segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A ÉTICA EMPRESARIAL E A ISO 26000

“Reconciliar a cultura da ética com a cultura do direito

Uma ética que tivesse por ambição apenas despertar alguns sentimentos caritativos e que ignorasse a necessidade de construir um novo estado de direito, um planeta de direito, não teria nenhuma chance de ter influência sobre as forças que escrevem a História. A ética reclama o direito, ela não o substitui e deve até mesmo proclamar sua primazia.

Os direitos devem ser reconhecidos antes de qualquer consideração de eficácia econômica. A competitividade das empresas deve, com efeito, ser enquadrada legalmente, a menos que se permita o aumento das desigualdades na inevitável corrida à licitação social e ambiental: nada mais rentável, para uma empresa, do que explorar gratuitamente o domínio público e abusar dos trabalhadores, concedendo-lhes salários de miséria. Sabe-se que a escravidão é, desse ponto de vista, um excelente sistema, mas que é superado por um outro, típico do Nordeste brasileiro: os latifundiários não assumem nenhum dos encargos necessários à reprodução da força de trabalho que utilizam e aproveitam um trabalho mal remunerado, pago por dia em um contexto de subemprego e, se necessário, vigiado por brigadas patronais à espreita de qualquer tentativa ou de qualquer veleidade de organização sindical. E, acima de todos os sistemas mais ou menos produtivos, há o sistema do assalto puro que, numa situação de inexistência de regras e impunidade, permite aos donos de armas ou chefes de bandos privar qualquer passante, vizinho, vilarejo ou região ou região, de seus ou dos frutos de seu trabalho.

Levantar a questão da competitividade em um mundo desregulado leva ao absurdo social, ambiental e, ainda por cima, pois essa competitividade destrói o capital, promove produções predatórias e, em última análise, impede, impede qualquer perspectiva de desenvolvimento econômico.

A desregulação na economia é o mesmo que o doping no mundo do esporte. O doping é, evidentemente, benéfico para um esportiva cuja esportividade vai-se encontrar, com que por milagre, consideravelmente aumentada. Mas que futuro o aguarda? Que valor pode ter sua vitória? Quanto tempo ele poderá gozar dessa vantagem em um contexto de escalada do doping, que não deixa nunca de acontecer?

Seja como for, é preciso parar de dizer que, numa situação de competição, o interesse individual constrói o interesse geral. O interesse geral deve preexistir e ser reconhecido por todos os competidores antes que os interesses individuais se imponham e se oponham: as regras do jogo antes do jogo.

Deve-se, ao contrário, proclamar a primazia do direito, trabalhar pelo advento de um estado de direito na escala da economia, ou seja, hoje em dia, na escala mundial. Longe de frear o desenvolvimento do mundo e dos diferentes e dos diferentes continentes, o estado de direito constitui um quadro necessário a qualquer processo de desenvolvimento e um ponto de partida para qualquer tentativa de relançamento das economias regionais.

Tornar indiscutíveis os direitos fundamentais (os direitos humanos, mas também os direitos ambientais, sociais e culturais), fazem com que as declarações sobre o tema, a começar pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, deixem de ser exercícios declamatórios sem conseqüências, lutar contra os territórios à margem da lei (paraísos fiscais ou zonas de tolerância em matéria de experimentação científica, por exemplo) são imperativos que devem levar os governos a definir normas, a produzir direito nacional e os meios para fazer com que seja respeitado.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORDEUIL, in Economia cidadã:alternativas ao neoliberalismo; tradução de Patrícia Chittoni Ramos. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, páginas 156 e 157).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Minas Gerais (ADCE-MG), que merece INTEGRAL transcrição:

“Ética empresarial


Depois de ser responsabilizada pela morte de 11 pessoas, amargar um prejuízo estimado em mais de US$ 20 bilhões, ver o valor das suas ações cair pela metade e sofrer danos quase irreparáveis à sua imagem, a British Petroleum (BP), empresa inglesa responsável pelo maior vazamento de óleo da história americana em abril do ano passado, no Golfo do México, promete fazer tudo diferente de agora em diante. O novo presidente da empresa, Robert Dudley, que assumiu no lugar do anterior, que não resistiu às repercussões negativas do acidente, faz uma mea-culpa admitindo os erros cometidos: os funcionários da BP não estavam suficientemente capacitados, não havia um plano para o gerenciamento de crises do gênero e não havia tecnologia disponível para enfrentar imprevistos, ou seja, a ânsia pela produção e pelo lucro se sobrepunha a tudo.

Episódios como este sempre trazem lições importantes e a maior delas é a de que a forma mais eficaz de evitá-los é a prática da responsabilidade verdadeira, o que, certamente, faltou à British, como também faltou às autoridades envolvidas na recente tragédia ocorrida na Região Serrana do Rio, que deixou quase 1 mil mortos, ou ainda, no caso da Enron, empresa de energia americana que faturava mais de US$ 100 bilhões antes de falir em 2001 depois de flagrada em fraudes contábeis e fiscais que encobriam um rombo de US$ 13 bilhões, arrastando para o buraco a conivente Arthur Andersen, uma das maiores empresas de auditoria do mundo. A boa notícia é a de que há luz no fim do túnel: o tema responsabilidade social está avançando e acaba de ganhar um aliado de peso – a ISO 26000, norma internacional cujo objetivo é estabelecer recomendações de práticas social e ambientalmente responsáveis para empresas, associações, instituições governamentais e não governamentais.

No longo trabalho que culminou com a criação da ISO 26000, o Brasil teve papel de destaque. Em 2005m o Conselho Mundial da ISO, entidade internacional que redige e edita normas, constituiu um grupo de trabalho reunindo mais de 600 especialistas de cerca de 100 países, e confiou a presidência deste comitê ao engenheiro brasileiro Jorge Cajazeira, profissional experiente nesta área por sua participação anterior na construção da norma ISO 14001, voltada para a gestão ambiental. Depois de cinco anos de intensos trabalhos e de discussões acirradas entre as delegações dos diversos países em função de interesses econômicos e das diferenças culturais, a redação da nova norma foi concluída em meados do ano passado e o lançamento mundial ocorreu em novembro. No Brasil, foi lançada na virada do ano.

O que se espera é que a ISO 26000 ajude a construir uma nova relação entre as organizações públicas e privadas e a sociedade, contribuindo para a construção de um mundo socialmente mais justo e sustentável. Estes são, igualmente, os objetivos da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), que, no plano mundial, é representada pela União Internacional Cristã (Uniapac), entidade fundada por empresários católicos na Europa em 1931, e que, portanto, está completando 80 anos de existência. A Uniapac se inspira na encíclica Rerum novarum (Das coisas novas), de 1891, com a qual o papa Leão XIII inaugurou a história da Doutrina Social da Igreja e, corajosamente, denunciou as falhas dos sistemas econômicos que se implantavam no mundo: o capitalismo, que prometia liberdade, mas se revelava extremamente injusto ao submeter homens e mulheres a condições vergonhosas de trabalho; e o marxismo, que se apresentava como a solução das injustiças do capitalismo, mas, por meio da ilusória proposta da sociedade igualitária, subtraía do homem o mais precioso dos seus direitos – a liberdade.

Mais de um século depois, a ISO 26000 nasce para ajudar a corrigir distorções na relação das empresas com a sociedade, nos aspectos social, ambiental e econômico. Pela importância do tema, no almoço mensal que a ADCE realiza em parceira com a Fiemg, o palestrantes convidado neste mês foi exatamente o engenheiro Jorge Cajazeira, um dos idealizadores da ISO 26000. No encontro de trabalho, os empresários mineiros tiveram a oportunidade de conhecer, discutir a nova norma e, também, constatar a importância da responsabilidade social no mundo contemporâneo e para o ambiente de negócios no Brasil. É uma demanda inexorável dos tempos modernos, que veio para ficar e traz ameaças e oportunidades para as empresas. É preciso saber discernir, como aliás, alerta o presidente da British Petroleum, pois de nada adianta ficar repetindo que uma empresa é socialmente responsável, pois é imperativo mostrar esse comportamento de fato, na prática cotidiana. É neste nível que a ADCE trabalha, educando os dirigentes para valores, conscientizando os executivos de que as empresas devem, primeiro, atender o ser humano e depois o lucro. A ISO 26000 é apenas um guia, mas o fundamental é a mudança de atitude, de filosofia de gestão e na forma de se fazer negócios e de se relacionar com o mundo. É como diz um velho ditado: à mulher de César não basta ser honesta; é preciso parecer honesta. No caso da responsabilidade social empresarial, é o inverso: não basta apenas dizer e fazer marketing; é preciso ser.”

Eis, pois, mais páginas que CLAMAM por ÉTICA, INTEGRIDADE e expressa RESPONSABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL e ECONÔMICA que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A GESTÃO DAS PESSOAS E A EXCELÊNCIA

“[...] Cultura e Ética

Quando tratamos a SMS (abreviatura utilizada no livro para: gestão da qualidade, segurança, meio ambiente e segurança), não é incomum ouvir-se de funcionários que a importância que a “empresa” dá a SMS é apenas discurso – na prática, “a empresa” na verdade não “queria”! Tudo não passava de fachada...

A questão que se coloca aqui é: pessoa jurídica “quer”? Consciência ética pode ser atribuída a uma organização? Naturalmente que não. Apenas pessoas podem deixar de ser éticas, pelas seguintes razões: a ética é a teoria geral, que busca contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral. A ética trata de definir o que é bom genericamente. É apenas no comportamento moral que a ética pode ganhar concretude prática. O problema do que fazer em cada situação é um problema prático-moral, e não teórico-ético. E empresa, portanto, só pode ser ética se as pessoas que dela fazem parte se comportarem de acordo com princípios éticos. E mais: a ética existe porque existe conflito – conflito de interesses, conflito de objetivos, que precisam ser redimidos. Quando pensamos em SMS, temos que levar em consideração fatores da seguinte natureza: os recursos são escassos. É ético investir na proteção ao meio ambiente. Mas o excesso desses investimentos pode roubar da empresa capacidade de investir na ampliação da produção e na geração de empregos. Ou de competir e garantir a sua sobrevivência. O que é mais ético? Investir em proteção ao meio ambiente ou gerar emprego numa sociedade pobre e desigual? A solução ética, muitas vezes, está no equilíbrio, e não em decisões simples e absolutas. Quanto maior a eficácia dos investimentos em meio ambiente, ou seja, quanto mais os empregados colaborarem em tornar eficazes esses investimentos, maiores os recursos liberados para outras ações.

No entanto, não se pode julgar em termos éticos pessoas sem autonomia, e o núcleo da autonomia envolve quatro dimensões: a da liberdade, a da responsabilidade, a da vontade e a da consciência. Para que uma “empresa” possa ser ética, é necessário garantir aos empregados as precondições necessárias à ação ética.

Em latim, o termo “bônus” referia-se, ao mesmo tempo, ao homem bom e ao guerreiro. Ser bom não é ser manso. Ser bom é lançar-se à ação, como um guerreiro, que luta pelo que acredita. A verdadeira bondade está naquele que é dotado de vontade de potência – potência transformadora do mundo. Quando transferimos responsabilidades para os outros, abrimos mão de cultivar, em nós mesmos, este espírito guerreiro que é ao mesmo tempo motivador e libertador. A passividade é uma forma de servidão. O guerreiro pode ser tranqüilo, pode ser calmo, mas não pode se omitir. A omissão do guerreiro pode condenar a sua comunidade à morte. O preço da liberdade, da justiça, da cidadania, da segurança, da ordem social produtiva e positiva é o trabalho constante, a eterna vigilância, de cada homem bom. Cada vez que abrimos mão de nossas batalhas, em nome do comodismo, em nome da hierarquia, em nome “da garantia de emprego”, nos vendemos de alguma forma, e nos tornamos mais fracos e inseguros.

A discussão da busca pela excelência é central para várias correntes filosóficas e religiosas. Todas tendem, de alguma forma, para a idéia de que o bem depende do desenvolvimento da consciência de todos, e só da consciência ele emana. Todos nós, portanto, temos o papel de cultivar esta consciência em nós mesmos e na coletividade, abrindo mão de nossos desejos egoístas em nome de uma postura ética. A ação ética não é uma coisa abstrata. É uma forma de ação sobre o mundo, sobre os outros, uma ação cujo núcleo está na capacidade de renúncia: eu sou ético quando renuncio à preguiça, quanto renuncio ao medo, à acomodação, a colocar o meu prazer acima do respeito e da valorização do outro e dos meus princípios, e coisas desta natureza. Neste sentido, a participação na construção de uma cultura de SMS é uma forma de despertar o guerreiro. É lançar-se ao bom combate, sabendo que, ao fazê-lo, está salvando vidas, o meio ambiente, valorizando seus colegas etc. Não há “empresa” ética. A “empresa” é uma pessoa jurídica. Não tem caráter, personalidade ou consciência. Quando falamos em empresa ética na realidade estamos falando em coletividade de empregados éticos. Só seres dotados de consciência e razão podem ser ou deixar de ser éticos. A ética é uma escolha da consciência. É uma disciplina (ver nosso conceito de disciplina no Capítulo 3). E é também uma forma de solidariedade, pois o sujeito ético auxilia aos outros na sua libertação.

É possível transmitir a cultura da excelência para familiares, vizinhos e outras comunidades. Isso é uma missão das empresas e seus funcionários. O número de crianças que se ferem em acidentes domésticos é enorme. O número de jovens que morrem desnecessariamente por causa de acidentes também. Quem é responsável por isso, senão os adultos da sociedade? Durante muitos anos, no Brasil e no mundo, tivemos medo de falar em ética, em responsabilidade e em consciência. Tivemos medo de assumir uma postura educadora por medo de parecermos caretas, mas hoje isso vem mudando. Isso é cidadania: acreditar-se responsável pelo pleno desenvolvimento da república, entendido no seu sentido mais nobre de “coisa pública”, res publica. [...].”
(CARMEN MIGUELES, in Criando o hábito da excelência: compreendendo a força da cultura na formação da excelência em SMS/Carmen Pires Migueles, João Ricardo Barusso Lafraia e Gustavo Costa de Souza. – Rio de Janeiro: Qualitymark Edit., 2006: Petrobras 2006, páginas 33 e 34).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de fevereiro de 2011, Caderno MEGACLASSIFICADOSTRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, Coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de MARTA DEMATTOS, Professora do Ibmec, que merece INTEGRAL transcrição:

“Os desafios da gestão de pessoas

Como lidar com as frustrações de uma meta não alcançada ou de uma promoção não obtida? Essa questão representa um dos inúmeros desafios que envolvem o processo de gerir pessoas. Em uma situação de intensas mudanças, elevadas exigências, excesso de demandas, os gestores têm que encontrar tempo para permanecer próximos de suas equipes, dar atenção a quem trabalho com eles, cuidar de quem eles lideram, mantendo-se, ainda, como legítimos representantes de suas empresas.

Isso significa lidar com um dos maiores desafios da gestão de pessoas: conciliar os interesses da organização com os interesses individuais, que são diversos, porque as pessoas são diferentes e, naturalmente, têm desejos e expectativas singulares. Sendo assim, um dos primeiros movimentos que o gestor deve fazer no sentido de enfrentar os desafios de gerir pessoas é ouvir as necessidades de cada um.

Ao compreender o que cada indivíduo precisa e oferecer a ele o que é possível de forma alinhada com as necessidades da empresa, o gestor obtém o real comprometimento do colaborador. E para vencer os desafios da gestão de pessoas é preciso ter os funcionários ao lado e não atuando contra. Para ter as pessoas jogando no time é preciso conceder autonomia para que elas façam o seu trabalho. A autonomia é uma das bases da motivação. Afinal, não é isso que todo gestor quer: pessoas motivadas para melhorar os resultados do negócio?

Além de autonomia, as pessoas têm que ser desafiadas a alcançar a excelência. E para isso é preciso oferecer a elas tarefas nem tão fáceis, nem tão difíceis. Ou seja, as atividades atribuídas a cada um devem ser na medida da capacidade que a pessoa tem: não pode ser tão simples a ponto de não desafiar em nada quem vai executá-la, mas também não pode ser tão complexa a ponto de frustrar o profissional que não terá condição de realizá-la. Além disso, é preciso considerar as preferências e aptidões de cada um, o que permitirá o maior empenho na realização da tarefa. Quando fazemos algo de que gostamos muito, dentro das capacidades que temos, atingimos um estágio de prazer em que não se vê o tempo passar e a entrega é total.

Ainda considerando a motivação das pessoas, um dos maiores desafios é oferecer um significado para o trabalho. Os profissionais devem perceber que eles realizam mais do que uma tarefa, eles têm que alcançar a compreensão da obra como um todo. Os seres humanos, em geral, estão em busca de propósito – uma causa maior e mais duradoura do que eles mesmos. Nesse ponto o gestor tem um papel fundamental. Ele tem que comunicar de forma eficiente o sentido do trabalho, ampliando o entendimento sobre o negócio da empresa, sua missão, sua visão e seus objetivos estratégicos, e também deixar claras as expectativas sobre o desempenho e o resultado esperado de cada um. Só assim as pessoas vão compreender a verdadeira razão de realizar um determinado trabalho. Isso cria mais sentido para a vida profissional.

Evidente que existem muitos outros desafios para gerir pessoas. Este texto apresenta o caminho inicial para aprimorar essa gestão e criar um melhor ambiente de trabalho, que ainda necessita considerar o estabelecimento de relações de confiança, a administração dos conflitos, a oferta de feedbacks constantes e a manutenção de um clima agradável e de bom humor.

Por fim, um recado para os gestores: não se esqueçam de contar verdadeiramente com as pessoas. Você não está sozinho. Divida mais, amplie a participação das pessoas nas decisões, ouça mais quem trabalha com você, busque ajuda, atribua mais responsabilidades, chame as pessoas para gerenciar junto com você. Você poderá se surpreender com os resultados e viver dias melhores nessa desafiante jornada de gerir pessoas.”

Eis, pois, mais RICAS páginas contendo DENSAS e QUALIFICADAS ponderações e REFLEXÕES das quais o nosso PAÍS anda SEDENTO... e que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E A POBREZA

“Educação e pobreza

Vai na direção correta o primeiro discurso da presidente Dilma Roussef desde que assumiu o cargo. Quinta-feira, ela aproveitou a retomada do calendário escolar para restabelecer uma relação esquecida no Brasil: não há ferramenta mais eficaz para o país superar a pobreza do que a EDUCAÇÃO (o grifo é meu). Por isso mesmo, ao lançar o que ela chamou de “slogan de largada” de seu governo, que diz ser “país rico aquele que não tem pobreza”, Dilma acrescentou que “nenhum país poderá se desenvolver sem EDUCAR BEM (o grifo é meu) o seu jovem e capacitá-lo plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento”, disse a presidente. Não faltam dados para confirmar essa realidade, nem mesmo nestes tempos de desemprego baixo e crescimento acelerado da economia. Estudo sobre a evolução do mercado de trabalho nos últimos oito anos, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não deixa a menor dúvida de que a empregabilidade varia na razão direta da escolaridade.

O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho com 11 anos ou mais de estudo atingiu 13,5 milhões em dezembro, representando aumento de quase 60% em relação ao apurado em 2002. Enquanto isso, os ocupados sem instrução ou com menos de um ano de estudo não eram mais do que 352 mil no fim de 2010, revelando um decréscimo de 60% em relação a oito atrás. Especialistas identificam nessa evolução do perfil da massa trabalhadora a influência das modernas tecnologias, sofisticadas e exigentes quanto ao preparo da mão de obra. Observam que o único segmento com menor qualificação é o da construção civil. Nos demais, a especialização ou, pelo menos, a capacidade de lidar com equipamentos avançados e de compreender manuais de operação são exigências cada vez mais incontornáveis. Uma face perversa da incapacidade de milhares de pessoas de atender a essas exigências pode ser observada em trabalho realizado por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos mesmos dados do IBGE.

É que apesar de todos os avanços na economia, a dificuldade de acesso ao emprego tem pesado na manutenção e mesmo no aumento da desigualdade entre os trabalhadores, conforme a renda. Entre 2005 e 2010, enquanto caiu de 2,1% para 0,9% o percentual de desempregados entre os trabalhadores de remuneração mais alta, esse índice entre os mais pobres subiu de 23,1% para 33,3%. Com isso, a participação dos que ganham menos no total de desempregados no país aumentou de 37,4% para 45,2%, no mesmo período. Em vez de dar ouvidos aos que insistem em soluções caridosas para esse quadro de injustiça social e de comprometimento da competitividade brasileira, a presidente acerta ao escolher o caminho da oferta de qualificação. Promete curar o Ministério da Educação dos defeitos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criar escolas técnicas e investir na melhoria da remuneração e na preparação dos professores dos ensinos médio e fundamental. A intenção é ótima. Urgente é torná-la realidade.”
(EDITORIAL do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 8).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo do professor PEDRO FARIA BORGES, autor de GESTÃO ESCOLAR: guia do diretor, entre outros livros, que merece INTEGRAL transcrição:

“Eles não sabem o mal que nos fazem com o bem que nos querem fazer

Se não houver lucidez na definição dos objetivos e na escolha dos caminhos para alcançá-los, a educação de nossos filhos, apesar de todo amor que temos eles, corre o risco de nos reservar surpresas desagradáveis. O amor é fundamental, mas não é suficiente para garantir às pessoas que vivam com dignidade e alegria, neste mundo de tão rápidas transformações, de tão variados apelos e de tantas incertezas.

Embora haja muitas diferenças entre as famílias, é praticamente consensual o que queremos para os nossos filhos: que sejam felizes. O que se quer para os filhos, no entanto, não é a definição mais importante para a educação. Essencial é saber o que queremos de nossos filhos. A felicidade tem mais a ver com a competência deles para serem felizes do que com o nosso desejo de que sejam felizes. Mais do que com as condições externas, a felicidade tem a ver com uma compreensão maior da vida, com uma postura de maturidade e de confiança diante dos problemas, com um sentimento de fraternidade e de cooperação no enfrentamento das dificuldades de cada dia.

Se quisermos que nossos filhos sejam realmente felizes, é preciso gastar tempo na definição correta daquilo que esperamos deles. A felicidade não é gratuita. Principalmente quando entendida como um estado de espírito mais permanente que permite à pessoa ter saúde, ter amigos, ter alegria e ser digna, próspera e socialmente responsável.

A maioria dos filhos reconhece que os pais lhe querem muito bem, mas também sabem o quanto se equivocam em relação ao bem que lhes querem e o quanto isso faz mal a eles. Se entendem, por exemplo, que o bem tem a ver apenas com riqueza, muitos pais se matam de tanto trabalhar e matam nos seus filhos seus melhores sonhos. Se querem fazer do menino um homem realizado ou da menina uma mulher feliz nos padrões ditados pela mídia, correm o risco de serem infelizes, de criar frustrações e de fazer sofrer.

Minha experiência como professor e como pai me diz que o melhor caminho, para garantir a felicidade dos nossos sonhos, está no desenvolvimento de princípios para uma ação pautada por valores. Penso que são dois importantes princípios para a ação: autonomia e competência. Entre os valores que devem nortear as ações humanas, são fundamentais: integridade e responsabilidade social.

Paracelso, nascido em 10 de novembro de 1493, tinha como divisa: Alterius non sit, qui suus esse potest, ou seja, que não pertença a outrem quem pode pertencer a si mesmo. Para muitos educadores, a autonomia é finalidade da educação. Pais, professores devem ser suicidas natos. Devem fazer tudo para que se tornem desnecessários na vida das pessoas. Sem autonomia não há possibilidade de alguém ser feliz. Enquanto não toma posse da própria vida, uma pessoa não pode determinar, com exatidão, seu lugar em relação a seu próximo e à comunidade. Para que se tenha um filho, é necessário permitir que ele vá embora.

A competência é condição necessária para a autonomia. Competência sob todos os aspectos: técnica, pessoal, humana. “Poder fazer” está subordinado ao “saber fazer”. Saber fazer é decorrência de estudo e experimentação. O melhor que podemos fazer pelos nossos filhos é criar, para eles, oportunidades de aprendizagem, isto é, ocasiões em que possam ter vivências significativas e refletir sobre elas. Viver e aprender são palavras quase sinônimas.

A integridade determina, com antecedência, o sucesso da pessoa. Qualquer sucesso, qualquer riqueza, qualquer desenvolvimento que não tenham, na sua origem, a integridade são dignos de desprezo.

Em uma sociedade de “teres humanos”, em que ter é mais importante do que ser, em que o sujeito ama as coisas e usa as pessoas, em que há um vazio moral, levando as pessoas à competição exacerbada, à violência, à exclusão, é difícil avaliar a integridade. Esperteza, malandragem, habilidade para passar os outros para trás, para blefar são as virtudes do nosso tempo. Mas tudo isso aparentemente. O que podemos constatar é que as pessoas íntegras, verdadeiras, honestas são mais felizes e satisfeitas do que aquela que “fazem tudo por dinheiro”. Se você quer paz, se você busca o verdadeiro desenvolvimento, vale a pena ser íntegro.

Ações íntegras nos permitem dormir em paz, são a terra onde estão fincadas as raízes da verdadeira felicidade. Ser íntegro é tão importante quanto proveitoso. Se não houver paz, tranqüilidade, não adiantam o caviar e o vinho caríssimo, o carro do ano e o apartamento de cobertura, a praia e o iate. Foi na encruzilhada do ser e do ter que muitos tomaram o caminho errado. Sendo, é bom ter; ter, no entanto, sem ser é o inferno.

Quanto mais nos importamos com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos automaticamente a um estado de serenidade. Esta é a principal fonte de felicidade. São palavras do Dalai-Lama, mas qualquer pessoa que tenha suas ações orientadas para o bem-comum, que tenha o espírito da responsabilidade social pode afirmar o mesmo. Desmatar, queimar, destruir, poluir, trapacear, fraudar, explorar, podem gerar riqueza pessoal, mas jamais são causa de felicidade.

Definidas as metas, é preciso definir os métodos. Método é uma palavra de origem grega que significa caminho. Entre as metas e métodos deve haver compatibilidade. Os caminhos devem garantir a concretização das metas, para que não haja surpresas quanto aos resultados. Resumidamente, apontamos a seguir alguns caminhos para a educação de nossos filhos.

1 – Cuide primeiro de você. Só quem sabe cuidar de si mesmo é capaz de cuidar bem dos outros. As pessoas não precisam do nosso sacrifício, elas só querem nosso amor.
2 – Seja coerente. Faça o que você diz. Nada é mais perigoso do que um bom discurso acompanhado de um mau exemplo.
3 – Combine e cumpra o combinado. É impossível a convivência sem regras, e não há sentido de haver regras, se não for para serem cumpridas.
4 – Não seja repetitivo. A quem errou basta o castigo de ter errado.
5 – Ajude aos seus filhos a determinarem metas, a terem objetivos claros. “Não há vento a favor para quem não sabe para aonde vai”.
6 - Crie condições em que seus filhos tenham de fazer escolhas.
7 – Não havendo riscos quanto à integridade física, emocional estimule seus filhos a correrem riscos.
8 – Não queira assumir responsabilidades pelas ações dos seus filhos. Isso poderá torná-los irresponsáveis.
9 – Evite comparações. Toda comparação entre pessoas sempre magoa uma delas.
10 – Elogie em público, critique em particular. Seu filho é uma pessoa e merece todo respeito.”

Eis, pois, mais páginas com densa PEDAGOGIA da EDUCAÇÃO que transforma a vida da PÁTRIA – entre muitos BENEFÍCIOS, reduz as DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS e o ABISMO entre os mais RICOS e os mais POBRES; e propicia CAMINHOS que levam à ESSÊNCIA da existência humana – A FELICIDADE... E tudo isso nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, O RESPEITO E O DIÁLOGO NA FAMÍLIA

"Respeito para que?

Atualmente, encontramos um momento político, social e jurídico no qual nos vemos na necessidade de revisitar conceitos e institutos, visto que atingimos a pós-modernidade, mas com os olhares voltados para trás. Lembro-me, ainda na época como acadêmico do curso de graduação em direito, da tão decantada ideia da crise do direito em geral, na acepção de que ele se encontrava totalmente à margem das grandes transformações sociais e tecnológicas do momento, visíveis nos dias de hoje. Portanto, por mais que escute tal assunto há bastante tempo, ele ainda é atualíssimo e, me parece, sem solução. Agora, pouco mais maduro e experiente, entendo que a crise do direito não está adstrita aos mecanismos ou aos afins a que se destina, sendo ocorrência de uma própria crise nas relações intersubjetivas.

Para que haja uma ordem social pacífica e igualitária, não basta instruir um verdadeiro arsenal jurídico positivista no qual se afirmem as diferenças e estabeleçam igualdade material a todos, quando, na verdade, o que bastaria para isso somente o retorno a padrões comportamentais e manifestação de virtudes que há muito deixaram de ser objetivos centrais de qualquer entidade familiar. Hoje, é muito comum alguém elogiado ou diferenciado de outros pelo fato de ser honesto, evidenciando esse adjetivo como uma verdadeira qualidade, quando de fato deveria ser algo inato a qualquer ser humano. E o respeito humano? Para que serve? O respeito é inato ou é algo que se conquista e se perde? Se for conquistado, o que é preciso fazer para obtê-lo?

Em busca de uma resposta a essas indagações, encontrei uma breve lição do padre Antônio Vieira (1608-1693), que diz: “O não ter respeito a alguns, é procurar, com a morte, a universal destruição de todos”. Refletindo sobre esse ensinamento, vejo que a crise das relações humanas, consequentemente a crise do direito, prepassa a total falta de respeito (consideração ou respeito à opinião pública) entre os cidadãos, o que acarreta ingerência, desigualdade, arbitrariedade, abusos, lesão, dano, esperando-se que o Poder Judiciário seja o verdadeiro salvador e mantenedor da ordem pública, uma vez que a partir desse desrespeito surgem os conflitos de interesses, cuja solução é atividade-fim dessa função.

Por sua vez, o Judiciário repleto, atolado, assoberbado de tarefas (infindáveis processos nos quais a sua eclosão se dá pelo desrespeito de alguém em detrimento de outrem), não consegue, obviamente, emitir uma resposta rápida a tais situações, por mais que se clame por celeridade e efetividade. Então, o que fazemos? Passamos a desrespeitar o próprio Judiciário, pois temos o direito de exigir uma atividade jurisdicional célere e efetiva. Essa ótica não se aplica somente ao caso acima narrado, mas também em qualquer outra esfera. Portanto, o respeito serve para que possamos conviver humanisticamente entre nós. É condição essencial para o operador do direito, para o acadêmico de direito, para o cidadão em suas relações sociais. Enfim, o respeito é essencial para a vida harmônica, justa, igual e feliz que todos esperam, mas que se julgam impossíveis, pelo simples desrespeito ao respeito.”
(MARCU ANTÔNIO G. DA SILVA FILHO, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Diálogo entre pais e filhos

A importância da família na educação dos filhos é fundamental. Pesquisa recente realizada na Universidade de San Diego, Califórnia (EUA) confirma, mais uma vez, esse grande impacto positivo. Crianças e adolescentes que têm uma refeição diária ou um momento diário para diálogos e interação familiar amistosa podem ter diminuídas em até 80% a chance de se envolverem em atos de violência, agressões, drogas e prostituição. Isso é fantástico e precisa ser cultivado. A família é o primeiro grupo social da criança e atitudes de carinho, atenção e estimulação sensorial e motora são fundamentais para o desenvolvimento infantil saudável em todos os aspectos: afetivo, psicomotor, sentimentos, comunicação, fala e o cognitivo. É exatamente nessa primeira fase do desenvolvimento infantil até a pré-escola que se processam as maiores e decisivas transformações do cérebro e no comportamento. Grandes traumas ou grandes problemas de saúde podem originar graves problemas na vida adulta. É importante que os pais saibam da importância que eles têm na criação desse repertório comportamental básico dos seus filhos.

Desde o nascimento e certamente por toda a vida, os pais são elementos de suma importância para os filhos: exemplo, compromisso e atenção constante são fundamentais para a formação de qualidade dos filhos. A velha e verdadeira educação de berço ainda é atual e importante. Dessa forma, assumir com responsabilidade e compromisso a educação dos filhos deve ser uma prioridade para os pais. Acho até que deveria existir um pequeno curso para ser pai e ser mãe. Talvez seja essa a nossa tarefa mais complexa na vida – educar bem os nossos filhos! Será que todos os pais estão preparados para essa missão, principalmente na sociedade atual com graves problemas sociais e uma verdadeira revolução nos costumes, valores e atitudes? Consumismo exacerbado, alta competitividade profissional, inclusão cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, luta da mulher pela divisão do trabalho doméstico, revolução tecnológica com tantos atrativos, que podem induzir a equívocos e desvios, a precoce escolarização da criança e as tantas atividades extracurriculares a que são submetidas. É um tema abordado pelos psicólogos mundo afora. Até que ponto o excesso de cobrança da criança, principalmente na pré-escola e escolarização precoce podem afetar negativamente o seu desenvolvimento?

Faz sucesso nos Estados Unidos um importante documentário feito por uma mãe e advogada Vicki Abeles intitulado Race to Nowhere (Corrida para lugar nenhum), que questiona e faz fortes críticas à cultura da “alta performance” que impera nos subúrbios de classe média alta norte-americana. Segundo o trabalho, ao longa das últimas décadas, a corrida da população endinheirada para pôr os seus filhos numa universidade de elite cresceu mais do que a oferta de vagas e o resultado é uma competição acirrada com altas cobranças de excelência em notas e múltiplas atividades extracurriculares para entrar por exemplo em Harvard. Ela chama a atenção para os riscos de doenças psicossomáticas, evasão escolar, envolvimento com drogas, agressões, depressão e até suicídio. Com certeza, é um importante alerta para todos os pais e, embora seja uma realidade nos EUA, sentimos que essa tendência de “alta performance” existe também no Brasil e no mundo todo, principalmente a precoce escolarização e múltiplas atividades extracurriculares. Diante de tantas cobranças, ainda há espaço para as crianças brincarem livremente? Será que não estamos impondo uma agenda muito apertada aos nossos filhos e que essa escolarização precoce também não “esconderia” certo comodismo dos pais ao transferir a responsabilidade da educação dos filhos à escola? Uma excelente reflexão para esse início de ano letivo. Educação de qualidade na família e na escola, mas dentro dos limites.”

Eis, mais OPORTUNAS e PEDAGÓGICAS ponderações e REFLEXÕES acerca da implantação DEFINITIVA em nosso PAÍS de uma EDUCAÇÃO que leve à CULTURA da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, da MODERAÇÃO, do RESPEITO MÚTUO, da FRATERNIDADE e,sobretudo, da ÉTICA em TODAS as nossa RELAÇÕES...

E tudo isso é que nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A MEDICINA E O TRIBUTO À CRIANÇA

BILAC AOS ESTUDANTES DA FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO PAULO


“[...] Falo-vos, como poeta, e como velho e impenitente estudante. Como poetas, e como futuros médicos, meus jovens irmãos, amai o Brasil, e daí assistência à pátria enferma!

Conheceis, ou conhecereis, entre os casos clínicos, que vistes ou vereis, uma das mais terríveis desgraças do organismo humano, a mais cruel, talvez, de todas as misérias físicas. Um leve endurecimento, a princípio, e uma ligeira corrosão na pele ou na mucosa; em seguida, o alargamento e a penetração do núcleo destruidor; o tumor lançando raízes envenenadoras, polvo hediondo, dilatando e aferrando os seus tentáculos vorazes, mordendo e triturando os tegumentos, roendo e comendo os tecidos; e a marcha fatal e implacável da ruína, desfazendo as carnes em sânie; e o mal sem cura infiltrando-se em todo o corpo; e o visual letal intoxicando todo o sangue, mirrando e extinguindo a força; e, enfim, o marasmo, a agonia e a morte. É o cancro.

Ora, este flagelo do organismo físico existe também no organismo social. As sociedades, como os indivíduos, são às vezes devastadas por essa mesma doença, de sintomas idênticos, de marcha igualmente assustadora, de conseqüências igualmente funestas. É a mesma voracidade, o mesmo enraizamento, a mesma infecção, a mesma discrasia, o mesmo depauperamento, a mesma destruição. Este carcinoma da estrutura moral é a indiferença; e os seus tentáculos ferozes insinuando-se, verrumando, terebrando, infeccionando, ressumando uma baba viscosa, e mortífera, desagregando e devorando a presa, são a fraqueza da alma, o desânimo, o egoísmo, a autolatria, o amor exagerado do luxo e do dinheiro, a falta de patriotismo e o aniquilamento do caráter próprio pelo desdém dos interesses sagrados da comunhão.

Alguns sintomas deste morbo ignóbil já se manifesta em várias zonas do grande corpo brasileiro. Se, em dois ou três Estados da União, o trabalho, a instrução e o ideal ainda reagem e vencem, esses mesmos Estados devem ser os mais interessados no perigo, e devem ser os primeiros defensores da federação em perigo. Sabeis que a manifestação cancerosa nunca terá efeitos desastrosos locais, uma vez que o vírus, veiculado pelo sangue, fatalmente se espalha e irriga e contamina toda a economia vital.

Lutemos todos! Reajamos e trabalhemos todos! Se para o carcinoma físico ainda não se descobriu, apesar do paciente labor e da heróica tenacidade dos sábios, um remédio seguro, para o outro, moral e social, existe e sempre existiu o específico infalível, o antídoto facial, ao alcance de todos, a um tempo profilático e regenerador, preventivo e curativo: a crença individual, o entusiasmo pessoal, a coragem cívica, que é a salvaguarda da coletividade, a manutenção e a grandeza da pátria.

Para combater e prevenir a diátese cancerosa física, vai certamente aparecer um salvador amanhã; e esse talvez seja um de vós, quem sabe? Porque é possível que, entre vós, estudantes de Medicina, já exista, em gérmen, um Jenner, um Pasteur, um Chagas. Mas, para debelar a diátese, que ameaça a nacionalidade brasileira, cada um de vós já é um médico perfeito, um inventor benéfico, um salvador providencial.

Concito-vos, como já concitei os vossos irmãos da Faculdade de Direito, e como concito todas as almas do Brasil, para a campanha do entusiasmo e da fé.

Cultivais, desenvolvei, acendrai o vosso patriotismo! E pregai o patriotismo aqui, e lá fora, nas bancadas das aulas, nos laboratórios, nas salas do hospital, nas ruas, nos lares em que nascestes e em que vos educastes, nos lares novos que construireis e em que o vosso afeto frutificará em novos brasileiros!

Futuros médicos para os corpos, sede médicos também para as almas, para a grande alma do Brasil! O Brasil carece de uma nova terapêutica moral e de uma nova cirurgia audaz...

Deus abençoe a vossa bondade e a vossa energia!”
(OLAVO BILAC, in Últimas Conferências e Discursos. – Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1924, página 123).

Mais uma IMPORTANTE, CÍVICA e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ELINE RENNÓ, Coordenadora da pós-graduação em psicoterapia de família e casal da PUC-Minas, que merece INTEGRAL transcrição:

“Tributo à criança

Toda criança nasce com uma reserva de confiança básica, o que lhe permite o direito de prestar lealdade ao adulto, inclusive aos seus caprichos mais perversos. A lealdade da criança é “invisível” e, às vezes, “cindida” (B. Nagi, 1973), quando as exigências de um de seus pais são maiores, custando-lhe sacrifícios pessoais e danos emocionais à sua existência. Como qualquer ser humano, na busca de padrões de justiça e fidelidade, a criança que sofre explorações em sua vida, uma vez adulta, tende a passar para a geração seguinte os débitos e os créditos desbalanceados da sua geração, somados aos das gerações anteriores à sua. Caso o balanceamento contábil não seja feito em cada geração, a reserva de confiança se esgota e a esperança tende ao declínio. O “livro ético”, que não está escrito e sim vivido por meio das relações familiares, revela a dinâmica de um grupo familiar, de uma cultura, de uma sociedade, no tempo e na história. O mesmo raciocínio se aplica às relações políticas, econômicas e sociais. A contabilidade de cada nação precisa estar em dia. Pela esperança.

Os crimes de exploração e abusos cometidos contra a criança por seus próprios pais e parentes, por educadores e cuidadores instititucionais que não conseguem equilibrar os padrões herdados das gerações anteriores são alarmantes e frequentes, aumentando o número de processos jurídicos, como o absurdo da alienação parental. O controle do mundo infantil pelo adulto se deve à ênfase sobre a racionalidade que mistificou e suprimiu um aspecto importante da vida nesta fase: o caráter fluido, ambíguo, contraditório e caótico da criança. Benjamin (1984) reafirma sempre a noção de especificidade da vida infantil e juvenil, que não representa uma miniatura do mundo adulto. Para ele, o ser humano de pouca idade constrói seu próprio universo, incluindo lances de pureza e ingenuidade, agressividade, resistência e perversidade. Segundo Benjamin, a criança não pensa de forma cartesiana, ela usa o “método do desvio”: seu pensamento vai, para, espera, toma fôlego, vai de novo. Não que a criança seja soberana, ou solitária. Seu comportamento é função de luta de classes, suas atitudes se enraízam em contextos coletivos histórico-sociais. Para o autor, as crianças “fazem a história a partir do lixo da história” e se aproximam dos “inúteis”, dos “inadaptados” e dos “marginalizados” (Benjamin, 1984).

Quando uma criança faz e refaz um movimento com o seu corpo, ela se impressiona consigo mesma e impressiona o outro, reinventa seu corpo e a si mesma. Congrega, nesse instante suspenso, em simultaneidade, passado e presente, encarnando o seu tempo de infância. Na repetição dos gestos, dos saltos, a criança atualiza seu presente e permite um momento de redenção do adulto, no “tempo denso” que rompe o continuum da história homogênea. Se a criança é capaz de narrar histórias a partir de seus movimentos, metodologicamente se põe a questão para pensar as histórias que estão sendo narradas pelas suas impressões corporificadas. As impressões e expressões corporificadas das crianças são, portanto, figuras de narração (Rennó, 2001). Se considerarmos o adulto como o insípido e o incapaz de fazer cumprir os sonhos, as expectativas da infância, sua provável redenção, ou salvação, poderá estar no olhar atento sobre a narrativa da criança? Se considerarmos o adulto como o desmemoriado, dois caminhos serão possíveis para refrescar-lhe a memória: ou ele se entrega à busca de sua origem pessoal, atravancada a objetos e pessoas, rendendo-se ao culto individual; ou ele se entrega a um trabalho coletivo para buscar novas formas de estabelecer relações com a infância, alcançando sua própria redenção.

Entre as tarefas possíveis, para um trabalho coletivo de ecologia social e mental, estão novas formas de conceber as relações com a infância. É preciso tomar consciência de que é necessário mudar o estado de coisas atual, modificando a programação dos espaços construídos, em razão das transformações institucionais e funcionais que o futuro reserva à criança (Guattari, 1992). Para um “olhar depurado”, a relação com o tempo, com os elementos, com as formas vivas ou inanimadas, a morte, o desejo são novos, inesperados, miraculosos. Cabe a nós reengendrar essa “subjetividade em estado nascente” por meio da restauração de uma “cidade subjetiva” que engaja os níveis mais singulares da pessoa com os níveis coletivos. Trata-se do porvir do planeta e da biosfera (Guattari, 1992).

Como depurar o olhar, como restaurar a cidade subjetiva, como alcançar a redenção do adulto para que ele restabeleça novas relações com a criança? As recomendações teórico-metodológicas contemporâneas da terapia de família sustentadas pela epistemologia sistêmico-cibernética apontam para a necessidade de outras tarefas do psicólogo no exercício intersubjetivo da clínica com a família, como também em sistemas amplos e complexos, aqueles que entrelaçam a vida das pessoas, tais como as organizações, a escola, as instituições, o Estado. Ao se perguntar sobre o significado dos comportamentos dos adultos, no salto flutuante que muda a concepção, a ideia sobre o que é justiça, fidelidade e lealdade, visando à organização de novas experiências, por meio da narrativa da criança e do adulto, é possível reconstruir esse significado, renovando a confiança e a esperança de uma família, de uma sociedade, de um país.”

Como conclama o poeta BILAC: “... amai o Brasil, e dai assistência à pátria enferma!”...

E ainda ampliando ou contextualizando seus “casos clínicos”, o CARCINOMA DA ESTRUTURA MORAL continua a INDIFERENÇA, principalmente a resistência em se ter a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA da ação de GOVERNO; e outros TENTÁCULOS FEROZES... são a VIOLÊNCIA e a CRIMINALIDADE, o ABISMO cada vez maior entre os mais RICOS e os mais POBRES, as DOENÇAS, o ANALFABETISMO, a INFLAÇÃO, a CORRUPÇÃO, o DESPERDÍCIO, a DÍVIDA PÚBLICA, a INFIDELIDADE PARTIDÁRIA, o ABUSO DO PODER ECONÔMICO, chagas como o CORONELISMO, o PATRIMONIALISMO, o ASSISTENCIALISMO, o CLIENTELISMO, o PATERNALISMO, o CORPORATIVISMO, o desapreço pelas POLÍTICAS PÚBLICAS...

Porém, NADA, absolutamente NADA arrefece nosso ÂNIMO, e mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A LEITURA DAS LEIS E A DEMOCRACIA

“Solidez da democracia

A Nação aguarda, ansiosa, o momento de experimentar nas urnas a solidez da democracia brasileira, que atingiu ao ponto crítico no seu processo de adaptação às novas formas de vida da civilização de nossos dias. Procura-se, por toda parte, fortalecer o Poder do Estado, ampliando as suas funções, extendendo a sua ação direta e reconciliando-o com o povo. Reorganiza-se e renova-se, assim, o regime democrático para ajustar o Estado às novas condições de vida social e econômica, e tornar mais eficiente o seu aparelhamento administrativo.

Atravessamos, é verdade, um momento histórico de importantes repercussões, resultante de rápida e violenta mutação de valores. Caminhamos para um futuro diverso de quanto conhecíamos em matéria de organização econômica, social e política e sentimos um notório declínio de velhos sistemas e antiquadas fórmulas. Com este espírito não teremos, porém, uma verdadeira democracia nas instituições políticas se ela não ocupar lugar de destaque na estrutura social, para o que torna-se necessário um esforço imenso e constante de educação popular, que desperte no povo a consciência de suas necessidades, e oriente-lhe a vontade neste mesmo sentido.

`Pouco sensível às abstrações, verdade é que o povo não crê na palavra que prometa eliminar da noite para o dia todos os flagelos, e esta palavra não exercida com os perigosos métodos da demagogia, dirá, simplesmente, que só devemos acreditar nos milagres do trabalho e nas conquistas sociais consagradas na Constituição, valores estes inseparáveis das sociedades humanas que pretendem subsistir.

Nas marcas características desta formação democrática e de nossas efetivas tendências patrióticas, temos é que louvar o empenho de todos posto no abandono das velhas maquinações eleitorais, montadas com o indevido emprego das seduções e recursos do poder público. Sendo assim e afim de assegurar a nossa solidez democrática, tudo devemos fazer para que maneira alguma o exercício de nossas prerrogativas fundamentais possa comprometer a união cívica e moral, que tanto importa resguardar em face dos desacertos que andam por aí sufocando o espírito público. A democracia, com seu incomparável poder de renovação, rompe o isolamento social do homem e se sustenta no princípio da solidariedade, que as transformações da vida econômica vem impondo aos povos, para preservar a supremacia das forças espirituais e nos conduzir aos nossos ideais de felicidade e grandeza.”
(PAULO EMÍLIO NELSON DE SENNA, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de EDÉSIO FERNANDES, Jurista e Urbanista, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:


“Leitura das leis


No país onde todos se referem a tudo o que é bom como “legal”, não causa surpresa a notícia de que uma das principais respostas das autoridades federais aos trágicos acontecimentos resultantes das chuvas é a de propor a aprovação de uma nova lei federal. Trata-se de mais um capítulo na tradição legalista do país, no qual quase todos apostam no poder messiânico de transformação das leis, sem compreender criticamente como, diretamente ou por falta de aplicação das leis progressistas, a ordem jurídica elitista e burocrática – de longe de resolver problemas e conflitos – tem historicamente criado muitos dos problemas sociais e processos de ilegalidade urbana.

Embora certamente existam áreas de risco onde condições intrínsecas de diversas ordens fazem com essas áreas sejam totalmente incompatíveis com a ocupação humana, o fato é que talvez na maioria das situações existe um equilíbrio possível entre preservação ambiental e ocupação humana, sendo que os problemas causados pelas fortes chuvas e outros desastres naturais têm com frequência mais a ver com a falta de “gestão do risco”. Terremotos de alto grau no Chile, Japão ou São Francisco certamente causam danos materiais, mas um número bem menor de mortes do que terremotos em menor escala na Turquia ou na China. A diferença é resultado da qualidade das políticas de gestão do risco entre esses países. A maioria das mortes resultantes das tsunamis no Chile e no Sudeste Asiático teve a ver em grande medida com a falta de/falha dos sistemas de alarme. Já as mortes causadas pelas enchentes no Sul da França em 2010 parecem ter sido devidas à ocupação, facilitadas pelas práticas de clientelismo político, de áreas inundáveis notoriamente inadequadas para qualquer tipo de presença humana. Esse equilíbrio entre preservação e ocupação tem sempre que levar em conta as possibilidades e custos da utilização de novas tecnologias: face ao processo de aquecimento global, mais do que nunca, Veneza, a cidade impossível que não teria nunca existido se dependesse dos planejadores urbanos e ambientalistas, enfrenta o desafio renovado, enquanto novas construções costeiras na Holanda terão que utilizar tecnologias de ponta que permitam sua “flutuação” no caso de elevação do volume da água do mar.

No caso brasileiro, há certamente diversas áreas de risco, mas há seguramente um problema muito maior de falta de gestão do risco, o que faz com que em muitos casos não exista um equilíbrio adequado entre preservação ambiental e ocupação humana, penalizando especialmente os mais pobres, mais vulneráveis que são aos desastres naturais. Em muitas áreas de ocupação consolidada, não há sistemas de drenagem e escoamento de águas pluviais, estratégias de permeabilização do solo e plantio sistemático de árvores; não há políticas de saneamento, coleta de lixo ou mesmo limpeza regular de bueiros; não há construção ou manutenção de muros de arrimo e outras obras de contenção de encostas e rios; não há controle das construções, especialmente das fundações e da qualidade construtiva; não há sistemas de prevenção de desastres, nem sistemas e alerta como meras sirenes ou alto-falantes que podem salvar vidas. E por aí vai...

Pelo contrário, o padrão precário de ocupação urbana e a falta de presença do poder público têm mesmo transformado áreas sem maiores problemas ambientais intrínsecos em verdadeiras áreas de risco – basta ver os danos e as mortes regularmente causadas pelas enchentes no Centro de São Paulo, ou como bairros inteiros na periferia de São Paulo ficam alagados por meses sem por isso provocarem (como deveriam) uma comoção social. A legislação brasileira urbanística e ambiental em vigor certamente merece ser aprimorada, contudo, deve ser dito que não é por falta de leis que todos esses problemas têm acontecido, mas, pela falta de leitura rigorosa das leis em vigor, e, sobretudo pela falta de sua aplicação efetiva. Mesmo para a responsabilização civil, administrativa e criminal dos agentes públicos e privados, o Código Civil e as leis urbanísticas e ambientais já dispõem de um arsenal de instrumentos: não vai ser uma nova lei federal que vai significativamente mudar esse quadro.

Se não for mesmo possível distinguir situações consolidadas de situações futuras, e se de todo preservação ambiental e ocupação humana não forem compatíveis em algumas áreas, que os critérios jurídicos sejam os mesmos para todos: os danos indicam que 70% das encostas do Rio de Janeiro não são ocupadas por pobres, ainda que a densidade da ocupação dos assentamentos informais seja muito maior. O mesmo vale para as faixas costeiras. Se de todo a remoção de ocupantes das áreas afetadas foi inevitável em casos extremos, que seja feita de maneira articulada com alternativas negociadas e aceitáveis de moradia, como já manda a lei em vigor. Há riscos, mas há, sobretudo gestão dos riscos. Mais do que mais legislação apressada, precisamos é de uma boa leitura das leis existentes, e de muito mais ação político-institucional para que sejam aplicadas.”

Eis, pois, mais OPORTUNAS, ADEQUADAS e COMPETENTES ponderações e REFLEXÕES que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA E A DÉCADA DECISIVA

“UM NOVO PACTO PARA UM NOVO SÉCULO

[...] Como chegamos a essa encruzilhada histórica? O século XX foi dramático, marcado por derramamentos de sangue sem precedentes, mas também por um progresso extraordinário em termos de descolonização, crescimento econômico, emancipação feminina e inovações tecnológicas. Em contrapartida, perdeu uma enorme oportunidade de usar esse progresso tecnológico e material para acabar com a pobreza e promover um “Novo Pacto” (new deal) que tornaria a pobreza parte do passado.

Ainda há tempo de reparar essa situação, mas as restrições ambientais impostas pelas mudanças climáticas e a limitação dos recursos naturais fazem desse esforço uma necessidade ainda mais urgente. Os antigos modelos (democracia de baixa intensidade, economia de “gotejamento”, crescimento sujo, governança global inadequada) não são mais desejados. No bojo desse esforço deve estar o reconhecimento do papel fundamental de cidadãos ativos e de Estados efetivos. Eles, por si sós, são capazes de garantir as estruturas sociais e políticas necessárias para que o desenvolvimento opere a favor de comunidades e de indivíduos mais afetados pela pobreza.

Urge também desenvolver novas abordagens e ferramentas analíticas. No esforço para reformar o crescimento em um mundo cada vez mais pressionado pelas mudanças climáticas, a disciplina da economia deve mudar sua estrutura de referência para permitir que formuladores de políticas analisem todos os impactos sociais, políticos e ambientais causados por suas decisões, se a intenção das economias mundiais for transformar seu crescimento sujo e ineficiente (em termos de redução da pobreza) em um crescimento limpo e inteligente que redistribua a riqueza para pessoas em situação de pobreza. A noção de segurança deve ser ressignificada como “segurança humana” – uma combinação de empoderamento e proteção concebida para superar as diversas vulnerabilidades que atingem principalmente comunidades e indivíduos em situação de pobreza. O termo “segurança” não deve mais ser associado a condomínios armados e fechados e a guerras intermináveis.

O impulso para acabar com a pobreza, a desigualdade e o sofrimento ocorrerá em um mundo cada vez mais globalizado e multipolar. Contrariamente à visão dos “globo-otimistas” os Estados-nações não vão definhar, mas suas ações serão cada vez mais limitadas (positiva ou negativamente) por regras e realidades globais. Os governos de países ricos e seus cidadãos, do Sul e do Norte, devem ajudar a construir um sistema de governança global capaz de garantir que países e empresas poderosos “parem de prejudicar” e apóiem esforços nacionais de desenvolvimento baseados na combinação de Estados efetivos e cidadãos ativos – mulheres e homens vivendo em situação de pobreza, exclusão e insegurança, mas lutando por um futuro melhor. Eles estão no controle do desenvolvimento, mas países ricos e seus cidadãos podem ajudar eliminando obstáculos e apoiar a luta pelo desenvolvimento.

É difícil imaginar causa mais digna. A luta contra os flagelos da pobreza, da desigualdade e da ameaça de um colapso ambiental definirá o século XXI, como as lutas contra a escravidão e pelo sufrágio universal definiram eras anteriores. Se fracassarmos, as gerações futuras não nos perdoarão. Se formos bem sucedidos, elas se perguntarão como o mundo pôde tolerar por tanto tempo tamanho sofrimento e injustiça desnecessários. [...]”.
(DUNCAN GREEN, in Da pobreza ao poder: como cidadãos ativos e estados efetivos podem melhorar o mundo; tradução de Luiz Vasconcelos. – São Paulo: Cortez; Oxford: Oxfam International, 2009, páginas 456 a 458).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de BENEDICTO ISMAEL CAMARGO DUTRA, Economista pela Universidade de São Paulo (USP), que merece INTEGRAL transcrição:

“A década decisiva

Depois de uma década de fatos que vão marcar a história do mundo, que vão desde os atentados terroristas às torres gêmeas dos Estados Unidos, em 2001, até a crise financeira iniciada em 2008, além das constantes e inócuas tratativas e discussões diplomáticas em torno da sustentabilidade do mundo. A atual situação da humanidade está confusa e sob um ponto de interrogação, indicando que, com a natureza descontrolada, o século 21 não será igual aos anteriores. O grande voluma de dinheiro disponível atrai os capitais para o Brasil, onde a redescoberta das reservas petrolíferas do pré-sal foi um marco na primeira década deste século, chamando a atenção de investidores e população em geral. A tardia inclusão de cerca de 30 milhões de consumidores na chamada nova classe C criou no país um atraente mercado. O Brasil desponta com sua economia bem ativa.

A sensação de crescimento tranquiliza as autoridades, concedendo alguma esperança para a população. No entanto, ainda continuamos basicamente submetidos aos interesses externos como fornecedores de matérias-primas e alimentos para saciar a fome do mundo em troca adquirimos manufaturados com os preços menores em função do dólar desvalorizado. Esperemos que a euforia seja substituída por um permanente de vigilância sobre as turbulências pelas quais passam o Brasil e o mundo. Nosso desenvolvimento tem sido na base do improviso, sem uma visão dos interesses da população. Por isso, precisamos avançar na educação e preparo das novas gerações.

No cenário internacional, as mudanças climáticas começam a criar obstáculos para a normalidade da vida, seja por chuvas intensas, calor abrasador, ou nevascas fora do padrão, trazendo a ameaça de escassez de bens essenciais à manutenção da vida. Na economia, a desvalorização do dólar, acompanhada pela moeda chinesa, incomoda a Europa e Japão, sem falar que o Brasil acho no dólar desvalorizado um suporte para atendimento da classe emergente e controle da inflação. Nas contas internas, não há um equilíbrio entre receitas e despesas, fazendo do poder público um eterno tomador de recursos a juros elevados. Temos um dispêndio de juros fora de propósito a ponto de, no Orçamento Geral da União (OGU), estar estipulado um superávit de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pagamento de juros. Diante das progressivas alterações climáticas e suas consequências, temos que ordenar o crescimento das cidades impedindo a ocupação irresponsável do solo. Cerca de 4,5 bilhões de litros de esgoto são lançados diariamente nos córregos, rios e represas sem nenhum tratamento. Precisamos equacionar os problemas da educação, fazendo com que as novas gerações aprendam de fato e se preparar para o futuro e cuidar dos recursos naturais.

A crise ecológica, tal como a social mundial, decorre de uma forma de viver alienada das leis da natureza. Quem somos nós? De onde viemos? Qual o nosso destino? São indagações não respondidas até hoje, pelo fato de a humanidade ter se dedicado exclusivamente à vida material sem pensar no antes e no depois, construindo tudo com base exclusivamente no dinheiro, no poder e nos valores terrenos, deixando de lado o humanismo. As consequências nefastas são inevitáveis. Antes que o planeta entre numa rota autodestrutiva sem volta, necessitamos de uma nova visão de mundo voltada para a busca do progresso real e felicidade e que não esteja atrelada aos imediatismos dos lucros acima de qualquer consideração. Uma visão com responsabilidade para os custos ambientais e com a natureza.

Enfim, com o advento das alterações climáticas e a crise econômica, o século 21 está abalando as rígidas estruturas. A grande oportunidade do Brasil está em sua natureza pródiga, que propicia a riqueza verdadeira e assegura a conservação do ambiente favorável para a vida. Solo, água em abundância, sol e florestas, condições essenciais para a produção de alimentos. Para superar o grande atraso e aproveitar toda essa riqueza da efetiva melhora das condições de vida, temos que dar às novas gerações o adequado preparo para a vida, escola e trabalho, desde os primeiros anos da infância, mostrando que a vida tem como propósito a busca do aprimoramento humano em harmonia com a natureza. Para isso, precisamos de educadores excelentes, incentivando-os e recompensando-os adequadamente.”

Eis, pois, mais RICAS e OPORTUNAS ponderações e REFLEXÕES acerca das presentes AMEAÇAS, DESAFIOS e OPORTUNIDADES que o nosso PLANETA apresenta, mas que, muito mais do que nos ABATER, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA E O ENCANTAMENTO DA QUALIDADE NO JORNALISMO

“Imprensa, a hora da qualidade

A história da imprensa de qualidade está marcada por uma harmoniosa combinação de ousadia, talento e criatividade. Grandes saltos de qualidade foram dados em momentos aparentemente inoportunos. Não é por acaso que, em japonês, crise e oportunidade têm o mesmo ideograma. A trajetória do New York Times, um dos maiores jornais do mundo, encerra uma lição interessante.

Quando eclodiu a II Guerra Mundial, as autoridades norte-americanas reagiram às dificuldades do comércio internacional racionando o consumo do papel de imprensa. Todas as empresas jornalísticas passaram a discutir que setor arcaria com o ônus. Alguns jornais, entre eles o New York Herald Tribune, optaram por manter o espaço as páginas de publicidade e reduzir o espaço informativo. O New York Times, contrariando o imediatismo e investindo no futuro, fez exatamente o oposto. Soube honrar o lema que encabeça a sua primeira página (“All the news that’s fit to print” – todas as notícias que merecem ser publicadas). A guerra era um acontecimento cuja transcendência história impunha uma cobertura de qualidade. O jornal optou pelo leitor. Reduziu a publicidade e manteve o noticiário. Hoje, o New Herald Tribune está morto e o New York Times é um dos jornais de maior prestígio do mundo.

O jornalismo impresso, preocupado com o impacto da televisão e com a diminuição alarmante do hábito de leitura, tem desencadeado sucessivas operações de marketing. As promoções estão na linha de frente da estratégia. O recurso, embora válido e eficiente, não deve ser supervalorizado. De nada adiantará o esforço, se o jornal negligenciar uma regra básica: somente a qualidade e a credibilidade de uma publicação são capazes de garantir uma boa clientela de leitores e anunciantes.

A mídia impressa, superada a etapa do rejuvenescimento gráfico e dos investimentos tecnológicos, precisa travar a revolução nos conteúdos: a conquista pela qualidade editorial. Trata-se de um desafio empolgante. Impõe-se, por isso, uma reformulação profunda nos conceitos e na operação jornalística. A revalorização da reportagem de qualidade e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. Os responsáveis pelas redações precisam desenvolver um permanente exercício de autocrítica. Estamos conseguindo surpreender o leitor? Estamos oferecendo ao consumidor um produto instigante? Precisamos, numa palavra, atrair pela criatividade das pautas, pela profundidade das matérias, pela correção e confiabilidade das informações.

As redações não podem ser redomas invulneráveis ao mundo real. O jornal precisa ter a sábia humildade de moldar o seu conceito de informação, ajustando-o às necessidades do público ao qual se dirige. O lugar do jornalista é a rua, ouvindo o povo, dialogando com as pessoas, garimpando a informação. Recentemente, Marco Uchôa, repórter de Cidades de O Estado de S. Paulo, subiu o Morro de Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, para ouvir um dos líderes da delinqüência. A matéria, carregada de realismo, produziu um retrato acabado do drama que espartilha a Cidade Maravilhosa. A reportagem, desprovida de adjetivos, resultou numa denúncia substantiva. É por aí. O que vai conquistar novos consumidores é a resposta competente às suas necessidades concretas, é a matéria que ultrapassa a superficialidade eletrônica, é a denúncia consistente e responsável, é o texto inteligente e bem escrito. É preciso ter a coragem e a rebeldia de repensar o produto. Todos os dias.

Só uma metamorfose na cultura das redações será capaz de modificar a tendência a um trabalho rotineiro e pouco criativo. Mecanismos de avaliação e premiação podem mudar a cara de redações sem alma. A incompetência deve ser punida, mas a competência precisa ser reconhecida e valorizada. O jornalismo moderno, mais do que qualquer outra atividade humana, reclama atualização, formação permanente, treinamento. É preciso, contando também com o diagnóstico e a colaboração de profissionais independentes, investir seriamente no aprimoramento do produto. Chegou para a imprensa a hora da qualidade.”
(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, em artigo publicado no JORNAL DO BRASIL, de 14.11.94, e transcrito no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de novembro de 1994, Caderno POLÍTICA, página 3).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de fevereiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria do mesmo autor, Professor de ética, doutor em comunicação pela Universidade de Navarro (Espanha), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O encantamento do jornalismo

Gay Talese, um dos fundadores do novo jornalismo, com uma maneira de descrever a realidade com o cuidado, o talento e a beleza literária de quem escreve um romance, é um crítico do jornalismo sem alma e sem graça. Seu desapontamento com a qualidade de certa mídia pode parecer radical e ultrapassada. Mas não é. Na verdade, Talese é um enamorado do jornalismo de qualidade. E a boa informação, independentemente da plataforma, reclama competência, rigor e paixão.

Segundo Talese, a crise do jornalismo está intimamente relacionada com o declínio da reportagem clássica. “Acho que o jornalismo e não o Times,está sendo ameaçado pela internet”, disse Talese. “E o principal motivo é que a internet faz o trabalho do jornalista parecer fácil. Quando você liga o laptop em sua cozinha, ou em qualquer lugar, tem a sensação de que está conectado com o mundo. Em Pequim, Barcelona ou Nova York. Todos estão olhando para uma tela de alguns centímetros. Pensam que são jornalistas, mas estão ali sentados, e não na rua. O mundo deles está dentro de uma sala, a cabeça está numa pequena tela, e esse é o seu universo. Quando querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar. Às vezes, em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é vivida.”

A crítica de Talese é um dignóstico certeiro da crise do jornalismo. Os jornais perdem leitores em todo o mundo. Multiplicam-se as tentativas de interpretação do fenômeno. Seminários, encontros e relatórios, no exterior e aqui, procuram, incessantemente, bodes expiatórios. Televisão e internet são, de longe, os principais vilões. Será? É evidente que a juventude de hoje lê muito menos. No entanto, como explicar o estrondoso sucesso editorial do épico O senhor dos anéis e das aventuras de Harry Potter? Os jovens não consomem jornais, mas não se privam da leitura de obras alentadas. O recado é muito claro: a juventude não se entusiasma com o produto que estamos oferecendo. O problema, portanto, está em nós, na nossa incapacidade de dialogar com o jovem real. Mas não é só a juventude que foge dos jornais. A chamada elite, classes A e B, também tem aumentado a fileira dos desencantados. Será inviável conquistar toda essa gente para o mundo mágico do jornalismo? Creio que não. O que falta, estou certo, é ousadia e qualidade.

A fórmula de Talese demanda forte qualificação profissional. “A minha concepção de jornalismo sempre foi a mesma. É descobrir as histórias que valem a pena ser contadas. O que é fora dos padrões e, portanto, desconhecido. E apresentar essa história de uma forma que nenhum blogueiro faz. A notícia tem de ser escrita como ficção, algo para ser lido com prazer. Jornalistas têm de escrever tão bem quanto os romancistas.” Eis um magnífico roteiro e um formidável desafio para a conquista de novos leitores: garra, elegância, rigor, relevância.

A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. É preciso encantar o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo declaratório: menos Brasil oficial e mais vida; menos aspas e mais apuração; menos frivolidades e mais consistência. Além disso, os leitores estão cansados do baixo astral da imprensa brasileira. A ótica jornalística é, e deve ser, fiscalizadora, mas é preciso reservar espaço para a boa notícia. Ela também existe. E vende jornal. O leitor que aplaude a denúncia verdadeira é o mesmo que se irrita com o catastrofismo que domina muitas de nossas pautas. Perdemos a capacidade de sonhar e a coragem de investir em pautas criativas. É hora de proceder às oportunas retificações de rumo. Há espaço, e muito, para o jornalismo de qualidade. Basta cuidar do conteúdo. E redescobrir uma verdade constantemente negligenciada: o bom jornalismo é sempre um trabalho de garimpagem.”

Eis, portanto, mais REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que nos acenam para o FASCINANTE, EXIGENTE e BELO exercício DEMOCRÁTICO, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A CIDADE E A QUALIDADE DE VIDA

“3. Atores coletivos organizados que começam a se fazer ouvir

[...] A cidadania da empresa, um compromisso dos atores

Retomemos o fio de nossa reflexão sobre a empresa socialmente responsável, que é, portanto, uma empresa que se preocupa com o interesse geral. Para fazê-lo, além de seu trabalho normal – produzir bens e serviços para o mercado –, a empresa socialmente responsável vai se esforçar para reduzir suas externalidades negativas e desenvolver suas externalidades positivas.

Um conjunto de medidas e de evoluções impele doravante a empresa a se orientar nesta direção: a lei sobre as novas regulações, como já vimos, vai solicitar às empresas que informem sobre as conseqüências sociais e ambientais de suas atividades; as agências de avaliações das empresas como a Arese apostam cada vez mais no desejo dos acionistas de escolherem investimentos responsáveis; os consumidores engajados desejam produtos que incorporem valor social e ambiental.

Deste modo, há um feixe de forças que, juntas, impelem a comportamentos cidadãos. “O estabelecimento de relações com os públicos organizados vai sobrepujar a preocupação de valorização da imagem corporativa”, diz Man-Consulting. Com certeza haverá, por parte das empresas, uma vontade de traduzir esse movimento rumo à empresa socialmente responsável por uma ampliação e uma reorientação de seu marketing – faz parte de seu jogo –, mas caberá aos públicos organizados pedir contas precisas sobre as evoluções sociais e ambientais correspondentes.

A revista Valeurs vertes dá o tom dessa mudança de atitude: “Como é grande o patrimônio a proteger: a água, o ar, o solo, a bolinha azul suspensa no cosmos tal como tivemos o privilégio de ver em julho de 1969! É essa data que funda os séculos vindouros. É essa patriazinha azul que agora oscila frágil em nosso inconsciente coletivo... O desenvolvimento sustentável é a mais bela idéia que nos resta para afrontar e transformar o século XXI... Esse documeno nos mostra como o dinheiro pode-se tornar uma alavanca, uma força de proposição para um mundo mais humano... Devemos acreditar nisso”.

É claro que devemos acreditar nisso, mas devemos também ficar vigilantes diante da tendência espontânea dos meios empresariais a transformar boas idéias em Good business: profitability and ethics go hand-in-hand, compraz-se John Gummer, ex-ministro inglês da Agricultura e, posteriormente, do Meio Ambiente. Michel de Fabiani, diretor geral de BP Amoco-Europe, também é entusiasta: “Estabelecemos um código de conduta que é, de certo modo, nossa Constituição no BP; ele está a disposição de todos os membros do pessoal e de todos nossos contratantes, a quem pedimos também a adesão a esse código de conduta... Esse docunento conciso permite a criação de uma sintonia com a política da empresa em matéria de ética, de saúde, de meio ambiente, de segurança, de relações exteriores, de controles financeiros...”. Muito bem, mas em um debate posterior, o mesmo Michel de Fabiani já exclui do compromisso uma área no mínimo polêmica na ação dos petroleiros: “o banimento das bandeiras de conveniência, do qual não compartilho [...], a segregação de Estados, o banimento de certos países, não me parecem ser o melhor método”. Mas pode haver conveniência na responsabilidade?

Pierre Lascoumes, diretor de pesquisa no CNRS, que se interessa pelas cartas éticas e pelos códigos de boa conduta das empresas, apela para a vigilância. Ele baseia-se em dois estudos: um deles, realizado em 1982, analisa 250 empresas americanas; o outro, publicado em 2000, trata de 246 empresas inglesas: “Os efeitos esperados dessas práticas de auto-regulação permanecem até agora brandos na medida em que sua dimensão de ação de comunicação interna e externa predomina e em razão da imprecisão do conteúdo normativo dos compromissos”, mesmo que “os sistemas de auto-regulação possam ter, entretanto, um alcance útil enquanto substitutos das regulamentações públicas”.

A empresa socialmente responsável não nascerá da autoproclamação ética dos dirigentes dos grandes grupos nem mesmo dos entendimentos internos à empresa; ela nascerá da interação entre os parceiros da empresa, as autoridades públicas e os representantes do movimento cidadão. Ela se manifestará pelo compromisso da empresa em desenvolver externalidades positivas, isto é, em considerar o interesse geral nas decisões de gerenciamento.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia cidadã: Alternativas ao neoliberalismo; tradução de Patrícia Chittoni Ramos. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, páginas 127 a 129).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de fevereiro de 2011, Caderno CULTURA, página 8, de autoria de FREI BETTO, que merece INTEGRAL transcrição:

“Cidade e qualidade de vida

Se considerarmos que o ser humano surgiu há cerca de 200 mil anos, a cidade é uma invenção relativamente recente. Durante milênios, nossos ancestrais viveram como nômades coletores e, aos poucos, as técnicas de reprodução dos alimentos os fixaram como agricultores e pecuaristas. Havia, naquele longo período – como ainda hoje nas comunidades indígenas tribalizadas – relação direta, e até venerável, entre o ser humano e a natureza. Nossos antepassados se alimentavam sem alterar ecossistemas, biomas, biodiversidade.

Essa relação se altera com o advento das cidades. E um dos relatos mais significativos de como isso ocorreu é o episódio bíblico da Torre de Babel (Gênesis 11, 1-9), joia literária em menos de dez versículos.

Babel é semantema de Babilônia. Deriva da raiz hebraica “bil”, que significa “confundir”. Narra o texto bíblico em que Javé, ao observar Babel, convenceu-se de que os humanos se fechavam em seus próprios e ambiciosos projetos, deixando de acolher os desígnios divinos. “Isso é o começo de suas iniciativas!” – disse o Senhor. “Agora nenhum projeto será irrealizável para eles.”

Segundo o autor bíblico, após o Dilúvio “todos se serviam da mesma língua e das mesmas palavras.” Não havia diversidade de enfoques e opiniões. O ponto de vista de um – o cacique, o chefe do clã, enfim, o poderoso –, era o ponto de vista de todos. E a atividade agropastoril igualava as pessoas.

A invenção do tijolo e da argamassa provoca um movimento migratório do campo para a urbe. Os humanos decidem “construir uma cidade” – Babel.

O versículo 4 registra as propostas de construção da cidade e da torre, e destaca o principal motivo de tal empreitada: “Para ficarmos famosos e não nos dispersarmos pela face da Terra”. Não se tratava de obter felicidade, bem-estar, bênçãos divinas. Importava a fama, possuir um nome sobreposto aos demais, e permanecer segregado, seguro.

A revolução tecnológica representada pelo tijolo (insuperado até hoje) imprime aos humanos a consciência de que não estão mais condicionados pela natureza. A relação se inverte. Agora é o ser humano quem condiciona a natureza. Transforma-a em artefato.

Desprendido do ciclo da natureza, o ser humano já não funda sua identidade nos vínculos comunitários da sociedade agrária. Sua consciência se personaliza, ele se torna senhor do próprio destino, livre das mutações ecológicas que antes criavam nele a sensação de fatalidade e de temporalidade cíclica.

Tais avanços enchem os humanos de orgulho. Não satisfeitos de “construir a cidade”, decidem abrir a “porta do deus”, ou seja, erguer “uma torre cujo ápice penetre nos céus”. Aqui o relato expressa duas ambições: a de edificar uma montanha artificial (a torre), repositório da divindade, e a de “penetrar nos céus”, quebrar o limite entre o humano e o divino, o profano e o sagrado, a Terra e o Céu. Já não é a divindade que desce à Terra, é o ser humano que invade o Céu, graças à obra de suas mãos.

Antes que a soberba humana se inflasse ainda mais, Javé confundiu a linguagem dos habitantes de Babel e os dispersou. “Eles cessaram de construir a cidade.” Portanto, Babel não foi maldição. Foi dádiva. Delimitou a ambição humana e revelou ser obra de Deus a diversidade de pontos de vista e opiniões, contrária à identificação entre autoridade e verdade.

Toda essa sabedoria explica a arrogância decorrente, ainda hoje, de avanços científicos e tecnológicos. Queremos ser deuses. Nossa busca de endeusamento e imortalidade se reflete na babel ou confusão reinante em nossas cidades. Não pensamos no comunitário ou coletivo, pensamos no individual e no lucrativo.

Assim, nos gabamos de que o Brasil vendeu, em 2010, mais de 3 milhões de veículos automotores, embora isso agrave a congestão metropolitana, a poluição, os acidentes, pela impossibilidade de fiscalizar tantos veículos e abrir tantos espaços urbanos para que se locomovam e estacionem. Não se investe o suficiente em transportes coletivos, assim como não se planeja o espaço urbano, alvo de especulação imobiliária e vulnerável a fenômenos climáticos decorrentes de desequilíbrios ambientais, o que causa enchentes, desabamentos e secas prolongadas.

Hoje em dia, ganha cada vez mais espaço a proposta de bem viver dos povos indígenas andinos, conhecida como sumak kawsay. Sumak significa plenitude e kawsay viver. Não se trata de viver melhor ou viver cercado de conforto. Trata-se de viver em plenitude.

Plenitude implica fazer da felicidade um projeto comunitário, coletivo. É saber construir relações de solidariedade, não de competição; de harmonia, não de hostilidade; e estabelecer com a natureza vínculos de parceria cuidadosa.

Para a sociedade capitalista, a natureza é objeto de propriedade e temos o direito de explorá-la e até de destruí-la em função de nossas ambições. O capitalismo se norteia pelo paradigma riqueza-pobreza, enquanto o sumak kawsay rompe esse dualismo para introduzir a de sociabilidade e de sustentabilidade, bases fundamentais de um projeto civilizatório. Fora disso, caminharemos para a barbárie.”

São, pois, mais SÉRIAS e GRAVES REFLEXÕES que apontam para as URGENTES e INADIÁVEIS transformações SOCIAIS, ECONÔMICAS, POLÍTICAS e CULTURAIS, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A EQUIDADE E A DEMOCRACIA

“A roda redescoberta

Reproduzo, a seguir, trecho do relatório de organização internacional para que o leitor adivinhe a que País se refere. O documento começa por aludir à saúde fiscal do tal País e a seus problemas sociais, “cada vez piores”. Depois, engata o seguinte: “Muitos desses problemas estão relacionados com iniquidades entre aqueles que estão no topo da pirâmide de distribuição de renda – os quais gozam de alguns dos mais refinados serviços de educação e saúde do mundo – e aqueles que estão na parte de baixo, os quais carecem de acesso até aos serviços sociais minimamente adequados.”

Por fim, o fecho: “Somente se tais iniquidades forem enfrentadas o futuro ecoômico da nação, a longo prazo, estará assegurado.”

Se você respondeu Brasil, errou. Reproduzi trecho de relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, o clubão dos 25 países mais industrializados do mundo) referente à economia dos Estados Unidos. Mas não fique triste. A avaliação da OCDE sobre os EUA vale para o Brasil também. Aliás, vale muitíssimo mais para o Brasil. Afinal, a iniquidade, no Brasil, é três vezes maior do que nos Estados Unidos, se o parâmetro for a diferença de renda entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres. Nos EUA, a diferença é de 11 vezes; no Brasil, de 32 vezes.

Ora, se o futuro econômico norte-americano só estará assegurado se se combater a iniquidade social, o que dizer do Brasil? O que há de notável nesse tipo de relatório é que o fim do comunismo serviu para que a direita se apropriasse de uma retórica antes típica da esquerda. Afinal, conceitos como redistribuição de renda carregavam um tom subversivo, dado que se supunha que só se poderia fazê-la trocando o capitalismo pelo socialismo. Como agora não há mais troca possível, os capitalistas redescobriram a roda: não há segurança para o capitalismo enquanto ele estiver aumentando a brecha entre os muito ricos e os muito pobres. Só falta agora que se passe do óbvio retórico a algum tipo de ação concreta.”
(CLÓVIS ROSSI, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de novembro de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de julho de 1994, Caderno GABARITO, página 8, de autoria de ADRIANO S. LOPES DA GAMA CERQUEIRA, professor de História Moderna da UFOP, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Estudo da democracia ateniense

Nos escritos platônicos, que retrataram ora de forma mais fiel, ora de forma mais “traiçoeira” os diálogos envolvendo o seu mestre Sócrates e alguns destacados sofistas, encontra-se uma ótima fonte de investigação do tema aqui proposto. Só para esclarecer, os sofistas eram mestres de ensino, que cobravam os seus ensinamentos a quem se dispusesse, não importando a sua origem. Além desse fato fundamental, os sofistas praticavam um método de ensino baseado em interpretações dos escritos mais tradicionais da cultura grega, como as poesias, que guardavam uma importante função instrutiva.

Tal método se diferenciava do socrático, que era baseado no preceito da investigação por perguntas-e-respostas, dirigidas por um dos lados do diálogo. Tal método buscava o consenso na discussão, mesmo quando estavam opostos dois pontos de vista. Para tal, mediante o inicio da discussão em torno de uma idéia aceita por ambas as partes, o condutor do diálogo procurava convencer o outro sobre a justeza de seu ponto de vista através do método, onde acabava por ser evidenciada uma verdade sobre uma suposta verdade defendida pela outra parte do diálogo. Nos diálogos entre Sócrates e Protágoras e entre Sócrates e Trasímaco (contido na obra de Platão, República) encontra-se uma importante discussão sobre política, democracia e justiça. Em ambos, fica subjacente uma idéia acerca de ética de participação política e constituição de um estado de direito.

A democracia ateniense era feita de forma direta, isto é, sem qualquer tipo de intermediação entre o cidadão e o executivo. Não havia a figura do representante: cada cidadão podia defender diretamente o seu ponto de vista no âmbito da assembléia, a principal instituição da comunidade política ateniense (ou polis). Nesse sentido, era fundamental que o comportamento de cada membro da polis fosse o mais correto possível para o bom funcionamento da democracia.

Mesmo para os críticos da época à democracia ateniense, como Platão e o Sócrates descrito nos escritos de Platão, houve uma profunda preocupação quanto à certeza de que cada habitante de uma cidade-estado pudesse desenvolver uma índole positiva ao funcionamento harmônico da mesma. Assim, encontramos na República uma verdadeira lição de como se deve educar um povo segundo os mais rigorosos preceitos da justiça, o qual envolvia todos os parâmetros de instrução do indivíduo, como as letras, a música, os esportes, etc.

Assegurado um adequado adestramento da alma de cada habitante, definido de forma justa, segundo o conceito de justiça defendido por Platão na voz de Sócrates, poderia se desenvolver uma eficaz forma de política na cidade, que estaria assim estritamente baseada em critérios éticos. A razão de se afirmar isso é que cada habitante saberia qual o seu lugar e a sua função na cidade e o bom funcionamento da mesma, isto é, o estabelecimento de um clima harmônico e produtivo na cidade, dependeria da conduta de cada membro, definida segundo rigorosos critérios de justiça.

Limites

A questão fundamental aqui é a definição platônica de justiça, mas o espaço reduzido impede uma discussão mais efetiva. O que importa ressaltar é que a ética assume aqui uma função decisiva porque ela deve demonstrar os limites e os espaços de participação política de cada membro do corpo político, é inevitável que um conjunto de regras de conduta se estabeleça entre os seus membros, senão a própria sobrevivência desse corpo é colocada em risco.

Conseqüentemente, uma outra questão surge agora: não importa o tamanho de um corpo político, de qualquer modo uma ética deve ser estabelecida no seu interior. Claro está que o tamanho desse corpo pode influenciar seriamente uma forma específica de ética. No caso de Atenas, a democracia direta era exercida por uma parcela minoritária da população (nem todos eram cidadãos, como os escravos e os negociantes).

No caso das democracias contemporâneas, exercidas de forma indireta, isto é, por representantes políticos (como os deputados e os governantes), essa questão se complica ainda mais: se do aspecto mais fundamental, o corpo político se define na relação entre os representantes e os representados, que em última instância detêm a soberania política (“todo poder emana do povo...”), de outro lado, no aspecto mais efetivo, a política acaba por ser exercida em ambientes fechados à participação da maioria da população. Assim, pode ser desenvolvida uma forma mais estrita do corpo político, onde só participam pequenos grupos, que deverão buscar alguma forma de convivência entre si, baseada em algumas regras do tipo “na política, é dando que se recebe...”

Portanto, a luta por uma relação mais harmoniosa entre ética e política envolve uma participação mais continuada na política de seu país. Pouco valem as palavras, se elas não vierem acompanhadas de ações efetivas.”

Eis, pois, mais páginas eivadas de REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de SUBSTANCIAIS MUDANÇAS em nossas INSTITUIÇÕES, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDADA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...