segunda-feira, 30 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA INDÚSTRIA 4.0 E A TRANSCENDÊNCIA DOS DIÁLOGOS SOCIOCULTURAIS NA SUSTENTABILIDADE


“Os desafios da indústria 4.0 no Brasil
        Reduzir custos, melhorar a produtividade, oferecer maior variedade de produtos com preços menores e qualidade superior: está aí o sonho de muitas empresas ao redor do mundo. No caminho para atingi-los de maneira rápida e eficiente, muitas têm usado cada vez mais tecnologia para interligar toda a cadeia de produção e, assim, atingir seus objetivos, em um conceito que se tornou mais conhecido nos últimos tempos como indústria 4.0.
Na prática, além de realizar investimentos em produtos e serviços modernos, capazes de atender à demanda que a companhia precisa, é necessário ter profissionais cada vez mais qualificados, aptos a entender o processo produtivo de maneira mais ampla, pensando em logística, clientes e fornecedores de maneira conjunta.
Trata-se de um verdadeiro desafio, já que muitos países ainda têm grande parte da mão de obra formada por profissionais focados no entendimento exclusivo de máquinas. Por outro lado, nos Estados Unidos e em muitos locais da Ásia, como Japão, China, Taiwan e Coreia do Sul, o processo de formação de profissionais já é mais maduro, com investimento contínuo na modernização das estruturas industriais para manter a competitividade em longo prazo, especialmente na indústria eletrônica e automotiva.
No Brasil, essa é uma realidade ainda distante, mas há setores que têm empreendido esforços para trabalhar nessa expansão, em especial os de autopeças, agronegócio e alimentos e bebidas. Há, ainda, um movimento positivo da indústria e de instituições de ensino superior e técnico no sentido de entender e implantar iniciativas voltadas para a indústria 4.0.
Ao adotar esse conceito na prática, as consequências positivas poderão ser percebidas de maneira rápida e eficaz. No setor de autopeças, especificamente, a minimização de erros ao substituir processos humanos por dados integrados do chão de fábrica à esfera corporativa traz mais transparência, além de aumentar a qualidade e produtividade, ao permitir rastrear toda a operação – reduzindo a níveis extremamente baixos o envio de peças incorretas para os clientes, por exemplo. Isso é possível ao integrar o uso de tecnologia da informação com a tecnologia da operação, ou seja, deixando de usar planilhas para execução de ordens de produção para automatizar esse processo com softwares.
Para alcançar com sucesso o caminho para a indústria 4.0, sua implantação deve ser feita passo a passo, de maneira modular e escalável, oferecendo retorno de investimento atrativo, servindo, assim, como incentivo para futuras instalações.
Diante de tantas vantagens a serem conquistadas, a realidade da base industrial no país mostra que há um longo caminho a ser trilhado para atingirmos um nível de maturidade expressivo. Além do treinamento de profissionais, é necessário que as lideranças da indústria sejam capazes de visualizar a importância desse tipo de investimento, passando a mensurar retornos financeiros tangíveis no curto prazo. Com esse tipo de estratégia, será possível vencer e acelerar o desenvolvimento desse canal no país, ampliando a atuação das empresas e garantindo ainda mais oportunidade de competição no ambiente atual.”

(HÉLIO SUGIMURA. Gerente de marketing da Mitsubishi Eletric do Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de julho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos socioculturais
        A crise antropológica do mundo atual exige de cada pessoa, particularmente das que exercem liderança, novo entendimento na compreensão da realidade. Não é possível intuir as soluções para os problemas que se apresentam, sem os adequados tratamentos analíticos e sistêmicos. Há uma complexidade exigente que só pode ser compreendida a partir de análises socioculturais profundas e assertivas. Embora seja importante, não basta simplesmente desenvolver estudos, considerando um campo restrito do saber. Fundamental é mobilizar mais esforços para enxergar as singularidades das dinâmicas que determinam a trajetória de grupos, segmentos da sociedade, nações e povos. Assim, torna-se possível alcançar uma compreensão básica da cultura e do contexto social para promover as transformações necessárias.
         A falta de clareza em relação às dinâmicas socioculturais enjaulam pessoas, grupos e instituições em uma visão estreita, induzindo todos à repetição de equívocos, pois quando não são reformuladas posturas e parâmetros, as inovações necessárias para a promoção do bem se tornam distantes. O que prevalece é a manutenção do que sempre foi. São desperdiçados recursos humanos e materiais – investidos, não raramente, apenas para alimentar processos estéreis, incapazes de minimizar as carências e os descompassos sociais. Consequentemente, instituições se enfraquecem e perdem a capacidade de promover a adequada agregação.
         Esse cenário traz sérios riscos de muitos colapsos, pela carência de novos entendimentos antropológicos, necessários para que floresça todo o potencial humanístico de uma civilização. E, lamentavelmente, temas importantes para a vida em sociedade não são devidamente analisados, refletidos. Com isso, há um distanciamento da realidade, que leva ao desconhecimento e ao marasmo. Afinal, todos reconhecem que, diante dos muitos problemas atuais, é preciso mudar, mas o problema é que muitos não sabem o que fazer. Permanecem, assim, reproduzindo respostas e posturas marcadas pela mediocridade, ou se submetem a certas dinâmicas que parecem novas, mas, sendo mal fundamentadas, levam caminho do fracasso.
         Essa situação se perpetua, também, a partir das atitudes de pessoas que até receberam sólida formação conceitual, com conquistas acadêmicas relevantes, e mesmo assim são incapazes de enxergar a complexidade do atual momento sociocultural. Uma inabilidade que atinge líderes políticos, religiosos, culturais e tantos outros que apenas reproduzem a mesmice. Pessoas que promovem ações e movimentos repletos de volume – “fazem barulho” – mas são desprovidas de energia para reconfigurar procedimentos, funcionamentos e modos de pensar. Consequentemente, não contribuem para a necessária mudança cultural. Assim, esses cidadãos agem de modo alinhado com uma sociedade que busca fazer de tudo um espetáculo, muitas vezes a partir da demagogia, com o único objetivo de conquistar visibilidade midiática.
         Na sociedade do espetáculo, o que é realmente importante não consegue aparecer, ser visto. Os processos educativos formais, as instituições e o contexto familiar perdem espaço, e os cidadãos, consequentemente, não alcançam a condição necessária para dar novos passos rumo a um futuro melhor. Já são conhecidas as estatísticas que indicam a perda de credibilidade de diferentes contextos institucionais – religioso, político, educacional, cultural e tantos outros – que passam a ser percebidos com certa indiferença. Sem a adequada compreensão da realidade sociocultural, e o consequente enfraquecimento das instituições, a sustentabilidade do planeta, o compromisso ético-moral, a vida das pessoas correm risco.
         É preciso que as pessoas, nas suas instituições, se dediquem a compreender melhor o contexto social, para intervir qualificadamente na realidade. Não se pode permanecer na ilusória convicção de que se está fazendo o certo, promovendo o bem, quando, na verdade, atua-se na contramão de interesses mais nobres, altruístas, relacionados ao bem comum. É hora de todos se iluminarem a partir de eficazes diálogos socioculturais, que permitam, a cada pessoa, compreender melhor e assumir as próprias responsabilidades na construção do tempo novo almejado por todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 291,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








sexta-feira, 27 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO DIREITO NAS MUDANÇAS SOCIAIS E A FORÇA DA ECONOMIA NAS CIDADES INTERATIVAS E SUSTENTÁVEIS


“O direito e a nova sociedade
        Já era hora de mudanças. A atuação do profissional da área de direito mudou. Há novas especificidades que podem e devem ser levadas em conta pelas escolas para aproximar os alunos dos futuros desafios que vão encontrar na profissão. A graduação mais procurada no país passa por reformulação, após 14 anos. Números do Ministério da Educação (MEC) apontam que, de 2004 a 2016 (últimos dados disponíveis), o total de cursos de graduação em direito cresceu 50% e a oferta de vagas 62%. No mesmo período, o número de inscritos nos processos seletivos teve um aumento (122%) superior ao de vagas efetivas (88%).
         O Conselho Nacional de Educação (CNE) iniciou uma reformulação na matriz curricular dos cursos de direito, com o intuito de torna-los contemporâneos e em concordância com as mudanças tecnológicas e da sociedade. O objetivo é atender a um país continental com cinco regiões e mais de 5,5 mil municípios, em que as escolas podem ter missões diferentes. Orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), cada instituição de ensino poderá desenhar sua matriz curricular. Ou seja, o direito penal pode ser constituído de três disciplinas em uma escola e, em outra, em apenas uma disciplina, com diferentes cargas horárias, dependendo das especificidades locais e da missão da escola.
         A perspectiva de uma base nacional comum conceitual da área do direito foi discutida durante audiência pública em Brasília. A ideia é diversificar a base em atenção às especificidades locais e regionais dos cursos e, ao mesmo tempo, em consonância com as demandas da contemporaneidade, como a inovação, a tecnologia, o empreendedorismo, a internacionalização, a interdisciplinaridade, as novas metodologias de ensino e de aprendizagem e a comunicação com a sociedade.
         Neste sentido, a concepção do Projeto Pedagógico do Curso de Direito deve ter em conta, além das peculiaridades do campo de estudo, sua contextualização em relação à sua inserção institucional, política, geográfica e social. As condições objetivas da oferta devem ser caracterizadas segundo a concepção do seu planejamento estratégico, especificando a missão, a visão e os valores pretendidos pelo curso, além da vocação que o caracteriza. A construção do conhecimento, a articulação dos saberes, e seu resgate em diferentes dimensões, demandam a explicitação dos modos de integração entre teoria e prática, com a especificação das metodologias ativas utilizadas no processo de formação.
         A metodologia de ensino e a aprendizagem merecem guardar relação com os princípios acima descritos e, assim, proporcionar uma relação de ensino-aprendizagem que atenda a um processo de construção de autonomia, de forma pluridimensional, aos pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
         A proposta de mudança chega num momento importante, em que o país necessita estar em sintonia com o que há de mais moderno e atual no âmbito do ensino do direito. Por isso, é fundamental que o projeto contemple as formas de tratamento transversal dos conteúdos exigidos nas diretrizes nacionais, tais como as políticas de educação ambiental; a educação em direitos humanos, a educação das relações étnico-raciais e histórias e culturas afro-brasileira, africana e indígena, entre outras. Nossa sociedade merece!”.

(SÉRGIO MURILO BRAGA. Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de PAULO HANSTED, empreendedor com formação em marketing na Universidade da Califórnia – Berkeley, nos Estados Unidos, e desenvolvedor do conceito de cidades móveis, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidades interativas e a economia
         Pensar que um dia você poderia dialogar com sua cidade é algo que só poderia ser imaginado por leitores e fãs das mais loucas histórias de ficção de H.G. Wells ou Arthur Clarke. Algo muito duvidoso até mesmo para as não tão distantes gerações analógicas dos 80 e 90, que veem a relação de tempo e espaço serem alteradas de forma tão brutal, que fazem seus walkmans e videocassetes parecerem coisas do século passado. E são, afinal, estamos no século 21, presenciando uma revolução silenciosa que está alterando o sentido de valor de tudo o que nos cerca.
         Na era da internet das coisas, tempo é um bem precioso. Um minuto pode ser uma eternidade, tempo suficiente para fazer vídeos no Stories, twittar e acessar um amigo em outro continente. Em sua inexorabilidade, o dia tem e sempre terá 24 horas, mas o que podemos fazer com elas é que não para de se multiplicar. Da incapacidade de se envolver com tantas novidades, a sociedade digital torna-se altamente reativa a tudo que não traduza sentido e valor. As responsabilidades do dia a dia se acumulam e a sensação de sufocamento aumenta. Mais do que perguntas, busca-se respostas. Uma dica precisa vale muito mais do que uma crítica fundamentada. Conveniência é a palavra de ordem e é aí que a coisa toda ganha uma outra dimensão.
         Com a virtuosa disseminação dos devices móveis – celulares, tabletes etc. da banda larga, a sociedade moderna está permanentemente conectada. Onde quer que esteja, pode-se acessar, ser acessado e até mesmo ser precisamente localizado. Se, em meio à falta de tempo, vivemos em um diálogo permanente com pessoas que conhecemos ou nunca vimos, a extensão dessa prática na relação com as cidades pode traduzir ganhos e benefícios nunca antes imaginados.
         As cidades interativas abrem espaço para o diálogo, elas se comunicam com aqueles que nela vivem ou estão apenas de passagem. Em muitos estados americanos, governos e municípios estão investindo em soluções que transformam suas cidades históricas em verdadeiros museus a céu aberto. A integração de sistemas de localização e navegação on-line permite o acesso a rotas e experiências de todos os tipos. Em Atlanta, na Geórgia, por exemplo, o simples caminhar pelas ruas da cidade abre espaço para a interação com passagens e personagens marcantes da Guerra Civil americana. Os locais que foram palco de batalhas e momentos históricos estão lá, prontos para ser desvendados. Cada esquina pode revelar uma surpresa. Pessoas de todas as idades, munidas de um celular, podem fazer de uma despretensiosa caminhada verdadeira viagem no tempo. Recursos de vídeo, fotos e textos auxiliam a compreensão dos momentos que cercaram o conflito naquela região. No estado do Mississipi, o governo investiu no desenvolvimento de rotas digitais, também acessíveis por celular, que oferecem experiências enriquecedoras.
         Para os amantes da boa música, as rotas do blues e country levam moradores e visitantes a conhecer locais onde nasceram, fizeram carreira e morreram grandes ídolos da música americana. Informações detalhadas de suas vidas estão por toda a parte. A dinâmica é tão bem organizada e acessível que até o lendário “Crossroads”, encruzilhada das rodovias 49 e 61, onde, reza a lenda, Robert Jackson vendeu a alma ao diabo, está lá, fácil de ser localizada numa singela rua da cidade de Clarcksdale. Através desse sistema interativo, legiões de pessoas passaram a visitar a região.
         Nas cidades interativas, a informação é organizada em forma de estímulos, como se convidando que moradores saiam de casa e se envolvam com tudo o que a cidade pode oferecer.
         Os encantos, a história, a diversão podem estar em cada esquina, prontos para dar início a uma boa conversa. Ter a cidade na palma da mão altera a referência de valor. Lugares por onde passamos, e muitas vezes desconhecemos ou damos pouca atenção, podem traduzir grandes experiências. Dessa forma, tendo mais motivos para sair de casa, as pessoas interagem mais, se divertem mais e consomem mais. Por conta disso, movimentam mais a economia. Estima-se que as cidades interativas tenham o poder de triplicar o valor econômico gerado por cidadãos e turistas.
         A simples reorganização da equação de valor e da acessibilidade às atrações que uma cidade já oferece dinamiza o comércio e toda a cadeia produtiva. A tecnologia abre espaço para uma infinidade de experiências que passam a traduzir benefícios imediatos. Não há espaço para a rotina. Toda hora, cada minuto, pode ser um bom motivo para ligar para um amigo, reunir a família, ou até mesmo sair pela cidade sozinho e desvendar tesouros que muitas vezes estão ali bem perto, mas que na correria do dia a dia os olhos não veem.
         Neste momento, exemplos como esses multiplicam-se por todo o mundo. Muito em breve, cidades analógicas serão conhecidas apenas pelos livros de história.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







quarta-feira, 25 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DE LÍDERES GLOBAIS E A COPA DAS PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES NA SUSTENTABILIDADE


“Formar líderes globais
        A globalização atingiu tamanho estágio de complexidade e intensidade que hoje impõe particularmente às empresas atuantes em multimercados a necessidade de formar líderes em velocidades assombrosas. E não basta formar líderes efetivos que levem a cabo as realizações almejadas pela organização e pelos acionistas. É preciso também que eles sejam peças fundamentais na expressão da identidade da empresa, que cada vez mais se veem e se reconhecem como instituições internacionais, a despeito de suas origens.
         Nesse cenário, ganham espaço as tecnologias de base neurolinguística que, com a combinação de diferentes metodologias, permitem não só acelerar a formação de líderes para as necessidades da empresa, como também consolidar nessas organizações uma identidade interna mais favorável à atuação desse novo líder globalizado. E na esteira desse movimento, consultorias de RH de todo o mundo estão se movimentando para buscar referências e metodologias que sejam efetivas num ambiente de organização internacional.
         Logo depois de um projeto-piloto com resultados promissores, uma grande fabricante norte-americana de eletrodomésticos recentemente nos pediu auxílio para realizar um programa de formação de líderes nos moldes acima. A ideia era treinar 200 executivos seniores vindos de 20 países já selecionados no Nine Box da organização como pessoas de alto potencial. A expectativa era que futuramente esses líderes, com o máximo de suas competências desenvolvidas, assumissem desafios ainda maiores na organização.
         Ao iniciar o trabalho, no entanto, algumas precauções vieram à mente. Nossa metodologia que já é aplicada no Brasil há 15 anos por meio do programa Líder do Futuro, funcionaria num ambiente novo e com gente de todo o mundo? Nossas dinâmicas, que têm como referência o ambiente corporativo brasileiro e a nossa cultura, poderiam ser consideradas inapropriadas diante de outros referenciais culturais? Esses participantes comprariam a proposta e se engajariam da mesma forma que os daqui? A competição que integra nosso treinamento cumpriria seu propósito?
         Percebemos então que para ter credibilidade perante essa audiência diversa deveríamos também nos internacionalizar. Reforçamos nosso time com consultores dos Estados Unidos, da Austrália e da Inglaterra, dois deles com origens no mundo muçulmano e latino, decisão importante para passar confiança a respeito das nossas intenções. A essa altura, tínhamos o sinal verde para prosseguir. Mesmo diante das nossas preocupações, a empresa disse o seguinte: o confronto cultural vai ser parte dos desafios futuros desses líderes, então sigam.
         O primeiro passo sempre são as avaliações 360 dos participantes. Logo de cara, algumas competências nos chamaram a atenção. Os treinandos foram bem avaliados em relação à confiança com que atuam, à paixão com que exercem o trabalho e pelo gosto de sempre aprender. Sem dúvida, um ótimo ponto de partida, especialmente considerando que os resultados eram mais ou menos uniformes em todas as regiões do mundo. Mas nos interessavam mesmo as competências com as piores avaliações, pois são essas que deveriam ser trabalhadas.
         Notamos que as maiores dificuldades estão em dar feedbacks honestos e diretos, estabelecer uma visão clara e motivadora para o time e delegar, basicamente, os mesmos problemas que comumente se encontram no Brasil – e provavelmente em todo o mundo. A questão da dificuldade de dar feedbacks foi particularmente surpreendente porque apareceu com maior prevalência nos Estados Unidos, país que cultiva a imagem de ter uma cultura de comunicação sem delongas. Aparentemente, a realidade não é bem essa.
          Com as demandas claras, sabíamos como prosseguir. Nos cinco dias seguintes, os participantes foram submetidos a uma intensa rotina que simula a realidade corporativa que tinha o objetivo não só de pô-los à prova, mas de mudar modelos mentais particularmente no que se referem às crenças limitantes. Nesse processo, simularam a criação de empresas, criam jingles, fizeram exercícios logo cedo, meditaram, tudo em grupo, reforçando laços entre eles e a capacidade de atuar em conjunto, com coaching e feedback para se aprimorarem.
         Os resultados nos credenciaram a fazer duas novas rodadas de treinamento com o grupo. Na primeira turma, 41% dos participantes foram promovidos ou qualificados para um avanço próximo na carreira. Nada menos que 75% do total apresentaram evolução no programa interno de liderança e o retorno das equipes lideradas por essas pessoas foi extremamente positivo. É dessa forma que aceleramos a formação de líderes para organizações que não podem parar de evoluir.”.

(ARTHUR DINIZ. CEO da consultoria paulistana de talento e desenvolvimento Crescimentum, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de julho de 2018, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FERNANDO VALENTE PIMENTEL, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Copa que o Brasil precisa vencer
        Passada a expectativa de conquistar o hexacampeonato na Copa do Mundo da Rússia, o Brasil vivencia um complexo dilema no contexto de outra e mais importante competição internacional: a ampliação do fluxo de comércio de bens, serviços e investimentos com outras nações. É praticamente consensual a necessidade de o país integrar-se de modo mais profundo à cadeia global de valor. Isso não se discute. Entretanto, é crucial estabelecer uma agenda realista e responsável para a concretização desse processo.
         Assim como a Seleção Brasileira precisa estar de fato preparada para disputar uma Copa do Mundo, com uma defesa sólida, meio campo equilibrado e ataque eficiente, nossa economia não pode concorrer de igual para igual no cenário internacional sem o encaminhamento prévio dos problemas que afetam sua competitividade. O risco de tomarmos outro Sete a um” é imenso no enfrentamento de peito aberto do comércio exterior, em especial no presente cenário de recrudescimento do protecionismo, protagonizado pelos Estados Unidos e a China.
         Porém, independentemente da conjuntura instável do comércio exterior, o Brasil precisa desenvolver fundamentos eficazes para ampliar a abertura de seus portos, sem o risco de tomar goleadas na balança comercial dos produtos manufaturados, da desindustrialização e do desemprego, inclusive sofrendo contra-ataques dos pretensos ganhos que, em tese, seriam decorrentes da abertura, caso esta seja abrupta e sem planejamento.
         Assim, é preciso estabelecer forma e timing adequados para a necessária maior integração do país ao mundo. Temos de construir nossa visão de futuro e ir realizando movimentos os mais concatenados possíveis entre ganhos de competitividade e produtividade sistêmica e aumento da abertura com redução de tarifas. Não fazem sentido, a nosso ver, aberturas unilaterais, como proposto por algumas correntes de pensamento e achar que um novo e melhor equilíbrio dar-se-á ao final do processo. Será muito mais produtivo para o país realizar o processo de maior integração global por meio de acordos, tal como estamos fazendo, neste momento, com a União Europeia, além de outras negociações em curso (Efta, Canadá e Japão).
         Não há dúvidas de que, se fizermos a abertura dentro de um cronograma adequado de ganhos de produtividade e competitividade, poderemos desfrutar com tranquilidade e crescimento econômico os benefícios advindos dessa liberalização, gerando, assim, mais bem-estar para a sociedade brasileira.
         Tudo isso porém, deve, necessariamente, ser precedido por uma grande lição de casa, no mínimo nas áreas tributária, de crédito, cambial, educacional e de infraestrutura. É lamentável constatar, mas a estrutura de nossa economia é um convite ao “ataque” e “artilharia” dos nossos concorrentes internacionais: carga tributária, inclusive sobre os investimentos, entre as mais elevadas do mundo; juros reais permanentemente entre os mais altos do planeta; câmbio invariavelmente desfavorável às exportações; educação básica precária e acesso restrito ao ensino superior de excelência, que conspiram contra a formação de profissionais de alta produtividade; e infraestrutura deficiente e onerosa para os custos da produção. Certamente, não será possível resolver todas as questões críticas que nos afligem para só então avançarmos mais na integração com o mundo. É preciso, porém, termos o caminho traçado e o veículo em movimento na direção do que almejamos.
         Infelizmente, a não realização de reformas estruturais, como a tributária e a previdenciária, a insistência com políticas econômicas que não primam pelo necessário equilíbrio fiscal, o crônico descaso com a educação, transportes muito caros e ineficientes e outros ônus do “custo Brasil”, como a burocracia e a insegurança jurídica, são fatores que não permitem abertura imediata mais ampla de nosso comércio. Uma redução repentina de nossa taxa média dos impostos de importação significaria um golpe duríssimo e quase letal em nossa indústria, que é bem-estruturada e tem uma história concreta de competitividade intramuros, apesar do muito que ainda teremos de fazer para estar pari passu com a 4ª revolução industrial em curso.
         Não é prudente queimar etapas no processo de desenvolvimento, adotando-se medidas fáceis para solucionar algo muito complexo. No tocante ao comércio exterior, temos, hoje, o grau de abertura que o nível de competitividade de nossa economia permite. Nesse caso, colocar a zaga na frente da linha atacante e convidar os adversários para o jogo é pedir, literalmente, para tomar um gol atrás do outro. Se a experiência já foi muito amarga na fatídica partida da Seleção contra a Alemanha, em 2014, além da desclassificação recente na Copa da Rússia, o que dizer de uma derrota na Copa do Mundo do comércio global, que ceifaria empresas, empregos e todas as nossas possibilidades de crescer de modo seguro, sustentável e em patamar suficiente para nos converter em país de renda alta?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.