segunda-feira, 31 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FUNDAMENTOS DOS VALORES HUMANOS E OS DESAFIOS DA MATRIZ ENERGÉTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Os valores para crescer
        Ao passar pelo pátio do colégio, quando algumas crianças lanchavam descontraídas no período do intervalo, fui pego de surpresa pela fala de um aluno. Ele veio em minha direção e disse: “Sérgio, sabe o que eu vou ser quando crescer?”. Antes que eu falasse algo, prosseguiu: “Um político honesto para acabar com a corrupção”. Não aguardando nenhuma aprovação ou reação, saiu em disparada voltando para o grupo de colegas que organizava uma brincadeira.
         Esta cena não me abandonou! Recordei que muitas vezes eu e alguns colegas éramos indagados sobre o que seríamos quando nos tornássemos adultos. Indagação que, para mim, sempre foi invasiva, quase uma intimação. Lembro-me de alguns respondendo que queriam ser advogados, outros, professores, médicos e até caixas de banco para ter muito dinheiro – coisas de crianças. Ideais que perpassam pela fantasia infantil e pelos desejos de autorrealização do pai ou mãe ou espelhados por alguém de referência. Só não me recordo se havia alguém que queria ser político, não nesses termos, muito menos para acabar com a corrupção. Talvez, naquele tempo, para a maioria das pessoas e, principalmente para as crianças, a política era algo distante e difícil de compreender e os políticos seres intocáveis, que conheciam tudo e sabiam o que fazer.
         Com o passar do tempo, evoluem-se os conceitos e com eles as atitudes. Nessa esteira, as experiências e vivências escolares devem privilegiar a descoberta de talentos e criar condições para o aluno construir seu próprio caminho. Os projetos de orientação profissional, desenvolvidos para os adolescentes em algumas instituições de ensino, contribuem para uma visão da dinâmica de mercado referente à oferta e demanda de mão de obra. Porém, importante lembrar que, há 20 anos, mais da metade das profissões e especialidades atuais não existiam, o que sugere que estamos educando sujeitos para exercerem também algumas profissões que existirão somente num futuro distante, preparando-os para solução de problemas dos quais não temos a mínima ideia. Dessa forma, o adjetivo “honesto” atrelado pelo aluno ao cargo de político é o grande sinalizador do trabalho a desenvolver e do cuidado que devemos ter com nossas crianças. Profissões, cargos e funções se modificam e se extinguem, apenas não nos podem escapar os valores humanos e éticos.
         Torna-se necessário, a cada dia, avançar na relação com os educandos. Muita coisa mudou nesses últimos anos e uma que merece atenção é o abandono da concepção que subestimava a capacidade intelectual das crianças, sendo substituída pela certeza de que elas são dotadas de conhecimento, de sabedoria, e que esse saber infantil precisa ser escutado e respeitado. Diferentemente dos discursos morais ou acadêmicos usados por nós adultos, a criança, por muito tempo tratada como uma tela em branco à espera de uma pintura por parte de quem educa, carrega consigo uma visão pura e fecunda do mundo.
         Por mais que tracemos caminhos, não temos plena governabilidade sobre nosso destino. Para todo objetivo almejado, é preciso levar em conta as variações dos percursos, os encontros e desencontros. Assim, acredito que a escolha precoce daquele aluno foi pautada na precariedade do cenário atual da política brasileira e no excesso de informações desoladoras divulgadas pela mídia e, paradoxalmente, pode fazer parte de uma fantasia. Porém, o desejo de honestidade manifestado sobressai à profissão eleita, não cabendo a nós o desserviço de eliminá-lo.”.

(SÉRGIO PORFÍRIO. Diretor do Colégio Magnum Buritis, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de SÉRGIO MALTA, presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias de Energia Elétrica, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para a energia nuclear
        A demanda por energia elétrica aumenta de forma contínua para atender às necessidades do mundo moderno e garantir qualidade de vida a uma sociedade cada vez mais exigente. Este processo impõe às autoridades governamentais de todos os países o desafio de formular políticas e executar planejamento energético para assegurar a oferta de energia elétrica, uma busca contínua pelo equilíbrio entre a oferta e demanda deste insumo fundamental.
         Este desafio vem se tornando cada vez mais complexo e difícil em função das crescentes restrições ambientais impostas à construção de novas plantas de geração elétrica. Como não há condições econômicas e energéticas para atender à demanda de energia elétrica somente com renováveis, como eólica e solar, por serem fontes interruptíveis, destaca-se a necessidade de buscar fontes que garantam, simultaneamente, segurança no suprimento da demanda; redução de emissão de gases de efeito estufa; e competitividade econômica. Entre as que atendem aos três requisitos, a energia nuclear é uma alternativa que merece ser estudada.
         Apesar do desenvolvimento e avanço das energias renováveis, impulsionadas pelos incertezas do preço e da oferta do petróleo, a matriz elétrica mundial continua baseada em combustíveis fósseis. A térmica (carvão, gás e óleo) representa 68% da geração do total no mundo, seguida pela hídrica, com 15,8%; nuclear, com 11,7%; e outras fontes renováveis com 4,5%, dados relativos a 2012. Nas previsões da International Energy (IEA), a geração elétrica vai crescer mais do que todas as outras formas de energia, com um aumento estimado em 67% até 2035; Para atender a tal incremento, a geração térmica terá sua participação reduzida para 57%, a hidrelétrica deverá se manter estável em 16%, e as renováveis devem atingir 15,6% da geração total no período.
         Do ponto de vista ambiental, destacam-se dois problemas relacionados à geração de energia elétrica. O primeiro está vinculado às emissões de CO2 pela geração térmica, pois o setor elétrico foi responsável por 28% das emissões totais no mundo, em 2012. Não por acaso, as maiores nações do mundo assinaram o Acordo de Paris em 2015 que, apesar da desistência dos Estados Unidos em lhe aderir, foi reafirmado recentemente na reunião do G20 em Hamburgo. E reafirmado pela decisão do estado da Califórnia em respeitar seus termos e pelas grandes multinacionais, como ExxonMobil e Apple, para citar algumas, de manter seus projetos de adoção de fontes alternativas de energia elétrica. O segundo problema está relacionado à ampliação da geração de energia hidrelétrica por interferir em ecossistemas que abrigam imensa diversidade de formas de vida estreitamente ligadas ao livre pulsar dos rios.
         Para atender ao aumento da demanda por energia elétrica, sem comprometer ambientalmente o desenvolvimento econômico e social, a geração nuclear tende a se tornar uma alternativa. Este processo já está em curso, pois entre 1971 e 2012, a participação da energia nuclear na geração mundial de energia elétrica passou de 2% para 11,7%, apesar de o acidente de Fukushima, em março de 2011, voltar a colocar as centrais nucleares sob forte desconfiança e provocar a interrupção de programa de usinas nucleares e o adiamento nos investimentos em escala mundial.
         No mundo, existem atualmente cerca de 440 reatores nucleares em operação localizados em 30 países, com uma potência instalada total de cerca de 380GW. A IEA constata que estão em construção cerca de 70 usinas nucleares, concentrando-se principalmente na China. O insumo da energia nuclear é o urânio, que tem uma densidade energética muito superior aos recursos fósseis, e as reservas disponíveis permitem que sua exploração ocorra por um horizonte temporal mais amplo do que o óleo e o gás.
         Além disso, a geopolítica mundial das reservas de urânio é diferente e bem menos problemática do que a do petróleo, constituindo-se em um fator estratégico em termos de segurança energética. Outra vantagem: uma usina nuclear apresenta o menor impacto ambiental em termos de emissões de CO2. Levando-se em conta o ciclo de vida da energia nuclear, ela é, ao lado da eólica e da hidrelétrica, a de menor emissão. Cabe destacar que as centrais nucleares geram energia elétrica sem interrupção, operando 24 horas por dia, 11 meses por ano, tornando-se apta a dar segurança para a operação dos sistemas elétricos.
         As incertezas sobre a energia nuclear estão relacionadas à questão vital da segurança. Embora o reduzido número de acidentes nucleares possa ser interpretado como um indicador de segurança, os impactos sobre o meio ambiente e as populações permanecem como um problema a ser enfrentado. Esse conjunto de questões está exigindo muito esforço, recursos e pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias que garantam mais segurança, dado que a energia nuclear terá, cada vez mais, um papel estratégico: garantir a oferta de energia elétrica para um mundo cada vez mais dependente desse insumo e que precisa reduzir dramaticamente o aquecimento global, como nos alerta o recente desprendimento de um iceberg de um trilhão de toneladas da plataforma de gelo na Antártida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


  

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO MARKETING GOVERNAMENTAL E A POLÍTICA A SERVIÇO DA SAÚDE NA SUSTENTABILIDADE

“Atendimento pelas empresas públicas
        A visão de marketing precisa estar presente em todas as empresas privadas, pois é um pressuposto de sua existência. À medida que uma empresa não desenvolve adequadas estratégias de marketing, ela, por não ter muitos caminhos, tantas bases para se segurar, fecha as suas portas e acaba por deixar caminhos a serem percorridos por outras organizações mais competentes que ela.
         Quando se trata de empresas governamentais, essa realidade muda bastante, pois a visão de marketing que elas deveriam adotar raramente existe, mas, em vez de deixar o mercado, por inabilidade, elas têm o Estado como tutor, e a necessidades essencial do cidadão como abono para sua existência.
         É muito complexo fazer uma avaliação fidedigna, uma pesquisa de mercado válida dentro do setor público, uma vez que os respondentes dão suas respostas baseados em uma realidade restrita, em grande parte sem poder de comparações. Muitos serviços que deveriam ser avaliados e comparados são prestados tão somente por um fornecedor e, assim, não facilitam avaliações por parte do público que não tem outras referências.
         É comum que gestores e funcionários de órgãos governamentais se amparem nas normas e burocracias a que estão submetidos e assim se sintam confortáveis em dizer não aos cidadãos, porquanto, não precisam enxergá-los como pessoas isoladas. Outro fator reconhecido que tira o interesse do atendimento é o fato de que os impostos que eles pagam não irem direto para as áreas prestadoras, mas, sim, para outros órgãos governamentais de distribuição de verbas.
         Nesse cenário, o cidadão, de maneira geral, não tem atendimento nem de médio padrão e considera isso normal, pois ele convive com suas limitações pessoais, atracado pela burocracia que domina todo o contexto e pelo medo de não ser atendido e ficar a dever ao Estado. Alguns órgãos tratam o cidadão pressupostamente como alguém que está errado, irregular, fazendo cada vez mais exigências, e não oferecendo de volta o que ele realmente precisa. Filas inumanas, taxas e tarifas, exigências burocráticas e prazos extensos para respostas são características de grande parte dos serviços públicos prestados.
         Muito se fala contra a ideia do cliente-cidadão. Ao se levar esse termo ao “pé da letra”, sempre se acharão argumentos para que se arquitrave essa ideia, que já se tenta aplicar há algum tempo. Para consultores do mundo governamental, essa questão não precisa ser levada ao nível rígido das teorias sobre o Estado. Basta querer fazer esforços para atender bem melhor o cidadão e lhe oferecer serviços de alta qualidade. Se chamamos a isso de cidadão-cliente, habitante, cliente ou contribuinte, é a mesma coisa, o que se deve ser feito é melhorar o relacionamento e o padrão das soluções dadas a eles.
         É fundamental tornar a vida das pessoas mais digna e fácil de ser vivida, quando isso estiver diretamente sob a responsabilidade do Estado. Torna-se questão sine qua non que tudo isso seja tratado com menos teoria e mais situações positivas. Menos senões e mais buscas inteligentes e rápidas de soluções!
         Marketing governamental já é praticado em muitos países, com sucesso, e não deve ser confundido com marketing político. O primeiro, no Brasil, ainda é uma novidade, está em desenvolvimento lento e é bastante combatido por quem não quer sair do “quadrado aconchegante e sem correntes frias de ventos”. Ainda persiste o modelo burocrático da era industrial, em que eram entregues serviços de massa. Estamos agora na era da informação, vivendo no chamado mundo líquido, e cada cidadão é um ser único com necessidades específicas. Se não está assim, é hora de transformação rápida.
         Não se pode culpar os diversos tipos de crises vividas no país para dizer que agora não dá para transformar. Sempre é hora de atender melhor, de tornar melhor e mais rápida a burocracia mínima necessária. Sempre é o momento de aprimorar os serviços a serem prestados.
         O governo tem em mãos os mesmos instrumentos gerenciais que as empresas privadas e se souber administrar as limitações inerentes a qualquer empresa pública é possível utilizá-los de forma eficiente e eficaz.
         O processo de modernização e aumento da qualidade dos serviços prestados ao cidadão é uma questão de decisão e de uma visão de marketing que precisa a cada dia ser disseminada em todos os órgãos do governo. O Brasil tem tudo para melhorar extraordinariamente o atendimento ao cidadão, só falta efetivamente a vontade de começar.”.

(ROGÉRIO TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach. Autor do livro 121 artigos de marketing,  em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FRANCISCO BALESTRIN, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), e que merece igualmente integral transcrição:

“Política faz mal à saúde
        Os bastidores da engrenagem política brasileira nunca estiveram tão expostos. Se antes o silêncio acobertava certas práticas, o estardalhaço nos faz, agora, perceber com mais nitidez a interferência da corrupção e de interesses isolados em nosso percurso como sociedade.
         Muito do que ocorre politicamente no Brasil acomete, com uma intensidade cruel, o bem da saúde. E essa intromissão se manifesta de algumas formas. Toda vez que um projeto de lei ou medida provisória é anunciado, por exemplo, as câmaras legislativas se movimento sobre esse tema. Alguns agem para defender o espírito do projeto – seja a diminuição de impostos, um novo benefício ao cidadão, uma discussão a respeito de normatização para operadoras de saúde ou um debate de patente de medicamentos. Mas há, também, grupos organizados à espreita de uma oportunidade para negociar contrapartidas financeiras.
         Não faltam exemplos de agentes políticos que abraçam uma causa exclusivamente para auferir alguma vantagem econômica, para si ou para o grupo a que pertencem, aproveitando-se de interesses industriais e que representam, muitas vezes, bilhões de reais de investimentos mundiais. O caso das empreiteiras, hoje em evidência, expressa perfeitamente essa dinâmica. Nós já estamos cansados de saber como isso funciona, não é verdade? E também sabemos que a saúde é um palco óbvio e frequente de tais práticas. Sentimos como nunca a conexão desses episódios com o futuro que nos alcança.
         Outra situação que atrasa os avanços no setor habita as chamadas agências reguladoras, que teoricamente deveriam minimizar a assimetria de informações e de poderes entre consumidores e indústria, ou provedores de serviços. Essas entidades têm o papel de atenuar as diferenças e, ao mesmo tempo, fomentar o segmento. No entanto, o que ocorre, atualmente, é a segregação de projetos, interesses e condutas entre as diretorias que compõem essas instituições. E o que mais elucida esta nossa reflexão: muitos estão lá por nomeação estritamente política.
         As duas grandes agências que regulam a saúde demonstram a mesma patologia política. Ainda que o sujeito seja indicado pelo setor e tenha todas as qualificações recomendadas para tal posição, sempre existe, no desenho atual, a necessidade de um padrinho. Se não há esse consentimento, a indicação, por mais técnica, competente e unânime que seja, provavelmente não irá muito longe.
         Essa é a famigerada nomeação usada para escambo político e empresarial. Com ela vem a constante incerteza de que a estrutura política que ampara a saúde representa, de fato, o cidadão.
         Quando tomamos consciência do estágio de nação e de setor que vivenciamos, a defasagem em relação aos debates internacionais é ainda mais notória. A exemplo das reuniões do board da International Hospital Federation (IHF), das quais participo, a mediação de interesses por órgãos reguladores, por exemplo, é um assunto de caráter técnico e assimilado. Já mais maduras, as discussões estão amparadas pelo entendimento de que toda ação tem por fim a garantia de cidadania e, claro, a estabilidade econômica como um todo. A pergunta feita nesses encontros é: como garantir uma assistência à saúde que seja satisfatória individualmente e que, ao mesmo tempo, cumpra com o pacto do acesso universal?.
         Eu gostaria de não mais precisar reforçar que a saúde é extremamente sensível a gastos desnecessários, corrupção e visões fragmentadas, até porquê movimenta trilhões de dólares em todo o mundo; que o aumento da longevidade do ser humano e das doenças terão impactos excepcionais na Previdência e no tratamento do paciente; que a revisão dos alicerces políticos é uma imposição. Mas, enquanto os cordões político, econômico e ideológico não tiverem uma visão ética e socialmente responsável como tecido condutor de suas operações, ainda teremos que falar sobre isso.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        



quarta-feira, 26 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A CONSCIÊNCIA DA TRANSCENDÊNCIA HUMANA E A BOA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA SUSTENTABILIDADE

“Esclarecimentos sobre os medos 
conscientes e inconscientes
         Enquanto a pessoa se mantém polarizada nos planos materiais, permanece suscetível ao sentimento do medo. Os medos subconscientes são mais numerosos que os conscientes e estão direta ou indiretamente ligados ao medo da verdadeira natureza do ser, que é imortal. Nos animais o medo apresenta características diferentes das que se fazem notar no homem, pois neste ele é aumentado por elementos psicológicos e imaginativos.
         A psicologia esotérica cita alguns medos básicos do ser humano: o da morte, o do futuro, o dar física e o do fracasso. A palavra morte é inadequada para exprimir o que realmente acontece durante o processo de transição vivido pela alma ao passar dos níveis de consciência físico, emocional e mental para outros mais sutis. Está para nós ligada a algo que termina, quando, na realidade, conforme as leis naturais e espirituais da vida, tudo se transforma e nada é definitivo. O medo da morte é fruto da ignorância dessas leis.
         O medo do futuro deve-se à capacidade de antecipação da mente, capacidade que mais tarde se transforma em percepção intuitiva. Até essa transformação suceder, a mente projeta sobre o presente ansiedades, imaginações e lembranças. Emanações do psiquismo coletivo também podem ser incorporadas pelo indivíduo, que as toma como suas; assim ele tem apreensões e sentimentos não originados em si mesmo.
         O medo da dor física, por sua vez, advém de registros de experiências do passado, gravados no subconsciente; pode emergir de modo claro ou agir subliminarmente. Muitas doenças se agravam por esse medo; não obstante, vai sendo dissolvido à medida que o indivíduo se desidentifica dos seus corpos e se eleva espiritualmente.
         O medo do fracasso resulta da necessidade de autoafirmação da personalidade. Desaparece quando ela é permeada pela alma, pois o indivíduo então compreende que tudo de positivo e correto feito por ele é na verdade realizado por energias internas, superiores, ainda por seu intermédio; já os feitos inadequados são os realizados humanamente. Esse reconhecimento traz paz ao seu consciente e aprofunda sua entrega ao eu profundo.
         Em “Curas pela Química Oculta”, o dr. José Maria Campos acrescenta: “O medo é um estado profundamente instalado na consciência do corpo físico do homem. Vivências marcantes, em outras encarnações, devido à ação poderosa de cataclismos naturais, mortes violentas provocadas pelo fogo, pela água e por representantes do reino animal, bem como a forme, pestes, doenças mutilantes, tensões sobre-humanas, entre tantas outras condições, introduziram suas vibrações no nível atômico do corpo físico, influenciaram parte de sua estrutura e perpetuaram-se.
         Como a matéria terrestre encaminha-se a patamares mais sutis, e como a estrutura do homem também se afrouxa, tais núcleos podem emergir, em parte, na consciência externa do ser. Quando o indivíduo começa a contatar, de forma mais direta, esse material, passa a vivenciar momentos de grande angústia e desespero, que abalam profundamente sua estrutura psíquica.”
         Como o medo decorre do envolvimento com as forças da matéria e suas ilusões, o indivíduo quando está unido à própria essência nada teme. A limitação da consciência ao âmbito pessoal abriga a ideia de posse, até mesmo dos corpos. Se a criatura silencia a voz dos apegos, da curiosidade e da posse, nada tem a temer.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de julho de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ROBERTO PAPINI, coordenador da área societária da Andrade Silva Advogados, e que merece igualmente integral transcrição:

“Governança corporativa
        Com o novo Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas, lançado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o país se mostra alinhado com o mundo. Assim como outros 56 mercados que já adotaram códigos nacionais de governança, inspirados no modelo “aplique ou explique”, o Brasil percebeu a necessidade de atualizar suas práticas de governança e, sobretudo, entendeu a importância de conceber um código específico para as companhias abertas nacionais em padrão alinhado à tendência internacional. Dessa forma, em tempos de investimentos globais, a adoção de um modelo de governança alinhado a mercados mais avançados contribuirá para aumentar a confiança dos investidores e tornar mais competitivo o nosso mercado de capitais.
         A estrutura do código, por sua vez, surpreende positivamente. Adota-se um modelo principiológico e flexível. Reconhecendo a diversidade das empresas, não se apoia em regramento rígido, aplicável indistintamente a todas as companhias. Não recorre a textos fechados ou adamantinos. Recomenda práticas com base em princípios e fundamentos.
         Os princípios da boa governança preconizados pelo código não surgem do nada. Foram construídos em pilares: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, que, nos termos da apresentação do documento, “permeiam, em maior ou menor grau, todas as práticas do código, e sua adequada adoção resulta em clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações com terceiros”.
         A transparência consiste em prestar informações aos interessados, além do que se impõe por leis e regulamentos. A equidade preconiza um tratamento justo e isonômico aos sócios e demais partes interessadas (stakeholders). A prestação de contas impõe aos agentes prestar contas de sua atuação de modo claro, compreensível e tempestivo e a responsabilidade corporativa expressa o dever do agente de governança de zelar pela viabilidade econômico-financeira da companhia.
         Princípios, fundamentos e práticas encontram-se distribuídos no código através de cinco capítulos distintos: Acionistas, Conselho de Administração, Diretoria, Órgãos de Fiscalização e Controle, e Ética e Conflito de Interesses. Como se vê, os quatro primeiros tratam dos órgãos que compõem o sistema de governança das sociedades e o quinto da conduta e comportamento aplicáveis a um ou mais agentes.
         Diante disso, a Agência Reguladora (CVM), por sua vez, soube como introduzir as práticas recomendadas no ambiente regulatório sem romper com os princípios perfilhados pelo Código de Governança.
         Em junho de 2017, após o processo de audiência pública, a comissão aprovou a Instrução CVM 586, que promove modificações na Instrução CVM 480 (dispõe sobre o registro de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários), para introdução de práticas de governança definidas pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa, editado pelas companhias.
         Nesse sentido, as companhias abertas, especificamente as emissoras registradas na categoria A, autorizadas por entidade administradora de mercado à negociação de ações em bolsas de valores, destinatárias diretas do novo regramento de governança, têm o dever, por força do disposto na referida norma regulamentar, de informar se seguem as práticas de governança recomendadas pelo código brasileiro, relatando ao mercado como elas foram feitas, ou então, no caso de não adoção, explicar os motivos de sua decisão, disponibilizando-as publicamente. As informações não se fazem por meio do Formulário de Referência, mas por documento periódico (Informe Sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa), cabendo aos investidores avaliarem se a estrutura de governança adotada pela empresa é ou não adequada.
         As companhias abertas são as destinatárias das práticas de governança recomendadas pelo código. Algumas dessas práticas, pelo grau de exigência e especificidade, como acontece, por exemplo, com as alusivas a Medidas de Defesa, Mudanças de Controle e Manifestação da Administração das OPAs, não guardam relação com as companhias fechadas.
         Sendo assim, o ambiente regulatório criado pelo novo Código Brasileiro de Governança Corporativa parece adequado para aumentar a confiança dos investidores, confirmando-se a importância e o acerto da participação das entidades relacionadas ao mercado na produção do documento (Grupo de Trabalho) Interagentes, coordenado pelo IBGC).
         Enfim, propicia-se às companhias abertas emissoras, em face ainda das novas regras da CVM, desenvolver as práticas de governança corporativa de acordo com um modelo atual e flexível, ou seja, com a opção de aplicar as normas estabelecidas ou então, em caso de não adoção das práticas recomendadas, apresentar ao mercado (acionistas, investidores e interessados) a justificativa sobre o assunto.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        





  
        

         

segunda-feira, 24 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A RIQUEZA DA LIDERANÇA E DA HUMANIDADE E A LUZ DA ÉTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Empresas e o capital humano
        É cada vez mais necessário o posicionamento das empresas quanto à valorização do capital humano, tendo em vista que essas pessoas são a energia motriz para que as corporações se mantenham ativas. E, para que alcancem seus objetivos, é fundamental contar com uma equipe engajada, satisfeita e, principalmente, motivada.
         Motivação nas corporações é tema que deveria exigir o máximo de atenção por parte de líderes e profissionais de recursos humanos, pois é por meio desse estímulo que o colaborador “veste a camisa” da empresa e luta pelos objetivos da companhia. A partir do momento em que formos capazes de ter a visão de que, sem funcionários engajados a empresa não existe, o sucesso organizacional estará muito mais próximo do que se imagina.
         As empresas de call center, por exemplo, movimentaram no último ano mais de R$ 45 bilhões, de acordo com dados levantados pelo Sindicato Paulista de Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos (Sintelmark), em parceria com a empresa E-Consulting. É um resultado que segue na contramão de diversos outros segmentos, que sofreram grande impacto com a crise econômica. E, baseado nessa crescente, o setor vem apostando em capacitação profissional e atendimento humanizado. E, também, no desenvolvimento de sistemas de educação nos quais a rapidez e a qualidade do atendimentos dos colaboradores têm o devido destaque, a fim de atuar de forma mais competitiva no mercado de trabalho.
         Uma aposta para esse segmento de capacitação e motivação interna são os cursos que seguem a metodologia EAD, uma alternativa que proporciona mais praticidade para compor, modificar e complementar os treinamentos, mais do que os métodos convencionais de educação. Esse modelo de ensino dirigido se propõe a preparar os colaboradores para trabalhar com novas técnicas, atualizar práticas de trabalhos, desenvolver a liderança dentro da organização, além de construir uma força de trabalhadores preparados que proporcione à empresa mais vantagens competitivas.
         Assim, não basta lançar o desafio de motivar uma equipe somente para profissionais de recursos humanos e acreditar que seu trabalho está feito. É fundamental que os líderes se envolvam para preparar os colaboradores a atuarem com novas técnicas, atualizar práticas de trabalho e desenvolver a liderança dentro da organização. Dessa forma, é possível construir uma equipe forte para se destacar no mercado nacional.”.

(VICTOR FELIPE OLIVEIRA. CEO da VGX Contact Center, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de maio de 2017, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de julho de 2017, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Moralização: a urgência
        O desafio de reverter o grave quadro de crises que afetam a sociedade brasileira requer o indispensável e urgente investimento na assimilação da norma moral, prioridade para confeccionar um tecido cultural capaz de sustentar processos que promovam o respeito, a verdade e o bem de todos. Situações absurdas confirmam que a vida pautada pela moral é ainda uma meta distante, o que exige mudanças. Um exemplo é a conduta, não rara, de indivíduos que participam de protestos contra a corrupção em grande escala ou em instâncias superiores do poder e, ao mesmo tempo, usam a energia elétrica ou a água a partir de mecanismos irregulares. Não se incomodam em assumir práticas lesivas ao bem comum e à dignidade dos outros. Essas e tantas outras situações revelam que não são suficientes apenas intervenções corretivas – por meio de reformas legais, administrativas e sistêmicas – para construir um futuro promissor, pois a falta de moralidade corrói o comportamento individual. O desafio é justamente investir para que a norma moral torne-se, para cada pessoa, força de sustentação dos propósitos e das práticas. Disso podem resultar processos renovadores, nos mais diferentes âmbitos, orientados pelo respeito inegociável ao bem comum.
         Todos precisam assumir o mesmo compromisso: tornar-se referência da moralidade. Assim se corrige um ponto muito frágil no contexto cultural da sociedade brasileira. Há uma comprometedora perda do sentido de respeito, de limite, de consideração do direito das outras pessoas. Percebe-se, ainda, crescente desleixo pelo cumprimento dos próprios deveres. As consequências são notórias: comprometimentos substituídos pelas irresponsabilidades, descasos e indiferenças. É preciso reconhecer que a vivência da cidadania só pode ganhar novos horizontes quando são assimiladas normas morais. De outra forma, serão crescentes as perdas que impactam a sociedade, enjaulando-a nos atrasos de toda ordem, que são produzidos, exatamente, pela imoralidade presente nos atos e nas escolhas.
         A norma moral não pode ser considerada simplesmente como rigidez a ser sempre contestada, em nome da procura por liberdade. Essa busca não pode precipitar cada indivíduo na vala da anomia – acreditar que tem o direito de não respeitar normas, configurando uma permissividade que acirra as crises e as injustiças. Assumir a necessidade de uma norma moral é imprescindível e, para isso, oportunidade de ouro é reconhecer a importância dos valores cristãos, que convocam as pessoas a fazer o bem e a evitar o mal. Nesse sentido, ensina a Constituição Pastoral Gaudium et Spes – sobre a Igreja no mundo atual, fruto do Concílio Vaticano II: “No mais profundo de sua consciência, o homem descobre a existência de uma lei a que deve obedecer e cuja voz ecoa, quando necessário, nos ouvidos do coração, advertindo-o de que deve amar e praticar o bem e de que deve evitar o mal”.
         Deus é quem inscreve essa instância moral que atravessa a consciência humana. Por isso, indiscutível é priorizar a espiritualidade como experiência cotidiana na formação da consciência. Um investimento que convence a respeito da centralidade da prática do bem. A experiência espiritual é um remédio indispensável no enfrentamento da delinquência, nas suas mais diferentes configurações, que entorta os rumos da sociedade e oficializa dinâmicas perversas, por fazer ruir o verdadeiro sentido da vida. Uma sociedade delinquente deixa assorear, progressivamente, as suas fontes culturais e não consegue trilhar um caminho que leve a avanços, pois não há garantia da qualificada participação cidadã e da proteção à vida. Por isso, os cenários de uma sociedade imoral ou desmoralizada são de grande confusão e de incompetência. O caos se expande justamente porque, mesmo reconhecendo que há muitas situações a serem corrigidas, não se sabe por onde começar, como aplicar a justiça e de que modo é possível abrir os caminhos para os reparos necessários. Diante de tanta confusão, prevalece o pessimismo, que se manifesta em uma crença muito comum: ninguém presta, nada presta e não há saídas para as crises que se multiplicam.
         Os segmentos diversos da sociedade, para além de discursos, precisam articular posicionamentos alicerçados na moralidade. Esse movimento na direção do que é norteado pela moral tem força para garantir seriedade e justiça nos diferentes processos, o compromisso com a verdade e o bem de todos. A grande mudança necessária em todo o contexto social exige uma reformulação interior de cada pessoa. Esse exercício requer enfrentar a avalanche de conexões deficitárias, que desconsideram a importância dos valores e princípios – norteadores do gosto pelo que é honesto e transparente. Um inadiável desafio para a sociedade brasileira é, pois, investir na moralização, mas sem o moralismo – mecanismo que apenas cria uma imagem pública ilusória, diferente do que efetivamente se faz, fala e realiza.
         O desafio é grande porque exige mais ética, tanto das autoridades políticas quanto dos demais cidadãos, nas suas diferentes tarefas cotidianas. Demando comportamento ético na esfera pública e no âmbito da privacidade. Os sistemas educativos e governamentais, as práticas religiosas, todas as instâncias capazes de interferir na modelagem, promoção e assimilação de valores precisam de atenção e reconhecimento, para que se alcance a meta comum de configurar novo tecido cultural, Efetiva-se, assim, um processo, a partir da sinergia de diferentes instâncias, capaz de garantir a moralização necessária à sociedade brasileira, conduzindo-a rumo a novos caminhos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...