quarta-feira, 28 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO SUCESSO E ETERNO APRENDIZADO E OS DESAFIOS DO CAMINHO DA PROSPERIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“O segredo do sucesso e o eterno aprendiz
        A média de conhecimento humano dobra a cada 13 meses e, de acordo com a IBM, o volume de informações que temos disponível vai duplicar a cada 11 horas. O número parece assustador, mas é possível ser um destaque dentro desse cenário se o profissional entender que o significado de nunca parar de aprender estará mais em alta do que nunca e que este é justamente o caminho a ser seguido.
         Diante disso e dentro da ideia de aprendizagem constante – ou lifelong learning – encontram-se quatro pilares principais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Ou seja, esses princípios se norteiam, basicamente, em atividades autoreflexivas e de avaliação analítica. Outro ponto relevante é a busca voluntária e proativa por conhecimento, o que revela a necessidade de ser um indivíduo cada vez mais autodidata e menos passivo ao adquirir informação.
         Além disso, é essencial que entendamos a necessidade de ter aptidões mais humanas e não só técnicas e automáticas, que o ensino tradicional não tende a nos ensinar. Tais habilidades não só são demandadas pelo mercado de trabalho, como são cruciais para a vida. Até porque, as tarefas mais automáticas estão sendo, cada vez mais, realizadas por máquinas e robôs. É importante ressaltar que eles não vão tomar o nosso lugar, mas o lifelong learning vai ser fundamental para de fato não deixarmos isso acontecer.
         Ouvimos muito falar nas soft skills e são justamente elas que nos farão diferentes das máquinas. Segundo pesquisa global da Capgemini Digital Transformations Institute, de 2017, 60% das empresas estão com dificuldades para encontrar as soft skills em seus colaboradores. E esse é um cenário preocupante.
         Na mesma pesquisa, 1.250 executivos responderam quais são as maiores necessidades, no diz respeito às soft skills. Entre eles, 64% esperam por pessoas que tenham paixão pelo aprendizado, e 61% anseiam colaboradores com boas habilidades de conhecimento sobre a organização e seus desafios.
         Temos, então, a faca e o queijo na mao: sabemos que o aprendizado ao longo da vida é passo fundamental na busca pelo destaque no mercado de trabalho e também o que as empresas procuram. Ou seja, o segredo do sucesso é uma dedicação contínua e voluntária.
         Para ser um lifelong learner é indispensável entender a necessidade de uma mudança mental presente na sociedade em acreditar que os estudos acabam quando se termina um período acadêmico. Essa transformação trará uma capacidade de adaptação melhor para o mercado e vida, além de promover oportunidades até então despercebidas. E com tanta tecnologia, ferramentas e informação, aprender nunca foi tão acessível. Cursos on-line e gratuitos estão à disposição de qualquer um seja o assunto que for. A frase “conhecimento nunca é tarde demais” nunca fez tanto sentido quanto agora.”.

(BRUNO LEONARDO. Cofundador e CEO da Witseed, mestre em engenharia de produção, com foco em gestão e inovação, pela Coppe/UFRJ, e engenheiro de produção pela UFRJ, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LUCAS VIDIGAL, presidente do Instituto de Formação de Líderes de Belo Horizonte (IFL-BH), e que merece igualmente integral transcrição:

“Caminho para a prosperidade
        ‘Brasil, um país do futuro’. Essa frase, que dá nome ao livro de Stefan Zweig, ecoa na mente de muitos brasileiros desde 1940, quando a obra foi publicada. De lá pra cá, foram vários ciclos alternando momentos de crescimento e crise. Recentemente, a descoberta do pré-sal e o aumento do preço das commodities levaram muitos a crer que o país, finalmente, decolaria. Porém, infelizmente, esse dia ainda não chegou.
         Agora, como explicar o porquê de um país tão rico em recursos naturais e biodiversidade não atingir o desenvolvimento econômico já alcançado por tantos? A resposta inclui temas como baixa produtividade, defasagem de formação bruta de capital fixo (investimentos) e abertura econômica. Mas esses são indicadores, ou melhor, consequências das disfunções da nossa economia. Não são as causas.
         As questões a que precisamos responder enquanto cidadãos para encontrar o caminho para a prosperidade são: por que nossa produtividade é baixa? Por que o nível de investimentos no país é insuficiente? E por que o mercado nacional é tão fechado?
         A explicação está no tamanho do Estado. A economia nada mais é do que a interação de indivíduos, empresas e governos, comprando e vendendo bens e serviços. E essas relações são baseadas nas preferências de cada um dos participantes. Esse é o caráter que fundamenta a compreensão de que é impossível para governos, por mais eficientes que sejam, controlarem uma economia com eficácia. Isso implicaria conhecer as preferências e problemas de milhões de indivíduos e a melhor forma para satisfazer esses anseios, como os recursos disponíveis.
         Na ânsia de controlar a economia, o Estado brasileiro impõe sobre a sociedade e o setor produtivo uma pesada carga tributária e elevados custos para a realização de investimentos. Ele determina o que o consumidor pode ou não comprar; como e de quem; quais cláusulas devem estar em contratos particulares; o preço de venda; e ainda fiscaliza e/ou gerencia empresas em setores “estratégicos”. Além de cuidar da saúde, educação e segurança. Não é de se espantar que haja dificuldade em fazer tudo isso com eficiência.
         Além disso, a maioria dos trabalhadores formais estão em pequenas e médias empresas. A renda de milhões de brasileiros depende, diretamente, desse segmento. Nesse cenário, parece evidente que a abertura de novos negócios, bem como seu crescimento, aumentaria os postos de empregos e a renda média do trabalhador. Ainda assim, o ambiente regulatório excessivamente rígido e os elevados custos tributários criam um ambiente hostil para o empreendedorismo, a inovação e o crescimento.
         No livro O caminho da servidão, o economista Friederich A. von Hayec, ganhador do Prêmio Nobel em 1974, propõe que as diferentes escolhas diante de uma sociedade podem aproximá-la de dois caminhos opostos: o da liberdade, no qual o poder do Estado e de seus governantes é mais limitado e os indivíduos têm mais liberdade para escolher; ou o da servidão, onde a maior parcela das decisões dos indivíduos é delegada ao Estado, que, por sua vez, detém mais poder para definir o que o cidadão pode ou não fazer. A obra descreve como o caminho de mais poder centralizado no Estado dificulta o desenvolvimento econômico e pode trazer terríveis consequências para a sociedade.
         Na mesma linha, Paulo Uebel, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, acredita que o Estado democrático deve ser limitado e sem imposições ou atitudes que dificultam o contrato de trabalho, a geração de renda, o empreendedorismo e o livre mercado. Assim, o governo deve agir de maneira técnica, visando ao bem-estar e à liberdade, evitando burocracia e regulamentação em excesso, e combatendo privilégios.
         Quanto mais restrições impostas pelos governos, menor o poder de escolha dos cidadãos e, consequentemente, o desenvolvimento econômico e a prosperidade da sociedade. O erro fundamental é o controle social, a ideia de que governantes devem ter o poder de forçar indivíduos a ir para a esquerda ou para a direita. Essa visão está calcada na premissa de que os cidadãos são peças de uma engrenagem a serem manipuladas por aqueles no poder, visando aos seus objetivos.
         A sociedade é composta por pessoas, não peões, tampouco peças de uma engrenagem. Seus direitos devem ser respeitados. Por isso, o único caminho para a prosperidade é a liberdade. É sobre isso que tratamos no 10º Fórum Liberdade e Democracia, evento que o Instituto de Formação de Líderes (IFL-BH realizou ontem, em Belo Horizonte.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 



domingo, 25 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ E DESAFIOS DA ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A TRANSCENDÊNCIA DA VOZ ECOANDO VALORES E VIRTUDES PARA O BEM COMUM NA SUSTENTABILIDADE


“Educação para a vida
        Todos os dias, desde o momento em que acordamos, recebemos estímulos que vão se multiplicando a partir das nossas práticas sociais na escola, no trabalho, nas atividades que realizamos. A resposta a essas demandas está em grande parte relacionada ao domínio das formas de representação e numérica, das habilidades que desenvolvemos, do nosso repertório, da nossa capacidade de fazer escolhas e de interagir com o mundo.
         Por outro lado, sabemos que são marcantes as dificuldades de acesso à leitura e à escrita de qualidade, em especial para as populações mais vulneráveis. A escola, como espaço privilegiado para o ingresso de crianças, adolescentes e jovens nesse universo, precisa conduzir uma formação que lhes permita compreender a realidade que os envolve e nela agir.
         O Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb 2017, conforme dados de estudo elaborado em março pelo Todos pela Educação, aponta que 60,7% dos estudantes brasileiros matriculados no 5º ano do ensino fundamental apresentam aprendizado adequado em língua portuguesa, e 48,9% em matemática. É nessa etapa da escolaridade que se observam os maiores progressos, com melhoria contínua e significativa desde 2007. Essa curva, porém, perde força nos anos finais do ensino fundamental e fica estagnada no ensino médio. Ao final do 9º ano, os percentuais são de 39,5% e 21,5%, respectivamente. Às portas de entrar na faculdade e na vida profissional, apenas 29,1% dos estudantes que concluíram o ensino médio têm aprendizagem adequada em língua portuguesa e 9,1% em matemática.
         Como consequência, respostas e estímulos cotidianos, como escrever um e-mail ou identificar desconto de um produto no supermercado, tornam-se constrangedores desafios. Em 2018, o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf) apontou que três a cada 10 brasileiros entre 15 e 64 anos enfrentam essa situação. São os chamados analfabetos funcionais.
         Apesar de o número de analfabetos funcionais ter caído de 39% para 29% desde 2001, quando foi realizada a primeira edição do estudo, o percentual de brasileiros que alcançam o nível de compreensão plena e capacidade analítica e crítica está estacionado em 12%, concentrado em pessoas da classe média alta, escolaridade elevada e famílias com gerações anteriores já escolarizadas. Além da acentuada desigualdade de aprendizagem por condição socioeconômica, os dados demonstram, ainda, que o avanço no acesso/matrícula não garantiu a permanência e o sucesso escolar.
         O cenário geral não deixa dúvida sobre a necessidade de se investir em metodologias que valorizem os letramentos (tanto escrito quanto numérico) como ferramentas que potencializam o exercício da cidadania e contribuem para a diminuição das desigualdades socioeconômicas e de aprendizagem. Cabe, então, à escola garantir o acesso democrático à leitura e à escrita, além de promover situações concretas para a resolução de problemas, de modo a inserir, de forma plena e ativa, todos os estudantes numa cultura letrada.
         Mas como estabelecer percursos capazes de cumprir esse objetivo? A formação de educadores tem papel estratégico no aprimoramento das práticas pedagógicas, incidindo sobre os conteúdos colocados à disposição de crianças e adolescentes, e também sobre o engajamento dos profissionais com a melhoria da qualidade da educação. Esforço nesse sentido, o Programa Letras e Números, iniciativa do Itaú Social, elegeu a formação como eixo catalisador, capaz de favorecer tanto a aprendizagem das habilidades de leitura, escrita e matemática, como de contribuir para estimular a formulação de políticas públicas que possibilitem melhores resultados de aprendizagem.
         À medida que acessam novos conhecimentos e se conectam com os avanços das áreas em que atuam, os profissionais de educação ganham autonomia e segurança para ensinar, repensar suas práticas pedagógicas, compreender melhor as novas gerações (em constantes mudanças) e engajá-las nos próprios processos de aprendizagem, contribuindo, assim, para a efetivação do direito ao pleno desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e matemática, no contexto de uma educação pública de qualidade para todos.”.

(DIANNE MELO. Coordenadora de Linguagens no Itaú Social, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Levante a voz
        Os descompassos na sociedade brasileira exigem que se levante a voz – não se pode correr o risco de omissão. A indiferença é uma conivência imoral. Torna-se, pois, urgente levantar a voz. O desafio é entender bem a qualidade desse ato. Ao contrário dos embates que se presenciam nos cenários contemporâneos, é necessário que se levante a voz, seguindo o exemplo da rica tradição dos profetas de Israel. Levantar a voz na tradição profética e no exercício do ministério de Jesus é a exigência de se dizer em vista da verdade, do bem e da justiça.
         O falatório atual precisa ser substituído, urgentemente, pelo compromisso de que se levante a voz para educar e recompor o perigoso esgarçamento do tecido sociopolítico que ameaça o futuro e o presente. Há de se notar as trapalhadas nas falas e nas propostas com o estabelecimento de muita confusão. O momento exige um recomeço a partir de contribuições significativas de modo que, ao se levantar a voz, se esteja engajado em processos que contribuam para nova compreensão da realidade. Se o conjunto da humanidade, neste exato momento, nos seus diferentes segmentos, não conseguir levantar a voz, saibam: a sociedade será, velozmente, e sempre mais de modo destruidor, lançada no caos e na autodestruição.
         O novo do indispensável processo de se levantar a voz, agora, tem seu ponto de partida na escuta qualificada dos outros, particularmente em se tratando dos clamores dos pobres e dos honestos. Assiste-se à derrocada de instituições indispensáveis a assegurar os funcionamentos democráticos. Há sinais de posturas ditatoriais e de configuração de esquemas de negociatas e de vantagens para grupos e segmentos oligárquicos sob a hegemonia sedutora e doentia da idolatria do dinheiro. Há convicções de que o lugar ocupado é justo, sem autocrítica. Uma visão emoldurada por entendimentos questionáveis, com uma lógica empobrecida do sentido de humanismo e de “pertença” à nação.
         Levantar a voz precisa ser um forte movimento de reparação e de impulso para uma compreensão ajustada da sociedade, do uso de seus bens, da sensibilidade social, que fecunda o sentido de respeito à casa comum, pela superação desses disparates que estão comprometendo o respeito indispensável a uma sociedade democrática. Levantar a voz é um remédio para salvar a sociedade brasileira – antídoto para a “avalanche” de falatórios estéreis propalados como verdade. Falatórios que são difundidos por quem não goza de autoridade moral. Não basta falar. Há quem fale, e muito, até mesmo para se justificar e se defender pela arma criminosa da detração do outro.
         Na raiz da incompetência revelada nos falatórios que estão diametralmente opostos ao ato de levantar a voz, com sua força moral própria, constata-se grave relativismo prático responsável por um estilo de vida desordenado, gerador de confusão mental e escolhas pautadas por parâmetros medíocres e mesquinhos. O papa Francisco já admitiu que esse relativismo prático é mais perigoso que aquele doutrinal. Há uma onda perigosa em que o indivíduo se coloca no centro, dando prioridade absoluta aos seus interesses absurdos. As instituições estão sendo atingidas frontal e mortalmente. Há verdadeira adoração pelo poder e pelo dinheiro, o que faz indivíduos se tornarem representantes do maligno. As consequências terríveis são evidentes na degradação ambiental e social em curso. Essa famigerada cultura do relativismo é a patologia que manipula a pessoa e a convence de se aproveitar dos outros, como se fossem meros objetos. Com isso, as instituições estão em processo de derrocada, pois carecem de pessoas com verdadeira e comprovada autoridade moral. Vê-se, com perplexidade, defesas de moralidades e, ao mesmo tempo, o comprometimento de intocáveis princípios. Uma confusão que acirra posições parciais típicas de indivíduos que não dão conta do mínimo moralmente exigido e indispensavelmente requerido.
         A lógica desse relativismo da moral é a mesma que leva à defesa rígida de um aspecto e a negociação de outro por fraqueza e interesses espúrios. Dois pesos e duas medidas. “Levante a voz” é convite interpelante, dinâmica da reconstituição tecido moral da sociedade brasileira. Para isso, a coerência profética é condição indispensável, de modo que o falar seja acompanhado sempre de gestos concretos coerentes e fundamentados na verdade. A sociedade precisa que suas instituições levantem a voz para salvá-las do fracasso, imposto pela falta de coerência e pelas manipulações. Isso exige coragem e destemor. O mundo da educação, particularmente, precisa levantar a voz e desinstalar-se daquelas costumeiras críticas insípidas e conceitualistas sem força de mudança. Todos precisam levantar a voz, antes que seja tarde.
         Fale alto o bem comum, impulsione o altruísmo, valha a honra, o respeito e a generosidade. Consiga-se, assim, fazer frente ao rolo compressor dos falatórios e falsificações com a voz que se levanta e produz novos entendimentos, escolhas assertivas e justas. Efetive-se a superação de criminosos denuncismos, para desenhar novas dinâmicas civilizatórias, livres de juízos sem a mínima noção de realidade. É tempo de levantar a voz para fazer valer a verdade e avançar na direção do bem. Se quiser contribuir agora, do seu lugar, alicerçado na verdade e no apreço pelo outro e pelo bem, levante a voz. Trata-se de efetiva participação democrática.
         Uma nova compreensão com escolhas adequadas é a exigência para correção de rumos e descobertas de novas respostas. Essa conquista não é fácil de ser alcançada. Virá sempre de quem atender ao convite: levante a voz, para promover entendimentos e iluminar mentes, levando a escolhas que equilibrem a vida e as relações. Levante a voz para fazer valer a verdade em lugar de calúnias e difamações, para construir projetos e novos sistemas. Se todos levantarem a voz no horizonte da fraternidade e da verdade do evangelho de Jesus, serão fortalecidas dinâmicas de conversão e mudanças no tecido civilizatório – uma urgência para a sociedade brasileira, que depende muito de que se levante a voz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

  

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA SOCIEDADE 5.0 E AS EXIGÊNCIAS HUMANÍSTICAS E ÉTICAS DA ESCOLA NA SUSTENTABILIDADE


“Você já vive em uma sociedade 5.0
        Há alguns anos, o primeiro-ministro do Japão divulgou um plano de crescimento para o país que contemplava um modelo estratégico para transformar a nação em uma sociedade 5.0 – incluindo planos específicos para a integração profunda de tecnologias de ponta a favor da sociedade, que está cada vez com mais idosos. Nos trópicos, ainda estamos nos adaptando à revolução 4.0, sem perceber que essa nova dinâmica de produção é apenas um passo necessário para o quem a seguir.
         Nada mais é distante atualmente, muito menos viver em uma sociedade 5.0, mas já está em nossas mãos, literalmente. Assistir séries pela plataforma Netflix, pegar um Uber, ter conta no Nubank, ou receber comida em casa pelo IFood são os primeiros indícios de uma nova dinâmica social baseada em serviços que promovam o bem-estar coletivo ou, ao menos, popularizando certos hábitos.
         Aqui estamos falando, basicamente, de tecnologia, mas tudo integrado a favor da sociedade, do ser humano. Como? Com algoritmos, IoT, inteligência artificial, big data, drone, critmoedas, blockchain, robôs, chatbots, realidade aumentada, entre outras conquistas da ciência, dos últimos anos, que estão dentro dessas empresas. Esses termos parecem estar relacionados apenas à revolução 4.0, no geral, estão mesmo. No entanto, ultrapassaram as aplicações apenas para a produtividade e ganham espaço para o desenvolvimento de soluções que visam o social, o bem-estar humano, a prevenção do meio-ambiente.
         O grande salto da sociedade 5.0 é que a tecnologia deixou de ser utilizada apenas para melhorar outras tecnologias e gerar lucratividade financeira. O ser humano, o bem-estar e o planeta passam a ser o foco de inovações e transformações. Por exemplo, com apps que podem ajudar a saúde, o transporte, o acesso à cultura. E esse é apenas o início de um diálogo que nos reservam outras novidades.
         Na ponta dessa revolução estão as startups. Na última edição do evento StartSe, em São Paulo, as apresentações das empresas/startups do Brasil e do exterior nasceram por motivos sociais e não apenas lucrativos, mas que, atualmente, se tornaram gigantescas, formam estudos de casos alucinantes e que deixam explícitos o novo modelo de empreendedorismo de sucesso. A preocupação da nova geração é nítida: as empresas do Vale do Silício querem uma sociedade melhor, um meio ambiente preservado e facilitar a vida das pessoas. Outro exemplo é a startup Finless Foods, em Berkeley, na Califórnia (EUA), que criou um tipo de “atum” composto por células criada em um banco de laboratório. O bioquímico e biólogo molecular Mike Selden, 26 anos, pesquisou uma forma de substituir a iguaria por uma que não prejudicasse sua espécie. Ou seja, sem nenhum peixe retirado do mar.
         Yoko Ishikura, professora emérita da Universidade Hitotsubashi, em Tóquio, em sua palestra de abertura do IT Forum 2019, mostrou a relevância de criar valor em tudo o que é feito, especialmente em uma sociedade que precisa pensar mais na qualidade de vida e na humanização dos processos.
         Toda tecnologia vem se esforçando para buscar soluções para tudo do nosso dia a dia, como hoje achamos natural ir e voltar do supermercado de Uber ou com o nosso carro, e em breve o mercado ou a feira poderá estacionar na porta de casa a borde de automóveis autônomos, assim como já está sendo testado na China e nos Estados Unidos.
         É claro que todo progresso acompanha a necessidade de novas legislações, novos erros e acertos, mas o futuro nos reserva muitos desafios, mas muito mais oportunidades. E para isso termino com a frase de Alvin Toffler, escritor e futurista, que se encaixa perfeitamente para o momento: “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”.”.

(CAMILA BERNARDINELLI. Gerente de marketing da Teleinfo Soluções, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de julho de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ROBERTO MERLIN JÚNIOR, graduado em filosofia, sociologia, história e especialista em ética; gestor educacional do Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cola, ética e escola
        Muitos profissionais da psicologia afirmam que é comum observarmos, entre jovens e adolescentes, o comportamento transgressor. Não seguir completamente as regras estabelecidas socialmente e questionar a autoridade imposta é tido como um ponto presente no desenvolvimento e formação da personalidade. Estudo recente, publicado no periódico Psychological and Personality Science, confirma essa tese ao constatar que o indivíduo, no ato de desrespeitar regras estabelecidas, se sente empoderado, e aqueles que com ele convivem também enxergam, nessa ação, uma demonstração de poder. Se levarmos em conta o quanto é importante ser aceito pelo grupo, ser visto como alguém com poder é muito atrativo. Por tudo isso, podemos considerar o ato de “colar” em avaliações algo bastante comum, desde que seja pontual, ocasional. A situação muda de figura quando o fenômeno da “cola” se torna quase endêmico, conforme sugere pesquisa realizada nos Estados Unidos: 51% dos alunos de escolas de elite praticam o ato de “colar” em avaliações, por conta das facilidades que novas tecnologias promovem e motivados pela alta concorrência a ser enfrentada.
         Quando o ato de “colar” ganha proporções que afetam e comprometem todo sistema avaliativo de uma instituição de ensino, penso termos diante de nós um problema atingindo pelo menos três aspectos da prática educativa: pedagógico, teleológico e axiológico. No que se refere ao aspecto pedagógico, identifico duas situações como problemas a serem enfrentados: a estrutura da avaliação e a significação da aprendizagem. As avaliações que cobram do aluno apenas sua capacidade de memorização, em detrimento de sua capacidade global de raciocínio, são avaliações que permitem a identificação da “cola” como possibilidade de sucesso; já uma avaliação construída de modo inteligente, em que a memorização não seja o único elemento presente, desestimula o ato de “colar”. Outro elemento pedagógico a ser considerado é o fato de que o aluno praticante da “cola” não observe naquele conteúdo algo significativo para ele – algo que, na tomada de sua posse, o fará alguém melhor, trará capacidades, auxiliará no seu desenvolvimento e aperfeiçoamento. Esse aluno pode ceder mais facilmente à tentação de substituir a aquisição do conhecimento por uma “aparência de aquisição”.
         Pensando no aspecto teleológico (causa final, perspectiva futura), o aluno, ao tentar fraudar em uma avaliação, não tem a devida consciência de que precisará dominar aquele conteúdo em um exame vestibular, em um concurso público ou em qualquer tipo de processo seletivo futuro. Trata-se de uma percepção prática que lhe falta. A fraude resolve o problema por agora e cria um problema maior no futuro. Finalmente, não menos importante, temos a dimensão axiológica (valores, ética, moral). Ao praticar a “cola” em uma avaliação, o educando pode não ter a consciência de que está cometendo um ato infracional e também antiético. A ética, nesse caso, é tomada não como parte inerente ao corpo da reflexão filosófica, e sim em seu sentido mais amplo de busca pela ação correta, pela ação coberta por valores que a dignificam. A situação pode ser ainda pior se o educando tem a consciência de estar cometendo um ato antiético (em que é prejudicado alguém que se esforçou e agiu corretamente) e não se importar com isso; nesse caso, o programa de formação humana e ética do educando apresenta grande falha, pois o estudante não está valorizando o aspecto da justiça e o valor inerente ao espírito de sacrifício e dedicação.
         Dentro do contexto de combate ao fenômeno da “cola” em avaliações, uma instituição de ensino deve promover um bom programa de formação humana e ética; desenvolver no educando a consciência e a valorização da ação correta; despertar o aluno para o valor do conhecimento humano; criar avaliações capazes de desafiar a inteligência do estudante e não apenas seu poder de memorização; fazer com todos os envolvidos no processo pedagógico entendam o imenso valor de se viver a justiça e se combater a corrupção. Desse modo, o fenômeno da “cola” não será endêmico, mas apenas pontual.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.