segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ E DEMOCRÁTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Política pesa mais que racionalidade em investimentos públicos

        Temos grande dificuldade em priorizar gastos em geral e investimentos em particular. Quando os recursos têm dono, a tarefa é mais fácil, mas não quando se trata de recursos de 212 milhões de “acionistas”.

         Tal problema tem sido encarado há muito tempo, desde 1870, através de estudos desenvolvidos pelos americanos Arthur Mellen Wellington, John Charles Lounsbury Fish  e Eugene L. Grant, que deram base ao que é intitulado, desde 1930, engenharia econômica (“engineering economy”). Trata-se de priorizar investimentos de forma a otimizar a repercussão para a sociedade em que estão inseridos, levando-se em conta o tempo e a taxa de juros. Em outras palavras, considera-se o custo do tempo (oportunidade) para elevar o bem estar da sociedade o mais rapidamente possível.

         No Brasil, em geral, os investimentos públicos não passam pelo crivo desses instrumentos. O que manda é a geografia política, a ideologia, o DNA partidário, são as emendas parlamentares com todos os seus vícios, gerando-se gastos exagerados, obras faraônicas a serem inauguradas num futuro remoto.

Resultado: recursos financeiros, mão de obra, matérias-primas e, principalmente, tempo, mal utilizados.

Exemplos de aplicação de tais conceitos não faltam: um investimento em saneamento trará o benefício de menos gastos com internações nos hospitais, menos ausências ao trabalho e às escolas, maior produtividade e bem estar à população.

Com o mesmo custo, a construção de uma praça de lazer, embora mais eleitoreira, deveria ter menor prioridade, pois sua relação entre benefícios e custos seria menor. Da mesma forma, gastos (“custos”) com manutenção de encostas, limpeza de galerias pluviais e dragagem de calhas de rios reduzem (“benefícios”) os danos materiais e humanos decorrentes de inundações nos períodos de chuvas.

Investimentos em educação aumentam a produtividade do trabalho, bem como reduzem custos decorrentes de acidentes, aumentam a qualidade da alimentação e a atenção à saúde pessoal etc.

Manutenção de patrimônio público economiza gastos de sucateamento e reconstrução, embora nossos políticos gostem mais da palavra “inauguração”.

Tudo pode ser razoavelmente quantificável, possibilitando uma ordem de prioridade, embora a tentação eleitoreira e a corrupção sempre afastem a opção mais eficiente.

Nas subcontratações para execução das obras, bem como nas concessões de serviços públicos, as taxas de retorno das firmas privadas (“lucro/investimento”) serão as requeridas pelos empresários e não as decorrentes de concorrências vencidas pelo critério do preço mínimo.

A autoridade pública deve levar tal fator em consideração, pois um empresário aventureiro, após vencer um certame sob esse critério, buscará sua taxa de retorno de qualquer jeito, através de aditivos, “lobby” e decréscimo de qualidade que poderá acarretar acidentes e interrupção dos serviços à população.

Uma sociedade que utiliza tais princípios em seus investimentos, principalmente os públicos, tem maiores chances de se desenvolver economicamente em menor tempo, evitando desperdícios, duplicidades, enfim, utilizando da melhor forma seus recursos disponíveis. E tais critérios têm sido utilizados pelos países mais desenvolvidos há muito tempo.”.

(Fernando Cariola Travassos. Engenheiro, advogado e doutor em economia (USP), é pesquisador do Centro de Governança Econômica Global da Universidade Columbia (EUA), em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de novembro de 2020, caderno mercado, coluna opinião, página 1).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 20 de novembro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Eleições e cidadania

        O papa Francisco, na carta encíclica Fratelli Tutti, fala da “política melhor” – a que está a serviço do bem comum, de modo a reverter as configurações lamentáveis de um contexto político que dificulta o caminho para um mundo mais fraterno. É evidente que a prática política, incluindo a partidária, não pode ser pautada por diletantismos ou por paixões similares às que envolvem disputas esportivas. Menos ainda deve servir de trampolim para se alcançar metas cartoriais e garantir interesses de oligarquias, em detrimento do bem de todos. Por isso mesmo, espera-se que, com a conclusão do processo eleitoral, seja iniciado novo ciclo no exercício da cidadania, relacionado ao acompanhamento mais severo e criterioso dos processos executivos e legislativos de cada município.

         Trata-se de desafio enorme, pois há uma equivocada compreensão, enraizada na cultura, que enjaula o exercício da cidadania. O cidadão tem o direito e o dever de acompanhar atentamente os eleitos, exigindo de seus representantes desempenhos almejados e inadiáveis. Mas, em geral, o exercício da cidadania limita-se ao voto, prescindindo-se do acompanhamento de mandatos. Abre-se mão de uma essencialidade na democracia: a tarefa cidadã de fiscalizar, de informar-se e de opinar sobre a política.

         Essa lacuna no exercício da cidadania é prejuízo inestimável. A eleição de um prefeito e de vereadores representa voto de confiança à luz de critérios que balizam a escolha efetivada nas urnas. Porém, os eleitos não podem conduzir seus mandatos sem acompanhamento e fiscalização, livres para fazer o que julgam ser conveniente. Sem adequado acompanhamento, representantes do povo podem se achar no direito de oferecer migalhas à população, permanecendo-se distantes de uma gestão competente, moderna e pautada pelos parâmetros de um desenvolvimento integral.

         A indiferença habitualmente reinante quanto ao que prefeitos e vereadores fazem precisa ser vencida. Para isso, é imprescindível a participação cidadã, orientada para o bem civilizatório da sociedade. Obviamente, essa participação não pode ser isolada ou ocorrer de modo individual. Demanda-se envolvimento de todos, para que seja cada vez mais difícil às máquinas administrativas e legislativas priorizarem apenas interesses particulares. Sem a participação dos cidadãos no acompanhamento e na fiscalização de mandatos, haverá sempre o risco de gestões incapazes de promover o desenvolvimento demandado, principalmente, pelos mais pobres. Serão perdidas as oportunidades oferecidas por este terceiro milênio, com seus avanços tecnológicos e civilizacionais.

         A instituição dos conselhos municipais, a prática do orçamento participativo e as diferentes interpelações apresentadas por variados segmentos da sociedade – religiosos, civis e culturais – precisam cada vez mais se consolidar, tornando-se plataforma crítica para a avaliação de processos, elaboração de políticas públicas, de debates sobre variados temas. O diálogo e os debates enriquecem a política com a participação cidadã. E para alimentar essa participação, é preciso romper com a prática de se contentar com o mínimo. A sociedade deve ser exigente, redobrando a atenção aos procedimentos, práticas e condutas de seus gestores, que cada vez mais são desafiados a tomar decisões respeitando princípios de uma ecologia integral.

         As urgentes mudanças necessárias a este tempo não virão sem o envolvimento crescente de cada parcela da sociedade, partindo da compreensão de que os eleitos são servidores públicos com a missão de promover o bem comum. Aqui, torna-se importante retomar uma preciosa admoestação do papa Francisco: “A consistência de tudo isto poderá ser bem pouca, se perdermos a capacidade de reconhecer a necessidade de uma mudança nos corações humanos, nos hábitos e estilos de vida. É o que acontece quando a propaganda política, os meios e os criadores de opinião pública persistem em fomentar uma cultura individualista e ingênua à vista de interesses econômicos desenfreados e da organização das sociedades a serviços daqueles que já têm demasiado poder”.

         A sociedade civil, a partir de adequada participação cidadã, particularmente no acompanhamento e fiscalização dos políticos eleitos, precisa se mobilizar, para que o serviço público seja capaz de contribuir com as mudanças necessárias a este momento. Somente assim as eleições se consolidam em adequado ato de cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 317,48% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,91%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,92%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

  

       

 

          

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER TRANSFORMADOR DAS ESCOLAS INFANTIS NA SUSTENTABILIDADE

“A liderança que nasceu da crise

        Com a Covid-19, a dinâmica global passou por várias mudanças rapidamente, e com isso, não apenas as empresas precisaram se adaptar, mas os profissionais também. Em especial as lideranças, que tiveram e ainda estão aprendendo a motivar, inspirar e a desempenhar suas funções remotamente. Afinal, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA), 46% das empresas no Brasil adotaram o home office, e, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), essa modalidade de labor deve saltar 30% após a crise.

         Diante disso, a tarefa de liderar, que já é desafiadora, ficou ainda mais difícil com a distância, mas, ao mesmo tempo, fez surgir novas habilidades profissionais e perfis de gestão. Lideranças que descobriram talentos ainda inexplorados e se adaptaram rapidamente.

         Um exemplo de líder que vem se destacando hoje é aquele que tem um olhar mais humano, voltado para o colaborador, com empatia aguçada e que vê além da entrega de resultados.

         Outra característica em quem trabalha com gestão de pessoas e que passou a ter papel chave com a pandemia é o estímulo à comunicação. A liderança que contribui para que o time perca o medo de perguntar, comunicar e de participar, consegue contribuir para o desenvolvimento de soluções melhores.

         Um estudo realizado pela AL+ People & Performance Solutions, com executivos do país, apontou que 24,3% acreditam que a comunicação foi um dos principais obstáculos sentidos com o home office, enquanto 25,4% acham que foi manter o engajamento à distância, e outros 33,9%, a cultura organizacional. E é nesse sentido que a habilidade de inspirar e dar o exemplo, dos líderes que conseguiram se transformar com a pandemia, ganharam mais força.

         “Colocar a mão na massa”, compartilhar conhecimento e ensinar, mesmo de longe, ter atitude e mostrar para os liderados que se está com eles têm encurtado distâncias. O time precisa ter uma referência, mas visualizar rotineiramente essa pessoa agindo.

         Outra habilidade dos gestores revelados pela crise é saber reconhecer talentos individuais remotamente. Ao enxergar isso, confiar na equipe e dar oportunidade para o desenvolvimento de novas lideranças, quem está no comando motiva e conquista quem atua com ele. Assim, além de delegar mais, o líder chega a soluções mais rápidas e assertivas.

         Um case que ilustra a importância da confiança, em equipe, vem do ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Após a Crise de 1929, ele reunião um time de especialistas, com republicanos e democratas e pediu soluções rápidas, confiando que eles colocariam o país acima da política. Dessa ação nasceu o New Deal, plano para recuperar a economia. Embora não tenha acabado com a crise, o programa trouxe estabilidade.

         Assim como Roosevelt, os líderes que nasceram da crise ocasionada pela pandemia descobriram o valor da confiança. Mas não apenas isso, eles conseguiram se adaptar rápido. E é isso que se espera das lideranças futuras.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de /belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de14 de novembro de 2020, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de novembro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Aloisio Araujo e Bruno Ogava, e que merece integral transcrição:

Professor titular da Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE/FGV-RJ) e pesquisador do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), é assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes

Bacharel em ciências econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutorando na EPGE/FGV-RJ),

“Educação infantil e o novo Fundeb:

três pilares para a eficiência

        O Brasil tem a oportunidade única de romper o ciclo vicioso da pobreza, reduzir a desigualdade de oportunidades, promover o desenvolvimento cognitivo de crianças e incluir mulheres no mercado de trabalho com ampliação de creches e pré-escolas de qualidade. O novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) aumentará expressivamente o dinheiro público disponível para isso. O perigo é uma expansão desordenada da rede de ensino, que não garanta o mínimo de qualidade.

         Para fugir dessa armadinha, é preciso criar um sistema de avaliação capaz de medir os impactos dessa expansão de gastos e aperfeiçoar o ensino. No quadro de restrição fiscal, o melhor é aproveitar estruturas governamentais já existentes para a tarefa. O Inep, órgão responsável por monitorar a qualidade da educação, já realiza pesquisas que podem e devem ser ampliadas para conferir os três pilares de uma revolução educacional.

         O primeiro é aplicar em todo o país um exame que ainda é feito em caráter amostral. A cada dois anos, o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) observa a performance dos estudantes. São medidos os impactos da educação infantil nas habilidades cognitivas, como as capacidades de leitura, escrita e matemática. Entretanto, esse exame não avalia representativamente as redes municipais.

         Da mesma forma, o segundo pilar se baseia noutra pesquisa do Inep, o Censo Escolar. Anualmente, são avaliadas a qualidade das instalações e dos professores, além do número de matrículas. É possível saber se há parquinhos, a proporção de crianças por adulto e até o grau de escolaridade dos educadores. No entanto, faltam dados. É possível saber, por exemplo, se é oferecida merenda, mas não se é adequada ou não.

         O terceiro pilar trata de outras dimensões do desenvolvimento que ficam de fora dessas duas pesquisas, como as habilidades socioemocionais e psicomotoras; e funções executivas (atenção e memória). Dificilmente isso pode ser medido numa pesquisa padronizada e centralizada, e não existe um consenso internacional de como fazê-lo.

         Seria preciso criar centros de estudos descentralizados com pedagogos, psicólogo, médicos, neurocientistas, estatísticos e até profissionais de ciências sociais e economia. Fundações de Amparo à Pesquisa e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) podem financiar projetos de pesquisas multidisciplinares com parte dos recursos do Fundeb.

         Só com um sistema mais flexível é possível acompanhar aspectos relevantes da vida das crianças, como a situação médica, a exposição à violência doméstica e dificuldades de aprendizagem, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Com pesquisas de ponta, ainda poderemos avaliar a eficácia de diferentes técnicas de ensino.

         Experiências como a da província de Québec (Canadá) mostram que é possível desperdiçar recursos públicos com investimentos malfeitos. Lá houve a universalização do acesso à educação infantil, mas foi observada uma piora no comportamento e nas habilidades motoras e sociais das crianças. Com mais instrumentos, evitaremos repetir os erros.

         James Heckman, Nobel em Economia em 2000, mostrou que investimentos em educação infantil figuram entre os usos mais eficientes dos recursos públicos. Estão entre as melhores opções para um governo devido a ganhos de produtividade, maior pagamento de impostos, menor uso de serviços sociais, menor taxa de incidência criminal e menor risco de gravidez. O grupo liderado por Heckman mostrou que os resultados são melhores quanto mais cedo os investimentos forem realizados e que isso aumenta a renda familiar no futuro.

         Se o Brasil abraçar os três pilares, garantirá creche e pré-escola de qualidade e romperá o ciclo de pobreza. Pais e, principalmente, mães entrarão no mercado de trabalho. Na prática, o acesso à educação infantil funciona como uma transferência de renda indireta e muda a realidade de um país desigual, onde apenas 23,7% das crianças de 0 a 3 anos das famílias mais pobres frequentam creches e 52,8% das mais ricas têm educação infantil. E esse número não difere a qualidade do ensino que recebem esses dois grupos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 309,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 114,16%; e já o IPCA,  em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,92%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

  

       

 

 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA ECONOMIA CIRCULAR NA SUSTENTABILIDADE

“Avaliação das políticas públicas: uma agenda perdida

        Após mais de seis meses de enfrentamento da Covid-19 é necessário avaliar a qualidade das políticas implementadas e dos gastos públicos realizados.

         Como se sabe, os gastos foram bastante elevados, e sua análise deveria servir de aprendizado, seja para um eventual enfrentamento de uma nova situação extraordinária, seja também para estabelecermos uma saudável e imprescindível cultura da avaliação das políticas públicas brasileiras.

         Segundo levantamento da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, até o dia 20 de outubro de 2020, foram gastos aproximadamente R$ 456 bilhões. Os principais gastos já realizados foram: a) auxílio emergencial: R$ 241 bilhões; b) auxílio financeiro aos Estados e municípios: R$ 60,1 bilhões; c) apoio às pequenas e médias empresas: R$ 52,9 bilhões; d) programa de manutenção do emprego: R$ 52,0 bilhões.

         Não há dúvidas de que quase todos os gastos eram necessários e que os resultados foram importantes, sobretudo no que se refere ao combate à pobreza e a diminuição do impacto sobre a economia de um dos maiores desafios do nosso tempo.

         Entretanto, não se sabe nada a respeito do grau de eficiência dos programas. Qual foi a avaliação de cada uma das medidas efetivadas? Quais políticas foram acertadas e quais os aperfeiçoamentos seriam recomendados? Onde o desenho da política pública falhou? Qual ação gerou um maior impacto em termos de qualidade de vida das pessoas? Qual foi o custo-benefício de cada uma das medidas?

         Simplesmente, ninguém sabe. No Brasil, engatinhamos quando se trata de avaliação de políticas públicas e quase sempre estamos chegando atrasados, de depois do leite derramado. Qualquer política pública deve ser monitorada, avaliada e aperfeiçoada continuamente ao longo de sua implementação. O monitoramento e avaliação devem ser compreendidos não apenas como um mecanismo de combate à corrupção, mas sim como um instrumento de gestão pública, capaz de aperfeiçoar boas políticas públicas e medir o impacto de cada uma das medidas.

         É hora de discutir mecanismos permanentes, sistematizados e obrigatórios de avaliação, monitoramento e aperfeiçoamento de todas as políticas públicas. Os parlamentos, a sociedade, os órgãos de controle e as universidades podem contribuir decisivamente para uma ampla promoção da avaliação das públicas no Brasil.

         Não se pode ficar no achismo. Os recursos são escassos e, nunca é demais dizer, do contribuinte. Neste caso, cabe uma advertência atribuída a Margareth Thatcher, que reproduzo de lembrança, mais ou menos assim: jamais esqueçam que não existe dinheiro público. Todo dinheiro arrecadado pelo governo é tirado do nosso orçamento doméstico, da mesa das famílias. E, no nosso caso, acrescentaria – dada a regressividade absurda do sistema tributário – da mesa das famílias brasileiras mais pobres.”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 17 de novembro de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Fernando Túlio, Gabriela de Matos e Hannah Machado, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um ‘Green New Deal’ para São Paulo?

        Diante de um novo mundo de sucessivos colapsos econômicos e ambientais, conflitos, migrações em massa e ascensão de governos que se aproveitam dessas crises para atacar a democracia, São Paulo, maior economia municipal da América do Sul, pode liderar a construção de um pacto ecológico e inclusivo no contexto larino-americano.

         O chamado “Green New Deal” já vem sendo discutido ao redor do mundo. O termo alude ao “New Deal”, conjunto de medidas econômicas radicais tomadas pelo presidente norte-americano Franklin Roosevelt, nos anos 1930, para reverter os efeitos da Grande Depressão.

         Uma nova economia demanda um novo modelo de planejamento e gestão de nossas cidades. Já possuímos o conhecimento necessário e não é mais questão de se, mas de quão rapidamente podemos fazer essa transição. As prioridades são a reestruturação urbana, ambiental e produtiva, como estabelece o Plano Diretor. Em sua função de qualificar o debate sobre as cidades, o IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo) gostaria de apresentar as medidas que considera centrais:

         1) Implementar projetos na orla dos principais rios e ferrovias da cidade – antigas áreas industriais hoje subutilizadas –, com estímulos para novas atividades produtivas e criação de empregos. A prefeitura poderá leiloar cerca de 55 milhões de m², arrecadando entre 7 e 9 bilhões para a implantação de ciclovias, calçadas, moradias sociais, áreas verdes, corredores de ônibus etc.;

         2) Desenvolver projetos participativos de transformação urbana e social nas periferias, hoje fragmentados e descontínuos pois capturados pelo poder político local, que negocia cargos em equipamentos e subprefeituras. Reforma-se uma praça, mas sem preocupação com conservação, e logo o esforço se perde. Um planejamento adequado é necessário para melhorar a qualidade de vida em lugares como Cidade Tiradentes, onde os moradores vivem em média 23 anos a menos do que os habitantes de Moema;

         3) Construir todos os corredores de ônibus previstos no Plano Diretor para estabelecer novas centralidades urbanas, criando no entorno 10 milhões de m² em potencial construtivo para habitação próxima ao transporte;

         4) Criar uma instância capaz de gerir políticas de ocupação de imóveis ociosos, valorização do patrimônio histórico e inclusão produtiva da população marginalizada no centro da cidade. Programas muito bem-sucedidos têm mobilizado pessoas em situação de rua para o trabalho na zeladoria urbana em troca de salário e moradia, enquanto recebem assistência de saúde e psicológica.

         5) Regionalizar o Orçamento municipal – cuja projeção de investimentos para a próxima gestão é de R$ 11,5 bilhões – proporcionalmente à necessidade de cada uma das 32 subprefeituras, a partir de critérios socioambientais, conforme recomenda o projeto (Re)age SP. Apenas 9,3% do gasto proposto em 2020 tem a localização informada no orçamento, o que gera distorções e deseconomias;

         6) Integrar políticas sustentáveis no cinturão verde, como a compra pública dos produtos de agricultores orgânicos, que contêm a expansão urbana por grilagem de terras e garantem comida saudável para os alunos de escolas públicas.

         A abordagem circular da economia, que considera a interdependência das questões sociais, ambientais e produtivas, potencializa os investimentos públicos e privados ao atacar problemas em conjunto. Ao favorecer, por exemplo, o deslocamento a pé e de bicicleta, o município economiza com saúde pública ao evitar doenças. Menos doentes, as pessoas faltam menos ao trabalho, fortalecem a economia e geram mais impostos para investimento em transporte coletivo e em infraestrutura na periferia, diminuindo os deslocamentos, o que melhora também a qualidade do ar. Um ciclo que se retroalimenta e favorece a todos.

         Se as políticas urbanas, além de integradas, forem interseccionais, levando raça e gênero em consideração – categorias intrinsecamente ligadas a mortes precoces e à vulnerabilidade social –, São Paulo pode liderar o caminho para uma nova política urbana, mais humana e sustentável ambiental e economicamente. Precisamos fazer o pacto social para implementar essas mudanças.’.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 309,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 114,16%; e já o IPCA,  em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,92%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.