segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A ECOLOGIA INTERIOR

“Um homem que cultiva seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois funcionários que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acaricia um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar o mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão salvando o mundo”.
(JORGE LUÍS BORGES, in Os Justos)

Para nos ajudar em nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE encontramos mais uma BELA lição em artigo de FREI BETTO, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de maio de 2004, Caderno CULTURA, página 10, que também merece INTEGRAL transcrição:

“Ecologia interior

Por um minuto, esquece a poluição do ar e do mar, a química que contamina a terra e envenena os alimentos, e medita: como anda o teu equilíbrio ecobiológico? Tens dialogado com teus órgãos interiores? Acariciado teu coração? Respeitas a delicadeza de teu estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? Teus pensamentos são poluídos? As palavras ácidas? Os gestos, agressivos? Quantos esgotos fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos – mágoas, ira, inveja – se amontoam em teu espírito?

Examina tua mente. Está espoluída de ambições desmedidas, preguiça intelectual e intenções inconfessáveis? Teus passos sujam os caminhos de lama, deixando um rastro de tristeza e desalento? Teu humor intoxica-se de raiva e arrogância? Onde estão as flores do teu bem-querer, os pássaros pousados em teu olhar, as águas cristalinas de tuas palavras? Por que teu temperamento ferve com freqüência e expele tanta fuligem pelas chaminés de tua intolerância?

Não desperdiça a vida queimando a tua língua com as nódoas de teus comentários infundados sobre a vida alheia. Preserva o teu ambiente, investe em tua qualidade de vida, purifica o espaço em que transitas. Limpa os teus olhos das ilusões de poder, fama e riqueza, antes que fiques cego e tenhas os passos desviados para a estrada dessinalizada dos rumos da ética. Ela é cheia de buracos e podes enterrar o teu caminho num deles.

Tu és, como eu, um ser frágil, ainda que julgues fortes os semelhantes que merecem a tua reverência. Somos todos feitos de barro e sopro. Finos copos de cristal que se quebram ao menor atrito: uma palavra descuidada, um gesto que machuca, uma desconfiança que perdura.

Graças ao Espírito que molda e anima o teu ser, o copo partido se reconstitui, inteiro, se fores capaz de amar. Primeiro, a ti mesmo, impedindo que a tua subjetividade se afogue nas marés negativas. Depois, a teus semelhantes, exercendo a tolerância e o perdão, sem jamais sacrificar o respeito e a justiça.

Livra a tua vida de tantos lixos acumulados. Atira pela janela as caixas que guardam mágoas e tantas fichas de tua contabilidade com os supostos débitos de outrem. Vive o teu dia como se fosse a data de teu renascer para o melhor de ti mesmo – e os outros te receberão como dom de amor.

Pratica a difícil arte do silêncio. Desliga-te das preocupações inúteis, as recordações amargas, das inquietações que transcendem o teu poder. Recolhe-te no mais íntimo e ti mesmo, mergulha em teu oceano de mistério e descobre, lá no fundo, o Ser Vivo que funda a tua identidade. Guarda este ensinamento: por vezes é preciso fechar os olhos para ver melhor.

Acolhe a tua vida como ela é: uma dádiva involuntária. Não pedistes para nascer e, agora, não desejas morrer. Faze dessa gratuidade uma aventura amorosa. Não sofras por dar valor ao que não merece importância. Trata a todos como igual, ainda que estejam revestidos ilusoriamente de nobreza ou se mostrem realmente como seres carcomidos pela miséria.

Faze da justiça o teu modo de ser e jamais te envergonhes de tua pobreza, de tua falta de conhecimentos ou de poder. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existe são culturas distintas e socialmente complementares. O que seria do erudito sem a arte da culinária da cozinheira analfabeta? Tua riqueza e teu poder residem em tua moral e dignidade, que não têm preço e te trazem apreço.

Porém, arma-te de indignação e esperança. Luta para que todos os caminhos sejam aplainados, até que a espécie humana se descubra como um só família, na qual todos, malgrado as diferenças, tenham iguais direitos e oportunidades. E estejas convicto de que convergimos todos para Aquele que, supremo Atrator, impregnou-nos dessa energia que nos permite conhecer a abissal distância que há entre a opressão e a libertação.

Faze de cada segundo de teu existir uma oração. E terás força para expulsar os vendilhões do templo, operar milagres e disseminar a ternura como plenitude de todos os direitos humanos. Ainda que estejas cercado de adversidades, se preservares a tua ecobiologia interior serás feliz, porque trarás em teu coração tesouros indevassáveis.”

Eis, pois, PÉROLAS que nos ANIMAM a tornar a vida nas CIDADES o grande ESPETÁCULO do ENCONTRO e da MOBILIZAÇÃO de TODOS em busca de uma SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e FRATERNA, onde a PARTILHA promova o AMBIENTE da PAZ UNIVERSAL e da FELICIDADE. É a nossa LUTA, são os nossos SONHOS!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A CIDADANIA FORTALECE O VOTO

"Aqueles que renunciam à liberdade em troca de uma segurança passageira, não merecem nem a liberdade nem a segurança".
(BENJAMIM FRANKLIN)

A MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE ganha mais uma OPORTUNA e PROMISSORA contribuição que vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição 25 de agosto de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de JOSÉ TARCÍZIO DE ALMEIDA MELO, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, que também merece INTEGRAL transcrição:

"Voto forte


A campanha que a Justiça Eleitoral de Minas Gerais está lançando com o nome Voto forte destina-se a conscientizar os cidadãos brasileiros da responsabilidade e da importância de sua opção eleitoral. O verdadeiro Estado democrático de direito é aquele que substitui o poder do monarca e das pessoas pelo poder do povo e da lei. No processo democrático, o povo são os eleitores, e a lei é a vontade do povo. É preciso que as pessoas saibam que aquele nome pomposo - soberano - atribuído, na monarquia, aos reis pertence, na democracia, ao eleitor, que, ao exercer o voto, põe em ação o único poder soberano que existe. Vale dizer que, quando vota, o cidadão exercita direito semelhante ao dos reis e somente se submete aos desígnios de Deus. É claro que a escolha é um ato de responsabilidade para com a sociedade organizada. Deve ter-se o mesmo cuidado que existe quando contratamos um funcionário para nossa casa, um colaborador para trabalhar conosco. Os antigos sempre disseram que o procurador cuidará dos interesses alheios com o desvelo que tem quando dirige a sua casa. Como o pai de família cuida dos filhos.

O voto põe todas as pessoas no mesmo patamar. É a única realidade em que a igualdade se realiza sem dúvida, pois cada voto tem o mesmo valor. No ato de votar, o poder do milionário é idêntico ao do descamisado. O do doutor tem peso igual ao do analfabeto. O encarcerado adquire a liberdade que lhe está faltando. Temos falado bastante da corrupção, do abuso do poder econômico ou político. Mas precisamos também pensar na venda do voto pelo eleitor. Ninguém compra sem haver vendedor. Quem vende o voto é o eleitor. A situação é semelhante àquela que envolve o estelionatário e o otário. Qual é o mais perigoso, nocivo?

Os eleitores cometem falta grave quando não respondem às suas consciências ao fazerem a escolha. Tornam-se presas da iniquidade. Desligam-se da vida eterna. Não preservam o temor a Deus. Devem ser castigados da mesma forma que a canalha da política inescrupulosa. Conheçamos os partidos e os candidatos. Optemos por aqueles que estão mais próximos de nossas convicções e idéias. Dentro desse conjunto, procuraremos dar nosso aval aos que não estão sujos, aos que possam aparecer como nossos representantes; pois a representação pelo voto é a correspondência, a semelhança entre eleitor e candidato. Não somos parecidos com pessoas de má fama e de passado duvidoso. Sempre será possível achar pessoas de bem.

O ato de votar é ato político, porque diz respeito à organização do Estado e do poder. Mas, na essência, é um bom costume. Decisão que não pode ser tomada impensadamente, e sim com a mesma reflexão que dispensamos ao contrair dívidas e ao concordar com compromissos. Pergunta-se: por que a Justiça Eleitoral entra na campanha Voto forte? A Justiça Eleitoral não é apenas solucionadora de conflitos, processadora da eleição? A resposta é esta: nós, juízes, não perdemos a imparcialidade e a independência quando preparamos bem as eleições. Nenhuma apresentação musical ou disputa desportiva é empreendida sem muito ensaio, treino e preparo. O processo eleitoral é semelhante, e temos nos nossos quadros os preparadores, os administradores e os juízes da disputa. Cabe a nós fazer o preparo dos competidores. Descartar os batráquios e parasitas; não compactuar com elementos suspeitos ou perigosos.

A eleição é o compromisso da parte com o todo. Integramos o corpo político e, pela eleição, construímos os membros dele, os que vão pôr o corpo em função. Geralmente, somos muito cuidadosos com os órgãos vitais. O menor indício de comprometimento do fígado, dos pulmões, do coração, faz-nos procurar o médico. Será que temos cuidado tão bem dos órgãos do nosso corpo ampliado, que é o Estado? Enquanto os órgãos do nosso corpo não dependem de nossa escolha, o processo político faculta a escolha do melhor no caso do corpo chamado Estado. Não podemos perder a oportunidade de mostrar nossa força. Não trata de força física, como a do elefante. É intuitivo que este não conheça o tamanho do seu poder. O incompreensível será que, sendo homens do século 21, para os quais o mundo inteiro deixou de ter segredos, não saibamos nossa força política e moral. Devemos conhecê-la e aplicá-la. Não esmoreçamos. O dever do voto é de consciência, de dignidade, dever para com Deus e para com os homens. Este é o sentido do Voto forte".

Surgem, pois, mais razões para o nosso ENTUSIASMO, a nossa FÉ e nossa ESPERANÇA de que o BRASIL 2014 poderá ser mesmo o da COPA DA CIDADANIA, da LIBERDADE, da FRATERNIDADE e da ALIANÇA com os grandes destinos reservados aos BRASILEIROS e às BRASILEIRAS sem NENHUMA EXCLUSÃO, consolidando a grande MOBILIZAÇÃO para a realização dos NOSSOS mais CAROS SONHOS.
O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

NA ESCOLA, A CIDADANIA E A ESPERANÇA

“Um dos componentes mais importantes do processo educativo é a chamada função cultural da educação, que se realiza através do que chamamos de transmissão de valores”.
(Padre GERALDO MAGELA TEIXEIRA, in artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de julho de 2005).

Mais uma OPORTUNA lição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de dezembro de 2008, Caderno OPINIÃO, pagina 7, de autoria do Mestre em educação pela UFMG, professor LAIR MATTAR, com merecida e integral TRANSCRIÇÃO:

“Escola e esperança

O aumento da violência nas escolas públicas e particulares brasileiras, em geral, tem sido atribuído à omissão das famílias na educação dos filhos, quando, na verdade, pode ser consequência da falta de adaptação das crianças e jovens ao mundo. Os valores de quase toda sociedade contemporânea vinculam-se à produção e ao lucro, mas, já que a criança e o jovem não os geram, passaram a ser vistos apenas ob a ótica de consumidores. Embora vivam melhor do ponto de vista do conforto material que a tecnologia oferece e de certa liberalidade que podem ter no comportamento, as pessoas de todas as faixas etárias sentem que sua participação social restringe-se a consumir o supérfluo. O que é particularmente doloroso para quem não tem dinheiro para exercer esse papel indigno destinado aos cidadãos. Além disso, frente ao discurso amoroso das religiões, a desigualdade social é uma contradição difícil de ser compreendida pelos mais jovens, que ainda não aprenderam a lidar com a hipocrisia.

A vida verticalizou-se; não há mais casas com quintais, na periferia pobre das grandes cidades do País. A maior parte da população vive em apartamentos pequenos e em ruas barulhentas, ou em condições piores, nas favelas. Os pais e as mães precisam sair para trabalhar fora, deixando as crianças sozinhas. Fechadas em pequenos espaços, em virtude da violência, elas acabam ficando muitas horas sob o domínio da televisão, que lhes estimula o consumo. O lazer é caro para as famílias que não dispõem de recursos financeiros sequer para se alimentar, por outro lado, as mais afortunadas têm poucas opções além da ida ao shopping, nos fins de semana.

A sociedade brasileira ainda não se deu conta de que está sonegando às crianças e aos jovens outra parte da vida, que foi tão importante para as pessoas de outras gerações. Trata-se do contato com a natureza, que não pode ser substituído por qualquer outra atividade, pois é por meio dele que as pessoas conseguem transcender à dimensão meramente material da existência. A globalização produziu cidadãos alienados para o consumo de toda espécie, e fez a todos reféns. Assim, na escola, a educação, que se mostra liberal na aparência, continua, em sua essência, autoritária, pois não consegue apresentar alternativas de vida para as novas gerações. Aquelas professoras e professores que eram amados porque levavam seus alunos a querer transformar o mundo, e que inspiraram homens e mulheres que deram e ainda estão dando uma contribuição valiosa para nossa história, quase não existem mais. Quando uma menina de 11 anos escreve de Ibirité, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, para o “Papai Noel dos Correios”, desejando que ele viva mais mil anos, vem-nos o temor provocado pelo aquecimento global. Quando, porém, pede cadernos de desenhos e conta, como entusiasmo, que costuma compartilhar seu material escolar com seus colegas de turma, vizinhos e primos, a chama da utopia volta a iluminar a noite do planeta.”

Eis, pois, a chama do AMOR nos FORTALECENDO na FÉ e NA ESPERANÇA de transformarmos este PAÍS numa GRANDE NAÇÃO, verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, onde as IMENSAS RIQUEZAS NATURAIS e CULTURAIS sejam EFETIVAMENTE compartilhadas com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, reduzindo as DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS e pavimentando o ACESSO de TODOS a uma VIDA FELIZ.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A FORÇA DA ÉTICA

“... Agora, uma nova pulsão, mortal, reaviva a necessidade de publicar esse livro que, além de um texto antropológico explicativo, é, e quer ser, um gesto meu na nova luta por um Brasil decente.

Portanto, não se iluda comigo, leitor. Além de antropólogo, sou homem de fé e de partido. Faço política e faço ciência movido por razões éticas e por um fundo patriotismo. Não procure, aqui, análises isentas. Este é um livro que quer ser participante, que aspira influir sobre as pessoas, que aspira ajudar o Brasil a encontrar-se a si mesmo”.
(DARCY BIBEIRO, in POVO BRASILEIRO, Editora Companhia de Bolso, São Paulo, 2006)

Em nossa permanente luta por um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, PRÓSPERO e SOLIDÁRIO, buscamos OPORTUNO artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de agosto de 2009, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, com transcrição na ÍNTEGRA:

“De novo pela ética

Princípios e estratégias exitosas de governança corporativa, ou o uso de modelos gerenciais novos com metas ousadas para garantir procedimentos administrativos e financeiros que possibilitem adequado tratamento do estatuto de prioridades e necessidades – ou ainda, a indispensável e exigente competência técnica nos diferentes campos do saber fazer – não tem sido suficientes para alavancar, com fecundidade, na direção e na medida certas, os fluxos dos processos que configuram o tecido social, político e econômico da sociedade contemporânea.

Um tecido que urge uma configuração de mais justiça, respeito às coisas públicas, probidade nas responsabilidades administrativas e empenho marcado pelo sentido do bem comum. As estruturas de produção e o capital, o novo poder contemporâneo, com origem nos primórdios da indústria moderna, não se mantêm na direção certa, sem perder rumo, como a colocação do poder nas mãos de poucos, ou a facilidade de manipulação gerando prejuízos, apenas com o que se compreende e com o que se faz no âmbito do que é gerenciamento moderno.
É sempre urgente o esforço cotidiano por balizamentos éticos que supervisionem funcionamentos e se constituam como o tecido da consciência. As tentativas e empenhos de movimentos pela ética não têm sido suficientes para mudar o cenário que se revela na panacéia de desmandos, manipulações, improbidades e tantos prejuízos que estão,diariamente, desfilando diante dos olhos de todos – fontes de comprometimento da cidadania e do sentido da dignidade humana. Na verdade, é preciso retomar, de novo, um grande empenho pela ética.

É preciso um verdadeiro choque porque as incursões feitas em busca da ética na política ou na economia não surtiram ainda os efeitos desejados e necessários. É triste assistir à corrosão de instituições que devem primar pela probidade, e o crescimento de procedimentos mentirosos, em pequena e grande escala, na corporação de grupos ou partidos, na manipulação de instituições ou no comportamento moral de indivíduos. É óbvio que são indispensáveis os ajustes nos funcionamentos normativos reguladores da vida em sociedade.

Assim é a campanha Ficha Limpa em quanto esforço de se conseguirem 1.309.508 assinaturas de eleitores (1% do eleitorado brasileiro) ainda que possa esbarrar em princípios constitucionais quanto à exata formulação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. É também sinal evidente de que está em curso na sociedade um empenho pela ética. Curioso é que não tem sido tão fácil conseguir 1% de assinaturas. Redobra-se agora, na reta final, o esforço. A lentidão para se alcançar a cifra revela alguma apatia a ser quebrada para devolver à consciência cidadã seu sentido exato e o alcance dos compromissos para vivê-la.

Importante é que por este meio, como necessário se faz por outros, se está pondo em discussão a desqualificação ética que grassa na sociedade brasileira, exigindo procedimentos e posturas arrojadas nessa direção. É incontestável a evidente demonstração de que o dever central da política está comprometido. A justa ordem da sociedade e do Estado está prejudicada por um exercício inadequado e incompetente da política – que é, pois, um exercício de alta responsabilidade para regular o funcionamento do Estado segundo a justiça, para não correr o risco de reduzir-se, lembra o papa Bento XVI, na sua carta encíclica Deus é amor (n° 28), citando Santo Agostinho em De civitate Dei, IV, 4, uma banda de ladrões. Neste mesmo número o papa frisa que “a justiça é o objetivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda a política, que é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e essa é de natureza ética”.

A realização da justiça e o exercício ajustado da cidadania remetem a princípios e procedimentos de natureza ética. Não basta garantir princípios éticos nos mecanismos e nos funcionamentos normativos e legais reguladores da política e da vida em sociedade. Urge considerar que o indivíduo, na formação de sua consciência e na sua manutenção, precisa de processos educativos permanentes para introjeção, assimilação e vivência dessas regulagens como remédio para patologias que afloram pela conduta pessoal, trazendo prejuízos nefastos para a comunidade.

Põe-se o desafio em relação a esses atores e instituições que possam estar no cenário da sociedade como guardiães e promotores desses processos. A garantia dessa qualificação não está simplesmente na consideração dada de um lugar já ocupado, de uma instituição já consolidada, nem mesmo até de uma religiosidade vivida nessa ou naquela opção confessional. É urgente avançar mais na identificação das causas que estão comprometendo a conduta ético-moral dos indivíduos.”

São lições que abordam e reforçam a ABSOLUTA necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE e nos MOSTRAM de CORPO INTEIRO o LASTIMÁVEL quadro nacional que, de forma alguma, é capaz de provocar qualquer abalo em nossa FÉ, em nosso ENTUSIASMO, em nosso PATRIOTISMO, porque compreendemos, e bem, a HERANÇA PERVERSA que insiste em atravessar séculos e queremos – e como queremos! – NÃO ADENTRE e NÃO CONTAMINE sequer a SEGUNDA DÉCADA do século XXI, quando PROCESSOS EDUCATIVOS serão USADOS “como remédio para patologias que afloram pela conduta pessoal, trazendo prejuízos nefastos para a comunidade”.

Então, pela FORÇA DA ÉTICA, O BRASIL TEM JEITO!...


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A RELAÇÃO COM O DINHEIRO E O PODER

“A democracia não é o luxo dos países ricos e sim a glória das nações cultas. Não é o dinheiro que sustenta a democracia, e a formação moral, e a educação moral e a educação do povo. Em Roma e na Grécia não era a riqueza e sim a cultura o pábulo da liberdade pública. Quando esta decaía, as instituições livres entravam também em colapso. Não é no comércio, nem na indústria, nem na prosperidade dos negócios que se forja a democracia, mas na escola.
(AUSTREGÉGILO DE ATHAÍDE, em artigo do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de julho de 1993).

A idéia era apresentar o excelente artigo acima, entretanto, tendo em vista o quadro nacional, entendemos aproveitar este espaço da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE para outra também OPORTUNA e IMPORTANTE matéria publicada no mesmo veículo, Caderno OPINIÃO, edição de 18 de agosto de 2009, página 9, de autoria do professor PAULO VIEIRA, das Faculdades Novos Horizontes, que faz por merecer transcrição INTEGRAL:

Dinheiro e poder

É tênue a fronteira que separa o dinheiro do poder. Aliás, dinheiro e poder sempre andaram de mãos dadas, a ponto de se confundirem e confundirem estudiosos, analistas e interlocutores. Mas a verdade é que, por toda a história, o chamado vil metal sempre flertou com o mundo do poder, e vice-versa. Num ambiente capitalista – sejamos justos e jamais hipócritas ao querer cultivar e defender um purismo que não existe -, tudo gira em torno do dinheiro.

O poder é uma palavra que, há séculos, fascina o homem. Por ele, se mata e se morre. E o poder se manifesta das mais distintas formas, mas, ao ostentá-lo, o ser humano se coloca num patamar superior aos demais componentes de seu grupo de convivência ou da comunidade de sua influência. E, ao conquistar uma posição de destaque, satisfaz o seu ego. É algo que pode muito bem ser explicado pela psicologia. Afinal, o ser humano precisa respirar poder. Curiosamente, mas não por acaso, o poder é um catalisador do dinheiro, e o dinheiro, algo que atrai o poder. Parece que se completam, em que pese o fato de os detentores de um ou de outro (e de ambos) não admitirem publicamente sequer a atração que existe ao aproximá-los, à semelhança do que ocorre com os ímãs.
A política partidária pressupõe poder. Afinal, o povo confere àqueles homens e mulheres o “poder de representá-lo. O grande problema é que, nos últimos tempos, com tantas notícias desabonadoras envolvendo representantes do povo, criou-se uma impressão geral de que “o governo do povo, pelo povo e para o povo”, mote da democracia, não é pelo povo, nem para o povo. Em que pesem as notícias pipocarem com inquietante freqüência aqui no Brasil, há de se considerar que o fenômeno – digamos assim – de uma relação incestuosa entre dinheiro e poder não é exclusivo do Brasil. Entretanto, até por uma questão de justiça, deve ser registrado que dinheiro e poder têm a capacidade de conviver pacificamente e sem tentações mútuas, o que pode ser comprovado pelas atuações e biografias de vários homens públicos, de todas as esferas.

O grande perigo é fazer com que a democracia sofra ferimentos que não propiciem uma cura. É triste dizer, mas, a cada notícia envolvendo má relação entre dinheiro e poder, ocorre um desalento do povo com relação àqueles homens e mulheres que, um dia, receberam a outorga para representá-lo. Talvez – até para tornar o assunto mais palatável – seja interessante vasculhar o grande acervo de músicas brasileiras, para retirar lições e alertas que podem ser vinculados ao assunto em pauta. Uma delas, exemplarmente aplicável ao quadro atual (e que valeria a pena ser permanentemente lembrada por aqueles que, ao receber a honraria de representar o povo, são os mensageiros e guardiões de projetos e sonhos dos cidadãos), diz que “nada do que foi será do jeito que foi um dia”. E aí, para corroborar isso, olha-se para o passado e vem a lembrança de que, um dia, houve um juramento de posse, em que foi assumido o compromisso de trabalhar o processo democrático com correção e lisura. Também é importante resgatar, ainda, que confiança é um fino vaso de porcelana, que, quebrados (o vaso e a a confiança), jamais retornarão ao estado original.”

Com lições assim, vamos promovendo a CONSCIENTIZAÇÃO para as MUDANÇAS que se impõem à nossa CONVIVÊNCIA CIDADÃ, tendo em vista o horizonte do BRASIL 2014, onde o DINHEIRO e o PODER sejam EFETIVA e ETICAMENTE colocados a serviço de uma PÁTRIA verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, onde os EXTRAORDINÁRIOS recursos da NAÇÃO beneficiem os seus LEGÍTIMOS DESTINATÁRIOS: TODOS OS BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS.

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A PEDAGOGIA DA DESILUSÃO POLÍTICA

“O bom governo rege a coisa pública mediante a justiça e através da justiça assegura a concórdia entre os cidadãos e a paz geral”.
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria Geral da Política, Rio de Janeiro, Campus, 2000, página 211)

Os problemas que o BRASIL vem vivendo não podem ser solucionados com o mesmo pensamento e a mesma prática POLÍTICOS. Mais uma vez, buscamos OPORTUNA contribuição de FERNANDO BRANT, com artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de agosto de 2004, no Caderno CULTURA, página 10, cuja IMPORTÂNCIA impõe transcrição INTEGRAL:

“Desilusão política

Conversa sobre política na manhã de inverno. Ainda temos muito a realizar, somos um País a ser construído. O que não podemos assistir é o desânimo tomar conta dos brasileiros, cansados de promessas não-cumpridas, de desonestidade e incompetência no trato com a coisa pública.

As nações desenvolvidas podem se dar ao luxo da desilusão. A vida dos habitantes dos países ricos está resolvida em sua maior parte. Nós não. Ainda necessitamos solucionar questões básicas, como educar, dar saúde, casa e alimento para milhões de semelhantes. Nosso país precisa de investir em infra-estrutura para criar condições que melhorem a vida de todos. Temos que tornar mais amena a vida em nossas cidades, precisamos retomar para nossos filhos as ruas onde brincávamos e que hoje são espaços de violência e medo.

Muita razão tem a população ao abominar a falta de seriedade, a ineficiência, o oportunismo e a inconseqüência da maioria da classe política. É enorme a responsabilidade dos homens e mulheres de bem que abraçam a vida pública. Quem ama este país, teve condição de estudar e aprimorar seus conhecimentos e traz em seu interior a vocação para a vida pública, tem a obrigação moral de mergulhar nessa espinhosa e indispensável missão. É necessário acreditar na existência de políticos dignos e merecedores de respeito, capazes de administrar em benefício de todos. Nossa terra está pronta para ser mais justa com todos os brasileiros.

Estamos no estágio do fazer, não podemos nos dar ao luxo de alimentar sentimentos negativos e paralisantes. Se os governantes decepcionam, de nada nos vale aceitarmos passivamente essa realidade e não nos movermos para mudá-la.

Se um, dez ou 100 nos decepcionaram, nossa resposta é mandá-los de volta para suas casas. Nem por isso devemos acreditar que nada mais pode ser feito, que ninguém presta e que nosso destino é ficar à margem do progresso, assistindo, sem participar, ao desenrolar da história da humanidade. Eu sei que é tentadora a noção de que é tudo farinha do mesmo saco, que o novo em breve será igual ao antigo, que o filme é o mesmo, só mudaram os atores.

Nós somos os diretores e podemos mudar o roteiro. A desilusão política não cabe em um povo que tem muito a criar, é imaginativo e forte quando resolve abraçar os interesses coletivos. Nem ilusão, nem desilusão. As mãos brasileiras, capazes de amor e trabalho, precisam apostar na alegria.”

São LIÇÕES como a apresentada que vão sustentando o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, exigindo, entre outros PREDICADOS dos POLÍTICOS, a necessária QUALIFICAÇÃO, a indispensável VOCAÇÃO PARA A VIDA PÚBLICA, a INTEGRIDADE, a HONESTIDADE, o firme COMPROMISSO para com o BEM COMUM, isto é, de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS.

Verdadeiramente, o BRASIL TEM JEITO!...

Urge a MOBILIZAÇÃO de TODOS para cumprirmos os OBJETIVOS CONSTITUCIONAIS legando uma PÁTRIA JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, pois como numa canção “As mãos brasileiras, capazes de amor e trabalho, precisam apostar na alegria”. E com propriedade podemos acrescentar: ... e na ESPERANÇA!

sábado, 15 de agosto de 2009

A CAMPANHA DE LIDERANÇA CLIMÁTICA 2020

“Ambientalista acredita que Brasil está apto para exercer liderança no programa de redução de emissões de carbono e cobra engajamento de todos para salvar o planeta”.

Em PERSONAGEM DA SEMANA do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de agosto de 2009, Seção ESPECIAL, página 18, encontramos mais uma OPORTUNA e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, que trata dos arranjos da CONFERÊNCIA MUNDIAL 2020, destacando de modo bem particular a atuação de LESTER BROWN, presidente do EARTH POLICY INSTITUTE, que apresentamos a seguir:

“O autor do plano B

Certa vez, o norte-americano Lester Brown viu na Califórnia, nos Estados Unidos, um homem com uma camisa que trazia os dizeres: “Perdi 180 quilos. Pergunte-me como”. A resposta era: “Troquei meu carro por uma bicicleta”. Bem antes desse episódio, há 35 anos, ele abandonou o automóvel e adotou a bicicleta como meio de transporte, para levá-lo aonde não fosse possível ir a pé. Hoje, aos 75 anos, Brown pode se orgulhar de ser o terceiro colocado no ranking norte-americano de corridas de 15 quilômetros e de muito mais. Ao vender o carro, Brown, que sempre cultivou bom físico, diferentemente do californiano, não estava interessado em perder peso, tampouco em chegar ao topo da classificação dos maratonistas americanos. O mestre em engenharia agrícola e administração pública estava engajado em causas mais nobres. Ele queria, e ainda pretende, salvar o planeta.

Considerado referência mundial em mudanças climáticas, Lester Brown, presidente do Earth Policy Institute, dedicado à construção de um futuro sustentável e à elaboração de um plano para chegar lá, como ele próprio define, esteve esta semana em Belo Horizonte, na conferência mundial 2020 Climate Leadership Campaign (Campanha de Liderança Climática 2020). Encerrado ontem, o evento da State of The World Fórum lançou a audaciosa meta de redução de 80% da emissão de carbono em 11 anos, três décadas antes do prazo estabelecido por vários países. A proposta tem como base estudos do ambientalista, que propõe um programa para o planeta contra o aquecimento global.

“Enquanto políticos pensam no que é politicamente viável para reduzir emissões, a nossa pergunta é o quão rápido isso deve ser feito para evitar a elevação do nível do oceano em sete metros, com o derretimento das geleiras da Groenlândia, do Himalaia, no Tibete. São elas que sustentam os rios da Ásia e de outros lugares”, alerta. Mas o que as geleiras do Tibete interferem na vida dos brasileiros, principalmente daqueles que não moram em áreas costeiras? Muito. “A mudança climática afeta a segurança alimentar. À medida que as geleiras derretem, os preços dos alimentos vão subir no mundo todo, incluindo aqui, em Minas Gerais. O planeta vai sobreviver a tudo isso, resta saber se a civilização também, com falta de comida e água”, esclarece Brown.

O alerta do especialista está fundamentado em décadas de estudos, que lhe renderam a autoria de mais de um metro de livros. “Devem ser uns 50, contando as traduções, uns 420”, enumera. Parte dessa bibliografia nasceu no instituto World Watch, um centro de pesquisa sobre o meio ambiente mundial fundado por Brown, em 1974. Periodicamente, eram produzidos os relatórios State of the World, com informações sobre o estado em que o planeta se encontrava. O dinheiro partiu de doação de US$ 1 milhão dos irmãos Rockfellers. Em 2001, Brown largou o World Watch para criar o Earth Policy Institute. Agora, o interesse maior não é mais em pesquisa. Números, dados e visitas a quase todas as nações já deixaram bem claro que está na hora da mudança. Nada melhor que um plano para isso.

ALTERNATIVA Foi quando ele começou a escrever a série Plano B. São quatro livros que mostram como salvar um planeta sob estresse e uma civilização em colapso. A tradução em português do último volume, Plano B 4.0, que enfoca a segurança alimentar, será lançada em outubro no Brasil. “O Plano A é a vida como estamos levando. O B é a alternativa para o que não está dando certo. São quatro objetivos: estabilizar o clima, a população, erradicar a pobreza e restaurar recursos naturais (florestas, solos, aqüíferos)”, afirma o especialista. Para ele, o principal ingrediente é o engajamento de cada um. A militância Brown teve início em 1959, depois de uma viagem à Índia.

Ficou seis meses morando em vilas com nativos, uma experiência fascinante, segundo ele. Ao retornar aos Estados Unidos, foi difícil retomar a rotina como fazendeiro, dono de uma plantação de tomates cultivados com agrotóxicos. “Na Índia, percebi que queria trabalhar com questões de populações mundiais, com perspectivas alimentares, isso inclui o meio ambiente. Em dois anos, me juntei ao serviço de agricultura exterior norte-americano”, conta. Agora, não mora mais na fazenda, mas sozinho em um apartamento em Washington. As lâmpadas são econômicas. Em vez de ar-condicionado, instalou um ventilador, “que consome um quarto da energia”. No armário, além das roupas, só dois pares de tênis, um que usa para correr e outro para atividades cotidianas, que calçou durante a conferência 2020.

São ações importantes, mas que já não bastam. Segundo Brown, mais que hábitos, é preciso mudar a ordem das coisas. “Temos que sair do carvão e do petróleo em direção a energias eólica, solar e geotérmica. Temos que nos tornar politicamente ativos, tomar partido de questões como proibir o uso de termoelétricas que usam carvão. Salvar a civilização não é um esporte a que se assiste da arquibancada. Envolve uma mobilização de tempos de guerra. Se vamos conseguir ou não, depende de você e de mim. E sinto que o Brasil está pronto para ter uma liderança global para cortar as emissões de carbono. É o país onde nasce o plano B”, afirma.”

Temos, pois, mais uma importante LIÇÃO que FORTALECE a nossa FÉ e RENOVA o nosso ENTUSIASMO em relação à construção de um BRASIL JUSTO, LIVRE, DIGNO, SOLIDÁRIO e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDO, que conta com mais um EXTRAORDINÁRIO MARCO que é o nascimento, em nosso solo pátrio, de um PLANO que mostra com bons fundamentos e CLAREZA a necessidade de uma NOVA ORDEM MUNDIAL, segundo a ÉTICA, a FRATERNIDADE e o SAGRADO compromisso com o OUTRO e com o PLANETA.

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A CIDADANIA FAZ O POVO VENCEDOR

“De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos sempre interrompidos antes de terminar.
Portanto, devemos
Fazer da interrupção um caminho novo,
DA QUEDA UM PASSO DE DANÇA,
Do medo uma escada,
Do sonho uma ponte,
Da procura um encontro.”
(FERNANDO SABINO, in O Encontro Marcado (Record).

Mais uma importante CONTRIBUIÇÃO vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de março de 2001, Caderno OPINIÃO, página 9, com a respeitável assinatura do Cônego e professor do Seminário de MARIANA – MG, JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO, que merece também INTEGRAL transcrição:

“O povo será o vencedor

Seja qual for o desfecho do embate atual envolvendo o mundo político, o vencedor precisa ser o povo. Com efeito, nunca na História do Brasil tanto se falou em corrupção. Sempre haverá corrupção e corrompidos, mas um desfecho fulminante tem sido o resultado, acalmando logo a opinião pública. Na época de Carlos Lacerda com seu verbo inflamado, triste o fim de um dos presidentes da República. Nos idos de 1954 se falava em “mar de lama”. Hoje as acusações de desvio do dinheiro público, publicadas na imprensa, são gravíssimas e deveriam ser apuradas. O atual mandatário supremo do País que pela dignidade pessoal, quer pela tropa de choque que possui, tem saído ileso e nada respinga em sua honra. É, realmente, uma pessoa honesta e correta. Seu governo, porém, se dá num dos mais turbulentos momentos da história republicana e muitos analistas julgam que deveria haver uma maior repressão aos fraudadores dos cofres públicos. Tudo, porém, será decidido nas urnas no próximo ano. Caberá ao povo cantar o triunfo final, banindo, de uma vez por todas, aquelas forças que sustentam qualquer laivo de corrupção.

Todo cuidado é pouco, dado que, na prática, o grande público vive mais das manchetes dos jornais e dos noticiários da televisão e rádio. As análises dos cientistas sociais não o atingem. Daí o perigo da manipulação. Muitos apelam, em época de eleições, para uma atitude radical que é a da anulação do voto, desiludidos com a classe política. Quem, porém, acompanha o desenrolar dos acontecimentos percebe que há como consertar o Brasil. Cumpre uma renovação de homens e de idéias e não o continuísmo. Para que o povo seja de fato triunfante cumpre uma campanha nacional de esclarecimento sobre as mazelas que reinam em tantos setores envolvendo ministros, senadores e deputados. Para isso há líderes probos que ficam na obrigação de fazer um grande serviço a esta nação. Os partidos ficam com a obrigação da escolha de candidatos que possam dar um rumo certo à pátria bem-amada. Com efeito, assim que deslanchar o processo sucessório haverá possibilidade de autênticos líderes, homens probos, atingir as massas, evitando-se a mistificação. Dizia, com razão, Antoine Rivarol que “é preciso combater a opinião com as suas próprias armas; não se disparam tiros de fuzil contra as idéias”. Idéias, se combatem, realmente com idéias.

Os conchavos que, de repente, reúnem aqueles mesmos que antes se acusavam das piores façanhas para se enriquecer ilicitamente mostram que não há divisores de água quando se trata do interesse pessoal. A política não pode ser o jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, pois isto, na linguagem de Rui Barbosa, seria uma mera politicagem. O povo que se cuide! Que todos se lembrem que Política é a arte de bem governar para o bem da população e não fazer o jogo dos interesses pessoais”.

Como vimos, a importância e a OPORTUNIDADE do presente artigo, publicado há quase uma DÉCADA, que reafirma a IMPERIOSA necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE e, assim, construirmos uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA, DEMOCRÁTICA – na essência do Governo: DO POVO, PELO POVO E PARA o POVO – e SOLIDÁRIA, e esperamos, no horizonte do BRASIL 2014 possamos ter NOVAS PÁGINAS tratando da COPA DA CIDADANIA; eis, pois, a NOSSA FÉ, o NOSSO ENTUSIASMO e a NOSSA ESPERANÇA.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A CIDADANIA E UM MUNDO NOVO

“(...) Afinal, o que está faltando às iniciativas sociais e ao poder político para solucionar os gravíssimos problemas brasileiros (p.ex.), é consciência moral e espírito público, que decorrem naturalmente da formação religiosa, moral e sócio-política do cidadão brasileiro. Tudo o mais é conseqüente. Mas, assim como o homem será sempre um “convertendo”, por mais santo que se torne, assim também a sociedade, extensão e complemento do homem, não poderá passar nunca de uma sociedade “reformanda”, por mais desenvolvida e justa que seja.”
(JOÃO LUIZ DE FREITAS PECCATORE, in ESSE HOMEM ÚNICO – Belo Horizonte: Editora O LUTADOR, 1994, página 150)

Mais uma OPORTUNA e ORIENTADORA matéria publicada no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de agosto de 2009, no Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria do Jornalista MAURO WERKEMA, que também merece INTEGRAL transcrição:

Ajustes para o mundo novo

O jesuíta e pensador Henrique Vaz, expressão maior da filosofia brasileira, dizia que a unificação do mundo, que via como o mais extraordinário fator de evolução da humanidade, traria duas conseqüências principais já na primeira década do século 21: a necessidade de vários ajustes adaptativos a uma nova ordem internacional interligada e a aceleração das transformações, alcançando todos os campos do conhecimento e da conduta humana. É o que estamos vivendo. Dois exemplos mostram claramente: a crise, internacionalizada, exige ajustes na ordem financeira e econômica; a mobilidade humana, rápida e sem limites, propaga epidemias pela multiplicidade dos canais de transmissão. Acima de tudo, a tecnociência, especialmente a nanotecnologia eletrônica, como seu ramo de informática, impensável há uma década, abre caminhos que, nos nossos dias, são impossíveis de prever quanto às mudanças em curso.

Gesta-se um mundo novo, a exigir maior solidariedade, cooperação e intercâmbio porque os problemas vão se tornando comuns nas soluções. O diálogo se torna a principal ferramenta. A cidadania, como princípio de responsabilidade comum, torna-se uma imposição da vida coletiva, urbanizada. Os princípios republicanos, construídos pela democracia liberal, indispensavelmente devem alimentar a ação dos governos e da representação política. O mundo já precisa de líderes, com ampla formação humanista, capazes de ter no diálogo o caminho para construção de solidariedades. E, sobretudo, absoluta transparência, exação e ética de condutas.

Estará a classe política brasileira preparada para essa transposição? Essa é uma preocupação grave e dominante. Tudo indica que o Brasil poderá viver um novo tempo, indexado à nova ordem internacional e também pela venturosa riqueza interna, que pode garantir-lhe posição altamente vantajosa. Mas e os líderes? Estará o nosso sistema político-eleitoral capacitado a atrair e escolher cidadãos para este mundo novo? Se avaliarmos pelo que vemos hoje no Congresso Nacional, a resposta fica difícil. Oligarquias envelhecidas, uso crônico do dinheiro público, privilégios anacrônicos e, o que é pior, falta de compromisso com os interesses nacionais e de visão de futuro. Políticos sem doutrina, a não ser a reeleição, e o enriquecimento é o que temos hoje, dominantemente.

Vencida a crise, é preciso aprender com ela. Verificar causas e operar mudanças. Corrigir desvios e formular caminhos novos. Não é tarefa fácil, a exigir ousadia, independência e estadismo. Com essa classe política, em que poucas são as exceções? Eis a grande incógnita e o grande dilema brasileiro.”

Está aí, pois, uma INESTIMÁVEL contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, mostrando as extraordinárias POSSIBILIDADES do nosso PAÍS e a ABSOLUTA, NECESSÁRIA e INDISPENSÁVEL congregação de TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS para a construção de uma SOCIEDADE JUSTA, LIVRE, DEMOCRÁTICA e SOLIDÁRIA, para o fim último de nossa existência: a FELICIDADE, a FRATERNIDADE UNIVERSAL entre os POVOS.

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A PEDAGOGIA DO DESPERDÍCIO


Em nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE elegemos, como já bastante exercitado, os três maiores e mais devastadores INIMIGOS do BRASIL, que são: a INFLAÇÃO, a CORRUPÇÃO e o DESPERDÍCIO.

Nesta oportunidade, trataremos da importante CONTRIBUIÇÃO vinda de artigo do professor EDÉSIO TEIXEIRA DE CARVALHO, Geólogo, ex-Diretor do Instituto de Geociências da UFMG, autor do livro “Geologia Urbana para Todos – Uma Visão de Belo Horizonte”, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição 14 de fevereiro de 2001, Caderno OPINIÃO, página 7, com transcrição na ÍNTEGRA:

“A violência do desperdício

Nas relações com a Terra a Humanidade está na primeira infância. Não vou dizer que esteja dando pontapés na barriga da mãe, mas, brandindo a tecnologia como se ela fosse um tacape, age como um superbebê com taco de beisebol destruindo as cristaleiras que encontra. Ela pratica infantilmente a Violência I e fica feito doida pedindo mais policiamento para conter a Violência II, que tem vindo em medida preocupante.

Categoria das mais danosas da Violência I é o desperdício. Tenho contra ele forte rejeição, mas não vazia, porque identificada com a frugalidade, que vem da energia com que meus pais a ensinaram aos filhos. Este empenho vale hoje na compreensão de que perceber a tragédia que o desperdício representa não é privilégio dos mais letrados.

Esta rejeição impulsionou-me a desenvolver percepção nítida da conformação geológica do colossal desperdício. Julgando pelas fontes a que tenho acesso, acho a matéria relegada pela comunidade científica mundial. Por que a ciência não cuidou dela? Isto seria tema para debate impossível – o dos desiguais. O leitor já tomou conhecimento de debate profundo sobre a gestão? Não me refiro a eventos sobre temas circunscritos, de onde sempre retiramos informações úteis, mas insuficientes para mudar paradigmas da gestão perdulária dos meios urbanos, por exemplo. Refiro a encontros técnicos e científicos que reúnam as diversas categorias profissionais envolvidas na gestão e não aos especializados, de uma categoria só. A gestão que constrói mal ou em mau lugar está desperdiçando seu povo, a saúde de seu povo, a qualidade de vida, enfim. Isso tem a ver com medicina, geologia e não só, mas é tema que seria impossível discutir com proveito real num congresso de geologia ou de medicina, embora perfeitamente possível num encontro sobre gestão onde as duas categorias estivessem presentes.

É perfeitamente possível anular efeitos do desvio, que as construções humanas fazem, de águas pluviais de suas trajetórias naturais, mas as cidades do Brasil, sem exceção, detestam as possibilidades com seriedade, preferindo manter-se em burocrático conservadorismo. E, notemos, em planeta atormentado por enchentes cada vez maiores e por perspectivas de escassez. O desperdício das águas pluviais não aproveitadas, e que por isso destroem, alcança dezenas de bilhões de dólares; com as contas bem feitinhas certamente mais de cem bilhões.

Projetos de loteamento deveriam, como exigência ambiental mínima, ter por meta não alterar a vazão natural dos rios, evitando a enchente antrópica, o que equivaleria a urbanizar tendo por impacto até redução e não aumento da vazão de cheias. Meta parecida deve haver para os resíduos sólidos da urbanização. Por exemplo anular a exportação de terras de escavação e restos de construção. Em caso recente, a acomodação local desses materiais permitiu preencher erosões (b1, benefício I); elevar e melhorar a qualidade do piso para construção (b2); isso proporcionou a geração de espaço poroso para absorver águas pluviais, evitando enchentes a jusante (b3); milhares de viagens de caminhões foram economizadas, assim como mais de 78.000 litros de óleo diesel (b4); isto economizou capacidade de armazenamento do depósito oficial (b5); a economia do óleo evitou a geração do gás do efeito estufa (b6) e redução de reservas energéticas da humanidade (b7), cuja vida útil depende dos quilômetros rodados; o meio urbano teve melhor qualidade de vida nesta forma sistêmica de implantar o loteamento do que teria na tradicional (b10).

A forma tradicional de implantação de loteamentos no Brasil está impregnada de Violência I, porque toda ela envolvendo desperdícios colossais dos recursos da terra, gerando a Violência II por exclusão social. Embora seja imprescindível que a ciência oficial pesquise na área da ciência da gestão, acho que iniciativas como o Projeto Manuelzão da UFMG devem multiplicar-se no País, porque contribuirão muito para desburocratizar a gestão do ponto de vista da articulação dos recursos complementares das distintas áreas do conhecimento, importante vacina com a Violência I.”

Assim, quase um DÉCADA depois, tal matéria nos ajuda a compreender, com CLAREZA, mais uma FACETA do gigantesco DESAFIO que temos nesta verdadeira CRUZADA NACIONAL, visando, entre tantas outras necessidades, QUALIFICAR nossas ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS e, em consequência, OTIMIZAR as extraordinárias POTENCIALIDADES do nosso BRASIL, quer NATURAIS, quer TECNOLÓGICOS, urgindo, pois, a implementação de POLÍTICAS PÚBLICAS que tenham em seu CERNE a EDUCAÇÃO, a ÉTICA, o CIVISMO e o PATRIOTISMO, na busca DETERMINADA e VIGOROSA do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, inserindo DEFINITIVAMENTE nossa PÁTRIA no concerto das nações DEMOCRÁTICAS, LIVRES e PRÓSPERAS.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

A LIÇÃO QUE VEM DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (2/58)

(Agosto = mês 2; Faltam 58 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)



“O bom governo rege a coisa pública mediante a justiça e através da justiça assegura a concórdia entre os cidadãos e a paz geral. A idéia do bom governo entendido como o governo para o bem comum é e sempre será associada à idéia de que apenas o governo segundo a justiça impede a formação de desigualdades que, desde Aristóteles, eram a principal causa do surgimento das facções, e assegura aquela concórdia, ou unidade do todo, que é a condição necessária para a sobrevivência da comunidade política”.
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria Geral da Política, Editora Campus, 3ª Tiragem, página 211)

Mais uma OPORTUNA lição para a nossa MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem também de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno CULTURA, página 8, edição de 2 de agosto de 2009, de autoria de AFFONSO ROMANO DE SANT´ANNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“Sarney e as capitanias hereditárias

Quem sabe os professores mais criativos podem aproveitar o que está ocorrendo no Senado (e no Maranhão e no Amapá) para desenvolver ilustrativas aulas sobre as capitanias hereditárias?

Lembram-se? A gente estudava isso antigamente e era muito chato. Mandavam decorar os enormes nomes dos donatários, cheios de Tourinho e Pero, Cunha. Depois, ficava tudo resumido ao se saber que apenas as capitanias de Pernambuco (com Duarte Coelho) e de São Vicente (Martin
Afonso) deram certo.

Era um tédio escolar, parecia inútil. Mas, de repente, nosso augusto e ínclito Senado nos faz rever e redescobrir a história. Continuo confiando nos professores criativos, que encontrarão um modo de vincular a fugacidade das notícias de hoje à estrutura ideológica de nossa formação para se tentar ver o que mudou (ou não) nesses 500 anos.

Antes de avançar, no entanto, vou inserir aqui uma estorinha recente e de grande eficácia pedagógica. Outro dia, estava eu na capitania de Pernambuco e lá me falaram de novo de Duarte Coelho. Vejam como o ontem & hoje continuam fundidos. O pintor Carlos Pragana me contou que quando Miguel Arraes, há uns 40 anos, assumiu pela primeira vez o governo da brava capitania de Pernambuco, começou a ter problemas com usineiros e trabalhadores dos canaviais. Era a época em que estava surgindo aquela agitação das Ligas Camponesas lideradas por Julião.

Diante dos impasses, Miguel Arraes resolveu fazer uma reunião com os usineiros lá no Palácio das Princesas – palácio, diga-se de passagem, criado em 1786 pelo governador José César de Menezes. E conversa vai, conversa vem, os usineiros todos em volta da mesa, Arraes ali, capitaneando as dissensões, os usineiros fazendo suas reivindicações, pedindo isso e mais aquilo, se explicando, se justificando... Até que, ao fim da reunião, meio desanimado, Arraes, com aquela cara enigmática de sertanejo, falou pausadamente aos usineiros:
- Meus amigos, ouvi tudo o que me disseram atentamente e apenas quero lhes dizer o seguinte: Realmente, nada mudou desde os tempos de Duarte Coelho!

Nada mudou desde os tempos de Duarte Coelho – poderia algum senador repetir em meio àqueles debates lá na Câmara Alta, ante a interminável lista de infrações éticas e apropriações econômicas comandadas pelo atual donatário da capitania do Maranhão, José Sarney.

Os livros de história repetem que, durante as capitanias hereditárias, os eleitos recebiam concessões em caráter perpétuo e hereditário. Havia a carta de doação, depois a carta foral, e o donatário, repetindo o modelo piramidal de apropriação e expropriação dos bens públicos, nomeava os donos das sesmarias. Ou seja, estabelecia-se logo a fusão entre a coisa pública e a privada.

É possível discutir o mérito das capitanias. Sarney e outros estão dizendo que isso é assim mesmo e assim deve ficar. Ora, a rigor, até se entende que o projeto das capitanias hereditárias era o que de mais avançado podia o monarca português naquela época. Metade do mundo estava nas mãos de Portugal e o contava com uma pequena elite para administrar metade da Terra e metade dos mares. Mas, convenhamos, manter o mesmo esquema hoje é ser não apenas historicamente retardatário, mas indecente predador dos bens públicos.

Há dias circula pela internet a lista surpreendente de edifícios, cidades, creches, pontes, ruas, avenidas, becos e praças maranhenses que levam o nome de Sarney e de seus subdonatários. É a marca indelével do crime. O sistema de apropriação onomástica é um gritante exemplo da espoliação semântica. Não basta ocupar os cargos, arranjar colocação para os apaniguados. É necessário deixar a marca, o sinete medieval do próprio nome inscrito na paisagem urbana e rural.

A antiga capitania do Maranhão – chefiada por João de Barros, Aires da Cunha e Fernão Álvares da cunha – ia até a Amazônia. Era muita terra, muito espaço, muito poder. Mas isso foi há 500 anos. Será que o Brasil do século 21 vai persistir nesse equívoco?”.

Isto posto, e nos restando 58 meses para o BRASIL 2014, é o tempo que temos para CONSOLIDAR definitivamente o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, caracterizando efetivamente uma SOCIEDADE que queremos JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA, SOLIDÁRIA, uma pátria de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS, e possamos COMEMORAR a COPA DA CIDADANIA e da QUALIDADE de VIDA, absolutamente INSERIDA no Século XXI.

O BRASIL TEM JEITO!...