quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA RIQUEZA IMPERECÍVEL E A LUZ DA CIÊNCIA DA AÇÃO HUMANA NA SUSTENTABILIDADE


“A riqueza imperecível
        Gente suando por mais riqueza, títulos, poder e honras – sem tempo para olhar as estrelas, a natureza, as crianças, a vida que escorre e some pela via. Gente pisando na grama, atropelando a vida, sacrificando animais, arrancando flor pela raiz.
         Riqueza fantasiada de felicidade. Riqueza acima do necessário, riqueza arrancada sem escrúpulo, disputada a qualquer preço. Riqueza que desconhece a importância de sua origem, dos métodos usados, dos sofrimentos gerados.
         Riqueza maldita. Para quê? Ansiedade, provocação, afã, luta, suor e até sangue. Ter mais, mais que o vizinho, mais do que tudo. Riqueza sem objetivo, sem rumo, sem fim, sentada sobre um monte de vítimas.
         Riqueza para pagar guarda-costas e advogados, para perder o sossego; escancarada, vulnerável, sequestrável. Riqueza para fazer a festa de malandros, exposta à queda da Bolsa, à desvalorização cambial, ao assaltante e ao gatuno.
         Riqueza monumental guardada em palácios e moradas, que não cabe no caixão, que será gasta por outro fantoche. Um atrevido, um perdulário, um dissoluto, um bobo, um trapaceiro que a desintegrará, ou um santo, um místico que não saberá o que fazer e se livrará dela como de um peso.
         Riqueza que aquieta a sede ou que aflige a alma, que enche de preocupação e tormento. Fome de vento que nunca sacia. Inútil para o espírito que dela um dia se libertará como de um empréstimo. E o que dizer ao homem que não tem pão, incapaz de conseguir saciar o seu estômago e o de seus filhos? Homens diferentes. Uns ricos querendo ser mais ricos, outros pobres querendo ser ricos. Duas humanidades aparentemente diversas. Um único Deus, Quem tem muito não tem tempo para aproveitar nem sossego para dormir profundamente.
         Riqueza, para o rei Salomão, é sabedoria. Desta diz ele com entusiasmo: “É mais que a saúde e a beleza. Gozei da sabedoria mais do que a claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se apaga”.
         Deixa claro o caminho, doce o pensamento, livre o agir. E mais: “Há na sabedoria um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, sem inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo... É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus e uma imagem de Sua bondade”. “Eu a amei e procurei desde a juventude, me esforcei para tê-la por esposa... por meio dela obterei a imortalidade... e recolhido em minha casa, sem medo, descobridor da minha eternidade, repousarei junto dela...” Sem precisar de mais nada que não seja o essencial.
         Sabedoria: riqueza imperecível, grandeza do humilde; justiça do misericordioso; doçura do homem, força, inteligência de quem aprendeu o que é amor. Tudo sem nada em contraposição a nada com tudo. Sabedoria emprestada de Si por Deus, gerando o homem “à imagem e semelhança d’Ele. Nada custa, é de graça, apenas de quem a ama e a quer.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de novembro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JOSÉ PIO MARTINS, economista e reitor da Universidade Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:

“A ciência da ação humana
        O ser humano tem três necessidades básicas iniciais: alimento, abrigo e repouso. Se elas não forem atendidas, em poucos dias o homem morre. Nas comunidades primitivas, em que outras necessidades quase não existiam, os homens saíam de manhã e voltava com o produto de suas atividades de caça, coleta e pesca, e então se alimentavam das frutas coletadas, dos peixes pescados e dos animais abatidos. Por óbvio, nem todos os membros da comunidade participavam do trabalho, a exemplo das crianças.
         Para abrigar o corpo e se proteger das intempéries do clima, usavam couro de animais, folhagens e adentravam as cavernas, onde repousavam e dormiam. Assim viviam as comunidades primitivas, e também dividiam as tarefas e repartiam o que produziam. Se alguém quiser saber como nasceu a economia (sistema de produção, distribuição, circulação e consumo), basta remontar à história e ver que ela nasceu com a luta do animal homem para preservar sua vida.
         Nesse sentido, a economia é a ciência da ação humana, definida como o emprego de meios para atingir os fins. À medida que a população foi aumentando, instrumentos de produção foram inventados (os chamados “bens de capital”, como as ferramentas movidas pelos braços humanos); o conhecimento sobre as leis da natureza foi se ampliando; a coexistência em grupos se expandiu, provocando o surgimento de outras necessidades, outras atividades e formas novas de produção, distribuição e consumo.
         Com o passar do tempo, começaram a se misturar ações humanas de natureza puramente econômica com formas de organização das comunidades (é o caso das cidades e, com elas, o alvorecer da política) e as interações e conflitos da vida coletiva (estudados pela sociologia), e ação humana passou a ser observada, estudada e explicada por leis e regras que poderiam ser englobadas em uma única ciência: a ciência da ação humana, que existe com o de “praxeologia”, com sua teoria geral da ação humana.
         O termo praxeologia foi empregada por Espinas, talvez pela primeira vez, em 1890, e vem do grego práxis (prática, hábito, ação). A rigor, a praxeologia é uma ciência maior, que seria a soma da economia, sociologia, política e psicologia. Para as relações humanas em comunidade e para a ação humana no âmbito da economia e das relações de mercado, foram escritas as leis jurídicas a fim de regular e controlar a vida e os atos humanos em sociedade, um corpo de leis tendo por base uma filosofia do direito. Esse ordenamento regulatório passou a fazer parte do conjunto das ciências sociais que hoje regem o destino das nações.
         A economia é uma das mais novas ciências e, à medida que o homem foi inventando máquinas, processos e tecnologia – com a ajuda da física, da química e de outras ciências da natureza –, as necessidades se multiplicaram. Com o aumento da complexidade da vida social, descobriu-se haver uma regularidade e interdependência nos fenômenos de mercado, cujo entendimento deixou a humanidade aturdida e confusa, e levou à formação de um novo corpo de teorias para explicar a ação humana e suas consequências na luta diária para atender às necessidades múltiplas com os recursos escassos da natureza, do capital e do trabalho.
         Durante séculos, os filósofos e os estudiosos da ação humana tentaram descobrir as leis (científicas) que governam o destino e a evolução da história humana. A evolução da economia (a ciência, não o sistema) mostrou ao mundo que existe um outro aspecto, diferente do bem e do mal, do justo e do injusto, segundo o qual a ação humana podia ser considerada. Quem melhor analisou a ação humana sob as teorias das nova ciência foi o grande Ludwig von Mises (1881-1973), um desses gênios raros que habitaram o planeta.
         Mises dizia que toda ação humana representa uma escolha e, ao escolher, o homem opta não apenas entre bens materiais e serviços, mas entre todos os valores humanos. Assim, os teóricos começaram a entender a economia (agora, o sistema) como uma máquina de produzir, distribuir e consumir a partir de uma “ciência da escolha”. Isto é, até mesmo a escolha de seu trabalho e dos atos de compra e venda no mercado se conecta com as escolhas que o homem faz em relação aos valores que lhe são oferecidos para opção.
         Quando a economia comportamental ganhou fama, muitos pensaram estar diante de uma novidade. Mas não. O comportamento do agente homem no mercado já vinha sendo estudado desde ao menos 1850, provocando a união entre os fenômenos econômicos e as análises científicas oferecidas pela psicologia. A partir do momento em que o Estado começou a crescer e a se tornar uma fábrica de normas intervencionistas na vida do indivíduo, sobretudo após a Primeira Guerra Mundial, o entendimento da economia passou a exigir conhecimento das teorias econômicas e, também, da psicologia, da filosofia, do direito, da sociologia e da política. Como dizia Friedrich von Hayek, não é bom economista quem é apenas economista.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA APRENDIZAGEM INFANTIL E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO ESTADO NA SUSTENTABILIDADE


“A dificuldade de aprendizagem infantil
        A dificuldade de aprendizagem interfere diretamente na vida social de crianças. Muitas vezes, o insucesso escolar causa desinteresse, insegurança e baixa autoestima, contribuindo com a evasão escolar. Segundo o último censo escolar, divulgado pelo Ministério da Educação em 2017, um em cada 10 alunos abandona a escola da rede pública no país. O estudo revelou, ainda, que 11,6% dos alunos são reprovados no final do 3º ano do ensino fundamental e é nessa fase que, teoricamente, eles concluem o aprendizado da leitura, escrita e as operações matemáticas.
         Tal desinteresse pelos estudos pode ter como principais causas fatores neurobiológicos, apesar de aspectos psicológicos, emocionais e físicos também influenciarem essa condição. Por isso é tão importante o trabalho multidisciplinar de pais, professores, psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e outros profissionais capacitados para efetuar um diagnóstico preciso da criança.
         A dificuldade de aprendizagem é um problema substancial no ensino brasileiro e ocorre, principalmente, durante os processos de alfabetização e de letramento. Sim, existe uma diferença sensível entre esses conceitos. Enquanto a alfabetização é o desenvolvimento das capacidades de ler e escrever, o letramento vai além dessas habilidades. Um indivíduo letrado utiliza leitura e a escrita no dia a dia, a partir da análise crítica e interpretação de códigos para o uso social.
         Para que o processo de aprendizagem seja mais efetivo, a criança precisa desenvolver o hábito de ler e estar inserida no contexto cultural da sociedade, podendo relacionar leitura, interpretação e escrita com o mundo ao seu redor. Durante esse processo, o estudante pode apresentar dificuldades para se concentrar, ler, escrever, falar, soletrar, ouvir ou efetuar contas matemáticas. Às vezes, ele consegue se comunicar bem, mas apresenta problemas ao compreender ou escrever.
         Há as crianças extremamente criativas e habilidosas, mas que não conseguem se concentrar ou ficar paradas por um mínimo período de tempo, deixando de finalizar tarefas e até mesmo brincadeiras. Alguns alunos não conseguem lembrar o que as pessoas falaram e perdem o material escolar com facilidade. Há, também, crianças que confundem palavras e ordens numéricas, ou sentem dificuldade de compreender e executar instruções.
         No ambiente escolar, cabe ao educador identificar as dificuldades da criança e buscar o auxílio de outros profissionais para a intervenção apropriada, conforme as necessidades de cada aluno. Já os pais precisam manter um relacionamento saudável com a instituição de ensino, acompanhando a vida escolar dos filhos e assumindo a responsabilidade pelo desenvolvimento das crianças, modelando seus comportamentos e identidades. Os pais ainda têm o papel de motivá-los e apoiá-los sempre que demonstrarem algum tipo de dificuldade, pois comportamentos contrários podem desestimulá-los diante das adversidades.
         Ademais, é fundamental ter em mente a singularidade de cada criança. Por mais que algumas apresentem algum tipo de transtorno de aprendizagem, todas irão aprender, em suas vidas, que o que muda é o tempo que levam para assimilar o conteúdo, já que algumas aprenderão de forma mais rápida do que outras. A receita para lidar com a dificuldade de escolaridade é manter um ambiente de aprendizado adequado, no qual os educadores sejam presentes e atenciosos com os alunos, estimulando-os a desenvolver habilidades para que saibam lidar com os obstáculos e o acompanhamento de profissionais especializados.”.

(ÂNGELA MATHYLDE. Organizadora do Congresso Internacional Brain Connection e representante brasileira no Grupo de Investigação Clínica em Saúde e Educação da União Europeia/G3TES, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de novembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado e conselheiro do Instituto Millenium, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um Estado pagão
        Com o estabelecimento do padrão dólar em Bretton Woods e diante de uma Europa devastada pelos horrores da guerra, o mundo ocidental viu o surgir de uma estratégica ascensão americana, através de uma pauta de dominação bélica associada a acordos comerciais expansionistas. Com o fim da Guerra Fria e, em especial, com a queda do Muro de Berlim, a ordem global assistiu à afirmação hegemônica dos EUA e o fim da bipolaridade estabelecida com o bloco soviético. Durante praticamente duas décadas, o liberalismo americano vicejou de forma absoluta, sem adversários ou ameaças substantivas, gerando uma era de grande estabilidade, crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico superlativo.
         Comum um sopro, a vida mudou. A queda das Torres Gêmeas apresentou a ameaça terrorista. Poucos anos depois, a bancarrota do Lehman Brothers expôs as vísceras de um sistema financeiro descontroladamente alavancado e geneticamente corrompido por instrumentos de crédito fictícios. A ação rápida do FED garantiu a liquidez do sistema bancário, inundando o mundo com dólares a rodo. No entanto, quando aquilo que é escasso se torna farto, há uma inerente perda de valor monetário. E, assim, velhos players foram se reorganizando para mostras as unhas em um dinâmico e imprevisível tabuleiro mundial, com renovadas peças da China, Europa, Rússia e uma boa parte do eixo Ásia-Pacífico.
         Em recente artigo na The Economist, a inteligência superior de uma ordem política pós-liberal, baseada na cooperação internacional e não, em conflitos armados, clamando para o enfrentar de três graves desafios contemporâneos: risco nuclear, mudanças climáticas e disrupção tecnológica. Infelizmente, isso tudo é distante para nós. Enquanto o mundo discute o futuro, a América Latina tenta vencer as amarras do passado.
         No Brasil, temos o paradoxo de tentar ser pós-liberais, desconhecendo o que foi o próprio liberalismo. Infelizmente, nossa cultura, em vez do livre mercado, sempre privilegiou o estatismo patrimonialista. Na verdade, somos um Estado pagão: paga tudo e qualquer coisa, sem se preocupar em gerar receitas que garantam o adimplemento subsequente. Não é à toa, portanto, que o dinheiro acabou em nosso federalismo falido.
         Ora, a conhecida máxima de que é preciso enriquecer antes de envelhecer passou batida em nosso país. A insensatez política e a irresponsabilidade governamental gerou um passivo previdenciário impagável, escorado em direitos adquiridos impossíveis. Sim, o pressuposto fático da aquisição de uma direito é a sua possibilidade jurídica. Mas vivemos em um país atípico: aqui, negociam-se medidas provisórias para se garantir injustiças perpétuas.
         Sem cortinas, o surgimento eficaz de um ordem pós-liberal tem como pressuposto o nascer de novas estruturas de poder que sejam aptas e capazes de satisfazer os pulsantes anseios da sociedade contemporânea. A tecnologia da informação deu voz aos invisíveis, habilitando-os a participar no fluido ecossistema das redes sociais. A partir daí, os tradicionais mecanismos de controle das massas viraram pó, quebrando a bússola de navegação dos puídos instrumentos da política. Vivemos, assim, uma ebulição democrática com políticos da Era Glacial.
         Por tudo, os arranjos institucionais do século 21 estão em processo de formação. Se existe uma considerável dose de certeza com relação ao que não queremos, ainda não há um consenso razoável sobre os métodos e formas de poder que irão pautar a sociedade democrática. Todavia, é óbvio que o futuro não pertencerá a um falido Estado pagão. A questão é: será que o nosso povo quer pagar o preço de ser livre para prosperar ou será que seguiremos pobres e empobrecendo?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


   

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA INTELIGÊNCIA DIGITAL NA NOVA INDÚSTRIA E A URGÊNCIA DO CLAMOR DOS POBRES NA SUSTENTABILIDADE


“A nova era da indústria 4.0 no Brasil
        Nas linhas de produção, sensores fiscalizam em tempo real o desempenho das máquinas e avisam quando o nível de fabricação oscila. Na área de montagem, peças marcadas a laser com códigos de barras carregam dados que contam de onde vieram, do que são feitas e para onde vão. Enquanto isso, scanners de área e cortinas de segurança monitoram área de produção, emitem sinais de alerta e controlam máquinas quando há risco de acidentes para os operadores humanos.
         A indústria não está alheia à era das informações digitais. Sensores, marcadores a laser, solução de cloud, big data e uma infinidade de outras tecnologias criam uma via expressa de dados entre o chão de fábrica e os tomadores de decisões. Essa nova dinâmica de trabalho melhora o fluxo e facilita o entendimento, permitindo que os dados gerados nas linhas de produção sejam coletados, manuseados e disponibilizados através de ferramentas inteligentes. Os gestores, tendo acesso a essas informações, certamente serão mais assertivos para otimizar custos de produção, agilizar processos, evitar desperdícios, reduzir erros e aumentar a segurança. Equipamentos e máquinas funcionam em rede com sistemas de alarme, e-mail, SMS e aplicativos de smartphones.
         Desde que as fábricas começaram a incorporar meios de produção baseados em sensores, na década de 1950, esses equipamentos passaram por profundas transformações. Hoje, são considerados a base para a evolução da indústria 4.0. Graças aos sensores, leitores de códigos de barras, coletores de dados, equipamentos de segurança e de codificação, pudemos evoluir as linhas de produção e gerenciar todo o processo de forma automática e on-line: fazer a contagem e endereçamento de materiais, controlar o maquinário para segurança dos operadores, medir a pressão, a temperatura, além de diversas outras utilidades.
         No cenário ideal da indústria, linhas de produção operam com 100% da capacidade em períodos ininterruptos, parando apenas para manutenções preventivas. O mercado brasileiro, mesmo ainda caminhando a passos mais lentos, vem mostrando apetite para se aproximar dessa realidade.
         Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 27% das indústrias do país utilizam automação com sensores. O percentual parece modesto, mas já revela um maior interesse do empresariado por tecnologia industrial, sobretudo nos segmentos automotivo, farmacêutico e de alimentos. Com a economia instável, empresários perceberam que investir nas fábricas para produzir mais com menos é regra básica para não perder competitividade. A mesma pesquisa apontou que 54% dos entrevistados buscam reduzir os custos operacionais e 50% querem aumentar a produtividade.
         A mão de obra nacional também se valorizou. Se dentro de casa nos acostumamos com crianças que já nascem conectadas à tecnologia, nas fábricas o fenômeno é semelhante. Operadores se preparam cada vez mais para os desafios da indústria 4.0, formando uma geração de profissionais multidisciplinados. Cabe ressaltar que o investimento em pesquisa e desenvolvimento também vem aumentando, movimento essencial para deixar as ferramentas mais didáticas e visuais, passíveis de serem operadas por qualquer pessoa com noções básicas de sistema operacional.
         A democratização ao acesso é outro fator determinante para difundir as tecnologias. À medida que a indústria descobre novas aplicações para os produtos, os preços diminuem e tornam o mercado mais convidativo para novos players. Em um passado recente, leitores e sensores eram privilégio restrito a grandes empresas. Hoje, a nota de corte para implementar soluções inovadoras está no tipo de produção e não mais nos preços. Qualquer empresa automatizada tem condições de utilizar os equipamentos, sejam elas grandes, médias ou pequenas.
         O Brasil é, por natureza, um dos países mais avançados no uso da tecnologia, dada a diversidade de nossos consumidores e a busca constante dos profissionais da indústria para se adaptar às mudanças e oferecer velocidade e precisão nos processos de fabricação. A evolução natural, que começou com as máquinas a vapor, continua com as máquinas conectadas virtualmente, sendo fácil afirmar: o impacto da indústria 4.0 é um caminho sem volta.”.

(DOMINGOS MANCINELLI. Diretor de vendas da Datalogic na América Latina, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ouvir o clamor dos pobres
        Todos escutem e acolham a convocação para vivenciar, neste domingo, o Dia Mundial dos Pobres, sabiamente instituído pelo papa Francisco. Nenhuma paróquia deixe de congregar os pobres para rezar, ouvi-los e repartir o alimento. Nenhuma instituição ou setor da sociedade se recuse a um gesto concreto dedicado aos pobres, em favor deles. Nenhuma família cristã se prive do encontro fraterno com os que sofrem. Nenhum representante ou servidor do povo abandone quem precisa de amparo. As casas estejam abertas para acolher os famintos nos momentos das refeições. Se os gestos de solidariedade, a serem vividos no próximo domingo, se tornarem parte do cotidiano de todos, males serão curados e muitos problemas superados. Assim, a sociedade poderá caminhar, a passos largos, rumo ao objetivo maior de se tornar mais justa, fraterna e solidária.
         Pode-se indagar sobre o motivo de se dedicar um dia aos pobres, pois a luta de quem sofre com a pobreza é diária. A resposta é, necessária: trata-se de oportunidade para mobilizações, em gestos e palavras, que busquem cultivar diferentes formas de solidariedade. Um dia especial dedicado ao desenvolvimento da própria competência humana e espiritual na superação da indiferença diante da dor dos outros. Só assim será possível alcançar efetivas contribuições no sentido de acabar com cenários de exclusão e de discriminações. Um caminho para que se tornem cada vez mais comuns os gestos individuais, as ações coletivas e as políticas públicas alicerçados em qualificada consciência social, política e cristã.
         A escuta dos clamores de quem enfrenta a pobreza tem força terapêutica e de conversão. Permite incomodar-se, verdadeiramente, com a dor do outro, com as suas carências humano-espirituais. Esse outro está próximo, nos nossos lugares preferidos, nos caminhos por onde passamos, diante de nós. Não pode ser percebido com descaso. Sensibilizar-se com a penúria dos que sofrem, agir para amenizar as dores dos pobres, é reconhecer que todos são, igualmente, cidadãos e, principalmente, filhos e filhas de Deus. O Dia dos Pobres é, nesse sentido, um raio de luz sobre a consciência de cada pessoa. Luminosidade ainda mais necessária no mundo atual, em que pessoas se contentam com a “vida boa” e se esquecem dos que vivem em apuros, sem ter o que comer ou vestir, excluídos do mercado de trabalho e do acesso a serviços essenciais, nas áreas da saúde, educação e cultura.
         A força da palavra de Deus deve tocar o coração, sobretudo de grupos que se apropriam egoisticamente da maior parte das riquezas e, perversamente, alimentam exclusões. O Dia dos Pobres é um forte apelo à consciência cidadã e cristã de todos. É oportunidade para a sociedade brasileira eleger critérios justos capazes de substituir a loucura perversa da organização social e política que prevalece no país. O começa da mudança é a conversão do coração, para que o Brasil – “berço esplêndido”, “gigante pela própria natureza” – vença o estigma de ser uma sociedade de excluídos.
         O papa Francisco, nas sua mensagem para o Dia dos Pobres, sublinha: “O Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e é bom para com os que n’Ele procuram refúgio, com o coração despedaçado pela tristeza, pela solidão e pela exclusão”. Se Deus escuta os pobres, cada pessoa tem o dever de também escutá-los e ampará-los. Essa atitude é remédio para desvios éticos, produz moralidade, qualifica atos e escolhas.
         Ouvir o clamor dos pobres é caminho para conquistar necessária transformação histórica, com avanços humanitários urgentes, oportunidade de se experimentar o remédio da solidariedade quando se dedica à escuta do outro, que é irmão. Quem se solidariza com a dor do próximo diz “não” a uma economia que gera exclusão, à idolatria do dinheiro, que governa as pessoas, em vez de servi-las. O Dia dos Pobres é interpelativo convite para ir ao encontro de quem sofre. Atitude que corrige e qualifica, especificamente, a vivência da fé cristã, dando-lhe autenticidade. Os cristãos estão desafiados a ajudar o país a superar sua cegueira ética, não simplesmente por razões partidárias, menos ainda por interesses de igrejas, mas a partir do autêntico testemunho de fé. A opção preferencial pelos pobres é intrínseca à fé cristã, que não pode ser instrumento para a busca individual de confortos. Aproximar-se de quem sofre não pode ser atitude demagógica, mas itinerário que conduza a sociedade à cura dos seus muitos e diversos males. Ouvir o clamor dos pobres é seguir o exemplo de Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.