quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A BUSCA DA ESSÊNCIA DA POLÍTICA E AS INADIÁVEIS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Monetização da política
        Entre as ciências sociais, a economia foi a que fez os maiores avanços analíticos no desenvolvimento de teorias para descrever o comportamento humano, valendo-se do conceito de utilidade para explicar as escolhas. Em seus conceitos esteticamente elegantes e matematicamente precisos, a economia é capaz de explicar como um agente toma decisões na compra de um entre vários bens heterogêneos. Dada sua restrição orçamentária, a escolha será a que maximizará sua utilidade, ou, em linguagem comum, a que dará a ele maior satisfação ao consumir.
         Outros economistas foram além, utilizando o mesmo modelo na análise do comportamento das pessoas em decisões que não ocorrem no âmbito do mercado de produto ou de serviços. Gary Becker (1930-2014), Prêmio Nobel de Economia, estendeu o uso do aparato da análise  microeconômica para processos de decisão nas relações sociais, como a escolha de ter um filho, a decisão de cometer um crime, ou em casos de discriminação racial.
         James Buchanan Jr. (1919-2013), outro Prêmio Nobel de Economia, aplicou os modelos da teoria microeconômica às escolhas públicas, reconhecendo que o político é um ser humano comum e, como tal, está sempre buscando satisfazer seus interesses pessoais.
         Em todos esses desenvolvimentos analíticos há em comum a ideia de que valores éticos não são relevantes nos processos decisórios.
         Pois bem, ponha-se você na situação de um presidente de um pequeno partido político aqui, no Brasil, que nas eleições majoritárias, sem viabilidade eleitoral para lançar um candidato à Presidência, está diante da decisão de coligar com outro partido. Sua opção A seria apoiar um candidato cujo programa de governo se alinha às convicções e às propostas aprovadas na convenção de seu próprio partido. Sua opção B seria apoiar candidato de outro partido, cujo programa de governo é muito semelhante  ao anterior, mas que adicionalmente lhe oferece uma valiosa quantia em dinheiro para compensar o preço do tempo de televisão que seu partido cederia para a coligação que se formaria. Esse pagamento seria importante para financiar a campanha dos candidatos a deputado.
         Há um pequeno problema. Como a legislação não permite esse tipo de transação, você receberia a quantia acordada em espécie ou em conta bancária no exterior.
         Enfim, os dois programas são semelhantes e estão alinhados com os ideais de seu partido. Qual decisão seria a mais certa? Por que não aceitar o pagamento, se há alinhamento nos programas?
         Michael Sendel, professor da Universidade de Harvard, tem criticado a pura transferência da lógica do mecanismo de preços, que deve ficar restrita ao âmbito do mercado, para as outras esferas da vida social e política. Segundo ele, a monetização das relações sociais e políticas abandona a moralidade ao desconhecer que são os valores éticos que dão equilíbrio e estabilidade à sociedade. A monetização da política desconhece a moral e a ética e destrói a democracia.”.

(Paulo Paiva. Professor associado da Fundação Dom Cabral, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de agosto de 2017, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7), de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, e que merece igualmente integral transcrição:

“Abrir mão e abrir a mão
        O alcance simbólico destas duas expressões populares – “abrir mão” e “abrir a mão” – evidencia especial desafio para boa parte das pessoas, considerando que o exercício da solidariedade é necessário para a construção de um mundo melhor. Do mesmo modo que é grande a resistência para se “abrir mão” de privilégios, ganhos, comodidades, não é menor a dificuldades para se “abrir a mão”, em um gesto sincero de doação. Nesses casos, há um travamento que parece insuperável. E quase sempre, quando é proposto um gesto que signifique “abrir mão”, é o forte que impõe o sacrifício ao fraco, o rico ao pobre, o político às camadas populares, ou seja: a “justiça” é praticada em favor dos que dominam e os prejuízos socializados entre os indefesos e inocentes.
         A atitude de não querer “abrir mão” contribui decisivamente para que várias instituições afundem, como uma barca em naufrágio, sem que seus ocupantes percebem o perigo. Poucos aceitariam mudanças na situação em que se encontram para promover o bem coletivo, quando isso significa deixar de receber privilégios. Nesses casos, a resposta é imediata e negativa. Por isso, é preciso verificar e reavaliar o tecido cultural que está subjacente nos processos a que as instituições foram submetidas ao longo de anos. Na quase totalidade dos casos, a irresponsabilidade e os interesses cartoriais configuram funcionamentos e procedimentos que geram prejuízos, impedindo avanços e o enfrentamento das crises.
         Percebe-se, assim, que a revisão de direitos sociais conquistados pode não ser o caminho indicado para as reformas, tanto as de incidência mais abrangente, nas dinâmicas sociais, quanto as que devem ser promovidas nas instituições de ensino, empresariais, de serviços e religiosas. Mas, o que se deve buscar é o desapego a partir de nova dinâmica cultural capaz de nortear as instituições e os segmentos da sociedade brasileira, comprometida nas dimensões político, social e moral. Basta observar o que ocorrer nas altas esferas dos três poderes, desorientando os rumos do país.
         São alarmantes, por exemplo, as cifras destinadas à manutenção das instâncias do poder na capital federal, nos demais estados e municípios brasileiros. Um tipo de burocracia que trava o desenvolvimento da sociedade. As direções escolhidas são suicidas ou impõem processos que produzem a morte lenta e perversa de pessoas, de segmentos sociais e das instituições que precisam de força para cumprir com suas responsabilidades. Dificuldades que se sustentam em uma triste realidade: poucos aceitam “abrir mão”.
         Essa incapacidade de “abrir mão” se agrava ainda mais pela mediocridade de posturas, pelos resultados pífios nos desempenhos, e pela voracidade de ter e querer sempre mais. Desse modo, ocorre verdadeira cristalização das percepções. Consequentemente, perde-se a indispensável capacidade para se readaptar a uma vida mais simples, sem privilégios, preguiças ou justificativas, com o engajamento para produzir e fazer mais em benefício de todos. A raiz de todo esse mal tem origem em uma cultura tecida pelo interesse mesquinho e distante do sentido da solidariedade, empurrando a cidadania a ficar de costas para o que realmente poderia salvar instituições, preservar e ampliar postos de trabalho e, sobretudo, permitir o cumprimento da missão própria de cada uma delas.
         A mesquinhez obscurece a razão humana e, consequentemente, em situações de dificuldade, como a que se vive neste tempo, não são encontradas soluções inteligentes, exequíveis, para os muitos problemas. Sem novas respostas, as pessoas permanecem reféns de seus propósitos tacanhos e pessoais, do consumismo e da ambição desmedida. Um comportamento que revela e comprova a superficialidade dos atuais estilos de vida.
         Muitos se escoram nas organizações, amparados por culturas que resultam em altos passivos, impedindo as instituições de sobreviver. Não conseguem perceber – a exemplo do que a ocorreu com os habitantes de Sodoma e Gomorra – que estão a caminho do fracasso e da desolação e que só têm uma saída: disporem-se, altruisticamente, a encontrar razões para “abrir mão”. Buscar vivenciar a generosidade e as readequações, sob pena de, paralisados, esperarem cair sobre suas cabeças as pesadas pedras produzidas pela própria mesquinhez.
         Irresponsabilidades de diversas pessoas que exercem a representação política, de agentes que deveriam se dedicar à justiça, seduzidos pelo poder e pela facilidade de usufruir do erário, criam a gigantesca onda de corrupção. Na raiz desse mal está a incapacidade para o gesto solidário de “abrir a mão”. O mais pobre que “abre a mão”, mesmo possuindo pouco, deve ser exemplo e referência da solidariedade. Um contraponto aos que muito possuem, mas fecham a mão, com medo de perder o que têm. Quanto mais fecham a mão, mais aumentam as grades da jaula em que estão. Esbanjam seus bens e usufruem de privilégios, mas vivem sem o gosto da liberdade.
         Há um longo e exigente caminho de aprendizagem para transformar a sociedade brasileira, constituindo um cultura exemplar que contemple a solidariedade, o desenvolvimento integral, a convivência fraterna e civilizada. Sem trilhá-lo, tornarão mais graves as estatísticas da violência e as perdas, inscrevendo o país nos mesmo parâmetros dos muitos focos destruidores e homicidas das guerras. O único caminho possível é aprender, em casa, para influenciar globalmente, o valor de se “abrir a mão” e a urgente necessidade de saber “abrir mão”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 


   

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O GRAVE DESAFIO DA INOVAÇÃO E A TRANSCENDÊNCIA DA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Inovação desde a seleção
        No meu dia a dia, converso com vários empresários e empreendedores e algo em comum entre todos é a preocupação com a inovação. Essa deve começar desde o processo de seleção dos colaboradores, mas nem sempre é isso o que acontece.
         Pensar fora da caixa e fazer diferente têm sido um grande desafio. Vejo que muitas empresas ficam presas no círculo vicioso de sempre buscar o mesmo, pois é mais seguro, em vez de investir no novo e correr o risco de “perder dinheiro”. Com esse pensamento, acabam ficando em experiências técnicas em vez das competências de cada um. Existe uma célebre frase que diz: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.
         As organizações deveriam levar para o dia a dia lições importantes sobre a maior crise brasileira: o momento é de reinventar, deixar de lado o que deu errado e trilhar um modo empreendedor e inovador. No livro Pense simples, do empreendedor Gustavo Caetano, ele reforça a ideia de se fazerem testes e executar projetos levando em conta os pilares better, cheaper and faster ou “melhor, mais barato e mais rápido”, e caso um deles obtenha sucesso, você pode ter encontrado o caminho para o seu negócio.
         Em um mercado atual com diversos profissionais em busca de recolocação, vejo organizações divulgando suas oportunidades com a premissa de um tempo exigido no setor de atuação. Buscar um profissional de outro mercado ou área traz oxigenação para o negócio e, assim, uma probabilidade maior de criação e sucesso. Este é o momento para diversificar e investir em novas possibilidades para os negócios. Alguns vão dizer: “Mas o risco de contratar dessa forma é maior”. Pois bem, um dos principais conceitos de investimento é: quanto maior o risco, maior a probabilidade de retorno.
         Uma das técnicas possíveis são os chamados hackatons, no qual o candidato se junta a uma equipe para desenvolver um produto ou solução a partir de um desafio e então é traçado um perfil. Existem também análises quânticas para avaliação do perfil do candidato e, principalmente, a avaliação por competências. O presidente do conselho de administração da Starbucks, Howard Schultz, disse uma vez que “contratar pessoas é uma arte, e não uma ciência. Os currículos não podem dizer se alguém se encaixa na cultura de uma empresa”. O importante neste processo é atrair públicos diferentes. Ou seja, o primeiro passo para as organizações é a quebra de padrão.
         No nosso escritório da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo Horizonte, contratamos profissionais de diversas áreas, como administração, publicidade e propaganda, relações internacionais, direito e design para cargos nem sempre da sua “função”. Há o caso de um profissional de relações internacionais empregado na área comercial, inicialmente, e que hoje ocupa um cargo de liderança em uma multinacional alimentícia, na área de vendas.
         Na busca incessante por talentos, é necessário que a empresa deixe algumas barreiras de lado como o medo de errar, a dificuldade de lidar com o diferente, os métodos e comunicação arcaicos e engessados.
         As empresas devem buscar a mudança, mas o profissional também precisa desempenhar seu papel. Vejo pessoas se formando sem analisar o que o mercado pede. Ou seja, cada pessoa deve ir além da sua capacitação, pois ter ensino superior hoje não é o único critério de escolha. É necessário se reciclar e procurar novos aprendizados.
         O momento econômico se mantém difícil, mas o mercado tem se comportado com um ânimo um pouco melhor. Ainda é hora de manter os cintos apertados e fazer nossa lição de casa. Entretanto, devemos estar preparados, pois bons ventos logo chegarão.”.

(RAFAEL DANTAS. Gerente da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de agosto de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de ELDO PENA COUTO, diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação política
        É próximo à desolação o sentimento despertado em mim por comentários de alunos, inspirados no noticiário político divulgado pela mídia diariamente. Vejo estudantes idealistas com a fisionomia transformada pela preocupação ao analisarem as declarações e atitudes de nossos representantes nos poderes Legislativo e Executivo. Isso me preocupa, pois as consequências negativas do comportamento de nossos políticos exercem e exercerão influência na formação de milhões de crianças e jovens em todo o país.
         Nas salas, os professores percebem atitudes semelhantes por parte dos adolescentes, que são praticamente unânimes em qualificar os políticos, em geral, como pessoas não idôneas. Assim, o discurso que ouvem nas aulas, dando ênfase à responsabilidade que os eleitores devem ter ao eleger seus representantes, acaba esvaziando-se tristemente, pois os alunos argumentam que não adianta querer separar o joio do trigo na hora de votar: a realidade demonstra que só há, praticamente, joio.
         Desse modo, não só a descrença generalizada em relação aos políticos, mas, ainda mais grave, a identificação dessa classe com o comportamento antiético e corrupto gera o sentimento de que as instituições brasileiras são pouco confiáveis. O maior temor dos educadores é que essas novas gerações acabem por descrer de princípios e valores fundamentais, sem os quais uma sociedade civilizada não pode subsistir.
         Numa época em que até crianças dispõem de comunicação instantânea em seus celulares e tablets, alunos já me procuraram algumas vezes para comentar vídeos que trocam entre si, mostrando políticos e autoridades de outros países indo trabalhar de bicicleta, morando em apartamentos ou casas simples, cultivando hábitos modestos, recebendo vencimentos próximos aos de grande parte da população. A realidade bem diferente se verifica no Brasil, onde políticos e autoridades dispõem de carros oficiais e motoristas pagos com o dinheiro dos contribuintes, viajam em jatos exclusivos, ostentam luxo, criam leis que lhes concedem privilégios vergonhosos, enquanto a maioria da população enfrenta, dia a dia, as maiores dificuldades na dura batalha pela sobrevivência, deixa-os indignados.
         Essa desilusão tão precoce não pode ser benéfica para estudantes tão jovens, pois é próprio da sua idade exatamente o oposto: o idealismo e a inquietude, que as boas escolas procuram canalizar positivamente, a fim de levá-los a exercer, no futuro próximo, o importante papel de transformadores da sociedade.
         Assim, é inegável que cabe às escolas assumir também a missão de ajudar os pais a educar as crianças e jovens que lhes são confiados, promovendo ações que visem também à educação política dos alunos. Os estudantes brasileiros precisam conscientizar-se de que a política é um importante avanço na história da humanidade, a ponto de filósofos terem dedicado a ela estudos até hoje grande relevância. Aristóteles, há mais de 2.300 anos, já havia ensinado: “O homem é um animal político”. Seu contemporâneo Platão escreveu o conhecidíssimo livro A República, que continua sendo lido e estudado até a atualidade.
         Desse modo, penso que as escolas podem contribuir significativamente para mudar o desolador quadro da política brasileira. Ações aparentemente corriqueiras, como a escolha de representantes de turma e a interação dos colegas com eles na vivência escolar, podem dar oportunidade de se vivenciar uma prática democrática relevante para a formação política de crianças e adolescentes. O mesmo se aplica à eleição e atuação dos grêmios estudantis, sempre uma oportunidade não só de formar lideranças, mas também de despertar a consciência da importância das escolhas que o voto individual possibilita.
         Deve-se considerar que, hoje, a escola assume uma nova configuração. Ao privilegiar o raciocínio e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a escola pode dar atenção a atividades que visam incrementar ações relevantes para a formação de atitudes que interferirão positivamente no comportamento interpessoal. Isso poderá contribuir para formar, nas novas gerações, uma consciência política que deletará o atual modelo, motivo de constrangimento nacional e exposição negativa internacional.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 





sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA JUVENTUDE NA BOA GOVERNANÇA E A LUZ DAS REFORMAS NA SUSTENTABILIDADE

“As gerações que mudam a gestão
        Eles fazem parte de um grupo conectado, inquieto, curioso, ávido por aprendizado e satisfação pessoal e profissional. Os millennials – ou geração Y – e a geração Z cresceram, são jovens e também adultos na casa dos 30 que estão se inserindo e ganhando espaço ao transformar o mercado, trazendo questionamentos e apresentando novas condutas que exigem o desenvolvimento diferenciado de modelos de gestão.
         Presas em regras e normas do passado, algumas empresas penam para se adaptar às novas demandas desses colaboradores. São eles que moldam suas vontades, que se arriscam em novas oportunidades de trabalho caso reconheçam possibilidades de crescimento. São inquietos para ter mais e mais experiências, a ponto de trocar um período garantido de estabilidade por uma vivência de meses no exterior para aprender um idioma, por exemplo.
         Entre o fim da década de 1970 e o início dos anos 2000, essas pessoas vieram ao mundo para viver a transição para uma era completamente conectada e tecnológica. Não é surpresa que elas tenham suas próprias demandas, vontades e ideias, uma vez que constroem seus perfis profissionais com muito mais autonomia do que seus pais e avós. E precisamos destacar continuamente que essa sede por autodesenvolvimento começou a crescer com os millennials, faixa que representa 44% da população economicamente ativa do país, segundo a consultoria Booz Allen.
         As pessoas dessas gerações aprendem rápido e, consequentemente, são capazes de produzir em alta velocidade, uma característica que ganha a confiança daqueles que estão no comando de setores e empresas. É claro que esse aprendizado veloz tem amparo na internet e em todas as ferramentas que a rede global nos proporciona. E, se são esses jovens e jovens adultos os mais conectados, cabe aos gestores aprenderem a lidar com o dinamismo que pauta essas gerações. Essa é uma peça fundamental para que administradores não caiam na cilada de “competir” com a tecnologia, a grande aliada.
         É preciso lembrar ainda que o conceito de personalização nunca foi tão explorado. Por exemplo, foram as demandas dessas gerações que levaram à criação de produtos e serviços que podem ser moldados e adaptados às necessidades pessoais. Cartões de crédito com vencimento à escolha do cliente, academias com planos ultrapersonalizados, aplicativos de transporte que impulsionaram o ir e vir, só para citar alguns dos serviços que tiveram influência no poder de exigência dessas pessoas.
         Isso não seria diferente no contexto do ambiente de trabalho. A solução para uma gestão que dialogue com as demandas de cada jovem colaborador é justamente atender de forma personalizada. Cada companhia deverá encontrar a melhor forma de fazer isso. Possivelmente, modelos flexíveis de jornada e a elaboração de planos de carreira específicos, conforme capacidades e habilidades únicas, seriam estratégias valorizadas pelas gerações Y e Z.”.

(VICTOR FELIPE OLIVEIRA. CEO da VGX Contact Center, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de agosto de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reformar para sobreviver
        A história nos revela inúmeros grandes pensadores e estadistas que foram essenciais em suas épocas, apresentando soluções para os problemas até então considerados intransponíveis. Algumas dessas soluções incorporaram de tal forma as tradições humanas, tornando-se intocáveis como dogmas, e assim, isentas de ser questionadas.
         No entanto, nada concernente ao ser humano e sua vida sobre a Terra é inquestionável. Afinal, a vida é contínua e novos tempos sempre requerem novas ideias e novas abordagens. Na verdade, o que está por trás desse apego humano contra a atualização de certas velhas ideias no seu modo de vida é a resistência das pessoas às consequências que as transformações trazem consigo. Pois, normalmente, elas geram desconforto e insegurança quanto ao futuro, originárias do velho dilema que continuamente aflige a humanidade: “Como sobreviver?”.
         E aí se destaca a instituição previdenciária, filha da ideologia do Estado do bem-estar social. Ela foi a universal esperança de sobrevivência na velhice, em um contexto todo específico no século 20, quando a expectativa de vida da população, até mesmo nos países mais desenvolvidos, era bem menor que a atual, permitindo um perfeito equilíbrio, na época, à manutenção da matemática financeira social entre o contingente trabalhador e o dos segurados. Hoje, com os avanços desfrutados por todas as nações, de melhores condições vivenciais, resultando em vidas mais longevas, já não se permite que os parâmetros antigos sejam mantidos, pois os novos contextos são completamente diferentes, inviabilizando a sustentação matemática dessa conta. Portanto, nada resta aos gestores responsáveis a não ser a readequação de todos os parâmetros de modo a ressuscitar o velho equilíbrio do sistema previdenciário. Em verdade, não se trata de caso político, mas, sim, gerencial, com a obrigação inadiável de reformar para continuar sobrevivendo. Caso contrário, rápido se dará a quebra de todo o sistema do bem-estar social, com consequências inimagináveis para o país e sua população.
         Somando-se a isso, diante do agravante quadro exposto da profunda e generalizada corrupção institucional no Brasil e da já manifestada defesa desse sistema corrupto, no uso massivo e repetitivo do dissimulado pretexto de que “isso sempre foi assim e não há jeito de ser transformado”. Cabe à sociedade civil demonstrar sua força e ir de encontro à tentativa de manutenção desse status, cuja única vítima é o povo brasileiro, que trabalha como camelo para sustentar toda essa casta de parasitas. Pois, de nada adianta a reordenação de parâmetros na questão previdenciária se não se extinguir a corrupção em outras áreas do setor público, além de reduzir drasticamente esse ineficiente setor. Será como despir um santo para vestir outro. E as contas públicas continuarão a ser deficitárias, travando a retomada econômica sustentada do Brasil. E assim inviabilizando o futuro da atual e futuras gerações de brasileiros.
         De uma vitória urgente contra a corrupção, de uma reordenação dos parâmetros previdenciários e da redução acentuada do setor público depende o Brasil para diminuir seu custo operacional e para crescer em importância no contexto político internacional, a fim de se reinserir com destaque na nova geopolítica mundial, após os últimos vergonhosos anos como anão diplomático.
         Para isso, serão necessários cidadãos esclarecidos e detentores de uma nova perspectiva de vida bem como de representantes que estejam à altura do importante papel de destaque a ser desempenhado pelo país. Pois, na infeliz manutenção desse atual atoleiro de corrupção, ineficiência e insegurança em que se encontra o país, o único futuro de destaque que lhe aguarda vai ser o aterrorizante caos social. E ele já está batendo à porta. Cabe saber se vai entrar ou se será responsavelmente despachado para bem longe.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses em julho/2017 chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 




quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA EMPATIA, DO ALTRUÍSMO E DA SOLIDARIEDADE E A FÉ NA SUSTENTABILIDADE

“De volta ao planeta dos bonobos
        Os bonobos eram, até há menos de um século, erroneamente, assumidos como formando uma subespécie dos bastante conhecidos chimpazés. Mais recentemente, eles deixaram de ser confundidos, passando a ser reconhecidos com espécie própria. Na verdade, ambas as espécies, o bonobo (Pan paniscus) e o chimpanzé comum (Pan troglodytes) formam o gênero Pan. Um dos motivos da demora na identificação da espécie dos bonobos foi que os contatos com eles eram raros, dado estarem todos concentrados em uma pequena região da República Democrática do Congo, na África Central.
         Os cientistas acreditam que o ancestral humano moderno tenha se separado dos chimpanzés e dos bonobos em torno de oito milhões de anos atrás, sendo que essas duas espécies, por sua vez, se separaram entre si há aproximadamente 2 milhões de anos. Estudos recentes mostram que os bonobos, e não os chimpanzés, representam melhor o último ancestral comum com os humanos, fazendo dos bonobos nossos primos-irmãos mais próximos. Seja pelo nível de compartilhamento de DNA (98,7%) ou pelas características mais assemelhadas em níveis de percepção, comportamentos gerais e habilidades.
         Do ponto de vista comportamental, os bonobos, diferentemente dos chimpanzés, podem partilhar alegremente seu alimento com um estranho e até mesmo desistir, altruisticamente, de sua própria refeição, como registrado pelos pesquisadores Jingzhi Tan e Brian Hare. Eles afirmam que suas descobertas podem ajudar a entender a origem do altruísmo nos humanos. Os cientistas compararam tais comportamentos a certos atos humanos de bondade, como por exemplo doar dinheiro anonimamente. De acordo com esses pesquisadores o mais provável é que o ancestral comum das três espécies, seres humanos, bonobos e chimpanzés, já tivesse essa característica. Portanto, essa descoberta difere da hipótese anteriormente assumida de que os humanos só teriam desenvolvido o altruísmo depois da separação com o gênero Pan.
         Os bonobos se distinguem pela postura mais ereta do que os chimpanzés, constituem uma sociedade mais igualitária e matriarcal e apresentam uma atividade sexual própria, não existindo relação direta entre sexo e reprodução. Por sinal, o sexo tem um peso grande nas suas relações, em geral como elemento reconciliador, estando presente ao longo de toda a vida adulta da espécie. Empatia e altruísmo são características que os bonobos têm particularmente desenvolvidas, ou seja, a capacidade de compreender o sentimento ou a reação de outro indivíduo, imaginando-se nas mesmas circunstâncias, e fazer algo em função disso.
         O que nós humanos temos a, humildemente, aprender com as demais espécies? Por exemplo, os bonobos podem ser interessantes inspirações para características essenciais nos dias atuais: a empatia e o altruísmo. Temos, naturalmente, um grande potencial empático e altruísta, mas que, fruto do convívio em sociedades de grande escala, demanda permanentes reconexões, via educação, com algo que podemos ter inibido ao longo do tempo. Educar, contemporaneamente, tem múltiplos objetivos, entre eles aumentar nossa empatia e ampliar nossa capacidade de sermos solidários.
         Ao promovermos, pela educação, a empatia e a solidariedade, queremos motivar que as pessoas se entendam e se tornem mais inteligentes, contribuindo com um mundo melhor. Ser empático e altruísta significa estabelecer afinidades por se identificar com os demais, saber escutar, compreender os seus problemas e emoções e, dessa forma, ser um melhor profissional, seja em que campo de atividade for.”.

(RONALDO MOTA. Reitor da Universidade Estácio de Sá, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de agosto de 2017, mesmo caderno, página 15, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidadania pela fé
        A sociedade há de encontrar na fé a nota indispensável e insubstituível da sua sinfonia perdida. Pensam muitos que para se conquistar essa harmonia basta a correção no âmbito da política partidária. Trata-se de aspecto importante, mas que não é suficiente. Há um longo caminho de reconstrução das cidadanias para vencer mediocridades. É preciso reagir, com investimentos urgentes e indispensáveis na educação, em reformas, no cultivo da sensibilidade social, da consciência de que se pertence a um povo. De modo especial, é importante investir na fé, tesouro que alicerça a vida, ilumina a razão, inspira e equilibra a conduta humana.
         A palavra de Deus, na Carta aos Hebreus, capítulo 11, bem define esse tesouro: “A fé é a certeza daquilo que ainda se esperança, a demonstração de realidades que não se veem”. Cultivá-la provoca transformações profundas que são capazes de devolver, a cada pessoa, o brilho sagrado que reside no coração humano. Por isso mesmo, não é permitida a nenhuma confissão religiosa contemporizar com as manipulações a respeito dos entendimentos sobre Deus e a fé n’Ele professada, para alcançar certos objetivos questionáveis.
         Os líderes religiosos têm grande responsabilidade e não podem retardar a reação diante dessas manipulações que ocorrem a partir de meios de comunicação bem-estruturados, de certas práticas alicerçadas na irracionalidade que, por isso mesmo, são incapazes de gerar transformações necessárias na cultura e na sociedade. Situações diversas que impedem o surgimento de novos horizontes, só alcançados pela fé, por sua vivência, a partir da coragem profética e mística de seu testemunho. Compreende-se a fé não como prática piedosa, no sentido de se reservá-la a sacristias, ou como força a ser buscada simplesmente pelo viés milagreiro, conduta que muitas vezes alimenta cofres, justifica nomes e deixa, em segundo plano, o que é essencial e urgente no que se refere a respostas cidadãs.
         A fé é uma luz que deve incidir sobre todas as relações sociais, desdobrando-se em gestos de solidariedade. Toda autêntica manifestação da fé é experiência de fraternidade, sustentada pelo reconhecimento da paternidade de Deus. No centro dessa experiência está o amor do Pai, que não deixa obscurecer a preciosidade singular da vida humana. Assim, a fé leva o homem a preservar o seu lugar no universo, sem que se extravie da sua natureza. Quem cultiva a fé torna-se cada vez mais consciente da própria responsabilidade moral, demove-se da pretensão de ser árbitro absoluto de tudo e não corre o risco oneroso e destruidor de achar que tem o direito de manipular outras pessoas.
         É verdade que a justa ordem da sociedade e do estado é dever da política e, como afirma Santo Agostinho, “um Estado que não se rege segundo a justiça, se reduz a uma grande banda de ladrões, porque a justiça é objetivo e a medida intrínseca de toda política”. Na busca pela realização da justiça, a política necessita da fé, que tem propriedades para iluminar a razão a partir da experiência do encontro com o Deus. Essa experiência ultrapassa a dimensão simplesmente racional. Nesse sentido, a fé, possibilita à razão realizar melhor a sua tarefa de configurar a cidadania nos parâmetros necessários para a construção de uma sociedade melhor.
         Por tudo isso, é possível reconhecer a importância de cultivar e sempre ter apreço pelo patrimônio da fé enraizado na cultura de um povo. Um dom que exige atenção redobrada no seu cuidado. Eis um compromisso de todos, de governos também, para que a genuinidade da fé fecunde cidadanias e reconduza a sociedade aos caminhos da justiça, do bem, às veredas da verdade e da fraternidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses em julho/2017 chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...