sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS HABILIDADES COMPORTAMENTAIS E A LUZ DOS NATIVOS DIGITAIS NA SUSTENTABILIDADE


“Habilidades podem ser desenvolvidas
        Aqueles que desenvolvem adequadamente as chamadas soft skills (habilidades comportamentais) duplicam seu rendimento nas hard skills (habilidades técnicas), aponta estudo desenvolvido pela McKinsey & Company, renomada consultoria empresarial americana. Em outras palavras, os desempenhos escolar, acadêmico e profissional são potencializados pelas habilidades socioemocionais como criatividade, pensamento crítico, empatia, afeto, tolerância, colaboração, resiliência, positividade, liderança, comunicação interpessoal, gestão do tempo, resolução de problemas etc.
         Deste modo, não foi coincidência quando na atmosfera de bits e bytes do Vale do Silício – onde estivemos há poucos meses em visita oficial a nove empresas que desenvolvem conteúdos e produtos educacionais – a expressão mais ouvida por nós foi soft kills. O recado é eloquente em meio a tanta tecnologia: o desenvolvimento cognitivo é importante, porém o ambiente abundante em habilidades socioemocionais  traz produtividade, felicidade e inovação. De fato, o Silicon Valley é apontado por pesquisas como a região dos EUA mais feliz para se trabalhar, detém o menor índice de criminalidade e tem a maior diversidade étnica – cerca de 40% dos que lá trabalham provêm de mais de 60 países.
         Até a década de 1980, reinavam absolutos os testes de QI (quociente de inteligência) para mensurar a aptidão acadêmica dos estudantes ou o potencial dos funcionários de uma empresa, razão pela qual quem tinha QI aquém de 80 era alvo de pilhérias e bullying. Foi, então, que surgiu a teoria das inteligências múltiplas, tendo à frente Howard Gardner, professor e psicólogo da Universidade de Harvard, que investiu sua ira santa contra os testes de QI e uma significativa transformação aconteceu na psicologia da aprendizagem e, mais tarde, no ambiente corporativo.
         Os testes de QI, criados em 1905 pelo pedagogo francês Alfred Binet, basicamente mensuravam as aptidões linguísticas, motoras e de raciocínio lógico. Gardner, por sua vez, deu um novo enfoque a estas três habilidades e propôs mais seis: interpessoal, intrapessoal, artística, espacial e, mais recentemente, a naturalista e a existencial. Hoje incorporadas e valorizadas nos mundos acadêmico e corporativo, conquanto o maior mérito de Gardner foi reconhecer como tipos de inteligência a interperssoal (empatia, capacidade de se relacionar bem com outras pessoas, liderança etc.) e a intrapessoal (virtudes, autoconhecimento, ética etc.). Destas decorrem avanços, mas em boa parte não passam de variações semânticas.
         A teoria gardneriana tem por fulcro duas premissas básicas: as pessoas são dotadas de inteligências diferentes (as nove já enunciadas) e, apesar de admitida herança genética, elas podem e devem ser desenvolvidas – pelos estímulos do ambiente, família, escola e esforço pessoal. Todos temos potencialidades e limitações. Einstein, por exemplo, foi reprovado nas disciplinas de humanas, quando buscou o ingresso na Escola Politécnica de Zurique, porém conseguiu a vaga pelo elevado desempenho em matemática e física. Picasso, por sua vez, foi um péssimo aluno nas disciplinas de exatas, porém um gênio nas habilidades artísticas. Assim, Goethe se faz oportuno quando afirma: “Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes”.
         Gardner esteve no Brasil em 2009, a convite da Universidade Positivo, e fui agraciado como um dos 100 educadores convidados. Afável e empático, o seu primeiro gesto antes de iniciar a palestra foi abrir as cortinas e saudar o sol ainda titubeante daquela congelante manhã de inverno. E, ao final, quando lhe perguntaram qual a habilidade mais admirada no mundo contemporâneo, deu-nos a impressão de que hesitou como se tivesse que escolher das nove filhas a mais bela. Porém, não ficamos sem resposta: “É a combinação do pensamento lógico com a capacidade de lidar com as pessoas”. E finalizou: “Inteligência é a capacidade de resolver problemas”.”.

(JACIR VENTURI. Coordenador da Universidade Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de BRUNO RONDANI, fundador e CEO do movimento 100 Open Startups e professor na FIA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Nativos digitais
        Vivemos, talvez, a primeira geração em que os netos ensinam os avós. Como nativos digitais, essas crianças absorvem e incorporam inovações que posteriormente serão transferidas no âmbito familiar. Algo similar vem ocorrendo no mercado: a transformação digital tornou-se um assunto obrigatório em quase toda grande empresa, dos mais diferentes setores. Ao mesmo tempo, temos uma geração de startups nativas digitais buscando ocupar escala e posição de liderança nos espaços deixados pelo mercado tradicional.
         As startups, em geral, nascem com o objetivo de resolver um problema relevante de mercado e criar um modelo de negócio disruptivo e escalável. Empresas estabelecidas, muitas vezes, procuram, como parte do seu processo de transformação digital, oportunidades para atualizar ou melhorar processos ou modelo de negócios existentes.
         O dilema do inovador é decidir quando implementar uma inovação. Para a startup, não pode ser muito antes de o mercado estar pronto para recebê-la, pois pode ficar sem recursos e morrer no meio do caminho. Também não pode ser muito tempo depois, quando o mercado já estiver sendo explorado por concorrentes que podem estabelecer vantagens de posicionamento e criar barreiras para novos entrantes. Para a grande empresa, a maior dúvida estratégica é quando a inovação potencial se torna relevante o suficiente para justificar a substituição de um processo ou um modelo consolidado que ela já tornou eficiente com melhorias contínuas ao longo dos anos.
         Hoje, vemos serviços digitais originados por startups ou por grandes grupos tradicionais convivendo e competindo no mercado. Por exemplo, o ZAP Viva Real, antigo Zap Imóveis, nasceu como iniciativa do Grupo Globo para ser uma plataforma de aluguel de imóveis residenciais, e se uniu à startup Viva Real. Por outro lado, temos QuintoAndar, um nativo digital que acaba de se tornar um unicórnio com o aporte da empresa de investimentos General Atlantic.
         No mercado de fintechs observamos o Nubank, um nativo digital se tornando referência em usabilidade para serviços financeiros, acelerando a movimentação de bancos como Itaú e Bradesco, em rápido processo de transformação digital.
         No setor de transporte de cargas, a CargoX, empresa nativa digital que conecta os caminhoneiros com quem precisa desse tipo de serviço, une tecnologia, inovação e big data no transporte de carga, enquanto grandes empresas líderes do setor, como a TNT, passaram por um rápido processo de transformação para também oferecer projetos atualizados digitalmente a seus clientes.
         Duas décadas atrás, a disputa que prevaleceu entre o modelo de inovação corporativo e o modelo de inovação empreendedor era a aposta em pesquisa e desenvolvimento (P&D), por parte das grandes empresas, e no venture capital (VC), por parte do empreendedores. Quem tinha recurso para fazer P&D em escala mantinha a posição de liderança em inovação e um grupo muito seleto de empreendedores tinha acesso a investimentos de VC. Hoje, o jogo da inovação está completamente mudado e muito mais democratizado. Os modelos de inovação corporativa e empreendedora utilizam métodos similares, além de ser cada vez mais comum startups se aliando a grandes empresas e vice-versa.
         As grande companhia têm aprendido rapidamente a se comportar como startups e a se relacionar com essas comunidades. As novatas têm aprendido a inovar em parceria com organizações estabelecidas, de forma a acelerar seu crescimento. Médias empresas, antes com pouco papel no desenvolvimento de inovação disruptiva, passaram a fazer cada vez mais parte do jogo estabelecendo parcerias com startups, inclusive de forma mais ágil.
         Universidades no mundo todo, antes focadas na transferência de tecnologias, começaram a trabalhar de maneira muito mais diversa, como verdadeiros motores de redes de inovação. Políticas públicas, antes mais orientadas a estímulo de investimento em P&D e VC, passaram a enfatizar estratégias de fomento a redes de inovação. Passamos a viver um ambiente onde a inovação acontece cada vez mais em rede e de forma distribuída.
         Em pouco tempo, não será mais o neto ensinando os avós, mas todos aprendendo juntos!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,7%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





       

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESPERANÇA E AS EXIGÊNCIAS DAS HABILIDADES COMPORTAMENTAIS NA SUSTENTABILIDADE


“O esperado ‘feliz 2019’
        Mais do que nunca, a normal manifestação de fim de ano, bem desgastada e protocolar, este ano se reveste de um sentido bem especial e muito significativo. Precisamos, urgentemente, não de um, mas de muitos anos felizes para nossa pátria.
         Precisamos resgatar nossos valores éticos e morais já há muito desgastados pelos larápios, ladrões, assaltantes do dinheiro público, trasvestidos de políticos, funcionários públicos, burocratas, executivos de empresas privadas e estatais que tiram o que é do povo em benefício próprio, deixando-o à míngua, sem segurança adequada, sem transporte público decente, sem escolas aparelhadas. Como uma nuvem de gafanhotos insaciáveis, destroem tudo, incluindo a dignidade humana de mais de 50 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.
         Precisamos ter acesso a empregos qualificados, não ser uma nação de informais e subempregados sem nenhuma seguridade social. O emprego é o direito natural de todo cidadão de bem. O trabalho dignifica o homem e a mulher para o necessário sustento de sua família. A corrupção, a má gestão e a desigualdade social ceifaram milhões de cargos de trabalho nos últimos anos.
         Precisamos olhar o futuro com esperança e acreditar nas boas oportunidades para nossos filhos e netos. O país tem uma riqueza imensa, uma biodiversidade a ser explorada, belezas naturais que poderiam trazer muita felicidade para os que querem trabalhar e colaborar com a grandeza de nossa sociedade. Bastava que alguns não quisessem tudo para si. Mas, infelizmente, não receberemos nada disso como presente de Natal. Isso precisa ser conquistado, com luta diária e incessante.
         Precisamos vigiar e afastar de nossa casa comum as ratazanas que infestam nossos órgãos públicos, quer sejam federais, estaduais ou municipais, quer sejam do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. Como diz a Bíblia, “a messe é grande e os trabalhadores são poucos” ... Se os cidadãos e cidadãs de boa vontade e honestidade não se unirem, os canalhas e ladrões continuarão a tomar e roubar não apenas nosso presente, mas também nosso futuro. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Sejamos diligentes e vigilantes porque os ladrões não dormem. Que o Brasil encontre seu grandioso futuro já em 2019.
         Veremos o que o futuro nos reserva.”.

(CELSO TRACCO. Economista e autor do livro Às margens do Ipiranga – a esperança em sobreviver numa sociedade desigual, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Competência relacional
        ‘Conhece-te a ti mesmo.’ Este princípio filosófico-socrático é importante indicativo para orientar a competência relacional, num momento em que as novas formas de comunicação e partilha de informações trazem incontáveis possibilidades e desafios. A contemporaneidade exige, sobretudo, o respeito ao outro, a partir do mais nobre sentido de alteridade. Isso porque a conduta humana está exposta ao risco de ser reduzida a um comportamento robótico, induzido pela supervalorização da técnica.
         A tecnologia proporciona a invenção de equipamentos desenvolvidos para produzir muito, incansavelmente, sem necessidade de repouso, lazer, espiritualidade e, principalmente, de dedicação aos relacionamentos. Por isso mesmo, esses equipamentos, incluindo os robôs, não podem ser comparados a seres humanos, que se singularizam, especialmente, pela incomparável competência relacional.
         É essa competência que envolve e articula o sentido da vida, a razão do trabalho, o amor pelos outros, a reverência e o compromisso com a promoção da dignidade do ser humano. A espiritualidade e a vivência da fé são essenciais para desenvolver a habilidade relacional, pois contribuem para o cultivo do altruísmo, base da solidariedade, remédio que cura os descompassos sociais e políticos. O avanço tecnológico pode ser bom, pois permite, a partir das operações robóticas e da informatização, mais produtividade e qualificação profissional. Mas essas inovações somente serão benéficas se proporcionarem a cada pessoa mais tempo para se dedicar à competência relacional, tão importante à condição humana.
         Um olhar dirigido à realidade permite constatar que o mais importante não são os recursos técnicos, mas as habilidades comportamentais. É impressionante como o mundo torna-se cada vez mais tecnológico, um processo inevitável, com mudanças profundas imprevisíveis. Basta pensar como era o mundo do trabalho há algumas décadas para perceber as muitas transformações. Essas mudanças não significaram somente conquistas, mas também o surgimento de graves problemas. As redes sociais digitais, por exemplo, não apenas possibilitaram a aproximação de pessoas, mas deram origem a novas manifestações do ódio, da perseguição e da intolerância. Assim, são necessários investimentos na competência relacional, para que o progresso técnico esteja comprometido com o bem comum.
         Os diferentes segmentos da sociedade devem se convencer, urgentemente, da importância de se investir nas habilidades comportamentais. Os êxitos dependem dessas habilidades. Não basta, simplesmente, o conhecimento técnico. É preciso muito mais: a competência relacional, característica constitutiva de cada pessoa, ligada à capacidade inesgotável de amar e se aproximar do amor de Deus, que se faz ainda mais próximo de todos a partir da encarnação do verbo eterno, Jesus Cristo. Sem o necessário investimento na habilidade para se relacionar, o ser humano adoece, torna-se mais frágil. Agravam-se as desconexões, arruínam-se os funcionamentos institucionais e de grupos.
         Campo permanente de aprendizagem, o desenvolvimento da competência relacional recebe especial atenção da Igreja Católica: o Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, publicou dois documentos – sobre a Igreja no mundo e a missão dos bispos e dos padres – que ressaltam a importância dessa competência. As ações administrativas e gerenciais, os investimentos inteligentes na organização sistêmica das atividades pastorais e missionárias não podem substituir a primazia dos relacionamentos interpessoais, sob pena de adoecimentos graves, do distanciamento da alegria e da audaciosa coragem inspiradas pela fé.
         Não raramente, por falta de habilidade na forma de falar ou elaborar juízos, processos são comprometidos, pessoas adoecem, horizontes ficam obscuros, principalmente no exercício da liderança. As tecnologias avançam, fruto da razão, mas não podem substituir as necessárias habilidades emocionais do ser humano. Todos são convidados a dedicar-se à própria interioridade, um investimento na competência relacional.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LIBERDADE E DA AUTONOMIA E OS SUBLIMES CAMINHOS DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Sobre tudo e nada
        Infelizmente, as pessoas deduzem e concluem cedo demais sobre tudo. Acreditam que podem rotular uma pessoa por algumas palavras que leem ou escutam dela. A pressa de ter certezas sobre tudo e garantir a segurança através do saber, mesmo que precipitado, é danosa e nos conduz a erros e perdas desnecessárias.
         Sempre me intrigou, por exemplo, a forma como alguns que se intitulam cristãos são os primeiros a condenar aquilo que parece errado. Condenam o pecador e nem se lembram que Jesus salvou Maria Madalena do apedrejamento por mau comportamento, que multiplicou o vinho da festa do casamento para alegrar o povo, que dividiu o pão e multiplicou peixes, isto é, do pouco fez muito e esta divisão proveu tantos.
         Homem como nós, ele se assentava e circulava entre os diferentes para levar até eles aquilo que acreditava, pois afirmava que estando sempre entre seus pares e iguais não poderia alcançar quem precisava. Assim nos admira ver que as pessoas em seu nome fazem exclusões e precipitam-se ao fogo dos diferentes.
         Entendo que não seja fácil andar na linha e seguir uma ideologia plenamente. A prática da tolerância é coisa dificílima, pois somos seres agressivos e gostamos de estar no topo da hierarquia quando se trata se garantias e poder, e, embora sejam imaginarizados, tais valores não garantem nada.
         Qualquer desses valores imaginários podem sustentar o ego, mas desmoronam a qualquer tremor. Por isso, dizemos que viver é perigoso. O que você tem hoje pode perder amanhã, seja emprego, dinheiro, amor e até mesmo a vida. Porque viver é névoa nada. Passa como nuvem.
         E aquele que desejar ser eternizado, que deixe suas marcas porque só o será pela palavra dos que ainda falarão e pelas obras que deixou, seja um filho, um livro, uma árvore. E é muito fácil perder o foco neste nosso tempo quando andamos sob uma chuva de informações que passa por nós como água em penas de um pato.
         Eles tentam o comando, têm um alcance imperativo, requerem o estatuto de verdade absoluta, mas elas, estas informações, não são “a verdade”. A verdade, verdade mesmo, é isso que funciona entre nós, que trabalha em nós e que faz em nós uma lógica imbatível, um acontecimento.
         Acontecimento que marca e muda um funcionamento depois dela, alterando a lógica anterior. Uma enunciação que, uma vez escutada, nos transporta para outro posicionamento.
         Precisamos ter muito cuidado com os donos da verdade, aqueles que querem exercer o domínio do pensar e do viver, traçando mandamentos imperativos contra o que é o real, contra os furos do real e quanto! São como uma rede de um pescador, muitos furos sustentados por firmes nós que suportam a carga a ser içada do mar.
         E se quisermos pescar bons peixes, precisaremos encarar os furos que deixam escapar ainda bons frutos, mas assim é e será. Sempre teremos diante de nossos olhos fatos com os quais não concordamos, formas de vida diferentes e incompreensíveis. Porém, não podemos enquadrar o que quer que seja entre as categorias normal ou patológica.
         Este insuportável em que o real nos coloca, que desperta a raiva, a reação exacerbada, quando podemos chegar a agressões, crimes e tribunais, este cume do ápice que nos arrebata, embaraça, chamamos gozo da pulsão de morte. Fruição do pior que granjeia entre nós.
         Que possamos, antes de agir como queremos, pensar se não estamos mergulhados demais entre os peixes da rede, esta rede que nos torna isca fácil para as vozes do mercado e pela sua mão invisível que nos aponta um caminho que nem ele sabe aonde vai dar.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de dezembro de 2018, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ortodoxia e ortopatia
        A sociedade contemporânea, já tão ferida por graves descompassos, não pode confundir visíveis situações patológicas com o bem. No conjunto dessas situações, estão aqueles que se acham defensores da “verdade absoluta” e, por isso mesmo, distanciam-se da verdade, que é Deus misericordioso. Assim se configuram os radicalismos e as polarizações, o ataque a pessoas e a instituições, os grupos que se acham no direito de tirar a vida do outro em nome daquilo em que acreditam. Mentes doentias, que necessitam recuperar a sanidade, a inteireza moral e afetiva.
         O surgimento de dinâmicas messiânicas perigosas, agrupamentos que se percebem como “donos da verdade” e com o direito de julgar os outros em nome da fé, mesmo sem a mínima competência, revela uma urgência: investimentos humanísticos e espirituais para que todos se compreendam como irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus. Essa compreensão é necessária para que cada pessoa faça a diferença, agindo a partir de valores ético-morais coerentes com o evangelho de Jesus Cristo. A sociedade não pode permanecer indiferente diante de um progressivo e generalizado adoecimento que está corroendo a condição humana.
         É preocupante o desvario verificado nos mais variados segmentos sociais, institucionais e, também, no contexto religioso. Situações que merecem ser conhecidas em suas complexidades, a partir da contribuição de diferentes campos do saber – antropologia, filosofia, sociologia, teologia e tantos outros. Avaliações a partir de referências à ortodoxia e à ortopatia são caminho promissor para conhecer e mudar essa realidade. O conjunto de sentimentos e paixões (pathos) é elemento fundante e determinante da condição humana – saudável ou doentia. Tem fortíssima influência na dimensão racional. Pode gerar, assim, desvios de conduta e doenças, a partir tanto da dinâmica da rigidez quanto do laxismo.
         O conceito de ortodoxia, diferentemente do que pensa o senso comum, não serve apenas para denotar posturas enrijecidas. Define a desafiadora interpretação correta de uma verdade, como crença ou como dogma. O funcionamento correto da capacidade humana de conhecer a realidade é fundamental para qualificar as relações interpessoais e também para o desenvolvimento de instituições, em estreita fidelidade à sua natureza e missão. A ortodoxia requer processos cognitivos que naveguem nas águas do sentido da verdade, sem manipulações ou adaptações que se tornem, consequentemente, negação de valores e princípios. Mas essa fidelidade não pode significar “estreitar a verdade” a partir de mentalidades e posturas. Eis, pois, a importância do que define por ortopatia: o cultivo correto de sentimentos, de modo coerente com a espiritualidade, a transcendência e a fé.
         Uma permanente urgência é investir em ortodoxia e ortopatia, para evitar confusões, os enrijecimentos que levam pessoas a fazer justiça com as próprias mãos, resultado de descompassos afetivos e cognitivos. Esses desajustes adoecem pessoas e a própria sociedade. São obstáculos para ações solidárias e impedem que cada pessoas se reconheça como filho de Deus, o Pai de todos. Não há mudança social sem investimentos no desenvolvimento humano-afetivo. As contribuições da política são indispensáveis, as indicações sociais têm seu lugar e o horizonte cultural influencia determinantemente esse desenvolvimento. Mas há algo que é fundamental: a experiência espiritual – que não pode confundida com fanatismo ou mera religiosidade. Trata-se da experiência mística de buscar Deus, que ilumina a condição humana.
         Para a fé cristã, a qualificada espiritualidade é a experiência do encontro pessoal com Jesus, sentido forte do tempo do advento, preparação para o Natal. Um antídoto para a ortodoxia que vira rigidez e instrumento de condenações e demonização dos outros, algo incompatível com a requerida ortopatia. Só a autêntica espiritualidade pode livrar a contemporaneidade dos fundamentalismos e ódios devastadores. Somente a vivência de uma qualificada mística, coerente com o evangelho, pode evitar que a ortodoxia seja instrumento para criar divisões, substituindo a ortopatia por graves delinquências. Sejam todos coerentes com os ensinamentos de Cristo, que vem ao encontro da humanidade, como seu salvador e redentor, para vivenciar a espiritualidade de modo autêntico e fecundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.