terça-feira, 29 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LIÇÕES E DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO MUNDIAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“Lições da Covid-19 para o agro mundial

       A pandemia do novo coronavírus impactou o mundo de uma forma que ainda não conseguimos dimensionar. São mais de 29 milhões de casos e poderemos chegar à triste marca de 1 milhão de mortes em todo o planeta. A economia mundial foi seriamente afetada, e milhares de negócios foram fechados, agravando ainda mais um quadro de recessão econômica e modificando significativamente o comportamento dos consumidores ao redor do mundo.

          Mas o que aprendemos de fato com essa pandemia, que começou em um mercado municipal e gerou impactos sociais e econômicos globais? Que ensinamentos nos indicam como os países devem se comportar e que mudanças devem promover no setor de alimentos?

          A resposta é: o rigor da legislação sanitária é, sim, crucial para garantir a segurança alimentar e a segurança do alimento em todo o planeta.

          Nesse sentido, o mundo conta muito com a agroindústria brasileira. Diante de um cenário de crise global nunca visto por gerações, foi o Brasil que ajudou no abastecimento mundial de alimentos, não só honrando seus compromissos internacionais, mas aumentando suas remessas ao exterior. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as exportações do setor aumentaram 12,8% no primeiro semestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.

          Estamos falando do segundo maior exportador de alimentos do mundo. As indústrias alimentícias do Brasil obedecem a uma legislação rigorosa, com critérios regulatórios e de segurança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, e de inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nossa indústria ainda passa por um criterioso processo de inspeção das agências internacionais e dos países importadores. O Brasil exporta alimentos industrializados para mais de 180 países com regras e culturas diferentes uns dos outros.

          Isso é motivo de orgulho! Nosso país tem vantagens competitivas como água e terra em abundância, sol, chuva, um povo que gosta e sabe trabalhar na terra e inovação tecnológica por meio não só da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mas também de universidades e empresas engajadas em produzir e aplicar conhecimento técnico e científico. É por essa inovação e investimentos constantes em pesquisas que o Brasil é exemplo internacional em conciliar produtividade agroindustrial com proteção ao meio ambiente.

          A sustentabilidade, a sanidade animal e segurança dos processos produtivos, além dos controles sanitário e fitossanitário, são prioridades da agroindústria brasileira – e temos tido muito êxito em aumentar a produção preservando a riqueza ambiental do nosso país.

          Mas é importante irmos além para nos tornar ainda mais competitivos no cenário internacional. Devemos avançar para ser também referência mundial na comercialização de produtos de maior valor agregado, e não apenas na exportação de matérias-primas. Queremos e podemos ir além disso.

          Com diálogo e empatia nas relações empresariais, vamos avançar cada vez mais no cenário global. O planeta pode confiar e contar com a indústria brasileira de alimentos.”.

(Grazielle  Parenti. Presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos – Abia, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 17 de setembro de 2020, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 18 de setembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Vozes e irrelevâncias

       Não se está apenas vivendo uma época de mudanças, mas uma grande e radical mudança de época. Essa expressão, resultado de análises filosófico-antropológicas dedicadas à contemporaneidade, faz referência às revoluções sem precedentes que estão reconfigurando a humanidade. No contexto das aceleradas e profundas transformações, pensa-se que as muitas narrativas capazes de dar sentido ao mundo ruíram, e ainda não teria surgido nenhuma outra para ocupar as lacunas existentes. Muitas perguntas permanecem sem respostas, mesmo com tantas vozes que se consideram autoridades no esclarecimento de interpelações. Não raramente, essas vozes promovem uma dissonância que atormenta, atrasa processos, gera confusões, alimentando relativizações que desconsideram memórias, valores e princípios imprescindíveis. O resultado é uma verdadeira babel, com prejuízos aos entendimentos necessários para que cada pessoa exerça o seu papel na sociedade. Essa dissonância, com vozes que instigam polarizações e fundamentalismos, prejudica também o estado de espírito – a condição emocional de grupos e indivíduos, alimentando desequilíbrios e descompassos.

          O corro ruidoso, promovido por pessoas e grupos, é desafinado não por uma falta de referenciais teóricos, ou pela escassez de análises relevantes. A dissonância de vozes vem, especialmente, da ausência de compreensão mínima sobre o que significa viver e conviver na Casa Comum, ou da desconsideração sobre a urgência de se efetivar uma economia guiada pelos parâmetros da sustentabilidade, salubridade e solidariedade. Sem solucionar essas carências, torna-se impossível mudar cenários de exclusão social que são atestados incompetência para uma sociedade com tantos avanços tecnológicos e científicos. Obviamente, a civilização contemporânea, em comparação a outras fases da história humana, conta com muito mais oportunidades, mas precisa capacitar-se para aproveitá-las bem. É necessário investir para que o humanismo fundamente as vozes deste tempo. Mais que isso: torne-se também força capaz de configurar nova etapa na história da humanidade.

          Ante as aceleradas transformações sociais contemporâneas, muitos experimentam sensação de impotência neste contexto que aparenta ser caótico. Esse sentimento pode ser o sinal de que se está no caminho certo, pois a realidade é, de fato, muito complexa. Não é possível a apenas uma pessoa compreendê-la ou gerenciá-la plenamente. Reconhecer que se sabe muito menos do que se pensa saber é um passo com incidência existencial forte. Para alcançar essa compreensão, deve-se considerar a importância de muitos elementos que não podem ser negociados ou rifados, pois são antídotos para obscurantismos. Não se deve abrir mão, por exemplo, da memória histórica de instituições, frequentemente desconsideradas nos dias atuais por quem se perde na avalanche de mudanças.

          Sem reconhecer a memória, muitos acreditam, ingenuamente, que estão “inventando a roda”, mesmo que essa “roda” já exista – o necessário é a inteligência para fazê-la girar. Além disso, ao desconsiderar a memória, paga-se um preço alto com a perda do sentido que alimenta a vida. Convive-se com a arbitrariedade da iconoclastia que demole tudo e enfraquece o tecido existencial com superficialidades, a partir da ilusão de que se está construindo algo novo. Nesse mesmo caminho de desconsideração da memória, há um impulso inconsequente, por vezes alimentado por interesses ideológicos, oportunistas, cegos e até mesquinhos. Esse impulso leva muitos a prescindir de instituições com capacidade para ser voz forte na superação das dissonâncias que prejudicam a sociedade.

          As instituições estão sendo enfraquecidas ou atingidas por um subjetivismo que alimenta nas pessoas a ilusão de que suas próprias vozes são as mais lúcidas. Indivíduos passam a acreditar que suas perspectivas podem substituir vozes institucionais – que também necessitam, permanentemente, de afinação, para continuarem proféticas e gerarem interpelações transformadoras. Quando a irracionalidade permite que sejam enfraquecidos contextos institucionais há graves consequências: democracias perdem força, desempenhos profissionais e cidadãos tornam-se inadequados e cada vez mais se acentua a dissonância entre as muitas vozes, conduzindo instituições religiosas, educacionais, políticas, governamentais e tantas outras ao universo das irrelevâncias.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 312,12% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

   


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS E AS LUZES DA ECOLOGIA INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Uma chamada para o consumo de energia renovável

       As mudanças climáticas são uma preocupação cada vez maior para o nosso planeta exigem que as empresas tomem medidas responsáveis para ajudar a mitigar o impacto das ações empresariais no meio ambiente.

          Criar políticas de proteção ambiental, reduzir a pegada de carbono ou conservar energia são algumas das práticas que, como empresas, podemos realizar para reduzir esse impacto.

          Mas, ainda hoje, não há como contornar o fato de que manter as empresas em funcionamento requer um consumo de energia em maior ou menor grau. E é aqui que o consumo de energia renovável se torna fundamental. A redução das emissões de dióxido de carbono associada às operações de negócios requer a identificação e compra de eletricidade renovável para reduzir o uso de eletricidade gerada pela queima de combustíveis fósseis.

          E, embora não haja uma abordagem única para o sucesso na aquisição de eletricidade renovável – como, por exemplo, para a IBM, que opera em 170 países, sendo que eletricidade renovável não está disponível em todos os locais –, nós tomamos como guia alguns princípios e ações.

          Primeiro, nos esforçamos para comprar eletricidade renovável onde fizer sentido comercial e ambientalmente. Em alguns lugares, o sobrepreço para a compra de eletricidade renovável pode ser significativo. Nosso objetivo é identificar fontes renováveis de eletricidade com custo competitivo para compra, sempre que possível. No entanto, às vezes devemos e pagamos mais para comprar eletricidade renovável.

          Compramos eletricidade renovável de fontes nas atuais regiões da rede onde operamos. A razão é simples. Para reduzir nossa dependência da eletricidade gerada a partir de combustíveis fósseis, devemos ter fontes confiáveis de eletricidade disponíveis para substituí-la.

          Nossa divisão Global Real Estate é responsável pela compra da eletricidade em locais gerenciados pela IBM. Nós pesquisamos e perguntamos sobre a disponibilidade e o preço da eletricidade renovável a cada ciclo de aquisição. Esse foco constante nos permite manter um conhecimento contínuo do mercado e capturar oportunidades atraentes.

          Trabalhamos ativamente com colegas da indústria e ONGs para influenciar as políticas que levarão a um maior acesso à eletricidade renovável para empresas de todos os tamanhos.

          A IBM é líder em proteção ambienta há mais de 50 anos. Em 2018, atualizamos nossa meta, nos comprometendo a adquirir 55% da eletricidade que consumimos em todo o mundo de fontes renováveis até 2025 e, dessa forma, reduzir o impacto ambiental. Acredito que todos podem e devem fazer a sua parte para reduzir a pegada de carbono e as mudanças climáticas. Isso é uma pequena mostra.”.

(Andriei Gutierrez. Diretor de relações governamentais e assuntos regulatórios da IBM Brasil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de setembro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Julia Marisa Sekula, economista e cientista política, é coordenadora do Programa de Clima e Segurança do Instituto Igarapé, fundadora da FinanSOS e coautora de ‘Brasil: Paraíso Restaurável (ed. Sextante), e que merece igualmente integral transcrição:

“Vamos parar de falar em

desenvolvimento sustentável?

       Num contexto global de excesso de informação e escassez de significado, palavras se tornam decisivas. Palavras têm peso e vida própria. Com a consolidação da onda do termo “desenvolvimento sustentável” nos setores privado e público, fica claro, mais uma vez, como mal entendemos nossas vantagens competitivas e como empregamos frases emprestadas na busca de uma (não) narrativa de nação. O custo para o Brasil de não enxergar as atuais oportunidades com a linguagem que elas merecem pode ser grande.

          A expressão “desenvolvimento sustentável” existe desde 1972. Por 48 anos, circulou quieta, espraiando-se sobre um mundo que, aos poucos, se apercebia das mudanças climáticas. Isso não surpreende. A frase é intrinsecamente passiva em sua própria etimologia. A primeira palavra evoca imagens de máquinas e modernização infinita características do uso generalizado da palavra nos séculos 19 e 20. Na segunda, um efeito amortecedor, um cansaço antecipado da necessidade de “segurar” tal desenvolvimento (intensivo de carbono) em prol da sobrevivência das gerações futuras. Uma palavra presa ao conceito econômico que a criou.

          Já há países caminhando noutra direção. A China, por exemplo, apresenta uma alternativa de terminologia. Desde 2012 o país abraça em sua Constituição a “civilização ecológica”. O termo é uma resposta às ameaças climáticas; tão extensas, segundo eles, que exigem outra concepção de civilização humana, baseada em princípios ecológicos e nas tradições milenares de taoísmo e confucionismo, que entendem o homem e a natureza como entes inteiramente interligados – ideia muito maior do que qualquer modelo de desenvolvimento.

          Durante os sete anos em que morei lá, era inimaginável que, um dia, a China pretendesse deixar a posição de maior emissora de gases efeito estufa no mundo. Lembro vividamente das gotas amargas de chuva que faziam a pele coçar, o céu nublado de “smog”, o lago Tai onde jamais havia peixe para pescar... O boom industrial foi acompanhado por uma devastação ambiental. Mas, a partir do momento em que o custo social ficou difícil de ignorar e as oportunidades de tecnologia limpa surgiram, a China se adaptou, construindo uma nova narrativa para o próximo século. Hoje, o gigante asiático é o país que mais investe em energia renovável no mundo.

          O Brasil, com a matriz energética mais limpa do planeta, já está com meio caminho andado. Do G20, o Brasil é o primeiro lugar em estoque de capital natural de terra arável, área florestal e fontes renováveis de água. O Brasil é o lugar em que mais se produz vida na Terra. Vida, nesta escala, não cabe nem combina com a palavra desenvolvimento.

          Da mesma forma que Inglaterra e Estados Unidos emergiram como potências globais devido ao carvão e ao petróleo, o Brasil, diante de um futuro de energia renováveis, nunca esteve tão bem posicionado para ser uma potência global. Diante de um futuro em que acesso à água, a ar limpo e a terras aráveis se tornará questão de sobrevivência, o mundo nunca esteve tão dependente do Brasil e de seus biomas. O nosso “desenvolvimento sustentável”, então, revela-se muito mais do que uma adequação.

          No caso do Brasil, é a oportunidade social, cultural e econômica do século. Enquanto não reconhecer seus próprios ativos estratégicos e lhe faltar uma narrativa, o Brasil ficará sujeito às palavras e forças dos outros. Continuaremos culpando o “outro” pela volatilidade do preço de petróleo, pela demanda de exportação de soja, pelas exigências ambientais dos europeus. Continuaremos no conforto de ser o eterno “país do futuro”. Essa tem sido a frase escolhida.

          Se a gente quiser entrar no campo das potências globais e proporcionar ao brasileiro aquilo que ele merece, precisamos começar a usar palavras e conceitos próprios – o resto já temos. E, não tenho dúvidas, com a nossa cultura rica e diversa, encontraremos os conceitos e as palavras certas. Acredito muito nos povos originários, que entendem com profundidade o poder produtivo e protetivo da natureza há muito mais tempo do que qualquer analista de sustentabilidade. Ali, talvez, com as pessoas a quem repetidamente temos negado a palavra, encontraremos a verdadeira quebra de paradigma – e, quem sabe assim, uma nova narrativa de Brasil.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 312,12% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA REVOLUÇÃO DIGITAL NA GESTÃO PÚBLICA E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, SOLIDARIEDADE E HUMANIDADE NAS LÓGICAS DA ECONOMIA DE FRANCISCO PARA A SUSTENTABILIDADE

“Revolução digital no serviço público

       De repente, reunião transformou-se em videoconferência, seminário virou webinar e até o bom e velho expediente foi alterado para home office. É bem verdade que o serviço público vinha caminhando com a informatização de processos e a inserção de novas tecnologias no cotidiano, contudo a pandemia imposta pela Covid-19 fez com que todas essas transformações ocorressem com uma celeridade nunca antes vista no mundo das organizações, em especial no serviço público.

          Várias empresas, como a gigante empresa de tecnologia americana Apple, que em valor na Bolsa superou o PIB do Brasil do ano de 2019, já faziam uso do home office de maneira bem-sucedida, mas a burocracia do serviço público não podia imaginar que esse sistema também poderia ser utilizado de maneira exitosa nas repartições públicas.

          Estamos iniciando o sexto mês de pandemia, e a boa notícia que podemos desse contexto é que a gestão pública brasileira começa a dar sinais de que é capaz de se reinventar, inovar e inserir novas tecnologias para aprimorar a sua atuação.

          No caso de Minas Gerais, começamos a ver experiências exitosas de transformação digital, e a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), é um exemplo palpável disso.

          Tão logo teve início a pandemia, a agência conseguiu se reinventar, redefiniu metodologias e não deixou de executar e inovar a todo momento. Primeiramente reformulou toda a sua metodologia de fiscalizações de campo e implementou um sistema de cruzamento de dados e indicadores para aferir o desempenho das suas reguladas, aumentando em aproximadamente 30% a sua capacidade de fiscalização sem gastar com viagens, combustíveis e desgaste de veículos.

          Além disso incorporou novas tecnologias aos seus processos organizacionais investindo fortemente na transparência. Atualmente, as reuniões de Diretoria Colegiada e do Conselho Consultivo são transmitidas ao vivo, e relatórios de desempenho, individualizados para cada município, são disponibilizados online para qualquer cidadão por meio dos panoramas municipais.

E agora a Arsae se prepara para dar mais um grande salto de desempenho ao implantar o Sistema de Informações Regulatórias, que proporcionará o acompanhamento online de todas as não conformidades na prestação do serviço de saneamento em 643 cidades de Minas Gerais.

          É inquestionável que a pandemia trouxe inúmeras dificuldades para a sociedade brasileira, mas, ao se olhar para os pontos positivos, serviu como uma grande oportunidade para que a nossa gestão pública tão burocrática, metódica e conservadora pudesse perceber que é capaz de inovar, avançar, quebrar paradigmas e prestar um melhor serviço à nossa sociedade.

          Agora, precisamos que os nossos gestores aproveitem este momento de grandes inovações em decorrência da pandemia para substituir a cultura da burocracia pela cultura da inovação e da tecnologia para impulsionar a prestação de serviços públicos de qualidade para a sociedade.”.

(Antônio Claret de Oliveira Jr. E Gustavo Batista de Medeiros. Diretor geral e chefe de gabinete da Arsae-MG, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de setembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 18 de setembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Lógicas de Francisco

       Jovens, empreendedores e estudiosos das áreas de gestão estão sendo interpelados pelo papa Francisco para se colocar em pauta, na agenda global, a “Economia de Francisco”. A referência é a Francisco e Clara de Assis, Santos da Igreja que oferecem lições adequadas ao mundo contemporâneo. São exemplos no cuidado com os mais frágeis e na adoção de práticas adequadas aos valores de uma ecologia integral. A partir dessas referências, a humanidade pode alcançar modelos econômicos livres de hegemonias excludentes. Incontestavelmente, a atual configuração econômica do mundo, eivada de indiferenças, é perversa, mata e exclui. A humanidade está desafiada a mudar, pois progressos já alcançados em vários campos têm potencial para levar bem-estar a todos. Envergonha e preocupa saber que, diante de tantos avanços, a maioria dos que habitam o planeta está submetida a cenários de exclusão e misérias.

          Ecoa nos horizontes da sociedade mundial o clamor surdo, mais inquietante, dos que são vítimas da desigualdade social – uma falta de respeito à dignidade humana. Essa desigualdade é chaga que, para ser curada, exige a adoção de um novo estilo de vida, sustentado na convicção de que tudo está interligado. Desconsiderar a interdependência que une tudo o que existe no planeta gera prejuízos para todos, com peso maior na vida dos mais pobres. A saída para essa realidade complexa pode ser enxergada a partir da luz própria e incomparável irradiada pelo Evangelho, ensina o papa Francisco. Apontam para essa saída as lógicas adotadas por São Francisco e Santa Clara de Assis.

          É urgente pautar dinâmicas capazes de superar o atual modelo econômico, que mata, conforme bem diz o papa. Hoje tudo entra no jogo da competitividade, fermentada por subjetivismos que impulsionam na direção do egoísmo: cada indivíduo considera somente o próprio interesse, sem se importar com as necessidades de seu semelhante. As consequências são desastrosas, com um grande número de pessoas marginalizadas, excluídas do direito ao trabalho, sem perspectivas. O ser humano é tratado como um bem de consumo, substituível, consolidando uma desastrosa cultura do descarte. Essa economia desalmada, perversa, precisa ser vencida e substituída para que se faça frente à idolatria do dinheiro, força diabólica que domina pessoas e sociedades. O dinheiro é um ídolo terrível e sedutor. Ao envolver mentes e corações faz com que seja desconsiderada a primazia do ser humano.

          A economia mundial é contaminada por seus desequilíbrios e graves lacunas, fazendo valer mais o consumo e a mesquinhez, as atitudes individualistas. Por isso, poucos que acumulam grande fortuna não se incomodam com a triste realidade da grande massa de pobres, e os que se enriquecem permanecem indiferentes à dor das vítimas de empobrecimentos. O dinheiro, ao invés de servir o ser humano, o governa e determina seus rumos, configurando cenários tenebrosos. Precisa-se de vigorosa mudança: profundas reformas presididas por lógicas novas, inspiradas nas lições de São Francisco e Santa Clara de Assis. Essa meta precisa ser cada vez mais compartilhada, com crescente adesão de cada pessoa, para se alcançar dinâmicas capazes de priorizar o que é sustentável, saudável e solidário. O desafio é encontrar caminhos e práticas que possam debelar, com urgência e maior velocidade, a desigualdade social geradora de violência e desumanizações.

          A pauta é atual e urgente, nos parâmetros da convocação do papa Francisco, para que se configure nova economia. Todos possam se inteirar, conhecer e participar do pacto que busca reconfigurar o modelo econômico, dando-lhe nova alma. Muitos perguntarão se isso é possível. Trata-se de desafio que exige o aprendizado de uma nova gramática capaz de fomentar modelos inovadores nas práticas da economia. Assim, deve-se priorizar a sustentabilidade, superando modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente e a busca por equidade social. O ponto de parte é a sensibilização e o consenso a respeito da gravidade dos problemas que a humanidade enfrenta para intuir respostas a partir de uma cultura da comunhão. Esse pacto a ser consolidado exige compromisso de se cultivar novo humanismo que corresponda, conforme explica o para Francisco, às expectativas de humanização e aos desígnios de Deus.

          É necessário viver de modo diferente, reconfigurar hábitos de consumo, por uma espiritualidade encarnada e integradora, por um cuidado com a saúde. A solidariedade tem gramática própria como estampa o despojamento de Francisco de Assis, distanciando-se da mundanidade para escolher Deus como estrela polar de sua vida, “fazendo-se pobre com os pobres, irmão universal”, sublinha o papa Francisco. É hora de investir na sustentabilidade, saúde e na solidariedade. Importante: a solidariedade demanda cooperação com o outro, respeito mútuo e a consciência de que tudo está interligado. Gestos inspirados no exemplo de Francisco e Clara de Assis conduzem à novidade almejada. Configuram nova profecia e revestem de autoridade transformadora quem procura construir o horizonte da humanidade a partir das lógicas de Francisco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 312,12% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.