sexta-feira, 29 de abril de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA ÉTICA, PROBIDADE, EMPREENDEDORISMO, TRANSPARÊNCIA E DEMOCRACIA NO COMBATE À CORRUPÇÃO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL PARA A QUALIFICAÇÃO HUMANA NA SUSTENTABILIDADE

“Vencer a corrupção

        A Lava Jato foi apenas a ponta do iceberg. Não podemos nos iludir que a corrupção foi debelada do Brasil simplesmente porque um grupo de procuradores conseguiu punir um engenhoso esquema de corrupção entre empreiteiras e políticos. Enxergamos naquele momento apenas uma parte apodrecida do sistema, porém foi o suficiente para ficarmos estarrecidos com o volume de dinheiro desviado.

         Apesar de vivermos o terror do desemprego, a emergência de uma pandemia e os desacertos da economia, a corrupção ainda é a pior chaga que assola nossa nação. Dela decorrem outros crimes graves que afetam o país, como tráfico de armas, drogas e violência urbana, porém na sua origem é que reside o grande mal, nos recursos desviados de áreas essenciais para abastecer os cofres dos políticos.

         A corrupção é um dos grandes entraves do nosso desenvolvimento. Entre 180 países analisados, o Brasil ocupa a 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, a terceira pior nota da série histórica. O país gasta 8% de tudo que produz para pagar a conta da corrupção. Trabalhamos um mês por ano somente para isso. É inacreditável.

         A cultura da corrupção tornou-se o maior problema do Brasil, ou seja, a percepção de que as dificuldades somente podem ser resolvidas por meio de práticas ilícitas, especialmente em razão da enorme burocracia do governo ou mesmo pela sua cabal ineficiência – isso quando não é o próprio agente público que incentiva a corrupção. O jeitinho brasileiro é tido como forma de prática das chamadas “pequenas corrupções”, como, por exemplo, sonegar imposto, furtar sinal de TV a cabo, furar a fila, simular ou dissimular negócios, entre outras tantas ações cotidianas.

         O fato é que a ineficiência do governo e a sensação de que leis somente são criadas como entraves burocráticos para que sejam vendias facilidades afastaram investimentos e a confiança no país. O empreendedorismo tornou-se a pior vítima do sistema da corrupção, uma vez que os brasileiros encontram cada vez mais barreiras para exercer sua veia empresarial, seja em uma grande indústria ou como um microempreendedor.

         Segundo o Banco Mundial, o Brasil ocupa a 124ª colocação no ambiente de negócios, dentre 190 países. As principais causas apontadas são o excesso de burocracia e a corrupção. Os países com os melhores índices são aqueles com tendência ao empreendedorismo e menor incidência de corrupção. O caminho para o desenvolvimento passa por uma equação simples: empreendedorismo, transparência e democracia, temas difíceis para o Brasil, segundo a Transparência Internacional.

         O Brasil jamais irá avançar em qualquer agenda se não combater de forma firme o problema da corrupção. Qualquer pequeno avanço nesta frente representa ganhos nas áreas de saúde, educação, segurança e em especial na economia. O espírito empreendedor do brasileiro é o motor da geração de empregos, renda, inovação e riqueza. Nosso empreendedorismo somente irá despontar com força e vitalidade depois de vencermos uma guerra sem tréguas contra aquilo que perpetua a miséria de nossa nação.”.

(MÁRCIO COIMBRA. contato@casapolítica.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de abril de 2022, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 18, de autoria de Rafael Pansanato, gerente sênior da Peers Consulting, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ensino Médio em tempo integral

       O Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) é uma das iniciativas previstas no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014), que visa à melhoria do ensino médio e ampliação do acesso e permanência de adolescentes nesta etapa da educação básica. Segundo o estudo ‘Os Jovens e o Gargalo do Ensino Médio Brasileiro’ (Seade), metade dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos não está matriculada, e a porcentagem de abandono da escola nessa saltou de 7,2% para 16,2% de 1999 a 2012.

         A eficácia do EMTI começou a ser percebida quando, em 2008, a educação em tempo integral tornou-se política pública em Pernambuco, o que resultou em um salto de 22º para o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados em outros Estados já têm se mostrado satisfatórios. Segundo o Todos pela Educação, as escolas que aderiram ao programa na primeira portaria obtiveram, em média, uma diferença de 0,6 pontos a mais no Ideb.

         Em Minas Gerais, por exemplo, o programa visa à formação integral e à inclusão social dos jovens, articulando os componentes acadêmicos aos técnicos e do mundo do trabalho. Os investimentos em expansão do EMTI no Estado fizeram com que houvesse um salto de escolas integrais, saindo de 77 unidades em 2019 para 601 unidades em 2022.

         Os bons resultados do programa aumentam a confiança para atingir 3 milhões de estudantes em 2026, conforme estimativa do Todos pela Educação. No entanto, ainda existem desafios que podem desacelerar ou até mesmo impedir o programa se não forem abordados ou gerenciados habilmente. Entre eles, a restrição orçamentária dos recursos públicos, a complexidade para organização de toda a rede de escolas aderentes, além do não atendimento de muitas escolas aos critérios de infraestrutura necessários.

         Diante dos resultados apresentados pelo EMTI e os desafios apontados, existem também algumas recomendações e ferramentas que podem auxiliar no planejamento, na gestão e na execução de ações a fim de manter o EMTI em sua rampa de expansão e melhoria da educação brasileira. Dentre elas, cinco frentes principais são:

         Planejamento da Expansão do EMTI: para garantir a consolidação do programa, é preciso mapear e analisar as escolas, garantindo recursos por meio da elaboração de plano plurianual para o EMTI e estruturando um processo de adesão aliado a ações de comunicação que engajem as comunidades.

         Modelo Pedagógico: é preciso implementar um modelo pedagógico que se conecte à formação integral e integrada do estudante, abrangendo o currículo e as dimensões emocional e cognitiva.

         Operações: devido à jornada estendida, o modelo exige uma gestão mais próxima da operação principalmente com relação a alimentação, transporte, infraestrutura e compras.

         Recursos Humanos: o desenvolvimento das escolas integrais depende do bem-estar e da qualificação dos profissionais. Por isso, é determinante acompanhar formação e necessidades de alocação de professores e equipe, além de garantir engajamento e satisfação dos profissionais.

         Finanças: as frentes anteriores serão garantidas com planejamento do curto ao longo prazo, garantindo um adequado orçamento e controlando sua execução, para atender os anseios de cada comunidade escolar.

         Com o apoio das comunidades escolares e uma gestão eficiente, o Ensino Médio de Tempo Integral promete trazer um avanço significativo para a aprendizagem no Brasil, impactando não apenas  indivíduos, mas, também, o futuro da nossa sociedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DE TIRADENTES, DA LIBERDADE, REPÚBLICA E VISÃO OLÍMPICA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS ALEGRIAS PASCAIS, ESPIRITUALIDADE, INTERIORIDADE E DIGNIDADE HUMANA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Tiradentes permanece vivo

       Ao completar 230 anos de seu enforcamento, em 1792, no Rio de Janeiro, o perfil humano e revolucionário de Tiradentes permanece com imensa e significativa atualidade na memória dos brasileiros. O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em uma só frase, demonstra sua permanência na história e na ideologia e que se aplica aos nossos dias: “Se todos quisessem, poderíamos fazer do Brasil uma grande nação”.

         Tiradentes, mártir e líder maior da conjuração de 1789, subiu ao cadafalso preparado para seu enforcamento no dia 21 de abril de 1792 e, desde então, só consolidou e ampliou sua reputação de herói popular. Pagava com a vida, aos 46 anos, por suas ideias republicanas, anticolonialistas e libertárias.

         Contestado pelo regime colonial, mas glorificado pela história, o revolucionário mineiro, com seus companheiros inconfidentes, poetas, padres, militares e comerciantes, pregaram a liberdade pelos caminhos de Minas e se tornaram os precursores da Independência em 1822, ocorrida justamente 30 anos após sua execução. Nos Autos da Devassa, por suas palavras e confissão de sua pregação, Tiradentes reafirmou suas convicções e aos companheiros: foi traído, mas “não traiu jamais”.

         Vida e ação de Tiradentes e a Inconfidência Mineira continuam produzindo debates e estudos elucidativos, com atualização de pesquisas e análises históricas. E que ampliam a dimensão contemporânea da Inconfidência Mineira: “O Tiradentes”, de Lucas Figueiredo, e “Ser Republicano no Brasil Colônia”, de Heloisa Starling, ambos de 2018, são dois exemplos de trabalhos sobre Tiradentes e a Inconfidência feitos por historiadores mineiros. O primeiro resulta de amplas pesquisas, em obra exaustiva, bastante completa, sobre a vida do alferes, suas andanças por Minas e sua pregação revolucionária. O segundo revela a primazia da Inconfidência Mineira no ideal republicano brasileiro e seus significados nos movimentos nativistas. Os dois livros expõem as mazelas do regime colonial português e os modos de vida em Minas no século XVIII, especialmente em Vila Rica, sempre rebelde e resistente à opressão, em meio a um surto artístico e cultural despertado pelo iluminismo libertário dos inconfidentes e um catolicismo tridentino severo e opressivo.

         Apaixonado por Aleijadinho e pelo barroco mineiro, Germain Bazin, diretor conservador do Louvre, de Paris, diz que “a descoberta das minas enriquece Portugal, mas também traz o fermento que o fará perder a colônia”. Já o filósofo Sérgio Rouanet, estudioso do iluminismo, diz que importante são as ideias, circulantes na Vila Rica, que discutiam a Independência Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789.

         Numa reveladora coincidência histórica, em 14 de julho, em 1789, caía a Bastilha em Paris, e eram presos, dias antes, os inconfidentes em Vila Rica. Com Tiradentes, aliados pelo mesmo ideal, foram presos Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, que completam o drama lírico-romanesco da Inconfidência. Revela-se a contemporaneidade ideológica dos inconfidentes mineiros.

         Ao relembrar o sacrifício de Tiradentes, não há como deixar de pensar na trajetória e na atualidade de Minas. Nasce da riqueza do seu subsolo, que povoa seu território, conforma sua sociedade e sua identidade, mas também atrai e sobre ciclos de espoliação econômica, dos Ciclos do Ouro e do Ferro, que distinguem sua história social e econômica. Nos nossos dias, seria justo esperar melhores retribuições à exploração da nossa riqueza natural. E sofremos barragens e lamas, reveladoras dessa nova herança mineral. A Inconfidência e Tiradentes nos convidam a pensar que poderíamos ter melhores condições para os mineiros pela exploração do nosso solo. Exaltar a Inconfidência, sua inspiração e ideário, é também lembrar, na contemporaneidade, as tragédias de Minas.”.

(Mauro Werkema. Jornalista e escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de abril de 2022, caderno OPINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de abril de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Alegrias pascais

       Vale ouro aprender o caminho para a conquista de uma alegria duradoura e que dá alento permanente ao coração humano. Este caminho, indicado a partir da sabedoria mística da liturgia da Igreja Católica, inclui a dedicação a um tempo, com a preciosidade de dinâmicas experienciais: o Tempo Pascal. A celebração da vitória do Ressuscitado – Cristo Jesus, Mestre e Redentor – começa na Solenidade da Vigília Pascal, no Sábado Santo, contempla a alegria do Domingo de Páscoa e a solenidade vivida uma semana depois – o Domingo da Misericórdia. Ao todo, são cinquenta dias que oferecem ao ser humano, a partir de vivências ancoradas nas tradições das celebrações bíblicas, a oportunidade de se deixar encharcar pelo mistério maior do amor. Tempo emoldurado pela luz luzente da Palavra de Deus, indicando caminhos, clareando entendimentos e fortalecendo os passos no seguimento de Jesus.

         As celebrações vividas no tempo da Páscoa não são simplesmente alusão a um evento histórico, com o objetivo de relembrar o passado. Trata-se de uma força que permite a gestação das alegrias pascais – e não há nada mais terrível ao ser humano do que distanciar-se dessa alegria. O coração humano não dá conta de permanecer envolto a uma nuvem de tristeza. A tristeza gera o medo, que tem força paralisante. Muitas vezes, na tentativa de se vencer essa paralisação, esse medo, são buscadas respostas inadequadas, sentimentos que estão na contramão da inteireza e da dignidade humana. Nesse sentido, pode-se dizer que as tristezas são capazes de aprisionar o coração humano na mesquinhez, com sérios comprometimentos no exercício da cidadania. Na tentativa de se evitar a tristeza, deposita-se, equivocadamente, exagerada confiança naquilo que se pode possuir, na ilusória convicção de que o acúmulo de bens e poder afugenta qualquer amargura. Eis uma das causas que explicam o sentido superficial de solidariedade que prevalece na civilização contemporânea.

         A ilusão de que se pode vencer a tristeza acumulando bens e poder é responsável por uma generalizada indiferença na consideração dos sofrimentos dos outros, particularmente dos que necessitam de assistência emergencial. Além disso, quando se restringe o sentimento de alegria às garantias do próprio bem-estar compromete-se o exercício da cidadania, desconsiderando o bem comum. Passa-se a compreender que os serviços prestados, em diferentes âmbitos e níveis, servem apenas para assegurar mesquinhamente o próprio benefício. Ansiando fugir da tristeza, vive-se a superficialidade na busca por respostas prazerosas, efêmeras, todas sem força para atender a demanda do coração humano, carente de alegrias.

         A mensuração dos estragos que a tristeza produz é uma tarefa existencial relevante para convencer o quanto é essencial encontrar o caminho de alegrias duradouras. Assim, compreende-se a importância do Tempo Pascal, capaz de corresponder à necessidade humana e existencial de se hospedar alegrias na própria interioridade. As alegrias pascais têm propriedades para levar felicidade ao ser humano, para além de sensações momentâneas e efêmeras. A celebração da Páscoa de Jesus produz sabedorias, lucidez na cidadania, conduz a respostas inteligentes, à conquista de expressiva qualidade humana e espiritual. A vivência do Tempo Pascal, celebrado até a Festa de Pentecostes, é exercício capaz de mudar interioridades a partir do entendimento sobre o que se passa na vida dos discípulos e discípulas do Cristo Ressuscitado: transforma covardes em corajosos, reveste aqueles que ainda não compreendiam com um horizonte de clarividências, curando os soberbos de sua mesquinhez intelectual, ajudando a comunidade a não ficar indiferente em relação aos necessitados.

         A Palavra de Deus, anunciada neste Tempo Pascal, reveste, com força de atualização e incidência transformadora, a alma dos que a recebem. Gera impactos que fazem, por graça, brotar as alegrias pascais, como fonte borbulhante na interioridade. Alegrias que duram e orientam um novo modo de viver, semelhante à vida nova experimentada por Pedro, João, Tomé, Madalena, Paulo e tantos outros na história bimilenar da Igreja. Para encontrar essa alegria transformadora é preciso respeitar apenas uma inegociável exigência: partir sempre de Cristo, o Crucificado-Ressuscitado. Reconhecer que Jesus ressuscitou verdadeiramente, está vivo, vencedor da morte.

         No exercício de sempre partir de Cristo incluem-se dinâmicas indispensáveis, como aquela que moveu o coração de Maria Madalena, impulsionado pelo desejo de procura, de madrugada, ainda no escuro: Ela volta ao túmulo, o acha vazio e é presenteada pelo encontro com o Ressuscitado. Com um mandato, Jesus a faz a primeira discípula a anunciar a grande alegria. Indispensável ainda é conhecer o testemunho de vida daqueles que dotaram seus corações de alegrias pascais duradouras. Comover-se com gestos e palavras relacionadas à paixão, à morte e à ressurreição do Senhor Jesus. Assim, convencer-se de que a força das alegrias pascais impulsiona a transformação do mundo. Por necessidade, a civilização contemporânea precisa buscar um novo tempo, uma vida nova. Vida vivida com o bálsamo das alegrias pascais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 346,31% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,36%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

sexta-feira, 22 de abril de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA VISÃO OLÍMPICA, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS, RESILIÊNCIA E CORAGEM NA QUALIFICAÇÃO HUMANA E AS LUZES DA GESTÃO DESCENTRALIZADA E INTELIGÊNCIA COLETIVA NAS ORGANIZAÇÕES EFICIENTES E EFICAZES PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“O pódio ou o processo?

       Minha atuação como mentor de performance de atletas de mountain bike e de jiu-jitsu tem me proporcionado descobertas curiosas sobre o comportamento, sobre as atitudes e sobre as competências destes super-heróis. Um conjunto amplo de aprendizados que são vistos, cada vez mais, de forma integrativa; ou seja, são desenvolvidos em seis grandes áreas foco: a da atividade física, a da nutrição, a do desenvolvimento cognitivo, das questões práticas da vida, e as duas finais, a meu ver muito determinantes, as áreas relacionais e emocionais. Ações estratégicas desenvolvidas nestas direções amplificam os resultados e transformam o pódio, não em um objetivo fixo, mas em um processo de aquisições e de experiências autênticas. Os esforços destas mulheres e destes homens atletas, vistos nestas condições, fazem com que as medalhas de ouro não sejam apenas na vida profissional, mas, e sobretudo, na vida pessoal.

         Nas duas últimas semanas do mês de março acompanhei um atleta em uma das competições mais curiosas e fortes no mundo da bike: o Absa Cape Epic. Este atleta, Guilherme Turano, pai e empresário à frente da Turano Engenharia, com sede em Montes Claros, tem uma história de dedicação, empenho, trabalho, superação e muito estudo. Sou testemunha da sua evolução pessoal, que por isso mesmo, o impulsiona na bike. Seu exemplo é inspirador. A visão clara quanto aos desafios que temos pela frente ao lado do empenho por desenvolver habilidades necessárias é um dos pontos chave da sua evolução. A construção do Flow (fluxo), este estado de concentração plena que amplia nossa percepção da vida e de tudo o que acontece ao nosso redor, foi uma das vitórias maiores em sua trajetória.

         A corrida do Cape Epic, em plena África do Sul, deve ser completada por ambos os membros de uma equipe de duas pessoas, em uma rota com cerca de 700 quilômetros indomáveis de paisagens intocadas e até 17.250 metros de subida vertical. É a única corrida por etapas de mountain bike de oito dias. Foram 681 quilômetros e 16.900 metros de escalada depois de partir de Lourensford, Absa Cape Epic chega a Val de Vie Estate, onde os vencedores foram coroados.

         Quatro aprendizados ficaram muito evidentes e servem para o esporte e para a vida, sobretudo: 1. Pense nas rotas e nos detalhes dela. Fique atento ao momento desta rota: fluidez, curvas, atire-se ou atritos? 2. Ajustes finos: tudo é uma questão de pequenas mudanças de grandes proporções. Fique atento aos pequenos movimentos. 3. Ritmo: a vida ou o esporte demandam da gente uma constância do fazer. Prossiga, insista, respira e segue o fluxo. 4. Precisão: tudo deve ser muito bem pensado e estudado neste esporte. Uma falta de atenção aqui ou ali muda tudo. Vale, para concluir, cara leitora e leitor, um grande aprendizado que transforma o pódio, não em um lugar ou uma busca frenética, mas reforça a beleza do processo. Viver não é preciso não é preciso, como dizia o poeta Fernando Pessoa. Navegar é preciso. Se você não se jogar a vulnerabilidade, se você não aceitar que não estamos no controle, não iremos aproveitar do processo. Ele sim, redireciona a vida e nos abre a neuroplasticidade. Novos estímulos são o caminho para crescer e ver tudo melhor. Se ele chegou ao pódio? Não faz nem diferença! Mas, chegou sim! Para ser exato... 41º na master e 132º na geral: consequências! Boas escolhas!”.

(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de abril de 2022, caderno INTERESSA, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno OPINIÃO, página 22, de autoria de Matheus Bombig, cofundador da Invenis e da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs, e que merece igualmente integral transcrição:

“Gestão descentralizada para reter talentos

       A pandemia fez muitos repensarem o conceito do ambiente de trabalho ideal, não apenas pela questão do crescimento do home office, mas também por pontos como a pressão e a insegurança no dia a dia profissional. Fatores que podem contribuir para o desgaste e o alto índice de pedidos de demissão são o modelo de gestão engessado, com pirâmide hierárquica, e a cultura de decisão topdown, ainda muito utilizada por grande parte das empresas.

         Não é à toa que um estudo encomendado pela “Você S/A” ao estúdio de inteligência de dados Lagom Data aponta que, mensalmente, meio milhão de brasileiros pediram demissão de forma voluntária entre o início de 2020 e o fim do ano passado. Esse índice é o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia. Para chegar a essa conclusão, a Lagom analisou quase 188 milhões de registros de movimentações trabalhistas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de 2016 até novembro de 2021.

         Muito por conta desse cenário, algumas companhias brasileiras começam a observar atentamente modelos capazes de desconstruir a estrutura hierárquica para conseguirem reter seus talentos.

         Atualmente, um dos métodos que se destacam é o modelo Teal, que tem a gestão descentralizada como um de seus pilares e é conhecido por estimular uma atuação mais inovadora nas companhias, justamente por cortar problemas estruturais.

         O sistema é caracterizado pela plenitude e por perseguir um propósito, pois opera, em grande parte, sem organogramas, hierarquias, microgerenciamento ou incentivos individuais. Além disso, é gerido por pessoas e times autônomos, que são livres para tomar decisões após colherem aconselhamentos. Portanto, toda decisão tomada é sempre influenciada por uma inteligência coletiva.

         Infelizmente, essa é uma visão que se distancia de quase todas as empresas, que possuem como único objetivo o lucro, independentemente do propósito, ambiente e liberdade. Podemos comparar essas corporações com uma máquina que precisa ser a mais eficiente, rápida e barata possível, enquanto os seus colaboradores se parecem com engrenagens.

         Peguemos como exemplos os CEOs e outros C-levels. É natural que os profissionais nesses cargos tenham que tomar decisões complexas e dentro de uma agenda lotada, onde são acionados o tempo inteiro por diversos setores. O tempo deles é tão precioso que a camada gerencial abaixo passa dias ou semanas preparando materiais para serem levados em reuniões que, geralmente, duram poucos minutos.

         Ou seja, claramente estamos diante de uma estrutura repleta de burocracia, mas que tem a possibilidade de ser evitada. Com o modelo Teal, os times conseguem ser muito mais práticos em processos do dia a dia: contratações de pessoas e de ferramentas, por exemplo, não precisam passar por todo um ciclo de aprovação. De modo geral, as pessoas são retiradas de suas pequenas bolhas para que cada uma assuma o papel que julgue competente, com uma voz ativa dentro do grupo.

         Outro fato benéfico da adoção do método é que, após tomadas, todas as decisões são divulgadas para o time. Essa transparência cria um senso de comunidade entre os colaboradores e ajuda a atuar em prol da empresa, evitando que as decisões sejam voltadas apenas para impressionar a chefia.

         Nota-se que, em um ambiente complexo, a pirâmide hierárquica se torna um gargalo. No entanto, onde há baixa complexidade, estruturas piramidais podem até funcionar bem, o que ilude muitos empreendedores acerca de sua eficácia. Afinal, para muitos é tentador estar em uma posição de poder, com várias regalias e uma falsa visão de que os profissionais dispostos hierarquicamente abaixo trabalham para ajudar o negócio a bel-prazer.

         Portanto, abrir mão disso e conceder esse poder para o time é um dos principais desafios na implementação de uma organização Teal, especialmente no Brasil, que herdou um corporativismo forte. Por isso, ainda há a necessidade de difusão desse modelo no território brasileiro, uma vez que poucos empreendedores o conhecem. Felizmente, percebe-se que cada vez mais um seleto grupo tem curiosidade de entender melhor o seu funcionamento.

         Contudo, esse sistema também exige paciência em um primeiro momento. Existem muitas etapas de descentralização e uma migração só será feita se as empresas, aos poucos, alterarem pequenas estruturas e processos. Se esses passos forem dados, é possível que o país se torne um pouco menos corporativista e possua mais liberdade em seus ambientes profissionais. Isso certamente ajudará as companhias a reterem seus talentos com mais facilidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 346,31% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,36%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.