quinta-feira, 29 de abril de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA LÍNGUA INGLESA NA QUALIFICAÇÃO CIDADÃ E PROFISSIONAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA ESPIRITUALIDADE E HUMANISMO NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Saber inglês: oportunidades e perspectivas

        Reportagem da Folha sobre a importância do inglês para o estudante de escola pública na prova do Enem (“Inglês no Enem é obstáculo entre aluno de escola pública e a faculdade”, 28/2), bem como todos os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, evidenciam que, mais do que nunca, saber inglês abre portas para a educação, o emprego e a conectividade com o mundo.

         Em 2020 e 2021, o governo dos Estados Unidos intensificou parcerias e ampliou oportunidades para professores brasileiros no intuito de democratizar o acesso ao inglês. Apenas nesse período trabalhamos com mais de 65 universidades e secretarias de governos, alcançando mais de 250 mil professores. Como diretora de programas de inglês da Embaixada e dos Consulados dos EUA no Brasil, entendo que saber inglês é essencial para que o acesso a oportunidades seja mais democrático.

         Expandir o acesso a alunos de diferentes faixas etárias é um compromisso da Embaixada dos EUA no Brasil. Recentemente, lançamos o programa Access E2C, curso intensivo de inglês com 210 horas de instrução para profissionais afrodescendentes e indígenas em início de carreira. Atualmente, esse programa beneficia 160 profissionais em oito regiões do país.

         Além disso, fizemos uma parceria com a startup ChatClass, com foco em alunos do ensino médio, para promover a segunda Olimpíada de Inglês do Brasil, desenvolvida via Inteligência Artificial no WatsApp. Tivemos a participação de mais de 145 mil alunos e professores de todos os cantos do país. Os 81 professores vencedores do concurso receberam um curso de capacitação para o uso de tecnologias em sala de aula, além de suporte didático-pedagógico, e 162 alunos puderam melhorar suas habilidades linguísticas em “clubes de inglês” online.

         Os educadores brasileiros têm trabalhado arduamente e revelado um enorme otimismo e criatividade durante a pandemia. No Rio de Janeiro, centenas de professores participam atualmente de capacitação para integrar o ensino regular baseado em projetos ao aprendizado de inglês. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, 140 professores participam da quarta fase de um projeto online com foco em avaliação. Outro programa de destaque em nível nacional é o Brite – “Brazilians Innovating on the Teaching of English (“Brasileiros Inovando no Ensino Inglês”), com mais de 350  professores de escolas públicas de 15 cidades participando de forma virtual e aprendendo metodologias para o ensino no século 21 adequadas à Base Nacional Comum Curricular.

         Também criamos um novo podcast gratuito em colaboração com a Universidade do Texas – “Língua da Gente: Slice of Life” – produzido especialmente para brasileiros. No campo acadêmico, estamos apoiando universidades estaduais e federais em projetos para ensino de escrita acadêmica e publicação em inglês, em parceria com o Paraná. Ainda em 2021, lançaremos um centro virtual de escrita acadêmica – projeto-piloto para uma plataforma cujo acesso poderá ser estendido para todo o Brasil.

         Saber inglês é essencial para a formação do cidadão brasileiro do século 21 e uma das prioridades da Embaixada e dos Consulados dos EUA no Brasil. Estamos empenhados em promover cada vez mais oportunidades para brasileiros por meio do ensino do inglês e abertos a parcerias inovadoras. Juntos somos mais fortes.”.

(Jennifer L. Uhler. Diretora do Escritório Ensino de Língua Inglesa da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 19 de abril de 2021, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de abril de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A era aguardada

        Hoje gostaria de escrever sobre o fim da pandemia, comemorar o término do maior flagelo que abateu sobre o Brasil nos últimos cem anos. Terei que aguardar ainda um tempo, que espero ser o mais curto e menos penoso possível. Não há mal que dura para sempre! Voltaremos, certamente, a uma “nova normalidade”, não mais ao que era antes.

         A pandemia, além de deixar muitas perdas humanas e materiais, obrigou a humanidade a reconsiderar seus costumes, suas atividades.

         Já se pode enxergar, sem bola de cristal, que as restrições, o isolamento, os cuidados sanitários aceleraram mudanças, levaram a explorar as tecnologias que aguardavam uma atenção e uma razão de se impor. Até quem imaginava “impossível” se reunir, com proveito, com algumas pessoas, ou até centenas, situadas em locais e continentes diferentes, se curvou. É possível, e dá os mesmos resultados. A diferença é a economia de gastos, de viagens, de estadias, de salas de espera, de “presencialismo”.

         A compra de produtos tanto necessários quanto supérfluos agora é realizada sem perda de tempo e energia, sentados ao computador, tendo disponíveis opções infindáveis de produtos. Sem correr o risco de não encontrar onde estacionar o carro ou de voltar para casa com um produto que não era o desejado. Livros, cosméticos, aparelhos domésticos, alimentos não perecíveis, esquisitices de todos os gêneros chegam e podem ser presenteados até do outro lado do planeta, gastando-se menos.

         Morar num lugar central e estratégico passava por sérias considerações, agora valorizam-se locais mais aconchegantes e próximos da natureza por uma legião de trabalhadores. Depreciam-se os centros urbanos marcados por trânsito caótico e poluição sonora e ambiental.

         Os condomínios fechados tendem a se popularizar e a servir de refúgio da família. O ensino a distância será utilizado intensamente nos cursos superiores. Os núcleos familiares poderão se transferir para outros países com os filhos matriculados na cidade de origem. A educação a distância não concederá as mesmas vantagens da presencial, mas ampliará outras e dará oportunidade a uma massa de alunos totalmente excluídos. Poderá permitir acesso às aulas de personalidades geniais, raras e de denso conteúdo, lecionando ao mesmo tempo para milhares de jovens.

         O smartphone se impôs na pandemia, quase dobrando o tempo médio de uso. Até as gerações que nasceram sem tevê em casa aprenderam a se ligar à web, a rede de bilhões de outros seres humanos, e usufruir de um oceano de informações.

         As casas serão remodeladas, e o conforto se firmará como a principal preocupação de pessoas que trabalham em home office, sempre que possível próximas do ambiente natural.

         A preocupação com as águas, o ar e os elementos marcará profundamente a “nova normalidade”. O retorno à natureza provocará um êxodo de pessoas que continuarão em qualquer hipótese conectadas e inseridas no ambiente de trabalho.

         As roupas serão mais confortáveis e aconchegantes, o conceito de elegância sofrerá o impacto da simplificação e do minimalismo. Comidas orgânicas, funcionais, caseiras e veganas terão um número expressivo de adeptos.

         A prática de esportes, de exercícios, de atenção para uma vida saudável se multiplicará. Haverá um número maior de pessoas dedicadas a práticas de espiritualidade. A biodiversidade terá protetores engajados ao par da causa animal, que cresce a cada dia.

         A substituição das energias e dos métodos “sujos” pelos limpos exigirá uma transformação radical, impulsionada pelas mudanças climáticas, na produção de bens de consumo.

         As previsões que marcaram os primórdios da New Age, na década de 1960, parecem se transformar em realidade. A época em que gurus indianos, como Yogananda, Maharishi, Aurobindo, Krishnamurti, baixavam na Europa e nos Estados Unidos, levados pela revolução cultural – e que levavam a cantar “Era de Aquário” e o Hare Krishna –, não parece tão fora da realidade, e se pode imaginar que as próximas décadas serão mesmo de uma nova era.

         A pandemia fez brotar sementes que de outra forma aguardariam sua vez por muitos anos.

         Uma expressiva parcela da humanidade aspira a ter qualidade de vida, a defender o planeta, acredita na espiritualidade, ambiciona a sustentabilidade, um saber amplo, as artes, a beleza, aspira a manter a alma e a consciência em paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 326,68% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,10%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

        

          

        

segunda-feira, 26 de abril de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS CIDADES ECOINTELIGENTES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA PALAVRA ASSERTIVA, ESCUTA FECUNDA E QUALIFICADO JUÍZO NA SUSTENTABILIDADE

“Pandemias como pauta das cidades ecointeligentes

        A interconexão entre os componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores físicos, químicos e geológicos do ambiente) constituintes do meio é um aspecto essencial da ecologia. Nas cidades – da mesma forma como ocorre nos ambientes naturais –, plantas, animais e seres humanos coabitam e interagem entre si e com o meio urbano. A globalização e as novas organizações econômicas e sociais evidenciam a quebra das barreiras geográficas entre os indivíduos, ampliando o espectro de saúde necessário para garantir a sobrevivência individual. Num contexto de pandemia, fica ainda mais evidente a necessidade constante do desenvolvimento de estratégias em busca do equilíbrio nas relações entre os habitantes dos ambientes urbanos.

         As pandemias permeiam a história das civilizações, enquanto a busca pelo enfrentamento e pelo combate às doenças transmissíveis foi um forte impulsionador do desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas médica e biológica. O conhecimento dos processos biológicos de interação dos microrganismos patogênicos com o organismo humano, por exemplo, levou ao aprimoramento na identificação e no enfrentamento de doenças que permitiram a duplicação da expectativa de vida nos últimos cem anos. Ocorre que apenas conhecimento e tecnologia não são suficientes para que o acesso seja equitativo a toda a população, considerando a amplitude local e global.

         A concepção de saúde global tem três níveis de conexão: a) corpo/mente/espírito; b) indivíduo/sociedade/ambiente; c) local/global. Essas conexões retroalimentam os processos que imputam resistência e resiliência aos organismos e permitem que eles enfrentem os agentes agressores. Esses processos são naturais e conhecidos e praticados por culturas ancestrais e tradicionais.  Vale, assim, destacar que o distanciamento do ser humano da natureza, da sociedade e si mesmo, motivado por um novo arranjo estrutural de sua própria sociedade, com o rápido estabelecimento dos centros urbanos, desafiou os próprios processos de seleção natural.

         Devido à sua natureza biológica, potencializada pelo processo civilizatório, as pandemias encontram na ecologia urbana e nas cidades ecointeligentes um espaço para pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia para enfrentamento e mudança de condutas para prevenção.

         Entender os cidadãos como um dos elementos componentes de uma complexa teia de conexões é o primeiro passo para motivar o conhecimento do impacto e do potencial dessas mesmas conexões.

         Dessa forma, a cidade ecointeligente transpõe e busca, de maneira inovadora e prática, de meios de proporcionar ferramentas para o cidadão assumir a responsabilidade e o protagonismo nas decisões individuais em consonância com interesses coletivos e em prol de um futuro factível.

         A situação vivenciada com a pandemia da Covid-19 tem nos colocado de frente com inúmeras limitações técnicas, sociais, políticas, econômicas e pessoais que impedem a concretização de uma cidade sustentável, justa e que tenha como valor a qualidade de vida de todos seus habitantes, sejam eles pessoas, animais ou plantas – desta ou de futuras gerações.”.

(Marta Luciane Fischer e Selene Elifio-Esposito. Coordenadoras da especialização em Ecologia Urbana PUC-PR, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de abril de 2021, caderno OPINIÃO, página 25).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 23 de abril de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Mais escuta, melhor juízo

        A manifestação de juízos no horizonte da autonomia e da liberdade é um direito e um dever, exercício que envolve responsabilidade e riscos. É possível perceber as consequências de uma opinião formulada ao serem considerados o alcance e a incidência de um juízo de valor a respeito de uma situação ou pessoa. Por isso mesmo, a manifestação de uma opinião exige compromisso moral e ético, requer reflexões. Mas as facilidades tecnológicas, a intermediação das redes sociais, marcadas por uma velocidade inusitada na veiculação de pontos de vista, não raramente, são “faísca em um barril de pólvora”. A formulação de juízos é indispensável, alimenta processos de diálogo que são insubstituíveis na recomposição de cenários sociopolíticos, culturais e no âmbito das famílias. Contudo, há necessidade urgente de se qualificar o compromisso de se expressar de modo construtivo, para gerar entendimentos.

         Não se alcançará a meta de um novo ciclo civilizatório, nos parâmetros da paz e da justiça, sem qualificadas palavras – a palavra tem força própria, capaz de alimentar entendimentos e gerar lucidez. A palavra pode ser usada para construir, mas também é capaz de provocar destruições incalculáveis. Há o risco de se usar a palavra para semear caos na sociedade, equivocada aposta na tentativa de promover um ciclo novo. Os cristãos sabem que essa não é a direção a ser seguida. A encarnação do Verbo, Jesus Cristo – “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” – é a mais genuína prova da força criadora e redentora da palavra. Assim, tudo que é dito precisa ser igualmente instrumento de criação, recriação e redenção. É verdade que a palavra pode gerar destruição, mas o seu propósito deve sempre ser a promoção do entendimento, do diálogo, da reconciliação, com a superação de barreiras e distâncias.

         Falar não é somente a capacidade de produzir sons guturais, mas ato de criação e recriação, gesto de redenção. Um exercício moralmente responsável e cidadão de se expressar. A falta de consciência sobre a própria responsabilidade a respeito do que é dito, aliada às facilidades para se expressar no mundo contemporâneo, conduz indivíduos à banalização das palavras, o que alavanca o mal. As consequências podem ser irreversíveis. Por isso mesmo, torna-se urgente investir para que a formulação de juízos seja sempre atitude responsável. Nesse caminho, cada pessoa também precisa cuidar para que não seja legada gerência a desajustados – gente distante de princípios e valores inegociáveis. Reconhecendo essas necessidades, oportuno é dedicar-se a um exercício básico fundamental: aprender a escutar.

         Trata-se de aprendizado desafiador, pois tem como obstáculo uma sociedade barulhenta, incapaz de se silenciar. O silêncio causa especial incômodo, pois remete o ser humano às suas raízes. E contemplar as próprias raízes constitui grande desafio existencial, porque pode revelar limitações pessoais, exigindo novas atitudes, novos entendimentos. Ocorre também o fenômeno de uma preguiça mental e afetiva. Essa preguiça prejudica a capacidade de deixar o próprio lugar para colocar-se na realidade do outro e, assim, escutá-lo qualificadamente. Perde-se a oportunidade de se deixar tocar-se por clamores e apelos, de se viver novos aprendizados, pois há incapacidade para sair do próprio domínio. Deixa-se de “untar as engrenagens” do diálogo, ponte para entendimentos, de relacionamentos maduros, lúcidos, fecundados por princípios inegociáveis e determinantes na construção da vida.

         A sociedade carece sempre do melhor juízo, que não pode ser confundido com simples opinião formulada. O melhor juízo demanda competência humana e espiritual, saber escutar para adequadamente articular as experiencias e os recursos intelectuais com a realidade. Essa articulação qualificada, em um processo de discernimento, leva a escolhas quem contribuem para que sejam alcançadas metas humanitárias, com força para reverter cenários na contramão da vida. Todos, sem exceção, são desafiados à construção do melhor juízo, que exige de cada um mais investimento na arte de escutar. A gravidade do atual momento não dispensa falas e opiniões que busquem soluções, mas indispensável é praticar, com gosto, o exercício da escuta. Deus fala a quem se silencia e busca escutá-lo.

         A qualificada escuta garante ao ouvinte a capacidade para se deslocar na direção do outro e de realidades complexas que paginam a vida contemporânea, uma experiência humana e espiritual. Sem esse exercício, não se consegue opinar acertadamente: poderá deixar de dizer o que é preciso, ou estar privado dos entendimentos indispensáveis para contribuir com a construção de um tempo novo, pelo exercício indispensável do diálogo. Este mundo contemporâneo, enlouquecido, incapaz de dar conta de si mesmo e distante da razão, precisa investir na escuta para melhorar juízos.  Recordando São João Paulo II, na sua carta encíclica Fé e razão, os cristãos, em diálogo com os outros cidadãos, são exigidos a agir e a caminhar conduzidos por estas duas “asas” – fé e razão – pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. São João Paulo II completa sublinhando que ‘foi Deus quem colocou no coração humano o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio’. A escuta que leva ao conhecimento de Deus e do próprio ser humano qualifica os juízos, fazendo com que se tornem trilhos sobre os quais a vida encontra adequada direção.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 326,68% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,10%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS CAMINHOS ILUMINADOS DO MÉTODO, LÓGICA E VERDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA VONTADE, CORAGEM E CRIATIVIDADE NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Método e lógica: o caminho da observação

        Uma cliente de mentoria me perguntou sobre como poderia saber da veracidade das informações que recebe. Sua pergunta era: será que tudo isso que dizem das vacinas e da pandemia é verdade? Neste cenário em que todo mundo diz tudo e opiniões se sobrepõem por meio de mensagens falsas, temos um grande desafio. Se todas as opiniões estão poluídas por visões e interesses políticos e econômicos, como avaliar? Na base de sua dúvida está a falta de método. Simples assim!

           Se o caminho (o método) para a verificação de uma informação fosse uma pesquisa em fontes confiáveis ou a busca por evidências, ou confrontar pesquisas, ou ainda a leitura de textos de outros autores, muitas dúvidas já seriam eliminadas. Ah, mas eu me esqueci do mais importante: pesquisar dá trabalho! E muito!

         Com a disseminação de informações – não de conhecimentos – pelas ferramentas de mídia, todos produzem opiniões disfarçadas de ciência. Aliás, o método que usam é eficaz, pois fragiliza os pesquisadores e a ciência. Usando algoritmos, tendências e perfis, as mensagens são encaminhadas de forma sutil. Uma informação aqui é repetida ali, repassada acolá, vista ali e aqui, e resultado: “viralizou”! Essas ferramentas usam estratégias para repassar ideias sem métodos.

         Seja na busca por conhecimentos ou por melhores resultados nas ações, o método está no centro desta conversa. Estudantes e profissionais me procuram querendo obter melhores resultados em seus estudos ou na atuação profissional. Uma conversa dessas, você, caro leitor, também teve ou já ouviu. A resposta tem um mesmo início: para chegar a bons resultados, você precisa de um método!

         Pode parecer simples, mas nem sempre é tão fácil para a maioria das pessoas. Temos muitos métodos para resolver questões simples e complexas. O caminho que vamos usar para a resolução desses desafios diários pode ser formatado em métodos. O curioso é que esses métodos têm origem no ano 650 a.C. Usamos hoje métodos com base na filosofia antiga desde os pensadores antes de Sócrates, os sofistas, até as inovações do francês René Descartes. O ponto central de tudo é como obter processos que validem os conhecimentos.

         Compreendemos por método científico (“meta”: “através”; e “odos”: “caminho”) o caminho usado por pesquisadores para saber mais de um tema. É um conjunto de regras que possibilitam desenvolver uma experiência e produzir ideias sobre um determinado tema ou para, utilizando um termo de pesquisa, duvidar do que se sabe. O método científico nos ajuda a corrigir hipóteses, teses e sínteses já consolidadas na busca por melhores soluções.

         Na história da humanidade, temos mulheres e homens que buscaram conhecer mais a fundo o mundo. Todos os que obtiveram sucesso contaram com um método; todos estruturaram um processo lógico-racional capaz de duvidar do que se sabia até então. Todas as contribuições com métodos da filosofia aconteceram a partir de uma sequência de operações lógicas que buscam um resultado que possa ser legitimado, analisado e comprovado.

         Da maiêutica de Sócrates à dialética de Platão ou à lógica de Aristóteles, esses pensadores tinham como premissas o entendimento, a observação da realidade e a coesão das ideias envolvidas. O grande marco de virada foi publicado em 1637. O discurso do método de René Descartes demonstrava os passos para se fundamentarem saberes e estruturar a dúvida. Seu método apresentava regras que podem trazer luz ao fortalecimento dessa competência tão importante para a performance, o método e a lógica: regra da evidência, regra da análise, regra da síntese e regra da enumeração.

         É isso, procuramos seguir métodos na vida para errar menos! Pode parecer contraditório, pois, para se produzirem conhecimentos, vai ser necessário se predispor a errar e a tentar novamente. Aliás, tentativa e erro é um tipo de método. Métodos nos ajudam a avançar em nossas entregas. Métodos constroem caminhos que pode ajudar outros a se superarem. Onde não se tem métodos, tem-se achismos, tem-se opiniões particulares sem nenhum compromisso com a verdade ou a busca dela. E você? Quais métodos tem usado? Boas escolhas!”.

(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de abril de 2021, caderno INTERESSA, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, mesma edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Com vontade

        Permito-me reconstruir com algumas palavras mais um texto de Albert Einstein.

                  Não podemos querer que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo, se recusamos o desafio e preferimos o conforto contemplativo. Ou ainda se permanecemos no exercício da crítica sem tomar alguma atitude real. Pior quando distorcemos a verdade, a camuflamos, a subvertemos pelo interesse próprio ou pela vaidade, permanecendo estáticos.

         A crise é a maior bênção que pode acontecer às pessoas e aos países, porque a crise traz desafios e provoca progressos. A criatividade nasce da angústia, assim como o dia nasce da noite escura.

         É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias, é nela que se dão as viagens improváveis, as migrações. A superação dos obstáculos leva a ampliar os limites do ser humano e reorganiza um país, coloca em ordem as prioridades. A crise atiça a coragem, a ousadia. Quem vence a crise derrota as adversidades, se supera sem ter sido superado.

         Quem atribui à crise seus atrasos, fracassos e penúrias violenta seu próprio talento, se rende aos problemas.

         A verdadeira e mais séria crise é o triunfo da incompetência. A mediocridade que se esquece da vontade, da genialidade, da dedicação, da porta aberta que homem algum pode fechar.

         Erra quem pensa que a derrota é inevitável, quem não age com suas virtudes naturais, aquelas que não dependem dos outros e só ele pode determinar: sinceridade, honestidade, ternura, aversão ao prazer efêmero, contentamento com a sua parte e com poucas coisas, benevolência, franqueza, nenhum amor ao supérfluo, desprendimento do insignificante, magnanimidade, compaixão, firmeza, moderação, humildade.

         O inconveniente das pessoas e dos países é a dificuldade para encontrar a saída e as soluções. Sem crise não há desafios; sem desafios a vida é uma monótona rotina, uma lenta agonia, um morno aproximar-se ao túmulo sem ter acrescentado qualquer coisa para o bem da humanidade.

         Sem crise não há méritos; sem méritos não há progresso nem avanço real. É na crise que aflora o melhor de cada um, é na superação dos obstáculos que os limites são ampliados, porque sem crise todo vento é uma carícia. Falar de crise é promovê-la, reconhecer-lhe como uma vitoriosa; e calar-se na crise é exaltar o conformismo, subscrever a própria insignificância.

         Em vez disso, trabalhemos duro, incansavelmente, porque dentro de nós há uma divindade, quase sempre ofuscada pelo egoísmo, pelo medo, pela ignorância.

         Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.

         Neste momento, mais que terceirizar responsabilidades, vejamos com franqueza aquilo que, até então, deixamos de fazer, aquilo que podemos fazer.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 326,68% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,10%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.