domingo, 28 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ARTE E FELICIDADE DA PARTILHA E A FECUNDIDADE DO SILÊNCIO E ESCUTA NA SUSTENTABILIDADE


“A arte de partejar
        Não há pai, mãe ou responsável que não queira o bem para o seu filho. Bem como de que todo professor quer o melhor para o seu aluno. Portanto, está entre as intenções do adulto responsável aumentar as possiblidades de vida e de felicidade da experiência humana. Mas o que vem a ser querer o bem, querer o melhor em relação ao outro? O verbo partejar traz em sua essência os indicativos para compor essa resposta. Significar dar à luz, trazer à vida, dar vez ao outro que, pelo princípio da alteridade, tem o direito de, ao longo da sua história, constituir-se por meio das relações que ele estabelece com seus referentes. De emanar a sua energia particular, produzindo luz própria.
         Enquanto se irradia a energia gerada pela vida, de forma circular, num processo de captação e transferência entre as pessoas, se persegue um objetivo comum: ser feliz – que, curiosamente, é um horizonte que não se consegue construir sozinho. Identifica-se, portanto, uma das principais características humanas: a interdependência, ou seja, a necessidade da presença do outro na vida de cada um. A origem latina da palavra feliz remete à fertilidade, à capacidade de despertar em si e no outro a vida fulgurada.
         Assim sendo, felicidade tem relação direta com o sentimento de vida fértil. José Outeiral, médico psiquiatra, tem um exemplo pertinente ao contexto conceitual que se pretende construir, no que diz respeito ao adulto responsável. Trata-se daquele que vê em seu filho/aluno o Davi que Michelangelo conseguia enxergar em um pedaço de pedra. A sua arte concentrou-se, apenas e tão somente, em retirar os excessos, para que todos pudessem apreciar a obra que estava escondida na pedra. Isso é trazer à luz, tornando real o que já existia potencialmente, pela energia de um “sopro”, carregado de expectativa positiva. É acreditar, a priori, na possibilidade capturada pelo olhar atento e generoso, ajudando o outro, por quem se responde, a se realizar.
         Para tanto, faz-se necessário refletir em torno de alguns questionamentos que ajudam a ampliar a consciência sobre as energias capazes de se transformar em “sopro de vida”. Como adulto responsável, as suas ações revelam uma proximidade com o conceito de raiz, que nutre, alimenta e revigora? Ou como o de âncora, que imobiliza e aprisiona, transformando-o em um ídolo para o seu referente? Seu fazer se concentra no que é possível ou tornar possível o que é necessário? Suas atitudes promovem a fertilização ou a esterilização do potencial humano daqueles com os quais se relaciona? Seu filho/aluno tem ciência do lugar de valor que ele ocupa em sua vida e das suas expectativas em relação ao seu potencial?
         Pertencer ao projeto de vida de um adulto responsável é salutar e indispensável para o desenvolvimento das potencialidades humanas. O sentimento de pertença, uma vez existente, precisa ser cultivado pela qualidade do tempo e da energia investidos nas oportunidades de relacionamento. Cada vez mais se constata que esse sentimento se apresenta como basilar para a realização do projeto de vida dos filhos/alunos que, quando assumidos como um lugar de valor em nossas vidas, são cativados – e acabamos por nos tornar responsáveis, parafraseando Saint-Exupèry.”.

(ACEDRIANA VICENTE VOGEL. Diretora pedagógica da Editora Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Silêncio e escuta
        Sem o silêncio e a consequente escuta, as relações na sociedade tornam-se um verdadeiro caos, com traves prejuízos para todo o mundo. O mais imediato deles é o distúrbio na essencialidade da escuta. Não saber escutar é causa de demolidora incidência sobre a aptidão para discernimentos e escolhas. Instala-se, assim, uma verdadeira torre de Babel.
         Essa perda de rumos, decorrente do desequilíbrio na competência do discernimento, empurra a humanidade para os extremos configurados nos fundamentalismos, nas polarizações irracionais, na tendência  autodestrutiva de fazer ataques. E o que pode visto, no início, com fogo amigo, ao longo do tempo se avoluma em dinâmicas de ódio e atitudes violentas que impossibilitam as relações entre as pessoas. A história mostra o quanto podem ser devastadores os efeitos do comprometimento da convivência humana e onde se pode chegar. Por isso, a necessidade da imediata correção de rumos, perante os absurdos que configuram os cenários da contemporaneidade – a exemplos dos vergonhosos contextos que perpetram a exclusão social –, evidenciando realidades que alcançam o patamar patológico de convivências passivas com os frutos de perversidades e insensibilidades produtoras desses mesmos cenários.
         Ao se lançar o olhar sobre o mundo, particularmente sobre a sociedade brasileira, é lamentável constatar que esses cenários excludentes não foram revertidos no seu alto grau de perversidade. Do contrário, eles têm se agravado de maneira preocupante e caótica. Os termômetros sociais comprovam o quanto se está distanciando das soluções, pela carência de respostas satisfatórias em razão da incompetência humanística e moral vigente na condução das sociedades.
         O agravamento dessa situação retarda os processos e distancia os pobres e excluídos da resposta que esperam, necessitam e a que têm direito. Instala-se, assim, uma distância civilizatória que produz irracionalidades e que precisa ser superada para se desenhar e operacionalizar novos cenários. Essa é a condição para que o mundo possa merecer, de fato, ser a expressão amorosa de seu criador. Lugar dos desabrochamentos que humanizam e enriquecem as interfaces e interações entre as criaturas.
         Sem a necessária correção de rumos, vai ficando longe o amor que conta. Predominam sentimentos confusos e hostis, as opiniões são empobrecidas por não conseguir circular na indispensável escuta que é capaz de gerar entendimentos para o respeito e a competência afetiva e racional de lidar com os valores – tanto os próprios, quanto os valores das outras pessoas, na medida certa.
         A perda dos funcionamentos ético-morais, temperados pelo argumento de que valem as autonomias próprias e o uso das liberdades específicas, explica a confusão que se vai estabelecendo: cada indivíduo ou grupo se reconhece no direito de usos e usufrutos de valores, tradições e experiências, sem ponderar sobre as consequências das indevidas relativizações e atitudes que comprometem as relações, conduzindo todos ao caos.
         Não se sabe, consequentemente, responder a quem tem razão e a quem precisa redimensionar suas escolhas e ajustar suas posturas. Por isso mesmo, é imprescindível reabrir o diálogo, na busca de entendimentos. É fundamental investir na composição de intercâmbios, começando pela consciência dos limites e do lugar que se ocupa, consciente de que autonomias e liberdades horizontes largos, mas não sem limites. Essa é a condição para se encontrar o rumo certo.
         Não perceber os próprios limites na dinâmica das relações com outras autonomias e liberdades, certamente, precipitará a sociedade, sempre mais, nas defesas e justificativas de extremismos, lugar de dinâmicas sem possibilidades para se encontrarem as necessárias soluções. Urgente é encontrar remédio para essa gravíssima enfermidade que está obscurecendo mentes, incapacitando inteligências para percepções e discernimentos, enjaulando a competência humanística indispensável numa sociedade plural.
         A situação é tão grave que há um arvorar-se, em curso, que por conta própria e por articulação de argumentos que, em si, não deixam de ter pertinências, secundando entendimentos que justificam indivíduos, grupos ou segmentos a se pensarem donos da verdade e com autoridade de balizar um mundo que precisa muito mais do que é visto somente por um indivíduo e apenas de um. As diversas formas de expressão, especialmente a arte, na sua genuinidade, sem riscos de manipulações ou de deturpações, com a inerência de um código próprio de validação, podem e precisam abrir sempre mais um espaço para este diálogo perdido.
         Há de se apontar como eficaz remédio, com força educativa e terapêutica, o silêncio e a escuta – que não se restringem a dinâmicas de uma vida monástica e religiosa. A prática do silêncio e da escuta constitui uma disciplina corretiva com força qualificante das relações e dos entendimentos. Sem o silêncio, também físico, em se considerando o mundo barulhento, extremamente barulhento, os ricos não vão escutar os clamores dos pobres. Sem o silêncio que permita uma escuta capaz de recuperar sensibilidades, os governantes poderão ter boas intenções, mas suas escolhas estarão comprometidas pela falta de clareza e assertividade para formatar os rumos novos.
         Muitos defenderão os injustiçados, mas serão incapazes de descer de suas cátedras e abrir mão dos privilégios, que incluem altos salários e benesses, transformando seus protestos em meros posicionamentos conceituais. Da mesma forma, a religiosidade pode se tornar uma farsa mágica, pois, sem o silêncio, não há a escuta de Deus, que fala e interpela – prevalecem apenas as justificativas interesseiras de projetos pessoais e profissionais.
         Já no contexto familiar, sem o silêncio e a escuta há o comprometimento da qualidade dos relacionamentos. Não se alcança a meta desejada, nem se consegue avançar na direção acertada e urgida. O silêncio qualificado é interior, mas há de se começar por evitar falatórios, corrigir a presunção de que se sabe tudo ou de que o que se sabe é a verdade única.
         O silêncio se qualifica e produz a competência da escuta, aquela que faz a ponte para o diálogo, para a ressensibilização em vista da solidariedade fraterna, para o reencontro do encantamento pelo outro, num respeitoso e civilizado abraço comprometido com o bem e a justiça, abrindo mão de defesas belicosas, começa o calar-se mais para mais escutar. Assim, torna-se a fonte de onde brota a sabedoria que está faltando para o tempo novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 


segunda-feira, 22 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL E OS GRAVES DESAFIOS DA PAZ COM DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE


“A nossa empresa já é madura?
        Pouco se fala sobre e evolução das empresas fora dos centros acadêmicos. Raras vezes, os donos de negócios refletem sobre o estágio evolutivo em que se encontram as suas próprias organizações.
         Existem muitas teorias a respeito, mas, em geral, os teóricos dividem a evolução das empresas em três fases, ou seja: a primeira, que é a do pioneirismo; a segunda fase, que é da racionalização; e uma terceira, que é a do amadurecimento.
         Mas o que significa ser uma empresa madura? Quero iniciar pela fase do pioneirismo. Os processos administrativos ainda não estão introduzidos, impera a gestão informal, cada um faz um pouco de tudo e a estrutura organizacional ainda carece de uma boa definição. Aos poucos, a empresa vai crescendo e se desenvolvendo. Para estruturar esse crescimento, ela é obrigada a se organizar. Consultorias são chamadas para implantar sistemas de informações adequados, sistemas de custos, estrutura organizacional mais formal e, nesse estágio, a empresa pode crescer muito e se tornar grande. Em geral, a gestão é muito centralizada e depende muito de seus sócios majoritários. Na falta repentina deles, muitas empresas são levadas a fechar suas portas, pois a fase seguinte nem sequer foi pensada.
         A terceira fase, a do amadurecimento, deve levar em consideração diversos aspectos em nível de governança corporativa. Uma empresa madura é aquela que, entre outros pontos, já tem a sua governança bem desenvolvida e implantada. Não se chega a uma fase madura de uma hora para outra. Ao contrário. É um processo que leva bastante tempo para amadurecer. Por exemplo, a formação de conselhos. Numa empresa familiar, provavelmente é preciso pensar na formação de um conselho familiar e na profissionalização da família empresária.
         Uma segunda etapa desse processo seria a formação de um conselho consultivo com a participação de conselheiros externos ou independentes. Em paralelo, seria importante pensar no relacionamento entre a família, empresa e a propriedade. Para isso, existem os protocolos familiares. Esses irão estabelecer uma série de regras a partir de compromissos morais formados entre os sócios da empresa em relação a assuntos como a entrada de herdeiros na gestão dos negócios, distribuição de lucros entre os familiares: remuneração de familiares, venda de participação societária em âmbito da família e assim por diante. Protocolos bem montados são um excelente alicerce para a longevidade e perpetuação dos negócios familiares, pois evitam a eclosão de conflitos por divergências de opiniões. Nesse caso, os assuntos já estão discutidos e definidos.
         Ainda cabe destacar a importância do compliance ou a conformidade. A conduta moral e ética deve permear as nossas organizações, mais do que nunca. Não importa o tamanho de negócio. Todos deveriam se preocupar com esta questão. Para tanto, toda a equipe de funcionários deveria estar ciente e consciente de como a empresa na qual trabalham lida com os problemas morais e éticos.
         Por fim, a questão da sustentabilidade, ou seja, a proteção social e ambiental também deveria fazer parte das preocupações e ações de uma empresa madura. A responsabilidade e a contribuição social das organizações se torna cada vez mais necessária nos dias atuais.”.

(THOMAS LANZ. Fundador da Thomas Lanz Consultores Associados, empresa especializada em governança corporativa, gestão de empresas médias e grandes no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Os três problemas
          principais
        No Brasil, não é difícil chegar aos três problemas principais – a pobreza, o desemprego e a violência – e pensar nas soluções possíveis, até porque o país é previsível e contumaz nos seus erros.
         Planejamento pode ser entendido como um processo intelectual composto de seis passos: 1) identifique um problema e seus aspectos; 2) identifique as causas do problema; 3) encontre as soluções possíveis; 4) liste as vantagens e desvantagens de cada solução; 5) escolha uma solução; 6) justifique sua escolha. Esse roteiro é útil para organizar o pensamento e a compreensão de problemas, suas causas e soluções, seja no plano pessoal, empresarial ou nacional.
         Examinando a economia nacional por esse roteiro, não é difícil chegar aos problemas principais e pensar nas soluções possíveis, mesmo porque o Brasil é previsível, repetitivo e contumaz nos mesmos erros. Os três problemas principais hoje são: a pobreza, o desemprego e a violência. É possível aumentar essa lista, mas as demais deficiências nacionais, como o baixo nível educacional e baixa qualidade das instituições, fazem parte das causas daqueles problemas principais.
         A descrição dos aspectos que envolvem cada um dos três problemas, que são graves, pode ser resumida em uns poucos indicadores. Tomando tudo o que o Brasil produz e dividindo pela população, temos em torno de US$ 10 mil/ano, contra US$ 55 mil nos Estados Unidos, US$ 40 mil na Inglaterra, só para ficar nesses exemplos. Em algumas semanas, devem sair as estatísticas de 2018 e esses números terão se modificado, mas a relação deve seguir a mesma.
         A renda per capita, ou renda por habitante, é apenas a outra face da moeda do produto por habitante, e a comparação com os países adiantados conduz à conclusão de que o Brasil não é apenas pobre; é muito pobre. A renda per capita inglesa é equivalente a quatro vezes a renda brasileira. É uma distância brutal. Grosso modo, o fato de o Brasil produzir por habitante apenas um quarto do que a Inglaterra produz define que o padrão bem-estar médio aqui será um quarto do padrão médio de lá.
         O segundo maior problema brasileiro é o desemprego. De um total de 208,5 milhões de habitantes, o país tem 104 milhões de pessoas em condições de trabalhar, 13 milhões trabalham no setor estatal (portanto, sem risco de perder o emprego, mesmo na crise), 91 milhões estão no setor privado e destes, 13,2 milhões estão desempregados. O desemprego é causa da pobreza e também sua consequência.
         A solução para o desemprego é a mesma solução da pobreza: o crescimento do produto interno bruto (PIB). O aspecto geral desse quadro não é difícil de entender. A dificuldade está em conseguir que o país saia da estagnação e comece a crescer a taxas significativas. O ministro Paulo Guedes está certo ao dizer que, se depender dele, o governo fará tudo ao seu alcance para promover o aumento do PIB. Agora mesmo, o governo acaba de isentar os turistas vindos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália da obrigação de visto para entrada no Brasil.
         O turista estrangeiro, ao consumir bens e serviços brasileiros, promove a entrada de dólares, gera empregos e impostos aqui dentro. É um cliente que movimenta a economia nacional, logo não havia o menor sentido em dificultar a vinda de turistas daqueles países agora isentados. Poder-se-ia argumentar que alguém pode vir para cá e ficar por aqui, como imigrante. Ora, o Brasil não tem emprego nem para seu próprio povo, portanto, não há risco algum de uma “invasão” de norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses.
         O terceiro problema é a violência. O número de pessoas assassinadas no país por ano é assustador. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública informa que foram 63.880 mortes violentas em 2017. Trata-se de um número brutal, vergonhoso. Alguém diria que parte dessa tragédia monstruosa tem causa na pobreza. Essa afirmação pode ser parcialmente verdadeira. Mas o fato é que há países mais pobres que o Brasil nos quais o número de homicídios em relação à proporção da população é bem menor.
         A sociedade precisa elevar o problema da taxa de homicídios à categoria de catástrofe nacional e ser tratada urgentemente. Quando uma tragédia se repete constantemente, o ato monstruoso passa a não chocar mais a população, e isso é ruim. Conviver, tranquilamente, com tanta violência não pode se tornar normal. A indignação é necessária para a solução. Enfim, o diagnóstico brasileiro é fácil e as soluções são conhecidas. O difícil é executá-las.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


  


quarta-feira, 17 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO HUMANA E OS OLHOS DO SACERDÓCIO ILUMINANDO AS MUDANÇAS ESTRUTURAIS NA SUSTENTABILIDADE


“Combater a tirania é valorizar a educação
        Toda barbárie advém da ignorância. Meramente, não da falta de cortesia, mas, principalmente, do acesso ao conhecimento e às escolas. Combater o despotismo e os erros é, acima de tudo, colocar a educação, indiscutivelmente, como prioridade inexorável em nosso país. A história da educação no Brasil é bastante desconexa aos princípios de desenvolvimento. No passado, desde a coroa portuguesa nos primeiros ordenamentos educacionais, somente barões e coronéis é que tinham condições de dar acesso às escolas aos seus filhos. A ideologia de exploração trouxe inúmeros atrasos/retrocessos que, consequentemente, pagamos até os dias atuais.
         A idealização das classes dominantes é que seus descendentes estudassem para a conquista de mais riquezas e não para a ampliação do desenvolvimento e a democracia no nosso território. A questão da educação precisa ser amplamente discutida com a sociedade. Investir em educação, na atualidade, é esperar por resultados demorados. Ao pensarmos nos investimentos em educação no Brasil, em comparação a outros países, ainda temos um longo caminho a percorrer. Quase metade do orçamento federal é destinada, todos os anos, ao pagamento do principal e dos juros da dívida pública. Esse comprometimento do orçamento prejudica a saúde, a cultura, a cultura, a segurança pública e, também, a educação.
         A tão sonhada lei de responsabilidade educacional, que poderia admitir e instituir a articulação de metas no âmbito da União, estados e municípios, permitiria um maior compromisso dos agentes e entes públicos com a qualificação e a ampliação dos espaços educacionais. Se quisermos um aumento da qualificação do modelo de educação adotado no país, este deveria ser melhorado a partir do imediato compromisso conjunto de todos os entes federados e a participação da sociedade. A decisão, por parte do governo, em cortes no orçamento da educação reduz ainda mais, investimentos na qualificação e no aperfeiçoamento de gestores e no avanço de pesquisas científicas. Uma praxe dos executivos que agora assumem compromissos financeiros de longuíssimos prazos, comprometendo toda a máquina pública. A educação, por princípio e método, é o alicerce de todas as expectativas de melhoramento da sociedade. A ciência educacional nos envolve a analisar o humano dentro de suas concepções e atitudes, observando suas limitações, desejos e angústias, e buscando, acima de tudo, o desenvolvimento. Avançar sem medida, sempre junto, com e pelo ser. Olhar de forma diferenciada as particularidades humanas e focar no principal, o bem-estar do ser humano, de forma integral. Uma educação que não aumenta a expectativa de qualidade de vida da população é o significante incontestável de um conhecimento sem liberdades emancipatórias, pois apenas transforma o dominado em dominador e o oprimido em opressor.”.

(THALES AGUIAR. Jornalista e escritor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de julho de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Onde se abrem
      os olhos?
        Um amigo escritor responde a essa pergunta, de modo magistral e com propriedade, com força para incomodar qualquer coração sensível. Ele diz: “É por dentro das coisas que as coisas são. O mergulhador abre os olhos dentro do mar. O alpinista abre os olhos não além da montanha, mas dentro dela, partindo dela. Os viajantes modernos atravessam o interior das nuvens. É por dentro que as coisas se revelam. O orante abre os olhos dentro de Deus”. É preciso abrir os olhos. Olhos fechados não permitem ver o que é preciso e, assim, produzem indiferenças responsáveis por comprometimentos de pequenas e grandes coisas. Comprometimentos da palavra dada e não cumprida até as indiferenças que ameaçam a paz em todos os níveis.
         É preciso ver por dentro. Não vendo por dentro ocorrem os descompassos e prejuízos, inclusive para ofícios sacerdotais. Profissões e vocações que se pautam nos parâmetros do sacerdócio requerem uma qualificação ainda mais aprofundada, especialmente nas perspectivas humanística e espiritual. Afinal, a medida de todo sacerdócio é sempre grande e exige, sem dispensas, sob pena de desqualificação, a competência de olhar dentro do outro a quem se serve. Há uma medida comum de todo sacerdócio, consideradas as diferenças de contextos e circunstâncias. Essa medida é o serviço dedicado ao próximo e à comunidade. Servir não se restringe a um simples desempenho maquinal. Bem mais que isso, é o atendimento das necessidades reais do próximo – a quem se dedica o serviço.
         Não há referência sacerdotal mais perfeita que a de Jesus. Seu sacerdócio é uma oferta magnificamente inquestionável. Vai além da materialidade. Constitui um modo de ser com força restauradora. O sacerdócio de Cristo é, pois, modelar, inigualável, pelo sentido real da oferta que o Mestre faz de si mesmo. Jesus derrama seu sangue redentor na cruz, entrega a sua própria vida, incondicionalmente, tornando-se fonte inesgotável para o resgate total de muitos. É inspiração para toda vivência sacerdotal, isto é, para a oferta de si. A referência sacerdotal de Cristo, aplicada ao conjunto dos serviços dedicados à construção de uma sociedade solidária, de um novo tempo, nos parâmetros do desenvolvimento integral, proveria grandes e urgidas mudanças, configurando recomposições e significativas conquistas civilizacionais.
         De fato, não há outra saída para capacitar mentes e corações no tratamento da vida como dom precioso. Tradicionalmente, a referência ao sacerdócio remete aos exercícios sacerdotais no interno da confissão religiosa. Mas também se refere ao exercício da medicina. Ouve-se, constantemente: “a medicina é um sacerdócio”. Não poderia ser diferente, por exigir padrões de comportamentos e posturas que devem emoldurar os diagnósticos técnicos, que são importantes, mas se repetidos – roboticamente – levariam a situações lamentáveis. Um antecipado veredito de morte, por exemplo, poderia significar menos cuidados com o paciente. O simples cumprimento burocrático de um ritualismo sacerdotal é, assim, incompetência comprovada na tarefa de abrir os olhos. É uma incapacidade para ir além do rito, diante da dor de quem se deve servir, dos brotos de suas esperanças, respeitando, de modo reverente, as suas histórias.
         O verdadeiro sacerdócio requer forro humano e espiritual. Vai muito além das competências conceituais e técnicas conquistadas, das facilidades oferecidas pelas máquinas e por receituários “pré-fabricados”, do desempenho maquinal de ritos sem alma e sem força de interpelação, como reclamam fiéis. Sem o revestimento humanístico e espiritual não se tem força para recuperar a vida. Ao contrário. Mata-se mais depressa e as palavras não falam ao coração. Isso porque, no lugar certo e para quem é devido, não se abrem os olhos. Para outros interesses e outras situações, menos importantes, é que, frequentemente, são abertos.
         A sociedade não encontrará novo equilíbrio apenas com o aquecimento da economia, nem somente com acertadas reformas. Sobretudo, espera-se que os cidadãos sejam capazes de acertar o lugar onde devem abrir os olhos: o sacerdócio, seja na confissão religiosa, seja no âmbito da saúde, na dor dos pobres e enfermos, dos sofredores e aflitos. Do contrário, serão eficientes na “fala”, no manuseio de máquinas e ritos, mas não terão força de resgate e restauração. E portas serão fechadas aos milagres da vida por não haver acerto sobre onde se abrem os olhos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.