sexta-feira, 28 de abril de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E EXIGÊNCIAS DAS LÍNGUAS NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E COMUNICAÇÃO EFETIVA E EFICAZ NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, ALTRUÍSMO E AUTOCONHECIMENTO NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“A relevância do idioma no Brasil

       De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Cervantes, a análise das cifras relacionadas com o estudo do espanhol como língua estrangeira desenha um mapa muito concentrado geograficamente: 81% dos estudantes de espanhol no mundo estão distribuídos entre os Estados Unidos, a União Europeia e o Brasil. O espanhol é uma das línguas mais estudadas no mundo e o peso do idioma no Brasil é inquestionável, os dados estão aí para provar.

         Aqui no Brasil, o número de estudantes de espanhol representa 22% do total mundial. Atualmente, 460 mil pessoas no país têm domínio nativo da língua e outras 5,2 milhões aprendem esse idioma.

         O espanhol é a segunda língua materna do mundo em relação ao número de falantes e também a segunda língua do mundo em que mais textos científicos foram escritos. Além disso, em um mundo globalizado é cada vez maior o número de empresas multinacionais, o que amplia a necessidade do contato entre profissionais de diferentes culturas e idiomas.

         Nesse cenário, falar apenas o idioma nativo já não é o bastante. A presença de uma segunda ou até terceira língua no currículo pode ser um diferencial decisivo na conquistam de um emprego e abrir portas para a carreira.

         Segundo a última Pesquisa Salarial e de Benefícios realizada pelo site de empregos Catho, profissionais que possuem nível superior e são fluentes em espanhol, podem chegar a uma diferença de até 34% a mais no salário, se comparado a pessoas que não dominam a língua.

         Reforçando sua importância no mundo, no dia 23 de abril comemora-se o Dia da Língua Espanhola com o objetivo de reconhecer a riqueza cultural e histórica da língua, além de promover a diversidade cultural. Não por coincidência, na mesma data também é comemorado o Dia Internacional do Livro. A escolha do dia 23 de abril se deve a diversos motivos e um deles é a suposta coincidência da morte de grandes figuras da literatura como Miguel de Cervantes, William Shakespeare, Garcilaso de la Veja, entre outros. O objetivo da data é promover a leitura, a indústria editorial e a proteção da propriedade intelectual por meio de direitos autorais. Desde 1988, é uma celebração internacional promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

         A partir daí, o dia 23 de abril também foi escolhido para celebrar a língua espanhola, pois coincide com o aniversário da morte de Miguel de Cervantes Saavedra, autor de Dom Quixote, uma das obras mais universais e mais traduzidas no mundo.”.

(Sergio Bermejo. Chefe acadêmico do Instituto Cervantes de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Aurobindo

       Um ser humano se torna líder de homens ou famoso em círculos mais amplos e apercebe-se, muitas vezes, tomado de um poder que vem de fora, além de suas forças humanas e egoísticas. Ele pode perceber, quando minimamente desperto, um destino maior que age por meio dele, como uma vontade misteriosa e insondável; uma luz interior de grande brilho agindo para encaixar com êxito as peças de um enorme quebra-cabeças, por de escolhas guiadas.

         Seus pensamentos, suas ações ou seu gênio criador passam a conseguir resultados por vezes formidáveis.

         Entretanto, pessoas nesse estado de possessão superior efetuam destruições formidáveis, erupções de eventos, que facilitam o caminho da humanidade, removendo o que é obsoleto ou, ainda, conseguem alguma grande construção, inovação, que se torna o lugar de repouso e felicidade de multidões.

         Essas pessoas, atores do destino, externamente podem parecer um flagelo (fazendo o mal) ou portadores de luz e de cura (realizando o bem), criadores de beleza e mensageiros de conhecimento. Passam a trabalhar com a sensação e a percepção muito viva de serem instrumentos eleitos para essa missão ou obra portentosa.

         As pessoas que têm esse destino e esses poderes momentâneos creem facilmente – e declaram – que são meros instrumentos nas mãos de Deus, do Destino Supremo, mas muitos, frequentemente, em suas expressões, demonstram um egoísmo mais intenso e exagerado. Essas pessoas podem perder-se pessoalmente; falam de Deus abusivamente, para gerar uma imagem deles próprios como “ungidos” e infalíveis, portadores de luz que não lhes pertence, mas apenas lhes foi emprestada para um escopo determinado e passageiro.

         Essa imagem magnificada de seu ego não serve para alcançar um objetivo maior, mas está à procura apenas de outros mesquinhos e pessoais. Disso advém a desgraça, que vem de costume com a falta de humildade. Prelúdio de falência, pois, ao entrar numa obra egoística, o mecanismo emperra.

         Isso é o que acontece com frequência com aqueles que têm uma natureza vital forte, mas grosseira, ou mentes que se exaltam com facilidade quando permitem à ambição, ao orgulho ou ao desejo de grandeza introduzirem-se e viciarem a pureza de seu propósito.

         Uma egolatria magnificada interpõe-se e apodera-se do seu comportamento para fins pessoais; o divino que agia por meio dele se afasta inexoravelmente. Percebe-se que uma força maior que a pessoal de ser humano comum cessa. Traí-la é suficiente para que o encanto se desfaça.

         Essa sensação de um poder maior, exclusivamente nosso, é uma alucinação ou megalomania. Aqueles que são conscientes dele têm uma visão mais vasta da essência humana comum, diferente daquela evoluída. Deram um passo mais além, da inteligência que serve para sobreviver, quase animalesca; possuem uma visão desse poder das esferas espirituais e vitais mais sutis.

         Esses aspectos antagônicos na ioga (ensinada por Aurobindo) são faces de um destino em que o mal vem para o bem, e o bem por si só tem que ser fruto de uma elevação de consciência que nos coloque a serviço e em harmonia com os desígnios superiores, e não meramente pessoais e de pouca utilidade.

         A natureza material é imperfeita e falível, encobre o potencial imenso que cada ser humano é. Oculta a existência de um espírito que desceu na matéria para se exercitar e se engrandecer, esquecendo quase sempre que ele é uma parte de um Todo indivisível, aparentemente dividido.

         Então, o sofrimento chega, sem compreender a vastidão – pior: se apegando a um poder tirânico ou demoníaco do mal (que, afinal, serve para redirecionar ao bem).

         Para este ser, um Ulisses, a escolha do destino pode ser completamente clara – e isso dará um grande proveito – ou obscura – e a pouco servirá.

         Ter consciência da diferença entre conhecimento e ignorância é uma graça para ser merecida. O sopro do poder divino vai aonde quer para realizar algo que serve à evolução.

         (O texto segue o ensinamento de Aurobindo, iluminado hinduísta, fundador de Auroville, no Sul da Índia).”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,65%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

  

 

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA PLENA CIDADANIA, DEMOCRACIA E SONHOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, COMPAIXÃO, SOLIDARIEDADE, JUSTIÇA E PAZ NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Normalidade em meio ao caos

       Fui despertada na madrugada do dia 24 de fevereiro de 2022 com uma simples mensagem: ‘A Rússia invadiu a Ucrânia, e estamos sofrendo bombardeios em Kiev’. Ela vinha de uma das minhas melhores amigas, que é ucraniana, e despedaçou tudo o que eu sabia até então sobre guerras e sofrimento. Mesmo após um ano, ainda me recordo vividamente desse primeiro mês de guerra. Quando conseguimos conversar por chamada de vídeo, era doloroso ver estampado em seu rosto o cansaço de noites não dormidas e algumas mazelas físicas decorrentes do estresse que ela sofria.

         É difícil descrever o paralelo de nossas vidas naquele momento, pois beira o absurdo. Tínhamos a mesma idade, 32 anos, e, enquanto eu dirigia em busca de gasolina, para prestar assistência aos milhares de refugiados e sempre, claro, olhando para o céu em busca de mísseis e bombas... enquanto eu dormia tranquila em minha cama, ela era despertada por sirenes de alerta de bombardeio e tinha que correr com sua família para um brigo antibombas.

         Conhecemos a guerra como um conceito, uma teoria, uma lição histórica. Vivenciá-la ao vivo, na pele, tem outra sensação, outro cheiro, outra visão. Em um mundo cada vez mais instantâneo, conseguimos ver imagens e notícias em tempo real – o que pode ser muito prejudicial se você tem alguém próximo no meio desse acontecimento.

         Temos um conhecimento compartilhado, mas que, mesmo assim, não chega nem perto daquele sentido pelas vítimas desse conflito. Seja você rico ou pobre, jovem ou velho, são ou doente, não importa, estão todos condenados a pagar seu preço. Ver sua vida reduzida a escombros e pó, perder noção do tempo e da humanidade, ser despertado de um sono conturbado por bombas, escutar o choro das crianças e ter medo de sair para a rua. A liberdade torna-se um sonho distante.

         Alguns conseguem escapar desse inferno e tornam-se refugiados. Longe de casa e, às vezes, apenas com a roupa do corpo, são obrigados a pedir auxílio a terceiros e contar com boa vontade alheia. Muitos tiveram que abandonar familiares, e a angústia da espera por notícias se torna uma companheira constante. A guerra possui um apetite voraz e se alimenta de sangue e desespero. Nunca está satisfeita, nunca arrefece, não descansa nem desaparece sozinha.

         Porém, em meio ao caos, algo curioso emerge: uma pseudonormalidade. Ficava e ainda fico abismada em receber notícias dessa amiga contando que foi a um batizado ou a um casamento, que está trabalhando tanto que às vezes nem consegue parar para ir ao banheiro. Velo postagens no Instagram de outros amigos ucranianos indo a festas, levando os filhos à escola. Tudo isso ao som e ao perigo de bombardeios. A justaposição da morte, que pode estar à espreita em cada esquina, com uma vida que segue seu curso “normal” serve para refletirmos sobre o quê em nossas vidas está realmente sob nosso controle. Além de colocar em perspectiva as dificuldades cotidianas.

         A resiliência humana é algo fantástico. Nossa capacidade de nos acostumarmos com novas realidades é impressionante. Mesmo que haja reclamações, medo, raiva e várias outras emoções, continuamos a viver nossas vidas dentro do possível. A antiga premissa de Darwin: a sobrevivência dos mais fortes, ou no caso, dos que se adaptam mais rápido.

         Essa pseudonormalidade em que muitos ucranianos se encontram pode ser quebrada a qualquer momento, contudo será muito difícil voltar aos dias pré-guerra, pois como a história nos ensina muito bem, o antes e o depois nunca é o mesmo. Continuo esperando e rezando para um término rápido, porém me pergunto que fim será esse como ficarão suas vítimas.

         Não é só uma questão de sair viva, fico pensando em como minha amiga ficará mentalmente com relação ao mundo que ela sente que a abandonou. Como abrandar as feridas e as fendas causadas por essa destruição? E quanto ao ódio e o rancor, será possível extingui-los? Como continuar e evoluir como pessoa e nação sabendo que seus vizinhos querem te exterminar? No momento, temos apenas a esperança que o futuro consiga abrandar os infortúnios sofridos.”.

(Bárbara Molinari.Escritora com formação em relações internacionais e linguística, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.com, edição de 21 de abril de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Interpelações Pascais

       O mistério celebrado na Páscoa é uma reserva de amor. O amor inesgotável de Deus Pai para salvar a humanidade, pela oferta do seu filho, Cristo Jesus, que na cruz derrama o seu sangue redentor, morre e ressuscita. A força mística deste acontecimento guarda o tesouro da fé, professada e testemunhada. Assim, já não é mais simbólico, mas uma realidade, que de modo existencial encharca a alma da graça do amor de Deus. Trata-se de um mistério tão profundo e inesgotável que os crentes n’Ele, Cristo Jesus, depois do Tríduo Pascal, o celebram, alegre e esperançosamente, durante cinquenta dias. Esse é um tempo oportuno para se conhecer o grande mistério do amor, com a mística da iluminação. Um tempo que acende nova compreensão e impulsiona a força transformadora da ressureição, mudando vidas, clareando conceitos e entendimentos, alimentando um novo modo de ser e de viver a cidadania civil, comprometida com a verdade e a paz, emoldurada pela cidadania do Reino de Deus. O caminho ganha nova luz e o seguimento a Jesus dá o sabor do seu Evangelho a tudo o que se fala e se vive, se escolhe e se testemunha.

         As interpelações pascais, como resposta de vida, impulsionam lutas proféticas com força de transformação interior e nas atitudes, caminhando para o Reino de Deus, meta definitiva da existência humana. A experiência pascal faz nascer interpelações que são a comprovação da autêntica experiência de morrer com Cristo e com Ele ressuscitar, vencendo a morte pela vida plena e o ódio pela força do amor misericordioso. As interpelações pascais são consequências da autenticidade da experiência de crer, como um selo de qualidade e comprovação da condição de discípulo no seguimento do Ressuscitado. Essas interpelações pascais remetem ao compromisso de viver com a força profética da transformação, produzindo novas respostas. Assim, nascem convicções e propósitos, a exemplo do princípio de não se deixar vencer pelo mal, antes, vencer o mal com o bem – não há outro caminho para a almejada e urgida paz mundial as sociedades e nos corações.

         Fazer o bem, certo sempre de que é o bem o grande promotor da paz. Esta prática é determinante para vencer a multiplicação da vingança, por razões maiores ou irrisórias, o que alimenta violências de todos os tipos, responsáveis pela desfiguração e negação da dignidade maior e mais importante, dignidade humana dos filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs uns dos outros. Essa é uma conquista a ser garantida por meio de longa e árdua batalha, que não se deixa desanimar por se sustentar em uma força sobrenatural, que surge da fonte inesgotável do mistério da Páscoa.

         Celebrar e vivenciar o tempo pascal é aprender, pela força da graça de Deus, a gramática do amor, que combate a multiplicada e perigosa manifestação social e política do mal. A Páscoa é, pois, a vitória definitiva do bem, a ser alcançada pelo patrimônio de valores morais. A Páscoa vivida faz nascer o bem moral, alicerçado na experiência luminosa do amor a Deus. O amor maior revelado em Cristo Ressuscitado tem incidência místico-profética para produzir a política melhor, aquela que não visa apenas salvaguardar os interesses de alguns indivíduos e grupos. As virtudes mostradas pelas interpelações pascais, pela Palavra de Deus, têm propriedades para combater e vencer os vícios da política, corrigindo distorções nas instituições e no meio ambiente. O encontro, o encantamento por Cristo Ressuscitado, faz brotar nos corações o espírito de misericórdia, um olhar de amor que dissipa a venenosa indiferença, especialmente para com os pobres, impedindo a escuta dos clamores dos sofredores, com consequente perda da sensibilidade para sustentar uma ordem, capaz de garantir a justiça.

         O tempo pascal também desperta o sentido de pertencimento comunitário, como alicerce para fazer de cada família uma comunidade de paz. Por aí se encontra a nascente da indispensável solidariedade e sentido de colaboração e cuidados, como convém aos membros de uma mesma família humana. Nesta direção, como interpelação pascal, é preciso compreender-se como ser humano, coração da paz. Vale, de novo, avaliar a gramática do próprio coração, aquela inscrita por Deus, resgatada pelo sangue redentor derramado no alto da cruz como sacrifício de expiação e salvação.

         As interpelações pascais possibilitam aproximar-se mais do amor de Deus. O Cristo Ressuscitado é a verdade, único alicerce para a paz, formando obreiros incansáveis nessa construção. A Páscoa é o grande convite para recomeçar, para se alcançar a almejada convivência pacífica assentada na justiça. A Páscoa é um rosário de interpelações, mostrando a singularidade do encontro com Cristo Ressuscitado, renovando corações sobre a importância e o caminho para um novo tempo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,65%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

sexta-feira, 21 de abril de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E O PODER TRANSFORMADOR DO EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES EFICIENTES E EFICAZES E A TRANSCENDÊNCIA DA SABEDORIA, TECNOLOGIAS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Intraempreendedorismo e a revolução na inovação

       Inovação é uma das palavras do momento, especialmente porque o mundo precisa dela em diferentes setores para continuar os processos de crescimento. Áreas que há anos atuam com processos/produtos estagnados têm rompido paradigmas ao investir em inovações que transformam a realidade das empresas.

         Muitos confundem inovação com invenção, como se só fosse possível inovar a partir de um novo produto: o que é uma grande mentira. Esse mito faz com que deixem de praticar a inovação, mas mais preocupante do que isso é a falta de uma atitude transformadora, a qual denomina-se de intraempreendedorismo.

         Olhando para esses desafios, principalmente o último, compartilho neste artigo insights para auxiliar nessas questões.

         Um conceito que precisa ser esclarecido

         Primeiro, precisamos ter em mente que é oportunizando que colaboradores pratiquem o empreendedorismo e a inovação dentro da própria empresa que muitas conseguem mudar a rotina produtiva e investir em produtos, serviços e processos que mudam seu ambiente e negócios. O empreendedorismo corporativo, que é este empreender dentro da própria empresa, vem transformando organizações em escalas significativas. Desde a contratação de novos funcionários que tenham o perfil empreendedor até o “apostar as fichas” nesse colaborador vem mexendo com as estruturas mais tradicionais da indústria mundial.

         No Brasil, a realidade é colocada em prática pouco a pouco, e quem consegue implementar sai na frente em diferentes aspectos. Várias organizações estão em movimento, procurando pessoas com perfil empreendedor, capazes de aplicar novas ideias e com coragem para transformar a realidade. E se engana quem pensa que os cargos estão apenas nas diretorias. Hoje, quem consegue se colocar como ownership ganha destaque e vira referência, seja na linha de processos, desenvolvimento de produtos ou até mesmo na presidência das corporações.

         Quando o intraempreendedorismo é colocado em prática

         a partir do momento em que o empreendedorismo e a inovação são causas verdadeiras da empresa/indústria, os colaboradores dessa organização são incentivados a serem disruptivos.

         Desse modo, pequenas atitudes fazem muita diferença. Sabe por quê? Quando uma organização acredita no potencial de seus colaboradores, ela os incentiva e investe recursos em ideias. Ela ganha aliados, parceiros e o compromisso do grupo com a eficiência dos resultados.

         Quando incorporada, a cultura intraempreendedora estabelece novos modelos de negócio e traz as melhores experiências para clientes, indústrias e demais colaboradores. A inovação passa a ser uma consequência natural. O dia a dia se transforma em uma busca contínua pelas melhores alternativas para fazer mais, melhor e com resultados mais eficientes – mesmo que seja em pequenas atitudes e atividades.

         É contagiante e, ao mesmo tempo, funciona como uma rede multiplicadora tanto para o cotidiano empresarial quanto para a vida pessoal das pessoas que compõem a rede.”.

(Carlos Eduardo Boechat. Diretor associado de Industry X na Accenture e diretor executivo empreendedor, conselheiro e membro da Open Mind Brazil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 3 de abril de 2023, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Para aqueles que virão

       Numa roda de amigos, surgiu o tema “nova geração”. A conversa ficou até valendo estas notas.

         Efetivamente, as novas gerações – ou continuação da humanidade – poderão desfrutar de alta tecnologia e recursos excepcionais, entretanto a incerteza permanece sendo a única certeza do futuro.

         As civilizações do passado, justamente no melhor momento de sua trajetória, iniciaram declínios terríveis que levaram até a sua dissolução. Nos últimos 40 séculos, notamos que, após períodos de esplendor, se seguiram outros de obscurantismo e dissolução. Gerações de egípcios dominavam a construção das pirâmides e de estátuas colossais; hoje, têm dificuldades até de montar um edifício mais elaborado.

         Ainda se analisa a opulência de Roma, “caput mundi”, que chegou a hospedar 1 milhão de habitantes em seu apogeu, mas em seguida encolheu para 25 mil moradores. Precisou aguardar mais de mil anos para assistir ao “renascimento” italiano. Aliás, um movimento civilizatório que pode ser tratado como uma explosão de inteligência, bom gosto, arte e engenhosidade sem precedentes.

         Constata-se na história a falta de linearidade do desenvolvimento de civilizações, marcado por elevações fantásticas seguidas de decadências inexplicáveis. Servem de exemplos as civilizações chinesa, suméria, grega, romana, inca e outras que se dissolveram como abóbora de Cinderela – não apenas materialmente, mas intelectualmente, perdendo o acervo de conhecimentos mais elevados.

         O crescimento e a dissolução marcam a trajetória de todos os povos que nos antecederam. A cidade peruana de Machu Picchu é testemunha. A perfeição fantástica de suas técnicas de construção permanece hoje inexplicável.

         Nos últimos dias, as sumidades da tecnologia do planeta se reuniram para alertar sobre os riscos da inteligência artificial. O tema sacudiu os ambientes acadêmicos internacionais, mas, infelizmente, no Brasil, o tratamento do assunto, até agora, não passou de sensacionalismo como “guerra entre humanos e robôs”. Poderemos ter mais facilidades na vida. Entretanto, em termos de supremacia, a raça humana tem algo sublime que a diferencia e a deixa irrepetível.

         Pode até ser inferior na capacidade de memorização e na elaboração de cálculos, contudo o homem, à luz da ciência ocidental, resta um enigma. O homem possui algo que transcende a matéria, a física, a química e a mecânica. Performances extraordinárias de alguns indivíduos atestam existir uma potencialidade excepcional ao alcance da raça.

         No Gênesis: “Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris”; da mesma forma, nas escrituras sagradas do hinduísmo (Vedas, Upanishads, Bhagavad-Gita, Ramayana e Mahabharata), o fenômeno que conhecemos como homem neste planeta é descrito como um conjunto de sete corpos (esferas), seis dos quais existem antes de aparecer o indivíduo físico, em carne e ossos. Quatro deles desapareceriam, e três, que compõem o corpo causal ou a verdadeira essência que construiu o corpo, seriam o dono do eterno peregrino (mônada). Os corpos inferiores: físico, etérico (energias), astral (desejo, vontade, aspiração) e mental inferior (parte cerebral) se dissolvem depois de cumprir uma missão determinada ao mundo dos fenômenos (maya).

         Por que, entretanto, o corpo físico seria necessário para o espírito? A ele cabe dispor a seu dono a experiência terrena para lhe possibilitar a expansão acelerada, que de outra forma seria demasiadamente longa e interminável nas esferas sutis. Ou seja, o corpo e sua odisseia se retiram de um limbo, do Éden de Adão e Eva, para forçar duras provas neste mundo, com suas lutas, sofrimentos, prazeres, amores e ódios. O universo, assim como as galáxias e o homem (pequena galáxia), está em contínua expansão. Pensar no homem cósmico é pensar num ente que deixará de ser homem para ser algo melhor na eternidade, segundo descrevem os Vedas.

         Vinculado à matéria, o homem se exercita, constrange o espírito a evoluir. Um mal pode se transformar num bem evolutivo. O corpo físico é uma dádiva momentânea, um desafio que devemos tratar com todo respeito, cuidado, como um instrumento precioso. Ainda o usa por aquilo que podem conceder os seus corpos superiores, não como erroneamente age a maioria: fim em si mesmo.

         As atuais gerações viverão nas próximas décadas “tornados” de desafios. Na lógica védica, a eles cabe este carma. O papel que terá de manter a humanidade, povoando esta nossa arena planetária, será desafiador. Se o passado varreu avanços, civilizações e fatos extraordinários, como a tecnologia das pirâmides, a sabedoria guardada em Alexandria e os poderes dos magos da cidade de Ur, as próximas gerações deverão desenvolver sabedoria e métodos de convivência ainda desconhecidos.

         A cada ciclo, os seus desafios. Entre eles, a energia nuclear e a inteligência artificial, que representam meios portentosos e riscos brutais e colocam a humanidade sobre um fio de navalha.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,65%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.