segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CIÊNCIA, EQUIDADE, SOLIDARIEDADE E EFICÁCIA DAS VACINAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS METAS AMBICIOSAS E ESTRATÉGICAS DO ACORDO DE PARIS NA SUSTENTABILIDADE

 “Quebrar o paradigma da vacina

        Dados atuais mostram que mais de um quarto da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Em números, estamos falando de mais de quatro bilhões de doses.

         Quase 35,6 milhões de doses são administradas todos os dias, segundo o portal Our World in Data. São avanços enormes da ciência, da sociedade e para o futuro da humanidade. Nunca se desenvolveu tão rapidamente uma vacina nem se as produziu numa escala e rapidez como estamos vemos hoje.

         No entanto, nossa jornada nessa pandemia ainda está longe de terminar. O desafio é uma corrida contra o tempo. Quanto mais pessoas vacinadas, menos o vírus circula. Quanto menos circula, menos mutações se desenvolvem e menos variantes surgirão. Assim, maior a chance de as vacinas conseguirem, por fim, controlar a disseminação do Sars-CoV-2.

         A eficácia de uma vacina está na sua capacidade em diminuir transmissão, e, principalmente, o desenvolvimento de formas graves da Covid-19, internações e mortalidade.

         Esse objetivo que parecia tão distante há 15 meses está hoje ao nosso alcance. Mas onde a ciência avançou tão rapidamente, o mundo em sociedade não teve o mesmo desempenho. Apenas 1,1% da população em países de baixa renda recebeu pelo menos uma dose da vacina, como ocorre no Congo, no Iêmen e em Papua Nova Guiné, de acordo com os dados do jornal The New York Times.

         Enquanto isso, países desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha, já vacinaram complemente, com duas doses, 49% e 51% das suas populações, respectivamente. Na América do Sul, foram vacinados 64% no Chile, 63% no Uruguai e 19% no Brasil.

         Esses índices refletem mais do que apenas a disponibilidade de produto. Em alguns lugares do mundo, não há falta de vacina, mas ausência de demanda.

         Desinformação, movimento antivacina, motivos religiosos ou pessoais podem ser responsáveis pela desconfiança, mas não vamos avançar como sociedade se não conseguirmos superar esse desafio e ampliar o alcance dos imunizantes.

         O princípio de enxergar a população como uma unidade é a base de diferentes ideologias, mas para o objetivo coletivo de controlar o vírus Sars-coV-2, trata-se de uma condição para o êxito. No fim do mês de janeiro, o Hospital Sírio-Libanês publicou um parecer do seu comitê de bioética que deixou claro que o princípio da equidade é fundamental para uma saúde pública, além de importante pilar de sustentação do SUS (Sistema Único de Saúde).

         “A equidade refere-se a oferecer mais a quem precisa mais, procurando investir mais onde a vulnerabilidade é maior”, diz o parecer. Ou seja, vacinar os mais vulneráveis primeiro ajudará a reduzir hospitalizações e sofrimentos.

         O princípio de apoio à saúde pública é algo que o Hospital Sírio-Libanês conhece bem, sendo responsável hoje por mais 500 leitos em unidades do SUS, quase a mesma quantidade que gerencia na saúde privada.

         Esse princípio de colaboração fomentou também a busca de conhecimento. Nacionalmente, a colaboração foi a base para a formação da Coalizão Covid-19 Brasil, um grupo formado por seus hospitais e duas redes de pesquisa para desenvolver mais de nove estudos para entender como tratar as infecções provocadas pelo Sars-coV-2.

         É fato que precisamos de pessoas imunizadas, pois só assim vamos evitar as variantes que podem comprometer a eficácia das vacinas disponíveis.

         Mas temos hoje países com muita oferta e pouca demanda, e outros com muita demanda e pouca oferta.

         Temos que quebrar esse paradigma da vacina. Todos precisam de vacina, não importa a marca ou origem, desde que aprovada pelos órgãos regulatórios.

         Mas será a solidariedade que nos guiará para além da pandemia, atos guiados pela busca de compreensão e cooperação que permitirão criar a coesão social que forma nossa sociedade.”.

(Fernando Ganem. Médico cardiologista, é diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês e coordena o programa de residência de clínica médica da instituição, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 31 de julho de 2021, caderno folhacorrida, página B8).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de julho de 2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Ana Toni, Emílio La Rovere e Mercedes Bustamante,

Diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade

Professor titular do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ

Professora titular do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília

e que merece igualmente integral transcrição:

“Quais são os planos do Brasil para a

Neutralidade de carbono em 2050?

        Na Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida em abril deste ano pelo governo americano, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a intenção de atingir a neutralidade de carbono no país no ano de 2050. Em dezembro de 2020, a nova versão da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil ao Acordo de Paris (NDC, na sigla em inglês) indicava que o Brasil poderia atingir a neutralidade em 2060.

         A neutralidade de carbono ocorre com a redução das emissões ao máximo através de ações de mitigação, e a compensação das emissões residuais integralmente por sumidouros, naturais (como vegetação nativa) ou artificiais (tecnologias de sequestro e estocagem de carbono).

Pelo Acordo de Paris, ao atualizarem suas contribuições individuais a cada cinco anos, os países devem observar o requisito da progressividade da ambição. O governo defende que a meta de longo prazo de neutralidade climática caracterizaria maior compromisso de mitigação.

Necessário observar, inicialmente, que o compromisso climático de 2020, o mesmo que trouxe a meta de neutralidade até 2060, permite que o Brasil emita 33% a mais de gases de efeito estufa (GEE) em 2030 em relação ao compromisso anterior (2015), em afronta ao dever de progressão da ambição do Acordo de Paris.

Simplesmente anunciar uma meta de neutralidade climática de longo prazo não significa necessariamente uma maior contribuição aos esforços de mitigação, pois a trajetória de redução das emissões é que indicará qual será o volume acumulado de GEE por cada país.

Relatório do Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC, na sigla em inglês) de 2019 estimou que os países têm um “orçamento de carbono” restante de 1 trilhão de toneladas/CO2-eq  para se manter dentro da meta de 1,5° C de aumento de temperatura do Acordo de Paris, contados a partir de 2015.

Apesar de não haver uma individualização exata do “orçamento” por país, deve existir um esforço maior de cada um, dentro de suas capacidades, para que a soma de suas emissões seja a menor possível até 2050, quando se deve atingir a neutralidade climática em escala global.

Portanto, mais do que o ponto de chegada, é no planejamento e no detalhamento de metas intermediárias e setoriais (por exemplo, indústria, transporte, energia, agricultura, florestas etc.), para os anos de 2020-2030 (período da atual NDC) e para 2030-2050, que se poderá aferir se a meta de neutralidade implica ou não maior ambição, dependendo, ainda, do desempenho das ações para sua realização.

A ausência de um instrumento de planejamento para a implementação das metas brasileiras inviabiliza a adoção de ações de mitigação de curto prazo, especialmente no setor de uso da terra.

Dados indicam que as emissões brasileiras estão aumentando, e não diminuindo, como seria esperado para pavimentar a transição para uma economia de baixo carbono. As crescentes taxas de desmatamento na Amazônia pressionam ainda mais a curva das emissões brasileiras no curto prazo.

Se, nesta década, o país emite mais GEE, terá de tomar medidas drásticas em momento posterior, a um alto custo econômico e social. Uma abrupta queda das emissões apenas no período final do prazo estipulado na meta não traz, portanto, o benefício climático e social esperado.

Os objetivos de curto e médio prazo estão, portanto, intrinsecamente relacionados aos objetivos de longo prazo. Atrasar ações urgentes de mitigação nesta década implicará dificuldades substanciais, ou mesmo a impossibilidade, de atingir a meta de neutralidade em 30 anos.

Infelizmente, a imagem internacional do Brasil pode sofrer ainda mais desgastes com possíveis questionamentos sobre a meta da NDC brasileira.

Urge elaborar, com participação da sociedade, uma NDC mais ambiciosa e estratégica de desenvolvimento de longo prazo de baixas emissões de GEE, outra demanda do Acordo de Paris ainda não cumprida pelo governo.

O artigo é endossado pela Coalizão Ciência e Sociedade (www.cienciasociedade.org.br)”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 327,48% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 125,57%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,99%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS NOVAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALORES NA QUALIFICAÇÃO INTEGRAL DAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE

“Educação contínua em tempos de pandemia

        A pandemia do novo coronavírus virou o mundo de ponta-cabeça. A sua chegada em meados de março de 2019 ao Brasil fez a economia retrair e o índice de desemprego aumentar.

         Um novo cenário exigiu adaptabilidade e reinvenção daqueles que estão dentro e fora do mercado de trabalho. A educação também passou por transformação.

         O que antes era presencial se tornou digital, fazendo com o setor se curvasse a uma nova realidade pensada para o futuro. A escola tendo que migrar o seu ensino para a plataforma digital em tempo hábil para que o conhecimento continuasse no movimento fluido e contínuo.

         Nas faculdades, o sonho do aluno continua o mesmo: formar-se e obter ascensão profissional e social por meio do estudo. Mas a pandemia acelerou as transformações em todas as esferas, inclusive a do trabalho. O mercado educacional mudou, o protagonista desta vez é o aluno, que precisa desempenhar um papel importante na curadoria das suas escolhas, procurando desenvolver profissionalmente e buscando a educação contínua como forma de manter-se atualizado e presente no mercado.

         Do mundo Vuca (do inglês volatility, uncertainty, complexity e ambiguity – volátil, incerto, complexo e ambíguo), agora falamos de mundo Bani (brittle, anxious, nonlinear and incomprehensible – frágil, ansioso, não linear e incompreensível). Dessa forma, somos exigidos a manter a roda da busca pelo conhecimento girando. O conceito de egresso perde o sentido e deve ser evitado. As instituições de ensino superior devem estar preparadas para retroalimentar a sua base de “novos alunos” com aqueles que estão concluindo o ciclo atual.

         Um levantamento inédito realizado pela Person em nove países, incluindo o Brasil, ouviu 21,5 mil pessoas com idades entre 14 e 70 anos em agosto de 2020.

         O estudo identificou que 84% dos brasileiros empregados maiores de 18 anos observam a educação continuada, como apoio para terem maiores oportunidades de promoções e aumentos em seu trabalho atual, e, ainda, 51% informaram que continuar estudando é importante para prosperar, sendo a educação continuada importante nesse processo.

         É neste contexto que (re)ingressar na faculdade ou curso de pós-graduação pode criar e manter perspectivas de futuro e possibilidades, já que o conhecimento é investimento.

         Finalizo aqui com uma frase: “Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento. Que se sintam humildes” (Leonardo da Vinci).”.

(Marco Túlio Correa Barcelos. Gerente de Campus da Una Itabira, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de agosto de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de agosto de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O atraso na educação

        Precisando como nunca de estadistas, o Brasil enfrenta a praga dos oportunistas, encravados no vértice do cenário político nacional. O país ficou refém da mediocridade e da hipocrisia que sequestram o potencial de progresso e crescimento social, econômico e moral.

         A prioridade não é mais o bem do país, a superação do atraso e da pobreza, a melhoria dos sistemas de saúde, de educação, mas o enriquecimento injusto, sem trabalho, de alguns, em desfavor da maioria.

         A corrupção disseminada em várias formas e dissimulada na burocracia, na capilaridade da máquina pública, na artificialidade jurídica, no abuso de prerrogativas funcionais desfigurou a função do Estado. Este não está mais para servir à população, mas para se locupletar, prevaricar, dificultar, sem esconder o avanço da tendência ao empoderamento perverso, que se traduz “em criar dificuldades para vender facilidades”.

         Não há como condenar alguém em especial pela derrota dos princípios constitucionais e pela consequente frustração das esperanças das últimas gerações.

         Trata-se do resultado mais lógico de uma jovem democracia, de um conjunto humano sem capacidade de entender, escolher o que é melhor para ele e para uma nação.

         Para uma população educada, medianamente intelectualizada, profissionalizada, experiente, é mais fácil escolher, entre candidatos, o melhor, ou “o menos pior”. A qualidade insuficiente do ensino público para mais de 90% da população, notadamente a mais carente, gerou um abismo em relação às classes mais abastadas com acesso ao sistema educacional privado. A falta de ensino se reflete na baixa capacidade de escolha do futuro eleitor, na possibilidade de ser usado como massa de manobra eleitoral.

         Veja-se agora, no pós-pandemia, a impossibilidade de se encontrar consenso no retorno às aulas das escolas públicas, paralisadas há quase dois anos, enquanto as privadas estão funcionando há meses. Exatamente quem mais precisa é deixado para trás no seu legítimo direito à educação.

         Quem é educado e instruído saberá aproveitar melhor seu voto, e isso influenciará o bem-estar da nação.

         Se um conjunto de crianças, em sua ingenuidade, costuma avançar no bolo açucarado, sem entender a inconveniência para sua saúde, da mesma forma age um eleitorado sem noções mínimas de conhecimento. Nas eleições das últimas décadas, entre as opções disponíveis, escolheram-se bolos enfeitados em desfavor de uma comida saudável. Gatos por lebres, figuras de baixa escolaridade no lugar de figuras consistentes, com passado de realizações, de bagagem de realizações, de conhecimentos.

         Se o grande mestre Jesus Cristo se expressou por parábolas de profundo conteúdo moral e filosófico, que abriam a compreensão do mais humilde quanto a despertavam no mais intelectualizado, os candidatos que invadiram a cena eleitoral brasileira abusaram de promessas, sem ter projetos, planos, conhecimentos consistentes, experiência de sucesso. Apenas se mascaram suas lacunas, inclusive éticas e morais.

         Prometeram absurdos, apelaram enganosamente aos sentimentos mais pungentes, prometeram “o contrário” do que pensavam, consumando as piores traições, como corrupção e abuso.

         De denunciantes de imoralidade e da corrupção dos outros, acabaram por superá-las muitas vezes, destruindo as finanças públicas do país, desviando e subtraindo do povo o que se destinava às necessidades básicas de saúde, de educação, de infraestrutura, de oportunidades e, mais ainda, de exemplos de probidade, austeridade e ética.

         Como passageiros que ocupam um vagão que não dá acesso à cabine de comando, os eleitores acabaram por escolher condutores sem qualificação, que levaram à desgraça.

         O sistema democrático tem dificuldade de reconhecer os melhores, até porque os mais capacitados encontram formas seguras de se realizar em setores privados. Também cresceram demasiadamente o repúdio e o medo do sistema político, protagonista de escândalos colossais, após a retirada das cortinas sobre mensalões e petrolão.

         As disputas eleitorais excluem a parcela bem-intencionada e preparada da população. Aqueles que não desejam se confundir com a selva política dominante.

         Agora, mais do que nunca, a possibilidade de um indivíduo bom e preparado se dispor a concorrer com êxito numa eleição ficou mais limitada, especialmente depois da introdução do financiamento público de partidos e de campanhas. Deram-se recursos exorbitantes aos detentores de cargos e regras excludentes para os demais.

         Os mesmos que destruíram a credibilidade do Brasil, face à fragilidade intelectual do eleitorado, se reapresentam para mais uma rodada de horrores?

         A falta de reconhecimento dos riscos que se escondem atrás de certos repetirá os erros do passado?

         O ano eleitoral de 2022 vem aí, e poucos são os sinais de se poder avançar no desenvolvimento, na eliminação do sofrimento da população, da pobreza material e moral que atrasa tempos melhores. É lamentável, e a qualidade da educação pública precisa ser lembrada como uma causa excludente de milhões de indivíduos e de uma democracia mais fecunda e madura.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 327,48% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 125,57%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,99%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

       

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA PSICOLOGIA E VISÃO OLÍMPICA NO PLENO DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA CIDADANIA, HUMANIDADE, ESPIRITUALIDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE

“A força da psicologia do esporte

        Passada mais uma edição olímpica, ainda com a sensação de um vendaval sobre o mar do Japão, lei avaliações de todos os tipos.

         Vou me deter àquilo que me considero capacitada a discutir: esses foram os Jogos da saúde mental. Não que antes esse quesito não fizesse parte da boa preparação de atletas, mas porque era inegável a falta de entendimento sobre esse tópico.

         E não pensem que o desconhecimento e o preconceito eram coisas aqui da terra brasilis. Psicólogos de todo o mundo costumam bradar a plenos pulmões as dificuldades em superar o preconceito em relação a um tema de fundamental importância, porém altamente controverso.

         Isso talvez se deva à complexidade da própria psicologia. Ciência que tem em seu escopo uma variedade teórica que vai do inconsciente à análise do comportamento, passando pelo estudo de grupos sociais ou de pessoas em diferentes estágios do desenvolvimento, viu-se próxima do esporte há quase um século. Isso quando o esporte nem era o fenômeno social que é hoje.

         Fato é que durante muito tempo a psicologia do esporte preocupou-se em fazer atletas parecerem superpoderosos, ajudando a azeitar a máquina que tinha finalidades outras além da competição esportiva.

         Controlar, render, produzir, dominar eram verbos recorrentes na preparação de atletas para chegar ao lugar mais alto do pódio. As teorias da psicologia do esporte que vinham das grandes potências ofereciam manuais e handbooks com vasto material aplicado nos rincões que normalmente dominavam os quadros de medalhas.

         Enquanto isso, aqui no Brasil, construímos uma psicologia do esporte que buscava fazer a diferença. Nossa lema era uma psicologia adequada ao esporte que se faz no país, sem a importação de modelos que podem muito eficientes a leste ou oeste, mas não, necessariamente, adequados à nossa realidade.

         Entendíamos desde o princípio a importância de se compreender a identidade dos atletas, as questões culturais implicadas no ir e vir em busca de oportunidades e que atletas são, acima de tudo, pessoas, e não máquinas de produzir resultados.

         Para quem não sabe, há apenas 20 anos a psicologia do esporte se tornou uma especialidade da psicologia no Brasil. Nessas duas décadas oferecemos formação e construímos referencial teórico para chegar a uma psicologia do esporte que orgulhosamente chamamos de brasileira.

         É um orgulho imenso ver as gerações formadas em nossos cursos oferecer aos atletas o suporte necessário para serem grandes pessoas. Alguns subiram ao pódio, independentemente do degrau, e agradeceram direta ou indiretamente aos profissionais que cuidaram de sua saúde mental.

         Assisti com prazer a presença de várias alunas no dever de ofício ali nas arenas. Uma delas vibrava tanto na disputa da medalha do boxe que dava a impressão que cairia lá de cima. Porque é isso, mesmo com todo o controle sobre o processo, há que celebrar as conquistas. Assim como lamentar a eliminação precoce.

         Espero que haja cada vez mais profissionais qualificados para oferecer o suporte necessário a tantas pessoas que se dedicam a uma carreira com exigências acima da média. Que o exemplo de Naomi Osaka e Simone Biles tenha de fato despertado para a necessidade de cuidados com a saúde mental.

         Espero não mais ter que acordar pela manhã, um dia após a cerimônia de encerramento, e ler uma manchete sobre a morte trágica de uma ciclista como a neozelandesa Olivia Podmore. É sabido que a sensação de culpa e frustração pela derrota pode levar a atitudes extremas. Espero que haja cada vez mais psicólogos nas equipes para impedir que isso aconteça.”.

(Katia Rubio. Professora da USP, jornalista e psicóloga, é autora de “Atletas Olímpicos Brasileiros”, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 14 de agosto de 2021, caderno esporte, página B7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 20 de agosto de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“‘Abrir-se ao mundo’

        Esta é uma interpelante expressão evocada na Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social, do papa Francisco, em referência à busca por dinâmicas que superem os sombrios sinais de um “mundo fechado”. Não é exagero e nem pessimismo: os fechamentos da civilização contemporânea mostram que a humanidade está na contramão de progressos alcançados no campo tecnológico-científico.

         Torna-se difícil encontrar razões para a atual configuração política, social, econômica e cultural do planeta, com a história dando sinais de regressão. Conflitos anacrônicos, com o surgimento de nacionalismos fechados, ressentidos e agressivos, ressurgem em diferentes lugares. Medidas que buscam superar determinadas ideologias fazem surgir outras igualmente perigosas.

         Diante desses e de tantos outros problemas, os cidadãos estão desafiados: é necessária lucidez mínima para ir além de interesses político-partidários enraizados em determinadas ideologias. Vencer, assim, os limites de fechamentos obscurantistas e os interesses mercadológicos egoístas – levam poucos ao enriquecimento enquanto alimentam a exclusão social de muitos, com cenários de desolação agravados pela pandemia da Covid-19. Torna-se inadiável um esforço de todos para que a sociedade adote o paradigma da fraternidade social, por um permanente e fecundo investimento na amizade social.

         O papa Francisco lembra que o bem deve ser conquistado a cada dia. Não é possível, pois, contentar-se com o que já se obteve no passado – “muitos dos nossos irmãos ainda sofrem situações de injustiça que nos interpelam a todos”. Acatar a interpelação que vem dos cenários de injustiças, violências e desigualdades sociais é contribuir na indispensável e urgente dinâmica de “abrir-se ao mundo”, mas de modo bem diferente da atual concepção de um modelo econômico questionável.

         No âmbito da economia e das finanças, há uma equivocada compreensão a respeito do que significa “abrir-se ao mundo”. Essa expressão, no contexto dos interesses econômicos, muitas vezes se restringe à busca por novos mercados globalizados, visando acúmulo de poder. Esse exclusivo compromisso com o lucro forma um tipo de cultura que acentua divisões entre nações e pessoas. Prejudica avanços indispensáveis na promoção da amizade social, sem a qual não se alcançará a paz no mundo.

         Cada pessoa deve buscar superar a lógica do mercado que reduz o ser humano à condição de consumidor ou espectador. A humanidade precisa reagir a esse “globalismo” que tenta estabelecer uma cultura dominante, com a valorização da identidade dos mais fortes e a dissolução da identidade dos mais frágeis – um genocídio cultural.

         Lamentável é a incapacidade da política para promover essa reação, pois, cada vez mais, se submete aos poderes econômicos transnacionais. Sob o controle desses poderes, a política torna-se instrumento de interesses que propiciam a negociação de tudo, sem escrúpulos. Essa falta de escrúpulos não raramente tem sido camuflada pela defesa de alguns valores, sacrificando tantos outros que não inegociáveis – determinantes para reequilibrar a civilização contemporânea.

         “Abrir-se ao mundo” na busca pela consolidação da amizade social é tarefa que exige amadurecimento nos campos antropológico-cultural e da espiritualidade. O momento atual – consideradas as escaladas de retrocessos – precisa de líderes e do envolvimento cidadão para que se torne possível encontrar novas respostas e configurar novos cenários.

         Nesse processo, uma situação merece urgente tratamento: os direitos humanos não são suficientemente universais, não são iguais para todos, e o respeito a esses direitos é condição básica para o progresso socioeconômico da humanidade. O papa Francisco sublinha que o respeito à dignidade e aos direitos humanos fortalece a criatividade e a audácia, possibilitando que mais pessoas se tornem, efetivamente, protagonistas na promoção do bem comum.

         Assim, a cidadania está desafiada a se fortalecer construindo um mundo que seja para todos. Deve ir além de paixões, alimentadas por diferentes ideologias, para efetivar uma agenda de diálogo, reflexões e entendimentos. Ao invés de antecipar discussões partidárias ou idolatrar determinados nomes, o caminho deveria ser o investimento nas práticas culturais e sociopolíticas capazes de superar o atual “mundo fechado”, isto é, injusto e desigual.

         É hora de inaugurar, indicar e trilhar percursos de esperança: a esperança que está enraizada profundamente no coração humano. Seja alimentada a sede por um tempo novo, alicerçado na grandeza imbatível da amizade social, fecundada pela vitalidade única da fé. Um caminho para deixar o coração repleto de alegria fraterna e emoldurar os sonhos da humanidade a partir do compromisso com o bem comum: cada pessoa vivendo a trabalhando não somente para si, mas para o bem de todos os irmãos e irmãs.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 327,48% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 125,57%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,99%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.