terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA VIDA A DOIS E O PODER DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“Namoro e vida a dois
        A vida a dois tem a sua beleza e a sua complexidade. A beleza está nos sonhos, no romantismo, nas superações, no diálogo, na partilha. A complexidade, na particularidade de cada pessoa, sua história de vida, suas expectativas, desejos e perspectivas.
         A história de duas vidas que se unem e propõem a caminhar lado a lado é única, irrepetível. Entre encontros e desencontros, construções e desconstruções, o casal vai desenhando e escrevendo o seu relacionamento.
         Ao contrário do que muitas vezes se imagina e idealiza, a vida a dois é um caminho cheio de curvas, com altos e baixos, que precisa ser enfrentado de forma compartilhada. As bases que sustentarão a relação serão sempre o respeito e o amor.
         O respeito de uma para com o outro é imprescindível, uma vez que pequenos deslizes, se não corrigidos a tempo, podem se tornar frequentes, crescer e invadir o espaço e a dignidade alheia, comprometendo a continuidade do relacionamento. E é preciso amar. Se é certo que “amar se aprende amando”, como dizia Drummond, também podemos nos atrever a dizer que quanto mais amamos, mais maduro fica o amor.
         Respeito e amor devem caminhar juntos para que a vida a dois tenha cor e brilho. E mais: é fundamental saber perdoar, ter paciência, aceitar diferentes pontos de vista e, em termos práticos, reservar os momentos para continuar namorando. Sim, namorar sempre. E aqui cabem algumas considerações em relação ao namoro.
         É preciso continuar namorando para conhecer mais, para se encantar com os mistérios do outro, para dialogar e permitir o amadurecimento do amor. Infelizmente, com o passar dos meses e dos anos, muitos casais perdem o romantismo, não saem juntos nem reservam com regularidade “tempo para conversas e afetos”. Permitem que o relacionamento se esfrie. Deixam a rotina e a monotonia tomar conta de suas vidas. Aos poucos a distância vai aumentando e o relacionamento enfraquece, atrofia.
         Sabemos que com o nascimento dos filhos a vida do casal sofre mudanças. Novas demandas e necessidades são percebidas. Podem surgir momentos críticos e situações difíceis de lidar à medida que os filhos crescem. O mesmo pode acontecer quanto se enfrentam as doenças, as perda, os problemas financeiros, entre outros. Esses períodos delicados – com repercussões diferentes em cada pessoa e casal – exigem um grande esforço para manter acesa a chama do diálogo e do afeto que ilumina e sustenta a relação a dois.
         O namoro é o tempero fundamental para dar sabor à relação e fortalecê-la no enfrentamento das “noites escuras” que podem surgir. É um ingrediente muito importante. Não podemos afirmar que seja a garantia absoluta da continuidade do relacionamento, porque alguns fatores podem interferir na estabilidade da relação (valores, escolhas, comportamentos e atitudes, entre outros), mas o namoro, com certeza, torna o relacionamento mais fortalecido e, também, contribui para a saúde das pessoas envolvidas. Cabe aqui uma observação: nos consultórios, observamos que grande parte dos problemas de saúde (doenças psicossomáticas) tem como uma de suas prováveis causas as dificuldades nas relações interpessoais.
         Se conversarmos com alguns casais que conseguiram construir uma boa convivência, certamente ouviremos várias dicas. É bom que seja assim. Levando em conta as singularidades das pessoas e dos contextos, as dicas  trazem reflexões e contribuições ao sinalizar para novas práticas e perspectivas. Cada casal, entretanto, deve amadurecer no decorrer dos dias o seu próprio caminho.
         Seja qual for o caminho escolhido para se construir uma boa vida a dois, sempre é importante destacar que os espaços de diálogo e namoro contribuem para o conhecimento das pessoas e para o crescimento do amor. Essa afirmativa é fortalecida por uma frase que constantemente repetimos: “É preciso conhecer para a amar”.
         Para os que iniciam a vida a dois – cheios de planos e sonhos – e para aqueles que já estão juntos há algum tempo, fica a sugestão: vivam a vida de vocês... namorando.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina de família e comunidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de fevereiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Boa notícia é informação
        Impressiona-me o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência, por óbvio, não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito lateral que deve ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. A enxurrada de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados se o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. E não é verdade. Podemos, todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.
         Mesmo em épocas de crise (e estamos vivendo uma gravíssima crise de segurança pública), é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O jornalismo de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário, a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de espetáculo. O resultado final é a potencialização da crise. Alguns setores da mídia têm feito, de fato, uma opção preferencial pelo negativismo. O problema não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos aspectos sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento.
         O que eu quero dizer é que a complexidade da violência não se combate com espetáculo, atitudes simplórias e reducionistas, mas com ações firmes das autoridades e, sobretudo, com mudanças de comportamento. O que critico não é a denúncia da violência, mas o culto ao noticiário violento em detrimento de uma análise mais séria e profunda.
         Precisamos, ademais, valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam construir avenidas ou ruelas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem-fim não pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que, diariamente, se empenha na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing colaboram, e muito, na construção da cidadania.
         Neste Brasil sacudido por uma tremenda crise ética, alimentada pelo cinismo e pela mentira dos que deveriam dar exemplo de integridade, há, felizmente, uma ampla classe média sintonizada com valores e princípios que podem fazer a diferença. E nós, jornalistas, devemos escrever para a classe média. Nela reside o alicerce da estabilidade democrática. O que segura o Brasil é o cidadão comum. É o trabalho honrado e competente. É o empreendedorismo que consegue superar o terreno minado pela incompetência do Estado. É o empresário que toca o negócio e não dá propina. Sou otimista. Apesar de tudo.
         A juventude, por exemplo, ao contrário do que fica pairando em algumas reportagens, não está tão à deriva. A delinquência bem-nascida, denunciada muitas vezes neste espaço opinativo, está longe de representar a maioria esmagadora da população estudantil. A juventude real, perfilada em várias pesquisas e na eloquência dos fatos, está identificando valores como amizade, família, trabalho. O futuro depende de esforços pessoais que se somam e começam a mudar pequenas coisas. É preciso fazer o que é correto, e não o que pega bem. Mudar os rumos exige, sobretudo, a coragem de assumir mudanças pessoais.
         A boa notícia também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial aos que pretendem fazer do jornalismo um refém da cultura da violência.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 484,06% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL E OS DESAFIOS DA SEGURANÇA DIGITAL E DO RIO SÃO FRANCISCO NA SUSTENTABILIDADE

Segurança da informação digital
        Um dos maiores desafios que enfrentamos na área da segurança da informação é encontrar – e manter – profissionais talentosos e capacitados para lidar com as transformações digitais. Ouvimos de nossos clientes as dificuldades de encontrar candidatos, até de vagas de alto escalão, como a de CSO (chief security officer), que atendam aos requisitos da vaga, que atualmente, vão além do conhecimento técnico.
         Segundo o estudo Networking Skills, encomendado pela Cisco à IDC, cerca de 49% do déficit de profissionais de rede, em 2015, na América Latina, foi especificamente por falta de especialistas em segurança. Em 2019, os profissionais de segurança representarão ainda 46% da lacuna na região. E o Brasil deve seguir essa tendência.
         Quais são as razões para isso? Tamanha demanda aponta que existe uma relação intrínseca das novas habilidades requeridas para os profissionais deste setor, pois implica trabalho em conjunto das áreas de tecnologia e segurança com as áreas de negócio das empresas.
         Hoje, qualquer organização que tenha uma presença on-line é confrontada com um problema duplo: enquanto os cibercriminosos estão rapidamente evoluindo suas táticas, as instituições sofrem com a falta de mão de obra qualificada para antecipar-se às vulnerabilidades. E os riscos não se limitam ao setor privado, obviamente. Enquanto nas empresas os prejuízos são de ordem financeira, em hospitais, municípios, agências governamentais e outras entidades, o que estão em jogo são os dados e a privacidade de milhares de cidadãos, sem contar o risco de morte, também.
         Ou seja, a segurança da informação já não é mais um problema somente dos departamentos de tecnologia, mas uma questão que afeta diretamente todos, seja cada área de uma empresa ou pessoa física.
         Por isso, a segurança não é só preocupação das grandes empresas, uma vez que o negócio das empresas depende mais e mais de conectividade, independentemente do seu porte. A relevância do profissional de segurança incrementa proporcionalmente, iniciando pela segurança da rede e do usuário final e evoluindo para ameaças mais avançadas do cibercrime.
         O estudo Networking Skills da IDC também apontou que 86% das empresas na América Latina já têm alguma estratégia – mesmo que ainda em fase inicial – para segurança. Porém, apenas 42% indicaram a inclusão do gerenciamento de vulnerabilidade. O que comprova oportunidades para o profissional especializado.
         Além disso, se antes a segurança se restringia muito mais aos terminais (desktops, smartphones, etc.), com o mundo conectado tudo mudou. Agora, com todas as coisas interligadas, não há mais “bordas” nas redes, e a proteção das informações deve se estender por todas as camadas da infraestrutura. Para se adicionar frente a este cenário, a tecnologia evolui constantemente, e, muitas vezes deixa os profissionais de TI sem o conhecimento das novas soluções necessárias para proteger suas organizações. Ora, com tantas transformações, é mais que natural que o papel do profissional de segurança também tenha mudado.
         Hoje, o mercado abre portas para novos profissionais na área de TI, com perfil dinâmico, conhecimento nas diferentes esferas do negócio, para justamente poder contextualizar a segurança, que atua como uma alavanca para aumentar a receita e a geração de negócios das empresas. Habilidades como criatividade e proatividade somam-se aos critérios técnicos já que com a integração de diversos setores a segurança está muitas vezes presente na estratégia de marketing, no desenvolvimento de produtos e serviços e interligada a outras áreas. O profissional não apenas deve ser capaz de monitorar, identificar, isolar e mitigar ameaças em tempo real, como também de gerenciar a segurança como um todo – desde educação (e conscientização), por meio de treinamentos de todos os usuários de rede sobre as práticas de segurança e privacidade, a insights valiosos para as organizações.
         Para isso, entendo que devemos juntar esforços e ajudar a indústria e os usuários de internet a enfrentar os desafios atuais e futuros de segurança das redes, ajudando nas transformações e evoluções da economia digital.”.

(PAULO BREITENVIESER. Diretor de segurança da Cisco Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de OSVALDO FERREIRA VALENTE, engenheiro florestal, professor aposentada da UFV e especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas, e que merece igualmente integral transcrição:

“O cansaço do Velho Chico
        Ao ler as reportagens publicadas no Estado de Minas sobre a situação do nosso Velho Chico, o cantado e decantado rio da integração nacional, fiquei imaginando que se ele tivesse o dom da fala estaria reclamando de cansaço. Cansaço não de ainda estar singrando por corredeiras e remansos entre nascentes e foz, mas de atitudes daqueles que mais exploram suas desgraças do que ajudam na sua salvação.
         Em primeiro lugar, acho que reclamaria do cansaço de ficar exposto em reunião intermináveis de comitês e associações diversas, simpósios e seminários. Ver quase sempre as mesmas pessoas falando sobre as mesmas agruras sofridas por ele: diminuição de vazão, assoreamento, poluição de suas águas etc., etc. E sempre falando que é preciso fazer isso e aquilo. Fica sempre com a impressão de não estar em novo atividade, mas apenas assistindo à apresentação de vídeos gravados de atividades anteriores.
         Em segundo lugar, tenho a certeza de que cobraria, para aliviar a sua exaustão, um pouco mais de atenção para o fato de ser ele o produto do ciclo hidrológico desenvolvido ao longo de sua bacia hidrográfica, aquela área responsável por coletar e processar os volumes de água de chuva recebidos. Reclamaria da falta de cuidado no manejo desses volumes recebidos, às vezes escassos, às vezes exagerados, mas fundamentais para a sua existência. Diria que nas reuniões, de quaisquer naturezas, já tem ficado irritado em ver as preocupações concentradas em seu leito e nos arredores bem próximos. Parece-lhe que a sua bacia só serve para nomear o comitê.
         Em terceiro lugar, diria estar preocupado em ver que os ambientalistas não perceberam ainda que a sua bacia está velha e precisa ser tratada com novas tecnologias disponíveis. Não há como devolvê-la a seu estado de juventude. O seu organismo já está desequilibrado pelos maus tratos sofridos ao longo do tempo e remédios antigos já não terão mais efeitos positivos. Ver, de novo, a sua bacia quase toda coberta de vegetação nativa, como era no passado, não faz mais parte de suas aspirações. Prefere ver a implantação de tecnologias de conservação de solos que favoreçam a infiltração e garantam o abastecimento dos seus aquíferos subterrâneos.
         Em quatro lugar, esqueceria o cansaço e passado, com ênfase, a cobrar maior integração de instituições públicas e entidades particulares que vivem e até exploram a sua bacia. Nada de ficar esperando recursos federais. Programas como o “Novo Chico” não passam de propaganda enganosa e nunca saem das gavetas. Ficam bem guardadinhos lá e, depois de certo tempo, são substituídos por outro, com nova denominação e destinado a outra gaveta. Cobraria mais ações simples e que possam ser espalhadas por toda a bacia. Que tal o incentivo a trabalhos voluntários para levar conhecimentos hidrológicos à população, preparando-a para ter mais eficiência no manejo das chuvas? Que tal diminuir a fixação nos reflorestamentos e nas matas ciliares e olhar para outras tecnologias que possam conviver com atividades espalhadas por toda a área da bacia?
         Pois é, o rio teria dado o seu recado. Reclamado, sugerido e cobrado mais conhecimento hidrológico dos comitês. Não dá para salvar o Velho Chico sem a aplicação de conceitos hidrológicos aplicados à produção de água. Tais conceitos precisam ser levados, com linguagem adequada às diversidades da bacia, para que os parcos recursos arrecadados possam ser aplicados com eficiência em tecnologias apropriadas de conservação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 484,06% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017 chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 






  

domingo, 19 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ARTE DA REFLEXÃO POLÍTICA E A BOA GOVERNANÇA DAS CIDADES SUSTENTÁVEIS

“Arte e reflexão política
        Desde 2007, portanto, há 11 edições, o Verão Arte Contemporânea (VAC) tem articulado setores das artes, da literatura e da arquitetura em Belo Horizonte com uma programação que oferece espetáculos de qualidade, abordando questões relevantes sobre a sociedade e o próprio fazer artístico, às vezes em conjunturas muito adversas.
         Neste ano, o Grupo Oficcina Multimedia, que coordena o VAC, resolveu resgatar o Movimento Arte e Reflexão Política (Marp), criado em 2006, num evento surpresa para introduzir um espaço de reflexão sobre política e falar sobre sua conexão com a arte. Procura responder, assim, a uma inquietação generalizada e a diversos movimentos que vêm acontecendo na cidade, diante do quadro de crise e instabilidade instalado no país e no mundo a partir de 2016.
         O Marp pretende incorporar movimentos que estão acontecendo em BH com suas características próprias, como o Matraca, dando continuidade à proposta de romper o isolamento de segmentos e grupos que intervêm no mesmo campo, mas sem ligação entre si.
         O Marp foi criado com o objetivo de discutir questões referentes à política cultural em BH, relacionando ética e estética na atualidade. Foram realizados quatro encontros, abordando temas como o hiperconsumo e as resistências mundiais à globalização; o espaço urbano das cidades modernas, enquanto lugar público, político e estético, e seu caráter de “cidades em transe”; e a questão dos moradores de rua e suas interpelações psicológicas e sociais com a comunidade. Em sua quarta edição, tratou da escravização social pela velocidade e o surgimento de propostas, como o “slowfood”, que sugerem a retomada de antigos hábitos na arte de viver. Foram lançados nesses encontros documentários premiados e inéditos; artistas locais mostraram seus trabalhos em vídeo, teatro e performance; e pesquisadores e representantes de movimentos apresentaram suas ideias.
         Em 2017, o Alternativa Popular – Coletivo Mineiro de Resistência foi convidado a integrar a retomada do Marp durante o VAC deste ano, o que constitui um importante estímulo para nós. Somos um movimento apartidário criado em 2016 por profissionais de muitas áreas, estudantes e participantes de movimentos sociais, para debater os grandes temas nacionais e internacionais do atual cenário político: os sinais de retomada do fascismo, em suas várias formas de intolerância e violência, a crise das instituições políticas e dos direitos sociais e a preocupante configuração de regimes de exceção.
         Os debates tiveram início em dezembro, com resposta surpreendente de público e intensa participação. Ao mesmo tempo, desde maio do ano passado, o segmentos das artes e do patrimônio cultural vem assumindo um papel de grande destaque no país, criando zonas de autonomia e livre debate desse momento e das políticas culturais, diante do autoritarismo e da instabilidade que lhes são impostos.
         Ao afirmar a criação cultural e os artistas em sua diversidade como elemento da cidadania definidor da sociedade, eles indicam um dos caminhos mais fecundos para a compreensão do país e suas alternativas.”.

(Nilcéa Moraleida Bernardes. Cientista política, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de fevereiro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ROBERT MUGGAH, cientista político e economista, e BENJAMIN R. BARBER, primeiro membro sênior do Consórcio Urbano da Faculdade de Direito de Fordham, presidente e fundador da Interdependence  Movement, fundador do Parlamento Global de Prefeitos, e que merece igualmente integral transcrição:

“As cidades no século 21
        As cidades globais não são apenas a forma dominante de organização social no século 21, elas também a solução para muitos dos desafios mais difíceis do planeta. Afinal, mais da metade da população mundial já vive em cidades, e são elas que geram 4/5 do PIB mundial. O número espantoso de 2.100 cidades conta com uma população de 250.000 pessoas ou mais, entre elas um número crescente de megacidades e aglomerados urbanos de pelo menos 10 milhões de habitantes.
         A crescente influência das cidades não é apenas resultado da demografia e da economia. Também tem a ver, fundamentalmente, com política, incluindo um renascimento da governança democrática em escala urbana. Muitas cidades estão prosperando e gerando mudanças positivas, enquanto os estados caem em impasses e na desordem. Como mostrou amplamente a recente corrida presidencial nos Estados Unidos, em que mesmo os estados-nação mais poderosos do mundo podem ser paralisados pelo populismo reacionário, pela polarização e por escândalos.
         Ao mesmo tempo em que alguns líderes políticos falam em levantar paredes, as cidades estão ficando conectadas umas às outras. Em um mundo globalizado, interconectado, as cidades são as entidades políticas mais interdependentes. Elas são transacionais, orientadas ao comércio, abertas e definidas por pontes físicas, intelectuais e digitais, e não por fronteiras. Ligadas pelo denso intercâmbio de ideias, capitais e pessoas, enfrentam desafios comuns, como a mudança climática, a migração, a desigualdade e o terrorismo. As redes de cidades são o novo normal.
         Para que possam realmente resolver alguns dos problemas mais difíceis do mundo, as redes de cidades precisam fazer mais do intercâmbio de ideias e melhores práticas. Para que a governança urbana geral prospere, as cidades precisarão desenvolver parcerias proativas além das fronteiras nacionais e internacionais. Existem centenas, até milhares, de cidades em rápido crescimento na África, Ásia e Américas que estão literal e figurativamente fora da rede. Cidades globais arquetípicas, como Londres, Nova York, Paris e Tóquio, estão desviando nosso olhar dos municípios no hemisfério sul que estão lutando para se manter funcionando.
         Cidades e bairros pobres em rápida expansão nos países em desenvolvimento estão precisamente onde, na prática, vai ocorrer todo o futuro crescimento populacional. Muitos deles, que estão batalhando para atrair e reter investimentos e talentos, exibem altas taxas de criminalidade e violência e sofrem de extrema desigualdade e desvantagens concentradas. Se de um lado as cidades bem-sucedidas estão reescrevendo seus contratos sociais para incentivar ações coletivas globais, as cidades mais frágeis estão assistindo de forma impotente ao desmantelamento de seus contratos sociais.
         Uma maneira de ajudar e garantir que metrópoles de todos os tamanhos e condições possam se beneficiar com a revolução urbana é construindo novos modos de colaboração entre cidades e fronteiras. Algumas cidades já estão refazendo agressivamente suas redes. Tomemos o caso da United Cities and Local Governments (UCLG), que surgiu após a Primeira Guerra Mundial, a fim de facilitar o intercâmbio de pesquisas e melhores práticas. Existem dezenas de outros consórcios de cidades, entre eles Metropolis e a rede C40 Climate Cities, que ajudaram a defender o acordo sobre o clima em Paris, conhecido como COP21.
         Mesmo assim, ainda não há nenhuma plataforma legítima e eficaz para promover a ação coletiva das cidades e resolver os problemas mais difíceis. Se os prefeitos desejam reduzir as emissões de carbono ou criar maneiras mais inteligentes para lidar com a migração, precisam elaborar novas formas de trabalhar e projetar soluções juntos. Coletar dados, compartilhar lições e se aproximar de instituições globais são os primeiros passos. Tão importante quanto isso é tentar influenciar instituições internacionais, definindo regras para identificar prioridades comuns, prestar serviços aos cidadãos e manter uma boa governança.
         Os críticos dirão que se já é bem difícil chegar a um consenso entre menos de 193 estados-nação, o que dizer no caso de milhares de cidades? Parte da resposta se resume à natureza intrinsecamente colaborativa das cidades. Estados-nação são independentes, competitivos e separados por limites territoriais, enquanto cidades são interdependentes, cooperativas e estão cada vez mais forjando mais parcerias positivas em que todos os lados ganham. Com o advento do Brexit e dos movimentos populistas na Europa, os estados-nação estão começando a parecer paroquiais; já um número crescentes de cidades está se tornando cosmopolita e universal em seus valores.
         É urgentemente necessário ter um corpo de governança global, construído propositadamente para e pelas cidades, um Parlamento Global de Prefeitos. Isso não é uma construção teórica – já está em curso. Em setembro passado, um grupo de mais de 70 prefeitos e representantes de mais de duas dúzias de redes de cidades se reuniram em Haia para estabelecer um pacto. Na reunião inaugural, cidades completamente diversas, como Buenos Aires, Cidade do Cabo, Nova Délhi e Paris, abordaram prioridades comuns relacionadas à mudança climática, imigração, governança e segurança pública.
         O futuro cenário internacional será marcado pela volatilidade e pela incerteza. Há uma reordenação sísmica da ordem internacional em andamento que se estende dos Estados Unidos e Europa ao sul e leste da Ásia. Não há soluções simples e existem muitos pontos potenciais de conflito. A verdade é que o caminho para a democracia, sustentabilidade e estabilidade não passa pelos estados-nação, mas pelas cidades. Em vez de ficarem parados, os moradores das cidades já estão levantando as mangas para realizar algo. Agora é hora de capacitar os prefeitos para erguer esses esforços a um patamar global.
         Esse cenário que descrevemos é o tipo de solução criativa que a Global Challenges Foundation está buscando ao lançar o New Shape Prize, que premiará com US$ 5 milhões os novos modelos de cooperação global capazes de lidar com as mais sérias ameaças à humanidade. Acreditamos que ele pode ser um incentivo para inspirar o pensamento visionário sobre essa questão vital em vários continentes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 

        
  

         

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A SUSTENTABILIDADE DO EMPREGO E DA EMPRESA E OS DESAFIOS DA SUPREMA MAGISTRATURA

“Quer blindar seu emprego?
        Em tempos de economia desaquecida e consequente desaceleração de crescimento dos negócios, é necessário ter profissionais com competências técnicas e comportamentais bem desenvolvidas para garantia e manutenção da existência da empresa. Logo, adquirir capital intelectual com atributos que gerem valor agregado se tornou um desafio ainda maior para as organizações que almejam manter competitividade no mercado agressivo, visto que o mercado de trabalho dispõe de um grande volume de mão de obra, porém, boa parte dos desempregados apresenta qualificação insuficiente para as demandas que se apresentam.
         As pesquisas aponta índices ainda maiores de desemprego neste ano, projetados em 13,8 milhões. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada três desempregados no mundo entre 2017 e 2018, um será brasileiro, deixando nosso país em terceiro lugar no número de desempregados entre as maiores economias do mundo, superado apena pela China e Índia.
         É exatamente neste momento que os profissionais que sabem pensar fora da caixa precisam agir para blindar seu emprego e consequentemente continuar se desenvolvendo profissionalmente. Devem começar a avaliar seu comportamento, mantendo-se atentos aos aspectos éticos no universo corporativo e evitar posturas pouco profissionais. Prometer apenas aquilo que pode ser cumprido tornou-se essencial, seja uma solicitação do cliente ou de um colega de trabalho. Desenvolver um bom comportamento no trabalho requer observância à etiqueta profissional. Conversas vazias, fofocas, maledicências sobre o chefe ou sobre a empresa para a qual trabalha e causar intrigas entre os colegas são comportamentos inadmissíveis hoje para organizações que buscam a manutenção de sua existência no mundo corporativo.
         O profissional deve também ficar atento ao excesso do uso das redes sociais durante o expediente. WhatsApp, Facebook e Instagram devem ser usados com muita moderação, principalmente se você não os utiliza como ferramenta de trabalho. A produção deve ser única e exclusiva para a empresa, sem reclamações. Afinal, você está aí para isso. Não usar equipamentos da empresa, como telefone, computador e materiais de escritório, para seu uso pessoal são competências comportamentais muito valiosas para as organizações. Pesquisas comprovam que 87% das demissões são atribuídas à falta de competência comportamental, e apenas 13% se dão pela ausência da competência técnica.
         Para manter sua empregabilidade, é necessário vender a competência que as empresas compram hoje, e isso inclui habilidades de comunicação, estratégias, resiliência para enfrentar novos desafios, automotivação, ética, trabalho em equipe, inteligência emocional, autoliderança, criatividade e inovação e que sejam agentes provocadores de mudança com nível elevado de capacidade e conhecimento para garantir resultados positivos.
         Enfim, para blindar seu emprego, procure desenvolver e aprimorar um perfil de profissional polivalente, saiba solucionar os problemas em vez de ser o problema. Peça feedback com relação ao seu trabalho para o seu gestor. Tenha sempre uma estratégia para garantir a eficiência de suas ações junto às questões da organização. Mantenha um relacionamento interpessoal saudável no trabalho. Participe de cursos, workshops, palestras e eventos onde você possa aumentar seu networking e compartilhar as experiências.
         Busque ter respostas novas para os novos e velhos problemas. Se você for capaz de desenvolver esse perfil e entender que entregar mais com menos recursos é na maioria das vezes acumular funções e fazer além do que foi proposto no momento da contratação, certamente conseguirá manter seu emprego, pois comprometimento é pré-requisito no mundo corporativo.”.

(FRANCICE OLIVEIRA. Professora de MBA na Fundação Getúlio Vargas/Faculdade IBS, palestrante e coach, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de fevereiro de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, e que merece igualmente integral transcrição:

“A suprema magistratura
        Com o inesperado falecimento do eminente ministro Teori Zavascki, os critérios que devem nortear a escolha e o fiel exercício da suprema magistratura voltam à ribalta da opinião pública. Sim, desde o julgamento do mensalão, o colendo Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou acentuada projeção institucional; par alguns, a exposição tem sido tanta que a corte estaria a se distanciar de sua tradição de reserva, liturgia e sobriedade no digno desempenho da atividade judicante. A crítica merece reflexão.
         Frisa-se, inicialmente, que o apontado ganho de popularidade do egrégio STF talvez esteja intimamente ligado ao desenvolvimento democrático do país que enaltece o dever de visibilidade e transparência dos atos de poder. No entanto, é inegável que estamos a presenciar uma palpável hipertrofia do Supremo por força de um preocupante processo de judicialização da política. Ou seja, diante das agudas insuficiências dos poderes políticos genuínos, algumas questões – que deveriam ser resolvidas pelo bom governo ou pelo bom trabalho parlamentar – acabam sendo direcionadas ao Judiciário que, uma vez provocado, se sente no dever de prestar jurisdição.
         No entanto, existem matérias que refogem ao âmbito técnico do conhecimento jurisdicional, exigindo, em vez da firmeza de uma sentença togada, a fluidez e a arte reflexiva do pensamento político criador. Sobre o ponto, a clássica lição de Bryce ensina que “a Corte Suprema tem firmemente recusado intervir nas questões puramente políticas” (in purely political questions). Nessas questões, em vez do controle judicial, o que vigora, conforme as sempre sábias palavras de Ruy, são “os freios da opinião popular e da moral social”. Logo, o povo também é um intérprete da Constituição; em tempos democráticos, não há monopólio hermenêutico.
         Nesse contexto, o juiz constitucional deve ser dotado de uma sensibilidade especial que una o rigor técnico ao tirocínio da experiência. Não existe boa aplicação da lei sem a compreensão das circunstâncias. E a profunda compreensão do mundo é a simbiose inseparável do estudo com a vivência. Aqui, não bastam olhos que leiam; é preciso a visão vivida do pensamento superior.
         Não é à toa que o processo de escolha da suprema magistratura traduz ato genuinamente complexo. Nos termos da Lei Maior, o presidente da República faz a indicação e submete o escolhido à sabatina no Senado; uma vez aprovado na Alta Casa legislativa, há a nomeação do novo ministro. Como se vê, o referido critério de escolha traduz uma responsabilidade político-institucional conjugada entre o Executivo e o Parlamento, cuja razão de ser é outorgar legitimidade democrática ao exercício da jurisdição constitucional. Perguntam se esse critério seria apropriado? Em tese, sim, embora – é claro – possa ser mal e desgraçadamente exercido. Aliás, não existe critério perfeito, pois os interesses humanos sempre podem ser vis.
         Felizmente, a história ensina. Quanto ao ponto, não custa lembrar que o primeiro sabatinado, vigência da atual Constituição, foi o saudoso ministro Paulo Brossard. O notável jurista gaúcho, em sua vasta e plural existência de homem público, levou luzes e independência aos três poderes da República. Que a altura da nobre ilustração jogue ares de intelectualidade, decência e honradez para a escolha que virá. Ou será que tais valores perderam atualidade em tempos de Lava-Jato?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...