segunda-feira, 29 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS E O PODER DA INTEGRIDADE, DA ÉTICA E NOVAS TECNOLOGIAS E AS LUZES DA INOVAÇÃO, DO CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE


“Mais coragem e ambição
        Os argumentos dos senhores dos poderes em Brasília sugerem que o Brasil está diante do portão do inferno, assistindo à falência do Estado, tal como o Rio de Janeiro arrasado e rifado por corruptos, traficantes e milicianos, o que pode ser destino, se tomado ao pé da letra, ou prenúncio de transformações que já tardam.
         Depende da interpretação que se dê aos motivos mais citados para o nosso atraso em todas as dimensões; na do PIB, regredimos em nove anos de 6ª maior economia do mundo para 9ª – choque entre poderes da República, corrupção sistêmica, estagnação econômica etc.
         Tome-se a corrupção. Ela será tolhida com aumento da repressão ou com mudanças radicais que quebrem o sistema secular de apropriação privada do aparelho do Estado visando o enriquecimento de poucos?
         Uma solução amplia a burocracia e privilégios, não necessariamente a eficiência da governança estatal – razão da constitucionalização do teto de expansão do gasto público e da reforma da Previdência.
         A outra busca se antecipar ao crime com uso maciço de tecnologias que melhorem a transparência dos negócios públicos, mitigando a necessidade de dispendiosos aparatos de controle e repressão, além de instigar a economia do conhecimento, a nova fonte de riqueza das nações desenvolvidas (EUA, Alemanha, Japão, Israel) ou caminhando a passos firmes nesta direção (China, que está quase lá, e Índia).
         Desde o fracasso do plano de desenvolvimento do presidente Ernesto Geisel a ideia de governo preocupado com crescimento econômico se tornou maldita, exprimindo estatismo, inépcia, reserva de mercado, o que foi verdade na ditadura militar e ressurgiu como farsa nos devaneios de Lula e Dilma.
         O erro desde então foi termos tornado a exceção como regra, quando, de fato, governos sempre foram pivô do desenvolvimento em economias com firmes princípios liberais, como nos EUA (seja de Ronald Reagan ou de Barack Obama), na Alemanha, na Coreia do Sul, no Japão.
         Uma coisa é o governo intervencionista, outra é o que coordena as expectativas, orienta as prioridades por meio de regulação e banca a expansão da fronteira tecnológica (assim surgiram nos EUA a internet, o sequenciamento do DNA, a inteligência artificial, e quase tudo mais que impulsiona a economia movida pela inovação.

Qual a missão inarredável
        Unir a sociedade em torno de uma visão de futuro próspero é missão inarredável dos governos, razão pela qual na crise de 2008, quando Washington correu para deter a pindaíba de Wall Street, os gastos em inovação tecnológica nas empresas e na pesquisa científica nos laboratórios acadêmicos não foram cortados nos EUA. Ainda assim, a clivagem política só tem feito crescer entre os americanos.
         A disputa pelo domínio da inteligência artificial, da robótica, da internet das coisas, da biomedicina, é a motivação de fundo do conflito geopolítico entre EUA e China. Ambos os governos sabem que o poder global está nestas áreas, não em insumos primários. O valor da eletrônica embarcada num automóvel, por exemplo, equivale a mais de metade de seu custo total de produção.
         Se conhecimento tecnológico é o que move a economia moderna, o que fazemos para estar neste jogo? Não fazemos. Desde a estabilização monetária em 1994 não fazermos outra coisa que brigar por programas visando conter o gasto com privilégios da elite da burocracia, com caprichos dos políticos e com os juros da dívida pública.

Prefácio de qualquer reforma
        Por maior a urgência de mudar a Previdência, também devemos falar de crescimento e de progresso e não há como isso acontecer sem que o governo e o Congresso organizem a discussão. Existem para isso.
         O que deveria estar no prefácio das reformas é o que será o Brasil no mundo high tech diante de questões tais como: 1) economia estagnada e produtividade medíocre; 2) canais da política obstruídos; 3) Estado capturado por corporações cuja autonomia impede qualquer planejamento central; 4) educação ruim e currículo divorciado das prioridades: 5) dependente de divisas de setores com encadeamento produtivo limitado (minérios, petróleo, grãos); 6) maioria dos setores industriais atrás da curva de inovação, em especial o automotivo, que é o maior em termos agregados no PIB.
         Tais mazelas são sequelas de programas armados para travar guerras do passado, formulados por grupos incapazes de pensar para frente.

Tal como circo da Roma antiga
        Pensar para frente é, por exemplo, não arredar o pé da educação com notas exemplares em matemática, português e ciências. É não cogitar  nenhuma reforma dissociada do aparato da tecnologia da informação.
         É possível arrecadar tributos em tempo real com ou sem a mediação bancária, assim como fazer cirurgias complexas à distância graças à chamada telemedicina, ambas retardadas por lobbies setoriais.
         Um sistema de identidade único pode ativar, segundo estudo da consultoria McKinsey, um resultado econômico de US$ 374 bilhões em dez anos, 13% do PIB.
         Ou mudamos a mentalidade ou continuamos em queda, pondo culpa nos políticos – a versão moderna do circo da Roma antiga, operado pelos que querem desviar a nossa atenção das verdades inconvenientes.”.

(ANTÔNIO MACHADO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de abril de 2019, caderno ECONOMIA, coluna BRASIL S/A, página 10).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 5, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, pesquisador da Embrapa, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sem ciência, sem progresso, sem futuro.
        Há 30 anos, o astrônomo Carl Sagan já nos advertia sobre os riscos da ignorância científica, alertando que “vivemos em uma sociedade absolutamente dependente do conhecimento, na qual quase ninguém entende o que é ciência e tecnologia, o que é uma receita clara para o desastre”. Se estivesse vivo, Carl Sagan estaria, certamente, desapontado por não termos feito muito progresso na superação do perigo que antecipou. O movimento contra a vacinação – uma das maiores conquistas da saúde pública no século 20 – é o melhor exemplo da desinformação que ganha força nas redes sociais, trazendo de volta riscos considerados já superados e comprometendo a credibilidade da ciência, em momento em que a sociedade se mostra cada vez mais dependente de conhecimento.
         À desinformação se somam manchetes que alertam sobre problemas de controle de qualidade da ciência, com crescente publicação de resultados científicos que não podem ser reproduzidos ou, pior, com evidências de direcionamento de prioridades e até de resultados, de acordo com o interesse de financiadores. Infelizmente, muitos cientistas e instituições sucumbem às pressões do mercado, produzindo resultados mais norteados pelo poder econômico do que pelo interesse da sociedade. É preciso reconhecer que, em resposta à competição às vezes extrema no mundo acadêmico, pesquisadores têm sido premidos a publicar, a qualquer custo, o que acaba por alimentar as distorções descritas.
         Segundo pesquisa da Universidade de Ottawa, no Canadá, em 2009, o mundo ultrapassou a marca de 50 milhões de artigos científicos publicados desde 1665, e, aproximadamente, 2,5 milhões de novos artigos são publicados a cada ano. O número de cientistas ativos está aumentando a uma taxa de aproximadamente 4% a 5% ao ano. Esse crescimento acentua, ainda mais, a necessidade de atenção com a qualidade e a ética na ciência. É premente a necessidade de se construir e disseminar narrativas que explicitem de maneira clara e acessível a importância vital da ciência para a sociedade, além de implementar ações que coíbam a erosão da sua qualidade, cobrando mais responsabilidade por relevância e replicabilidade, além de mais colaboração que garanta compartilhamento robusto dos dados e conclusões produzidos pelos cientistas.
         Nesse momento de intensa disseminação de fake news e absurdos questionamentos de fundamentos científicos amplamente comprovados e consagrados, é preciso ampliar a capacidade de comunicar a ciência para o grande público, trazendo à luz seus inequívocos benefícios e sua essencialidade para o progresso da sociedade. Todo jovem precisa compreender como os cientistas responderam, por exemplo, à devastação causada pela epidemia de Aids nos 1980. Naqueles primeiros anos, os pacientes morriam meses após o diagnóstico, muitas vezes em agonia. Graças ao enorme acervo de conhecimento acumulado pela ciência, os pesquisadores conseguiram identificar o vírus, desenvolver testes de diagnóstico e criar drogas antivirais extremamente eficazes em curto espaço de tempo. Em meados dos anos 1990, terapias eficazes já estavam disponíveis, afastando o medo de uma epidemia global sem controle.
         O Brasil jamais teria alcançado a posição de sétima economia do mundo não fosse o investimento feito em ciência, tecnologias e inovação, que lhe permitiu produzir alimentos a preços acessíveis para sua população e, ainda, exportar excedentes para todos os cantos do planeta. E a ciência brasileira nos permitiu produzir aeronaves sofisticadas, extrair petróleo das profundezas do mar, produzir uma matriz energética limpa baseada no uso do etanol combustível, realizar eleições de forma automatizada com resultados divulgados praticamente em tempo real, produzir políticas públicas complexas – como o Código Florestal, entre muitos e muitos outros feitos.
         Mais do que em qualquer outro momento da história, o Brasil precisa cuidar com grande atenção da sua ciência. A falta de planejamento estratégico, de investimentos e de formação de cientistas poderá nos atrasar para posições de menor importância no cenário mundial. Há uma clara reconfiguração nas cadeias de valor globais, cada vez mais intensivas em conhecimento, e o Brasil precisará elevar, de forma substancial, a complexidade e a produtividade da sua economia, o que só ocorrerá com grande investimento na formação de talentos e na inovação tecnológica. O país precisa, também, estar atento à rápida reconfiguração da globalização, com a movimentação de commodities e mercadorias ao redor do globo perdendo espaço para os fluxos de serviços, bens e ativos intangíveis, configurando cadeias de valor que beneficiam países que investem na geração de conhecimento e inovações.
         Vários países se ajustam sabiamente à reconfiguração da economia global. O melhor exemplo é a China, que em 2018 passou os Estados Unidos como o maior país produtor de conhecimento científico no mundo, ficando a Índia, outro gigante asiático em ascensão, em terceiro lugar. O Brasil aparece em 12º lugar no ranking, com investimentos em C&T que totalizam apenas 2% do investimento chinês. A postura desses países precisa nos inspirar a entrar no time das nações que estão apostando em inteligência estratégica, investimentos e políticas científicas e tecnológicas robustas e de longo prazo – possivelmente os únicos caminhos na direção de um futuro sustentável.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



    



sexta-feira, 26 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E AS EXIGÊNCIAS DA CIÊNCIA E INOVAÇÃO E OS NOVOS CAMINHOS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“A pesquisa como ferramenta de desenvolvimento
        Ao se falar em pesquisa, remete-se à busca pelo conhecimento. Um conhecimento voltado ao desenvolvimento de uma nação. O Brasil, embora já tenha conquistado grandes avanços na área, ainda não trata o tema como uma política de Estado – e sim de governos – e a consequência é que, diante de qualquer crise, a redução de investimentos atinge, primeiramente, o setor, prejudicando a geração de conhecimento. Isso vem ocorrendo ao longo dos últimos meses em órgãos de fomento no âmbito federal, e mais recentemente, na esfera estadual, como os cortes anunciados para este ano pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fepamig), afetando bolsas de iniciação científica e outros recursos para a pesquisa.
         A história mostra que foi com a adoção de políticas focadas na busca pelo conhecimento que muitos países foram bem-sucedidos na geração de riqueza e desenvolvimento social. Um dos bons exemplos é, sem dúvida, a Coreia do Sul. Lá, o investimento em educação – e, consequentemente, em ciência –, como uma política de Estado alçou, aquele que era um dos países mais pobres do mundo, na década de 1950, a uma nação desenvolvida e um dos protagonistas no cenário econômico mundial, líder em áreas de ponta como a tecnologia da informação.
         Nesse contexto, vê-se, claramente, que no Brasil os pilares da educação são frágeis. Se há uma questão unânime no país é a necessidade de investimentos e de uma política sólida para o setor, em que os índices de qualidade, comparados com vários outros no cenário internacional, são pífios. É nesse contexto que se percebe, mais claramente, que quando a educação é uma política de governo e não de Estado, os cortes de recursos em um ambiente de crise econômica atingem, primeiro, setores ligados à investigação científica. O caminho deveria ser exatamente o inverso: privilegiar a busca do conhecimento, pois esse se propaga, trazendo benefícios para todas as áreas, identificar as áreas prioritárias e direcionar esforços para que os investimentos sejam otimizados.
         É preciso destacar que muito se avançou no país em várias áreas em que se investiu em ciência e tecnologia. Foi assim com a avicultura, em que o investimento em inovações tecnológicas e o uso de um sistema eficiente de pesquisa e desenvolvimento, a partir das décadas de 1960/1970, tornaram o país o segundo maior produtor mundial de frango. Outra trajetória de sucesso trilhou o setor de energia no país, onde cerca de 45% de toda a produção energética é proveniente de recursos renováveis.
         Mas, se houve avanços, para mantê-los e vencer novos desafios é necessária uma política que defina a longo prazo as metas a serem atingidas. Eleger, por exemplo, as áreas em que queremos ser os players globais e investir recursos e esforços para cumprir o que foi definido.
         E quando se fala em pesquisa, em inovação, o papel da universidade é crucial. Essas instituições devem entender a sua função dentro da sociedade, no contexto regional, como indutoras e protagonistas do desenvolvimento social. Na PUC Minas, por exemplo, a investigação científica está disseminada por todas as áreas do conhecimento, indo da graduação à pós-graduação, e a parceria com a iniciativa privada tem gerado excelentes resultados, especialmente na área de tecnologia.
         No entanto, se as universidades vêm buscando alternativas para o desenvolvimento da pesquisa por meio de recursos próprios ou aliando-se à iniciativa privada, não é possível prescindir dos investimentos públicos na área. Em tempos de crise como a enfrentada no Brasil, investir em ciência e inovação significa valorizar um instrumento fundamental para o desenvolvimento. Mais que isso, representa oferecer uma perspectiva de futuro para os nossos jovens.”.

(SÉRGIO DE MORAIS HANRIOT. Professor, pró-reitor de pesquisa e de pós-graduação da PUC Minas e doutor em engenharia mecânica pela UFMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de TARCÍSIO MARTINS, jornalista, professor e coordenador de projetos da APHAA-BV, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mineração: pânico e injustiças
        Populações que habitam o Vale do Alto Paraopeba e vivem próximas às barragens de mineradoras vivenciam insegurança, pânico e medo. A insustentável tragédia humana, social, política e econômica ocorrida em Brumadinho provocou expectativa de novos rompimentos. As mineradoras, em especial a Vale S.A., ficaram expostas pelo trato desrespeitoso para com o meio ambiente. A falta de transparência e seriedade na conduta dos negócios da empresa mudou o comportamento e a opinião dessas populações. Brumadinho e Mariana mostraram o quanto se desrespeitam montanhas, nascentes, patrimônios naturais e culturais, sobretudo as águas. Mais um rio foi morto por substâncias que tornaram impróprias suas águas: o Paraopeba!
         Belo Vale, Jeceaba, Moeda, Congonhas e Brumadinho são cidades da Zona Central do estado que se formaram às margens do Rio Paraopeba. Nas encostas da Serra da Moeda – reserva da bioesfera decretada pela Unesco, em 2005 – estão os aquíferos que abastecem o Paraopeba. E onde se situam comunidades tradicionais e quilombolas; patrimônio natural com fortes referências de vida. À exceção de Moeda, que detém um decreto municipal que não se permite a exploração mineral em seu território, os demais municípios tiveram influências da mineração predatória desde o Ciclo do Ouro.
         A Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APAA-BV), criada em 1985, tem amplo conhecimento dos impactos e conflitos sociais causados pelas mineradoras, em Minas Gerais. Enfrentou desmatamentos, incêndios, destruição de nascentes, a degradação da serra. Relacionou-se com moradores das comunidades da encosta da Serra da Moeda. A maioria defendia as mineradoras por gerar trabalho para suas famílias. Embora morando em áreas caracterizadas por baixa infraestrutura social, marcadas pela poluição, barulho de explosões e constante falta de água.
         A tragédia de Brumadinho veio forte. Provocou impacto na relação dessas populações com as mineradoras. Trouxe insegurança e sensação de fragilidade para suas vidas. As mortes de trabalhadores bateram fortes nos corações das famílias atingidas e da sociedade em geral. Em Congonhas, Jeceaba e Belo Vale, paira o medo de serem arrastadas pela lama.
         As mineradoras perderam credibilidade pelo desrespeito à vida, à paisagem cênica e qualidade das águas. Elas estão com suas condutas abaladas pela opinião pública e precisam se reinventar; ser verdadeiras para que se possam implantar novos empreendimentos. Recentemente, o prefeito de Belo Vale declarou que não dará anuência – carta de conformidade – para expansão de empreendimento que a Vale S.A. pretende instalar na Serra dos Mascates, em área de preservação, próximo à nascente de Água Fria, onde se capta água para a cidade.
         Em Moeda, audiência pública realizada na Câmara Municipal, em 13 de abril, avaliou um pedido de licenciamento da Gerdau S.A. para dar continuidade às operações da Mina de Várzea do Lopes. O evento atraiu centenas de cidadãos e representantes de organizações não governamentais das cidades vizinhas. A empresa quer instalar seu projeto em um ‘corredor ecológico’ situado entre áreas protegidas e o Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (Mona), no Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
         O projeto da Gerdau foi rejeitado por unanimidade. Citações sobre o ocorrido em Brumadinho e Mariana e frases como “não queremos migalhas de impostos” e “respeito às nascentes e que as minas de água sejam mais importantes que as de minérios” ecoaram pelo plenário.
         O prefeito de Moeda tem planos de transformar o município em um “parque verde”, e reconhece seu potencial para o turismo natural. “Moeda tem de aprender a viver sem o uso de explorações inadequadas. As leis de tombamento municipal e estadual serão cumpridas, e não irei permitir mineração em Moeda até o fim de meu mandato”, afirmou Leonardo de Moura Braga. Caso prevaleça a decisão da audiência pública, o município consolida-se como o único do Quadrilátero Ferrífero que, através de decreto municipal de 2002, não permite mineração em seu território.
         Que a Serra da Moeda, monumento natural da humanidade, ganhe um forte abraço em 21 de abril!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





quarta-feira, 24 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS HISTÓRIAS REVOLUCIONÁRIAS E O PODER DAS ESCOLAS DA PRIMEIRA INFÂNCIA NA SUSTENTABILIDADE


“Atualidade de Tiradentes
        Em uma frase de significativa atualidade, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, define a importância histórica e ideológica da Inconfidência Mineira de 1789: “Se todos quisessem, poderíamos fazer do Brasil uma grande nação”.
         Tiradentes, mártir e líder maior da conjuração, subiu ao cadafalso, no Rio de Janeiro, exatamente no dia 21 de abril de 1792, há 227 anos, durante os quais consolidou e ampliou sua reputação de herói popular. Pagava com a vida, aos 46 anos, por suas ideias republicanas, anticolonialistas e libertárias. Contestado por uns, mas glorificado pela história, o revolucionário mineiro, com seus companheiros inconfidentes, poetas, padres, militares e comerciantes, pregou a liberdade pelos caminhos de Minas e se tornou o precursor da Independência do Brasil de 1822. Nos “Autos da Devassa”, por suas palavras e confissão de sua pregação, Tiradentes reafirmou suas convicções e aos companheiros “não traiu jamais”.
         Dois livros, bem recentes, resultantes de alentadas pesquisas históricas, atualizam a dimensão contemporânea da Inconfidência Mineira: “O Tiradentes”, de Lucas Figueiredo, e “Ser Republicano”, de Heloisa Starling, ambos de 2018. O primeiro desvenda aspectos da vida do alferes e suas andanças por Minas. O segundo revela a primazia da Inconfidência Mineira no ideal republicano e seus significados nos movimentos nativistas brasileiros. Ambos os livros expõem as mazelas do regime colonial português e os modos de vida em Minas no século XVIII, especialmente em Vila Rica, sempre rebelde e resistente à opressão, em meio a um surto artístico e cultural despertado pelo Iluminismo libertário dos inconfidentes.
         Germain Bazin, que foi diretor e conservador do Museu do Louvre, apaixonado por Aleijadinho e pelo Barroco Mineiro, diz que “a descoberta das minas enriquece Portugal, mas também traz o fermento que o fará perder a colônia”. Na Inconfidência Mineira, o filósofo Sérgio Rouanet, estudioso da ilustração, diz que importantes são as ideias que discutiam a Independência Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789, caía a Bastilha em Paris e eram presos os inconfidentes em Vila Rica. E, com Tiradentes, aliados pelo mesmo ideal, eram aprisionados Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, que compõem o drama lírico-romanesco da Inconfidência.
         Minas Gerais, como seu nome, nasce da riqueza do seu subsolo, que povoa seu território, conforma sua sociedade e sua identidade, mas também atrai e assinala os ciclos de espoliação econômica, do ouro ao ferro, que distinguem sua história social e econômica. E que, nos nossos dias, nos aflige com as minas, barragens e lamas, sem que essa herança natural gere benefícios maiores para os mineiros, como é justo desejar. Exaltar a Inconfidência, sua inspiração e ideário é também lembrar, na contemporaneidade, a tragédia de Minas.”.

(Mauro Werkema. Jornalista e escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de abril de 2019, caderno O.PINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de HANNYNI MESQUITA, pedagoga, especialista em gestão das organizações educacionais e educação bilíngue e coordenadora da educação infantil do Centro de Inovação Positivo, do Colégio Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação responsável
        Ao ouvirem especialistas afirmarem, com propriedade, que a educação infantil é a mais importante etapa do desenvolvimento de um indivíduo – mais até do que a universidade –, muitas pessoas se mostram surpresas ou incrédulas. Quem trabalha com crianças nesta faixa etária – até os 6 anos – sabe que a afirmação não é exagerada. Essa é a fase de maior desenvolvimento humano. Durante a chamada primeiríssima infância, até os 3 anos, se aprende mais do que se aprenderá ao longo de toda a vida. Para além do discurso de educadores, são os cientistas que afirmam: nos primeiros anos, o cérebro faz mais conexões do que em qualquer outro período da vida. São de 700 a 1.000 conexões por segundo. Aos 3 anos, ele é duas vezes mais ativo que o cérebro de um adulto. Pesquisas americanas realizadas com milhares de crianças mostram que alunos que tiveram uma boa educação infantil precisam de menos reforço escolar e apresentam melhor desempenho no ensino fundamental. Em outro estudo, cientistas de Harvard já apontaram que quanto mais a criança se desenvolve na escola nessa fase da vida, maiores são as chances de chegar ao ensino superior, e ganhar bons salários quando adulta.
         As afirmações são importantes para reforçar que o ambiente no qual a criança cresce é fundamental para garantir seu pleno desenvolvimento – e não estamos falando apenas do cenário doméstico: o ambiente escolar também é determinante. As escolas que ofertam a educação infantil têm uma enorme responsabilidade com a humanidade e, por isso, saber o que fazer, por que fazer e como fazer é para profissionais – e exige muita formação continuada e acompanhamento direto de pessoas capacitadas para transformar a prática em objeto de reflexão para a melhoria contínua. É necessário que os profissionais entendam que o brincar é a linguagem da criança e que consigam transformá-lo em instrumento mediador no processo didático-pedagógico. Tal recurso é ferramenta indispensável no desenvolvimento qualitativo dos aspectos cognitivo, motor, afetivo, psicológico e social, e, portanto, necessita de valorização dentro das propostas educacionais.
         Apesar de a legislação brasileira considerar que a educação infantil faz parte da educação básica, o país ainda não exige formação superior dos profissionais que atuam nessa etapa de ensino (mesmo que essa seja a 15ª meta do Plano Nacional de Educação). Fora isso, há escolas com um número imenso de profissionais atuando na educação infantil sem a formação adequada porque muitos ainda acreditam que, quando se trata de criança pequena, basta apenas cuidar. Pesquisa realizada em seis capitais brasileiras revela que 65% dos professores que atuam nessa fase de ensino não têm qualificação específica para trabalhar com educação de crianças. O que não é levado em conta nesse atual cenário é que o próprio cuidar deve vir acompanhado de orientações e embasamentos. Sem o conhecimento necessário, o profissional recorre ao senso comum, sem conhecer o que é esperado para cada faixa etária, como aprender, ensinar e organizar tempo e espaço na educação infantil, como, efetivamente, podemos proporcionar o aprender brincando. E só para reforçar: não basta apenas formação inicial, a formação continuada precisa fazer parte da rotina do profissional.
         O professor de educação infantil deve ter um coração disposto a criar vínculos afetivos, mãos habilidosas para se dedicar ao trabalho diário e uma mente disposta a aprender, sempre. Deve apresentar, também, um olhar que é desenvolvido por meio de orientação e formação, calibrado para perceber situações corriqueiras, transformando-as em disparadores para novas aprendizagens. Ele precisa ser paciente – a repetição faz parte do processo –, ao mesmo tempo em que precisa ser criativo, procurando diferentes maneiras de mediar a aprendizagem. É na troca e na rica experiência que testamos, nos frustramos, conquistamos e crescemos. É com atitude diária, cotidiana, muitas vezes vista como banal, que transformamos. A repetição, a permanência da regra, a mediação realizada “milhões de vezes”, essas sim, consideram a complexidade do ser humano. Devemos ser capazes de transformar o pensamento em ação e repensar a ação por meio da reflexão, sem perder o entusiasmo, a coragem de tentar o diferente e inovar. Afinal, trabalhamos com a melhor fase do ser humano.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.