diluídas em quatro ministérios. No governo Geisel, responsável pelo bem-sucedido 2º Plano Nacional de Desenvolvimento, existiam três ministérios para cuidar de finanças, planejamento e desenvolvimento. Havia ainda, como assessoria direta, uma Secretaria de Planejamento, cujo titular tinha o status de ministro de Estado, além dos Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social.

         As ações governamentais para a estabilidade macroeconômica e para recuperar a infraestrutura são necessárias, mas não são suficientes. A reforma da Previdência, já aprovada, e a tributária, ainda em debate, são imperiosas. Mas o planejamento e a gestão das ações para a concepção de políticas, programas e projetos para a reestruturação das ações governamentais e dos meios de produção e gestão precisam de uma dinâmica diferenciada. Essas são as principais células do desenvolvimento e da competitividade de uma nação.

         Apesar da credibilidade do ministro Paulo Guedes no que diz respeito à gestão das finanças, ele não pode fazer tudo. Ele não sabe tudo. O exemplo é que seu ministério, em um ano e nove meses, não apresentou à sociedade caminhos eficazes, viáveis e definitivos para a busca de um modelo que motivasse a produção, a produtividade e a consequente criação de empregos no Brasil. O tempo esgotou, ministro. O Brasil não tem mais tempo! É preciso apresentar resultados eficazes no curto prazo e ações imediatas que venham preparar o país para um futuro próximo desconhecido.

         O erro faz parte do processo; permanecer nele, não. O problema maior não tem sido o que gestores brasileiros não sabem, mas sim o que sabem mas que deixou de ser verdadeiro diante do pós-pandemia e de um contexto motivado pela sustentabilidade e conectividade.

         Acorda, Brasil!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 339,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,6%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DOS HÁBITOS SAUDÁVEIS, COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E ALTRUÍSMO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DO HUMANISMO INTEGRAL, SABEDORIA, ESPIRITUALIDADE, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE

“O momento presente

        Você está atrasado para quê? O que está deixando para trás? Tem certeza de que trancou as portas?

         Um dos maiores desafios da vida moderna é viver sem ansiedade, fora desse estado alerta de preocupação constante.

         Tudo parece acontecer muito rápido e, com isso, muitas vezes temos a sensação de que estamos sendo deixados para trás.

         De janeiro a julho deste ano, o consumo de antidepressivos e ansiolíticos aumentou 14% em relação a 2020.

         Infelizmente, é necessário constar que motivos para isso não faltaram, já que, em meio à pandemia, praticamente todas as pessoas tiveram suas vidas modificadas de alguma maneira: distanciamento social, trabalho em casa, crianças sem escola, pessoas sem possibilidade de trabalhar.

         Aproximação excessiva de familiares que só se viam à noite ou em fins de semana, obrigados a conviver integralmente.

         Tudo diferente, tudo novo e muita incerteza.

         E o adoecimento emocional crescente é uma grande preocupação social.

         Nem todas as pessoas deram conta de se reinventar e descobrir um jeito de esperar o tempo passar sem ficar mergulhado no medo.

         É tão comum estar imerso neste estado de preocupação constante que, na maioria das vezes, a pessoa já não sabe diferenciar o que é um risco real de um pequeno inconveniente.

         Os impactos de danos à saúde mental vão muito além de afetar a alegria e o bem-estar emocional; afetam também, profundamente, a saúde física; aumentam o risco de todas as doenças, de dores de cabeça a problemas de coluna.

         A ansiedade faz com que vivamos preocupados com erros do passado que não podem mais ser corrigidos e com desafios do futuro que possivelmente nem virão a acontecer.

         Este é um problema que afeta em diferentes níveis milhões de pessoas todos os dias e focar em estar presente é uma solução muito rasa para algo que se manifesta de formas tão distintas.

         No entanto, um bom exercício a se fazer é parar conscientemente para estar no presente, respirar fundo e perceber sua vida como ela é, sem deixar sua imaginação criar situações imaginárias.

         O que é um problema e desafio real? Como posso ativamente agir em direção a ele? O que minha cabeça está supondo? Como posso acalmar esses pensamentos?

         Obviamente recomendo que, se possível, encontrem um bom terapeuta que te ajudará a navegar estes momentos com maior facilidade.

         Adoecimentos mentais não têm uma fórmula generalizada de cura, mas se conhecer é um bom caminho para iniciar.

         Lembre-se de que cada um de nós está enfrentando os próprios desafios, mesmo que não pareça à primeira vista, não se esqueça também de que, para outros, talvez você seja uma referência de sucesso e felicidade.

         Aproprie-se do que é seu!”.

(Meira Souza. Médica e escritora, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 19 de novembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Dar conta de si

        Dar conta de si é dom e tarefa que remete ao alicerce sustentador de cada pessoa, no exercício de suas muitas responsabilidades e, particularmente, na competência de ser elo da fraternidade solidária e universal. Sabe-se que, em qualquer etapa da vida, a capacidade para dar conta de si é determinante nos êxitos ou fracassos. Compreende-se, assim, que essa competência é substrato indispensável para o adequado exercício da cidadania. Quando o ser humano não consegue dar conta de si são ampliados descompassos relacionais, em diferentes âmbitos e níveis. Eis, pois, uma causa da crescente violência e da aridez existencial dos que não conseguem encontrar o sentido na vida. Não dar conta de si é caminho para descompassar relações familiares, institucionais e sociais. Por isso mesmo, é preciso cultivar essa competência, a partir de experiências relevantes com força de modelagem. Reconhecer que dar conta de si é dom remete o ser humano a Deus e, consequentemente, ao cultivo da espiritualidade.

         Sem experiências relevantes e o adequado cultivo da espiritualidade prevalecem os muitos vazios existenciais, responsáveis por patologias que incidem muito negativamente na vida humana. É preocupante o nível de adoecimento da humanidade, na contramão do desenvolvimento científico e tecnológico. A multiplicação dos cenários vergonhosos de desigualdade social, provocados por interesses egoístas que desconsideram cláusulas pétreas essenciais ao bem comum, comprovam esse adoecimento. Os prejuízos são ainda mais graves quando aqueles que têm responsabilidade na defesa do bem comum não dão conta de si e, consequentemente, não conseguem desempenhar adequadamente as suas tarefas. No horizonte da saúde, na vida em sociedade, dar conta de si é essencial me urgente. Uma prioridade que pede investimentos na educação, no humanismo integral, em legislações apropriadas e, especialmente, na espiritualidade.

         Capítulo essencial na busca pelo dom de dar conta de si é a sabedoria sintetizada na expressão filosófica “conhece-te a ti mesmo”. A busca pelo autoconhecimento precisa ser cotidiana, pois contribui para qualificar desempenhos e, assim, bem cumprir missões e responsabilidades. A carência de autoconhecimento gera descompassos e irracionalidades que tomam o lugar de entendimentos e de ações que promovem o bem, a verdade e a justiça. Dentre esses descompassos está a mistura confusa e prejudicial de escolhas ideológicas com a vivência da fé. E a avalanche de adoecimentos se avoluma criando um verdadeiro caos. Torna-se urgente buscar referências capazes de promover o autoconhecimento e capacitar cada pessoa a dar conta de si, sublinhando a importância da espiritualidade nessa tarefa.

         A espiritualidade, embora possa ser, equivocadamente, considerada um campo específico da vida social restrito ao âmbito religioso, é caminho indispensável para alcançar o equilíbrio e a saúde. Não é, pois, uma exclusividade dos que professam uma confissão religiosa. Sem a vivência da espiritualidade não se alcança a essencialidade de cada ser humano. Consequentemente, torna-se mais difícil o exercício da tarefa de dar conta de si. Cada pessoa, na sua singularidade, tem uma dimensão profunda que remete à sua origem, ao fundamento de sua razão de existir, onde é possível encontrar o sentido de seu viver. A vivência da espiritualidade oferece a cada pessoa a oportunidade de voltar-se para essa dimensão existencial, aprendendo a enxergar as circunstâncias do cotidiano a partir da luz que vem de Deus, fecundando-se pela força do seu amor maior. Viver a espiritualidade, que requer o indispensável engajamento social e político, se torna prioridade para qualificar o ser humano que precisa dar conta de si. Buscar autêntica espiritualidade, para além de “devocionismos” e superstições, é compreender e experimentar o que sabiamente diz Santo Agostinho: “Não há ninguém neste mundo que não seja viajante. Durante a viagem sofre-se as consequências das ondas e tempestades. Mas o importante é não sair da barca”. Para dar conta de si, o segredo é encontrar a bússola no coração de Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 339,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,6%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.