terça-feira, 27 de setembro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA INOVAÇÃO, EMPREENDEDORISMO, TECNOLOGIAS E START-UPS NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA PLENA CIDADANIA, JUSTIÇA, DIREITO, PAZ E QUALIFICAÇÃO HUMANÍSTICA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Como aproveitar as janelas de oportunidade da inovação

       Mudanças em relação a matriz energética, semicondutores, baterias, Inteligência Artificial (IA), computação quântica, para dar alguns exemplos, estão em voga nos meios de comunicação, e muito tem se falado em ecossistema de inovação, empreendedorismo e o estímulo às start-ups como caminho para o desenvolvimento econômico. As mudanças estão andamento, e o desafio, mesmo difícil, precisa ser enfrentado.

         Nesse sentido, como pode o Brasil e, em especial, Minas Gerais aproveitarem-se de possíveis janelas de oportunidade no referido momento de transição tecnológica?

         Minas Gerais tem, historicamente, um papel de grande relevância no desenvolvimento industrial brasileiro. Para além das características demográficas e geográficas privilegiadas, a indústria mineira acrescentou, por exemplo, entre 2003 e 2019, uma média de 29,7% do valor adicionado total do Estado, significativamente acima da média nacional no período (Fiemg, 2022). Ademais, tem universidades e centros de pesquisa de referência, além de um parque industrial diversificado. O potencial para dar um salto adiante existe.

         Argumento aqui, no entanto, que, apesar de ser, sim, uma estrada concreta para o desenvolvimento, a edificação de um processo realmente inovativo está alicerçada em condições muito mais complexas do que a euforia desses momentos de transição tecnológica dissemina.

         É necessário desmistificar o papel da iniciativa individual. O inovador é figura relevantíssima, entretanto quais são os elementos necessários para provê-lo da possibilidade de empreender? Há condições logísticas, de financiamento e incentivo para a alavancagem de um novo produto.

         Gostaria, enfim, de usar um exemplo para salientar meu argumento. Trata-se da Aerotron (Itajubá-MG), fundada em 1999 por ex-funcionários da Avibras. É um exemplo concreto de inovação. A empresa destaca-se exportando para a Europa projetos de proteção balística de aeronaves. Além de já ter provido equipamentos essenciais para armar o Super Tucano da FAB, recentemente desenvolveu protótipos de painéis balísticos para o cargueiro KC-390 da Embraer.

         No entanto, a demanda existente no país, agravando-se ainda mais com o corte recente de investimentos pela FAB, não condiz com a escala necessária para instalar uma planta no país. Dependendo de insumos importados, na esteira de desindustrialização e depreciação cambial, tal potencial inovador é prejudicado.

         Com as eleições se aproximando, é necessário separar o discurso e realidade, essência e aparência. Para além da retórica, a inovação é resultado de um processo cumulativo de decisões acertadas. Atingir a fronteira tecnológica é tarefa de longo prazo e de contínua política de incentivo. As janelas de oportunidade se fecham. E, como diria o sociólogo Norbert Elias, “quem não sobe cai”. E cair significa o aumento do desemprego, fome, carestia e criminalidade, em suma, o subdesenvolvimento.”.

(Gustavo Dall’Agnol. Consultor na D&D Estratégia e Risco Político Consultoria e Treinamento, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de setembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 23 de setembro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Primaverar a cidadania

       A chegada da primavera nestas terras tropicais pode não transmitir impacto semelhante àquele vivido nas regiões de inverno rigoroso, mas guarda a cadência de uma beleza que se constrói suavemente e se mantém. Essa beleza não sai de cena. Revela-se, em alguns momentos, de modo mais suave. Em outros, mais fortemente, produzindo flores e frutos. Tomada como metáfora, a primavera, estação em que as belezas se revelam com maior força, precisa inspirar o momento atual da sociedade brasileira: é tempo de primaverar a cidadania. Trata-se uma interpelação a ser acolhida por todos que, assumindo a condição de aprendizes, fecundados pela silenciosa generosidade da Criação de Deus, possam trabalhar pelo desenvolvimento integral, alicerçado em um novo humanismo.

         O compromisso com a primavera da cidadania ultrapassa a importante dedicação ao processo eleitoral, à escolha de candidatos. Mas, evidentemente, inclui a responsabilidade de submeter ao crivo de juízo clarividente as escolhas que serão efetivadas nas urnas. Afinal, para além de paixões partidárias, é preciso identificar nomes que possam contribuir para a efetivação da primavera da cidadania. Agora, o convite especial é para reconhecer que a primavera da natureza é uma universidade que possibilita muitos aprendizados. Suas lições convocam à simplicidade que derruba o orgulho e a soberba – alicerces da violência – ao resgate da doçura revelada no sentido intrínseco de generosidade - o bem que se faz ao semelhante. Indispensável é ser aprendiz dessa universidade, para revestir a mente, a razão e o coração com gestos e posturas que possam produzir os frutos da solidariedade universal e da amizade social. Primaverar a cidadania inclui, assim, promover o bem com atitudes, desempenhos, projetos e dinâmicas organizacionais – das realizações mais simples àquelas mais engenhosas e trabalhosas.

         A promoção do bem pede que cada pessoa respeite princípios humanísticos e cristãos, para que não sejam perdidos os rumos que levam a reconhecer valores inquestionáveis e inegociáveis. Preciosas referências estão reunidas na Carta Magna que fundamenta o adequado exercício da cidadania brasileira, a Constituição Federal. Chamada de Constituição Cidadã, a Carta Magna inspira a participação ampla da população na busca pelo bem comum, forjando novos entendimentos. A aplicação do que determina a Constituição Federal ainda constitui um horizonte desafiador e buscá-lo é essencial para primaverar a cidadania brasileira. A Carta Magna brasileira pede adequada interpretação, efetiva e destemida aplicação, com força transformadora, por respeito ao bem comum, para impulsionar a justiça, o direito e a verdade, considerando sempre como prioridade os pobres, indefesos e vulneráveis. A adequada interpretação e aplicação da Constituição pede qualificação humanística, desmontando posturas cartoriais e oligárquicas, a partir do compromisso com a igualdade social, em um caminho que merece, urgentemente, a dedicação dos cristãos.

         A herança cristã bimilenar disponibiliza indicações, princípios e experiências com força para inspirar o urgente primaverar da cidadania. O apóstolo Paulo, para exemplificar, lembra que os filhos de Deus foram agraciados pela palavra da reconciliação. Em um mundo que precisa de paz, os cristãos testemunham a fé exercendo o serviço da reconciliação, que a inclui a promoção do entendimento, do diálogo e da ação sapiencial para corrigir rumos – implementar processos que marcam a sociedade com o sabor do Evangelho. Revisitar a herança cristã é trilhar o caminho da qualificação humanística, articulando saberes – do espiritual ao emocional, para garantir lucidez nas muitas frentes de trabalho e alavancar o bem comum. Uma preciosa indicação de investimento humanístico-espiritual é deixar-se interpelar, sempre, pela Carta Magna do cristianismo: o Sermão da Montanha, narrado por Mateus nos capítulos cinco a sete de seu Evangelho.

         Uma dinâmica formativa essencial para os cristãos, para todos aqueles que se convencem da necessidade e da urgência de primaverar a cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,73%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS NOSSOS RECURSOS NATURAIS PARA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL E A TRANSCENDÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Para o Dia Nacional da Árvore,

  uma sugestão: preserve-a

       Em 21 de setembro comemora-se, no Brasil, o Dia da Árvore. Apesar de o meio ambiente precisar de valorização todos os dias do ano, a data nos faz relembrar a importância das plantas de grande porte no planeta: afinal, as vantagens que elas oferecem à sociedade são inúmeras, incluindo sombra, frutos e a conservação da quantidade ideal de oxigênio no ar.

         Embora todos esses benefícios sejam uma realidade do nosso dia a dia, a data comemorativa chega com más notícias em relação às árvores no mundo inteiro. Por exemplo, no ano passado, o estudo “The State of the World’sTrees” (“O Estado das Árvores do Mundo”, em tradução livre para o português), mostrou que uma em cada três árvores no planeta está em risco de extinção. A análise, divulgada pela Botanic Gardens Conservation International (BGCI), estima que isso equivalha a 17,5 mil tipos diferentes de plantas.

         Trazendo o cenário para solo brasileiro, 2022 já registrou, até julho, a maior área de floresta desmatada da Amazônia Legal dos últimos 15 anos. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) realizou a análise via satélite nos nove Estados que englobam a Amazônia Legal, revelando esse triste parâmetro.

         Diante dos dados, vale lembrar que não estamos falando apenas sobre prejuízos para a própria flora ou para nós, seres humanos, mas também para toda a fauna. Grande parte dos animais tira seu alimento também das árvores, que ainda servem como abrigos e ninhos. É uma ação em cadeia que pode, e já tem resultado, em catástrofes coletivas e impactos negativos diretamente no nosso cotidiano, causando desequilíbrio ambiental e a perda da biodiversidade.

         É óbvio que, analisando toda a problemática em questão, podemos encontrar apenas um culpado: o próprio ser humano. Desde o desmatamento até a desvalorização desse bem natural, são gerados malefícios para o malfeitor, que várias vezes não enxerga que a natureza como um todo tem devolvido cada árvore derrubada, papel jogado no chão ou poluição.

         No entanto, apesar de parecer uma ideia já disseminada, ainda não entendemos que também somos a solução. Assim como precisamos da natureza para sobreviver, também podemos ajudá-la a se desenvolver e, principalmente, em sua preservação para as futuras gerações. Por enquanto, temos apenas este planeta para crescermos, criarmos nossos filhos e cultivarmos boas lembranças em nossa memória, por isso não há motivos para não fazermos nossa parte e buscarmos uma Terra mais saudável.

         Em minha jornada como um ser humano que anseia ser melhor, tento executar todos os dias pelo menos uma ação que sei que fará bem à natureza e ao ambiente. Aos poucos, conseguimos implementar isso também na Acer em todo o mundo, envolvendo consumidores, colaboradores e fornecedores em projetos e iniciativas tecnológicas verdes de maneira a impactar todo o ecossistema, e temos visto resultados gratificantes. Para cita apenas um de nossos números, desde 2011, a Acer poupou 109.054 toneladas de carbono e assumiu o compromisso de carbono zero até 2035.

         Somos a prova de que a consciência coletiva, de preocupação de uns com os outros, mas também a consciência individual, pois cada um deve fazer sua parte, pode contribuir para um mundo melhor e mais verde e esperamos poder impactar ainda mais pessoas para garantir um lindo futuro para nossos filhos e netos.

         Para o Dia Nacional da Árvore, uma sugestão: preserve-a.”.

(Germano Couy. General manager Latin America da Acer, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de setembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de setembro de 2022, mesmo caderno, página 24, de autoria de FERNANDO FABBRINI, escritor, leitoresdofabbrini@gmail.com, e que merece igualmente integral transcrição:

“Neurônios mimados

       Todo mundo sabe como a coisa funciona, mas nunca é demais repetir. Reparem a turma suando nas academias. Malha para perder peso, ganhar massa muscular, melhorar a forma física – benefícios da saúde, enfim. E qual é o caminho? Só existe um: o do esforço, da repetição, da perseverança, do cansaço. O exercício constante, disciplinado – às vezes até doloroso – gera rupturas microscópicas nas fibras que permitem o desenvolvimento muscular. Com os tecidos nobres – nossos delicados neurônios – o processo é análogo. Se não forem estimulados e exigidos, nada feito.

         Sempre recorro a essa semelhança quando o assunto é educação. Desde o curso primário percebemos que o esforço, a repetição, a perseverança e o cansaço entram na conta do aprendizado. Certa dose de estresse – proporcional à idade do aluno – também faz parte desse panelão que alimentará a fome de saber. Meus melhores professores, dos quais realmente absorvi conhecimentos foram os mais chatos, cobradores, rigorosos. E aprendemos a não temê-los, a admirá-los e a desfrutar de sua sabedoria.

         Porém, de uns tempos para cá, crianças e jovens das novas gerações passaram a ser superprotegidos de qualquer tipo de dificuldade. Ora: terão os obstáculos naturais do aprendizado também entrado nessa lista de coisas estressantes a serem evitadas? Pais e mães esperam (ou, quem sabe, exigem) que professores mimem seus filhos e respectivas neurônios, eliminando qualquer estorvo que atrapalhe o caminho florido e despreocupado da juventude hedonista?

         Tudo deve ser “lúdico”? Propagandasde cursos de línguas prometem milagres em pouco tempo, livrando o incauto aluno de “coisas aborrecidas”. Um comercial de TV de uma faculdade oferece “só aula massa”. Mensagens desse perfil parecem convites para convívios felizes de alguns anos em companhia de professores legais, compreensivos, amigos, simpáticos e cordiais. Pague seu carnê em dia e garanta chateação zero, animação constante e um diploma ao final. O “aprender” é secundário.

         Os resultados decepcionantes dessa educação enganadora e sem percalços já alertam especialistas. Em comparação com os estudantes de outras nações, os brasileiros há décadas despencam no ranking do Programa Internacional de Avaliação (Pisa), aparecendo nas últimas colocações. Será problema apenas dos alunos ou envolverá também aqueles que deveriam ensiná-los? Acomodada, estará a comunidade educadora aceitando a mediocridade da nossa educação?

         Outro sintoma alarmante veio da pesquisa “What Worries the World” (“O Que Preocupa o Mundo”), de maio de 2022, realizada pelo Instituto Ipsos. Essa sondagem avalia os temas que mais incomodam a população de inúmeros países. No Brasil, a educação surgiu apenas em sétimo lugar – atrás da corrupção, pobreza, violência, saúde, inflação e desemprego.

         Com a educação cotada nesse nível deprimente, é urgente enfrentar o problema. Ou será tarde demais.

Abrindo espaço em meio a tantas indagações, um lembrete agradável: no próximo domingo, BH terá novamente a festa italiana de rua; um sucesso que se repete. Serão milhares de italodescendentes e amantes das coisas da Itália que passarão o dia curtindo emoções e atrações diversas promovidas pela Associação de Cultura Ítalo-Brasileira (Acibra). Apareça na Savassi você também.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,73%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

        

terça-feira, 20 de setembro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS TECNOLOGIAS, COMUNICAÇÃO EFICAZ, BOA GOVERNANÇA E TRANSPARÊNCIA NA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA POLÍTICA, ECONOMIA SOLIDÁRIA, PLENA CIDADANIA E DEMOCRACIA NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Seguir boas tendências nos negócios e melhorar a gestão

       O comportamento das pessoas durante e após a pandemia da Covid-19 trouxe mudanças significativas nos hábitos dos empresários e empregados brasileiros. Dentro das organizações ficou claro que o “novo normal” para trabalhar virou realidade com impactos que geraram dúvidas e, em alguns casos, razões otimistas no que diz respeito à produção e ao modo de convivência entre os colaboradores e as empresas.

         De acordo com uma pesquisa feita neste ano pela empresa Great Place to Work, com sede em São Paulo, 59% das pessoas que responderam sobre desafios dentro dos seus locais de trabalho apontaram que em 2021 houve maiores desafios nas políticas às novas formas de trabalhar. A pesquisa também apontou que a comunicação interna (49,2%) e a capacitação da liderança (39,8%) foram outros desafios identificados dentro dos ambientes das organizações.

         Ouvir os funcionários e estudar métodos que possam gerar maiores ganhos, sejam eles financeiros ou evolutivos no que diz respeito aos produtos e serviços que estão sendo desenvolvidos nos negócios, é algo que necessita concentrar esforços de maneira mais consistente. Exemplo disso são as “ferramentas” ou “tendências” que estão na moda na hora de as empresas buscarem parâmetros para o pleno desenvolvimento.

         Tudo o que existir para os ganhos de uma organização e dos seus funcionários precisa ser levado em conta. Alguns exemplos: soluções phygital, que ajudam a transformar a forma de relação das pessoas com as tecnologias; Environmental, Social and Governance (ESG), que consiste em uma série de medidas tomadas pelas empresas para tornar o impacto causado mais consciente; foco no cliente, em que se busca traçar estratégias que vão impactá-lo positivamente pelo marketing; e, por último, accountability (em português, responsabilidade), que significa dar ao posicionamento corporativo prioridades à transparência e à comunicação com o cliente. Estas são as bases que, somadas, podem gerar algo positivo e concreto nas empresas e nos seus ramos de atuação.

         Outra tendência atualmente em voga e que parece não ter marcha  atrás é a política estabelecida pela diretriz ESG. A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) publicou uma pesquisa em 2021 denominada “ESG e sua comunicação nas organizações no Brasil”, que mostrou que as empresas estão seguindo como forma natural, mesmo que ainda de maneira tímida, o desenvolvimento de práticas “saudáveis”, como o combate à corrupção, o bem-estar financeiro e as ações que visam mitigar impactos no meio ambiente.

         A visibilidade sobre o assunto tem tomado capas de jornais e revistas, e muitos especialistas apontam que essas estratégias são “competências” comuns dentro de cada negócio.

         E são essas competências que trarão mais ações equitativas e comprometidas com o desenvolvimento sustentável em um futuro próximo.”.

(Rafael Dantas. Superintendente da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de setembro de 2022, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 16 de setembro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Gestão e política melhor

       ‘Política melhor’ já é expressão consagrada a partir do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Fratelli Tutti, em um horizonte conceitual com força para qualificar a política. Há um conjunto de esforços e investimentos para encantar a política – isto é, fazer dela, sempre mais, um serviço alicerçado na qualificada cidadania, promovendo dinâmicas que garantam justiça e igualdade, uma compreensão que articule diferenças como riquezas na democracia. Nesta direção, encontra-se a possibilidade de se fazer da política um instrumento para a promoção de valores inegociáveis, defendendo a vida, em todas as suas etapas, da concepção ao declínio com a morte natural. A ‘política melhor’ articula efetivas contribuições para levar o mundo ao desenvolvimento – um lugar da fraternidade entre os povos, com seus segmentos sociopolíticos, que precisam viver e testemunhar a amizade social, conforma sublinha o Papa Francisco na Carta Encíclica.

         O Papa Francisco também adverte que, infelizmente, muitas vezes, a política pode dificultar a consolidação do caminho que leva a um mundo diferente. Esse mundo diferente deve ser compreendido como organização social e política capaz de superar cenários de desigualdade social, com investimentos prioritários, dentre outros campos, na educação, na superação de preconceitos e discriminações. Uma nova realidade marcada, ainda, pelo respeito à liberdade religiosa e pela competência na promoção indispensável de valores éticos. Para efetivar esse contexto almejado, torna-se importante considerar o conceito de gestão, no amplo horizonte sobre o que significa a “política melhor”. Essa desconsideração é especial desafio para governantes e representantes do povo, que precisam oferecer respostas mais assertivas aos problemas enfrentados pela sociedade.

         A gestão qualificada, moderna e capaz de levar a significativos resultados inclui muitos princípios importantes, contemplando aqueles que são norteadores, essenciais para evitar que haja submissão à lógica do lucro, em uma economia que mata. Gestão qualificada e moderna não é aquela que simplesmente privilegia o dinheiro, em desfavor da igualdade social. Esse modelo de gestão, na verdade, corre o risco de perpetrar crimes contra a sagrada e inviolável dignidade da pessoa humana. Para além de procedimentos técnicos, da importante dedicação em busca do adequado funcionamento da “máquina administrativa”, é preciso se comover com o rosto sofrido dos pobres, para servi-los prioritariamente. Trata-se de caminho para que todos sejam respeitados em seus direitos e deveres inalienáveis.

         Na gestão séria e moralmente respeitável não se pode caminhar de modo insensível em relação aos pobres. A realidade dos que sofrem deve doer na alma de todos os cidadãos e cidadãs, para que ocorra também uma reabilitação ética da política. Os rostos dos pobres, ao serem enxergados com seriedade, revelam à sociedade a direção para o fortalecimento da democracia, por meio de uma economia solidária, de um desenvolvimento integral, sustentável. Assim, os muitos cenários de pobreza não podem simplesmente servir para compor a propaganda eleitoral. A realidade dos pobres deve estar permanentemente nos gabinetes e salas de reuniões, para interpelar, dia e noite, aqueles que se submeteram ao voto. A dedicação aos que padecem comprova uma autêntica sensibilidade social, necessária não simplesmente para o funcionamento da máquina pública, mas também na gestão da cultura – que abrange o conjunto de hábitos, valores e práticas relacionadas à interação do ser humano com o seu semelhante, com a natureza e com Deus. A cultura pede, pois, investimentos, de modo semelhante ao que ocorre com outros setores da economia.

         Percebe-se a incompetência nos processos de gestão quando a cultura não é reconhecida em sua importância, e o patrimônio cultural, paisagístico e histórico que se herdou de antepassados, construído ao longo de séculos, é tratado com descaso. Perde-se muito pela miopia dos entendimentos que, por vezes, levam à depredação selvagem, ou à indiferença em relação a esse patrimônio, sob o “baldaquino da ilusão” de que um povo pode se desenvolver sem a adequada valorização de seus bens culturais. A consideração da cultura, promovendo patrimônios que fazem parte da identidade de um povo, constitui também critério essencial para se exercer a gestão no horizonte da “política melhor”. Funcione bem a máquina governamental, alicerçados sejam os processos legislativos e administrativos, operadas as reformas indispensáveis e urgentes, a partir de uma profunda sensibilidade em relação aos pobres e de uma interpelante riqueza vinda da cultura – do seu patrimônio histórico, religioso, artístico e paisagístico – para ser edificado um novo tempo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,73%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.