terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER E DESAFIOS DO AUTOCONHECIMENTO, QUALIFICAÇÃO HUMANA E SONHOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA FRATERNIDADE, ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA, SOLIDARIEDADE E ALTRUÍSMO NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Autoconhecimento e autogestão

 

O alto volume de demandas, informações a serem consumidas e selecionadas e o ritmo acelerado de acontecimentos imprimem às pessoas uma rotina desafiadora. Frequentemente, o dia é finalizado com a sensação de que faltou tempo para concluir as atividades. Você já teve essa impressão?

         Estes são alguns dos grandes vilões para os adoecimentos físicos e psíquicos, como burnout, ansiedade, depressão, obesidade e dores diversas. Aprofundar e investir no autoconhecimento e autogestão é uma alternativa para quem busca uma vida mais saudável.

        

O autoconhecimento perpassa a habilidade de conhecer seus talentos, suas vulnerabilidades e ter a compreensão de quais valores, princípios e situações regem a sua vida. Além disso, refletir sobre o que cabe ou não na rotina é um importante passo para entender os gatilhos que geram tanto emoções negativas quanto positivas.

                 

Nesse processo é necessário ter coragem para aceitar as limitações do corpo, da mente, do tempo e ter coragem para lidar com as vulnerabilidades, sem culpa. Para isso, é necessário mudar alguns comportamentos, como: tirar a capa de super-herói, não ter receio de pedir ajuda e contar com as parcerias para apoiar e superar desafios e dificuldades. Além disso, é necessário cuidar da saúde física, mental e espiritual e aprender, também, a priorizar e a dizer “não” para as atividades, pessoas e situações que causam sofrimento.

                 

Já para encaixar as demandas pessoais e profissionais na agenda, contamos com a competência da autogestão, que auxilia na organização das atividades diárias, fazendo você assumir as rédeas da sua vida e agenda. Para isso, compreenda o seu contexto e priorize de forma correta seu gasto de energia e os impactos em sua vida. Organize suas atividades considerando os horários que você está com mais disponibilidade e saiba detectar os horários em que você se encontra mais cansado. Tenha disciplina para cumprir a programação e deixe alguns espaços na agenda para você reprogramar ou mudar a rota quando necessário.

 

         Realizados esses passos, avalie: a sua agenda reflete as suas prioridades? As suas atividades estão te aproximando da pessoa e profissional que você deseja ser? Refletir sobre as suas escolhas, como está utilizando um dos seus bens mais preciosos, o tempo, que é finito, é um exercício desafiador, mas poderá de ajudar a ter uma vida mais produtiva e alinhada à sua essência e valores.

        

Convido você a desenvolver uma atitude ambidestra, ou seja, cuidar do seu presente e do seu futuro, com excelência, na sua rotina diária. Não espere o momento ideal chegar para assumir o protagonismo da sua vida e agir, o melhor momento é o agora! O que você faz hoje se refletirá na vida que você terá no futuro. Conecte-se com a sua história, ela te trouxe até o patamar em que você está hoje. Fortaleça-se, sonhe alto e comece a jornada de construir essa “ponte” que levará você à concretização dos seus sonhos. E não se esqueça de comemorar as pequenas conquistas, afinal, a jornada precisa ser prazerosa.

        

Finalizo com uma pergunta para sua reflexão: como você está concluindo o seu presente para alcançar o seu futuro? E te convido a ser a sua melhor versão possível.”.

 

(Renata Santana. Diretora de Gente e Gestão – Grupo Friopeças e associada à Amcham, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de fevereiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

 

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 24 de fevereiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

 “Apelos da Quaresma

 

A Liturgia da Igreja Católica oferece à humanidade, como interpelação e convocação, a vivência da Quaresma, com o grande apelo nascido do coração de Jesus: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. As comunidades de fé, em rede, ainda mais intensamente, se tornam escolas de espiritualidade comprometidas com a vida, dom sagrado e inviolável. São quarenta dias para investir, qualificadamente, no despertar da consciência de cidadãos e de cristãos, à luz do Evangelho de Jesus Cristo. No ciclo do Ano Litúrgico, a Quaresma possibilita a experiência de reformar o tecido do próprio coração, revestindo-o do mais alto e nobre sentido da misericórdia de Deus. Leva à melhor compreensão sobre o mistério da paixão e morte do Senhor Jesus no horizonte pascal, pela certeza da vitória da vida sobre a morte, do amor sobre todo ódio. O apelo do Mestre pela conversão de todos deve ecoar na interioridade de cada pessoa, para que a humanidade seja capaz de alcançar novas respostas, essenciais à superação de sentimentos que estão na contramão da fraternidade universal e da solidariedade.

 

A fraternidade universal e a solidariedade são urgentes para fecundar direitos humanos e resgatar a civilização contemporânea de lógicas perversas, a exemplo daquela imposta pelo mercado – frio e calculista – e superar sentimentos que manipulam perigosamente o coração, como preconceitos e a busca por vingança. Não há discipulado sem conversão diária, profunda, pela aprendizagem de dinâmicas ensinadas e celebradas durante o tempo quaresmal. O apelo de Jesus, “Convertei-vos e crede no Evangelho”, exige, de cada um, o gesto humilde de aceitar os limites humanos. Trata-se de passo essencial no caminho rumo à purificação, para vencer sentimentos que alimentam disputas, vinganças e indiferenças. A vivência da Quaresma contribui para combater perspectivas que estreitam o ser humano na mesquinhez, inviabilizando a prevalência do respeito nas relações.  

        

A Quaresma aponta o caminho de uma humanização espiritual e afetiva. A sua vivência contribui para a superação de muitas situações tristes, a exemplo daquelas em que pessoas capazes de promover importantes iniciativas pela sua inteligência, competência na gestão de processos, com significativa participação na história de instituições, se apequenam quando são contaminadas por sentimentos de apego, mesquinhez ou ingratidão. Oportuno e sábio é acolher o horizonte indicado por Jesus – buscar a conversão e a vivência do Evangelho.  Trata-se de uma pérola preciosa encontrada no Sermão da Montanha, carta magna do cristianismo, narrada pelo evangelista Mateus.

  

Do quinto ao sétimo capítulo do Sermão da Montanha, dentre outros aspectos, merecem atenção as referências à prática do jejum, da esmola e da oração, com propriedades para requalificar a condição humana que facilmente se distancia de valores e princípios essenciais a uma vida mais equilibrada. O jejum remete o discípulo a uma conduta contrária ao tratamento soberbo e arbitrário dos bens da criação, despertando o compromisso social e político para efetivar uma organização da sociedade onde se respeite e se promova o bem como direito inalienável de todos. A esmola diz respeito ao sentido da solidariedade como expressão da nobreza no coração humano, deixando-se incomodar, em todos os sentidos, pela condição miserável e excludente de muitos irmãos e irmãs. A oração é a experiência única e insubstituível para alcançar o coração de Deus, estabelecendo um diálogo com o Pai, educando-se para enxergar o mundo e o próximo a partir da perspectiva do Criador. 

 

Acolher a interpelação da Campanha da Fraternidade contribui para bem viver o tempo da Quaresma. Em 2023, a Campanha da Fraternidade adverte para a grave situação daqueles que estão no mapa da fome e da insegurança alimentar, sublinhando um apelo de Jesus Mestre: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. A palavra do Mestre interpela seus discípulos a vivenciarem uma nova lógica: a solidariedade. Sem solidariedade, persistirá o problema da fome, não solucionado pela hegemonia de outras lógicas e interesses que estão na contramão de uma adequada cidadania e da genuína vivência do Evangelho. Neste tempo da Quaresma, sejam acolhidos os apelos do Salvador e Redentor. Promova-se a lógica da solidariedade cuja raiz está na grandeza da misericórdia de Deus, o Pai de todos, constituída pelo princípio intocável de que todos são irmãos e irmãs. O convite a todos é para que se engajem na vivência do tempo quaresmal, fecundados pelo silêncio da escuta do Evangelho e dos clamores dos pobres. Todos se atentem para os apelos da Quaresma, nascidos no coração misericordioso de Deus.”.

 Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

 Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

 Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

 Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

 Nosso patrimônio público.

 Patrimônio esse construído com o

 Sangue, suor e lágrimas,

 Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

 Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA AGENDA ESG, PLENA CIDADANIA E ECONOMIA CIRCULAR NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA COMPAIXÃO, RESPEITO, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Economia e consumo consciente

       Produzir menos lixo, planejar as compras, conhecer a origem e os processos de fabricação dos produtos que adquirimos, entender os impactos que eles causam ao longo de toda sua vida útil. Da extração da matéria-prima ao descarte final, essas são algumas simples atitudes que colaboram com o consumo consciente, também conhecido como consumo sustentável.

         Segundo a Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021, desenvolvida pelo Instituto Akatu em parceria com a GlobeSean, 86% dos brasileiros desejam reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza. Mas, afinal, como ser contrário ao paradigma comportamental de consumo imediatista?

         O consumo consciente nada mais é do que um exercício diário que envolve repensar todos os nossos hábitos de consumo. Porém, embora a agenda ESG esteja em alta desde 2020, ainda há um processo árduo para que o consumo sustentável, de fato, fortaleça a economia brasileira. Inicialmente, o consumidor precisa ter em mente que as famosas compras por impulso, estimuladas pelas empresas e, principalmente, pela mídia, são as vilãs do consumo consciente. Quem começa a controlar o consumo, além de reduzir os impactos ambientais, faz diferença para o bolso.

         Um ponto positivo é que as novas gerações priorizam marcas ambientalmente mais atuantes, ainda que sejam mais caras. Intitulada geração da sustentabilidade, a Geração Z, além de mais propensa a tomar decisões de compra com base em valores e princípios, também é a mais consciente em seus hábitos de consumo. Eles estão mais atentos às suas escolhas e, consequentemente, empresários e investidores deverão ouvir e mapear atentamente estas novas gerações para entender e atender suas reais necessidades e conseguir apoiá-las.

         Outro ponto de reflexão é que o próprio consumo mundial, além de mal distribuído, está descontrolado: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta, segundo um levantamento do Akatu. Isto demonstra o quanto esse olhar atento ao consumo consciente, se tornou cada vez mais relevante para a construção e promoção da Economia Circular.

         Mas, de fato, como avançarmos o consumo consciente no Brasil? Inicialmente, o ecossistema de negócio brasileiro deve estabelecer ambições claras vinculadas a agenda ESG, a partir de KPIs que compreendam essa transformação como uma jornada que necessita de inovação e consistência. Além disso, o mercado brasileiro precisa do apoio de todos os setores – público, privado e sociedade. Estas entidades possuem papel fundamental na disseminação do ESG e, principalmente, na mudança de mentalidade da população. O caminho ainda é longo, mas estamos na rota.”.

(Pamela Paz. CEO do Grupo John Richard, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de fevereiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 10 de fevereiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“‘Cuida dele’

       Um grito misericordioso brotou do coração do samaritano – ‘Cuida dele’, que ficou tocado pelo sofrimento de um desconhecido, caído pelo caminho em que passava, depois de assaltado e flagelado, quase morto. Jesus, na narrativa do Evangelho de Lucas, ensina assim sobre a qualidade do coração humano, em uma sociedade adoecida, de muitos enfermos e enfermidades: aponta a necessidade de se cultivar um coração capaz de enxergar os enfermos e os pobres – não por curiosidade, mas de maneira compassiva, para dedicar-lhes adequado tratamento. Eis o caminho para efetivar a fraternidade, vencendo preconceitos, discriminações e mágoas. A mensagem do Papa Francisco, na celebração do 31º Dia Mundial do Doente, 11 de fevereiro, contribui para seguir esse itinerário. A convocação, em primeiro lugar, é dedicar cuidado aos enfermos, alargando o olhar para enfrentar sabiamente os sintomas de um mundo contemporâneo em contínuo processo de adoecimento. Esse enfrentamento do mal exige que todos busquem tratar bem cada um, irmão e irmã, com a sensibilidade do bom samaritano.

         Gestos alicerçados na compassiva misericórdia são urgente remédio para curar as feridas que fazem a humanidade padecer. Cultivar a semeadura da compaixão e do respeito, vencendo disputas, indiferenças perigosas, para que prevaleça a solidariedade, desenvolvendo a competência humana e espiritual de cuidar do outro, especialmente dos enfermos, e da casa comum. É necessário também um adequado cuidado dedicado à organização social e política, religiosa e cultural, para que a vida seja sempre promovida com o constante exercício da misericordiosa compaixão. Compaixão que precisa ser a unção do coração humano para lhe dar sabedoria, alegria e coragem. Assim, ter força para poder cuidar de cada pessoa, na própria família e no contexto mais amplo da sociedade, especialmente dos pobres e dos miseráveis. Importante é lembrar que a doença faz parte da existência humana, conforme frisa o Papa Francisco, mas que a enfermidade pode ser vivida de modo desumano, quando há abandono, isolamento.

         Vivenciar a compaixão e cultivar a proximidade sublinham a importância do caminhar juntos – não seguir cada um por conta própria, mas se amparando mutuamente pela solidariedade que devolve a esperança perdida, alivia o peso das dores. É, pois, força para todos, considerando a condição frágil de cada ser humano. Há sempre uma lição nova a ser aprendida na experiência da fragilidade e da doença. Um aprendizado essencial a corações orgulhosos e soberbos, que se julgam no direito de usufruir irresponsavelmente dos bens da criação. A realidade imposta pela doença expõe a fragilidade humana, fortalecendo a convicção de que todos necessitam da proximidade fecundada pela compaixão e ternura. A esse respeito, oportuno é sublinhar o papel da fé, que sustenta a vida de cada pessoa. O Papa Francisco lembra a beleza e a consolação de um trecho da profecia de Ezequiel, quando o Senhor Deus faz brotar do seu coração a grandeza de seu amor de Pai: “Sou eu que apascentarei as minhas ovelhas, sou eu quem as fará descansar”. Trata-se, na verdade, de um lamento de Deus pelos descasos promovidos pela insensibilidade humana em relação aos sofredores, pobres e doentes.

         A indiferença é fruto maligno produzido pela soberba no coração humano, assoreando sentimentos nobres – querer bem ao próximo e ter coragem para abrir a mão, solidariamente, com o objetivo de promover amparo. É fruto também da falta de sensibilidade humanitária, uma incapacidade para reconhecer o sentido profundo que reside na existência de cada pessoa. Confiar a condução da sociedade a governantes insensíveis, a legisladores “frios e culculistas”, a gestores submetidos a lógicas que desdenham o ser humano constitui um grave risco. Os genocídios de povos e culturas, de segmentos empobrecidos da sociedade, são originados  nos corações insensíveis, nas almas indiferentes, com olhos que não conseguem enxergar a dor lancinante de quem passa fome, não tem o necessário para sobreviver.

         O orgulho e o medo da morte petrificam corações e obscurecem mentes. Deus é solicitude. A solicitude é, pois, o selo de autenticidade da condição de filhos e filhas de Deus. Preservada e mantida a lógica da solidariedade, encontra-se o caminho das respostas que podem eliminar páginas tristes da história da humanidade. Com Deus se aprende a solicitude para fazer valer uma nova lógica. A fraternidade precisa ser cada vez mais promovida, aprendida a partir de princípios civilizatórios que semeiam o sentido de solidariedade. , fortalecida a partir de adequada legislação. É preciso fazer valer o compromisso com a dignidade de cada pessoa. Importa a urgência de se reconhecer a condição de solidão e de abandono de tantos irmãos, sem amparo e proteção. Deixar-se interpelar pelas atrocidades do tempo presente para promover novas lógicas de humanização. Mover-se pela compaixão para ajudar quem precisa: trata-se de uma permanente responsabilidade.

         São muitos os sinais da gravidade deste tempo, podendo ser citados o sofrimento enfrentado pelos indígenas Yanomami e a fome que atinge muitos brasileiros. Essas realidades desafiadores convidam cada pessoa a acolher o que generosamente expressa o bom samaritano: “Cuida dele”. E o mundo encontrará um caminho novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ÉTICA NA QUALIFICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA JUSTIÇA, ALTRUÍSMO, CIVILIDADE E COMPETÊNCIA HUMANÍSTICA NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Ética por trás da Inteligência Artificial

       Uma das preocupações éticas mais significativas relacionadas à Inteligência Artificial (IA) é o viés atribuído aos algoritmos. Os sistemas de IA são tão imparciais quanto os dados nos quais são treinados e, se esses dados forem tendenciosos, podem perpetuar e até ampliar a discriminação.

         Algumas das principais considerações éticas relacionadas à IA incluem:

         Viés nos algoritmos: Os algoritmos de reconhecimento facial, por exemplo, podem levar a possíveis erros de identificação e falsas acusações, quando não elaborados de forma não discriminatória, conforme apontado pela Comissão de Juristas de Inteligência Artificial na elaboração da proposta de marco legal.

         Transparência e responsabilidade: é importante que os sistemas de IA sejam transparentes e explicáveis, para que as pessoas possam entender como estão tomando as decisões e como contestá-las, se necessário. Além disso, é preciso haver responsabilidade pelas decisões tomadas pelos sistemas de IA, principalmente se tiverem impactos significativos na vida das pessoas.

         Privacidade: à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, eles podem coletar e analisar grandes quantidades de dados pessoais. É importante garantir que esses dados sejam coletados e usados de forma ética, com salvaguardas adequadas para proteger a privacidade das pessoas.

         Geração de novos empregos: como a IA e a automação podem substituir os colaboradores humanos em determinados setores, é importante considerar como esses funcionários serão afetados e que tipos de novas oportunidades de trabalho serão criados. Além disso, precisamos garantir que os sistemas de IA sejam projetados para aumentar os trabalhadores humanos, em vez de substituí-los totalmente.

         Segurança: à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, pode haver preocupações de segurança relacionadas ao seu uso. Veículos autônomos, por exemplo, devem ser projetados para operar com segurança e evitar acidentes.

         Para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de forma ética, é importante que as organizações priorizem considerações e princípios morais em todo o processo. Isso pode envolver o estabelecimento de diretrizes éticas para a elaboração das ferramentas, o envolvimento em revisões éticas de sistemas relacionados e a garantia de que diversas perspectivas sejam incluídas no desenvolvimento.

         Além disso, é importante que os indivíduos sejam informados e envolvidos em discussões sobre as implicações éticas e advoguem pelo desenvolvimento e usos responsáveis e éticos da IA.”.

(Enio Moraes. CIO na Semantix, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de fevereiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 03 de fevereiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Relevâncias e méritos

       A mediocridade é um perigo, capaz de destruir conquistas e comprometer o alcance de metas benfazejas individuais e coletivas. Para compreender esse perigo é preciso ir além da mensuração de aptidões conaturais de indivíduos, no exercício de suas tarefas profissionais ou nos contextos social, político e religioso. É preciso considerar o compromisso de cada um com a promoção da justiça e com o enfrentamento de desigualdades. O reverso desse compromisso sinaliza mediocridade, que precisa ser enfrentada. A mediocridade causa cegueira, inviabiliza a possibilidade de um entendimento capaz de alavancar o indispensável respeito à dignidade de cada ser humano. Consequentemente, torna-se distante a meta delineada pelo apóstolo Paulo. Escrevendo aos gálatas, Paulo sublinha a responsabilidade e o dever moral de cada um carregar os fardos uns dos outros. Na contramão desse nobre altruísmo está a mediocridade, que não se refere apenas as responsabilidades de cada um no contexto social e político. Um mal que atinge cidadãos e líderes, inviabilizando o necessário reconhecimento de graves situações humanitárias vividas em toda parte.

         Miopia aguda na competência para enxergar e agir, a mediocridade retarda providências urgentes para que sejam evitadas situações tristes, vergonhosas, a exemplo da dolorosa e inaceitável realidade imposta à comunidade Yanomami, em Roraima. Trata-se de consequência de uma lacuna humanitária que, para ser vencida, exige providências diversas – socorro emergencial, cuidados permanentes, promoção do respeito à cultura indígena, guardiã de muitos ensinamentos capazes de contribuir para a qualificação da humanidade. Mas olhares adoecidos, incapacitados para uma adequada percepção da realidade, precisam de intervenções refrativas. Devem ser enxergados, com urgência, os cenários de degradação humana, causados pela força da fome e pela miséria, para reações urgentes. As medidas a serem adotadas não podem ser paliativas, mas capazes de fazer surgir nova lógica na economia, com dinâmicas diferentes no funcionamento do mercado, priorizando a vida, sem preconceitos ou discriminações. Conta, determinantemente, cultivar uma visão límpida, sem as contaminações da mesquinhez partidária ou dos estreitamentos humanísticos, que atrasam soluções para muitos problemas, tornando-os, cedo ou tarde, ainda mais graves, com a exposição da lista enorme de pessoas a serem responsabilizadas.

         A incapacidade para reconhecer a realidade é mal que atinge, inclusive, o exercício da cidadania. A cidadania, para ser qualificada, precisa ser capaz de agir proativamente na constituição de um tecido humanitário forte. Essas iniciativas reúnem os méritos mais importantes, pois revelam adequada compreensão sobre o sentido da vida, que precisa ser respeitada em todas as etapas, promovida sempre – um dever cidadão. Assim, embora importante, não basta à sociedade identificar os responsáveis pelos descompassos sociais e humanitários. Urgente é fazer do tecido sociocultural uma plataforma que garanta novos rumos para a sociedade, com menos privilégios e discriminações, mais civilizada, justa e igualitária, com mais respeito a todos. Nesse caminho, conta a dedicação de cada um para não se deixar cair na irrelevância por falta de sentido humanitário. Sem esse sentido, oportunidades são perdidas para lógicas que buscam simplesmente garantir privilégios de oligarquias, de grupos que buscam resguardar apenas os próprios interesses, desconsiderando o bem da grande maioria.

         A sociedade brasileira está desafiada a encontrar, com velocidade, respostas para deixar o “mapa da fome”. Um passo importante é cada pessoa buscar ser relevante. Isto não significa ambicionar ser notável, de modo mesquinho, ostentando bens ou outras situações que revelam apenas um anseio de autopromoção. É precisa conseguir a superação da mediocridade que se patenteia na pequenez de sentimentos, revelando uma incapacidade para alcançar equilíbrio. O risco de não ser relevante é grande, especialmente, quando o conjunto das próprias aptidões é investido egoisticamente apenas em proveito próprio, como afirmação de poder pessoal, com insensibilidade à realidade dos mais fragilizados e excluídos.

         A fé cristã, com seus ensinamentos preciosos, aponta um caminho para se alcançar relevância: para além  da própria glória e da necessidade de ser incensado, agir com humildade e querer sempre, inclusive para adversários, o melhor. O momento atual aponta a necessidade de se buscar o bem de todos, especialmente, dos pobres. A relevância que conta é aquela que se configura na competência humanística. Outras direções e considerações podem ser a precipitação inglória no abismo da mediocridade. É hora de investir para se conquistar relevância pessoal e coletiva, a partir da atuação humanística, para reverter cenários variados de degradação. Trata-se de caminho que leva a relevâncias e méritos, alcançados com a contribuição de todos por todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.