terça-feira, 30 de maio de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO INTEGRAL E TRANSFORMADORA DAS ESCOLAS E A TRANSCENDÊNCIA DOS INVESTIMENTOS HUMANÍSTICOS, DIREITO À VIDA E DIGNIDADE DA PESSOA, JUSTIÇA, BONDADE, SOLIDARIEDADE E PAZ NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Transformando o educador

       Dentre os assuntos que atualmente nos remetem à área de educação, temas como necessidade de segurança nas escolas, déficits de aprendizagem provenientes de uma pandemia, falta de investimento nas instituições de ensino e pesquisa e aumento dos casos de bullying nas escolas são os temas mais recorrentes.

         Ainda que a garantia da segurança física seja uma ação mais tangível, é fundamental que o bem-estar emocional e organizacional sejam tratados com o mesmo esmero. Quando estudantes e professores se sentem seguros, o processo de aprendizagem torna-se mais construtivo e conta com o envolvimento da comunidade na mediação de conflitos.

         Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, são muitas as possibilidades de atuação dos professores na promoção de habilidades socioemocionais, como resolução de conflitos, comunicação não violenta e controle emocional, visando à formação de um comportamento social positivo e transformador.

         Mas, para desempenhar bem essas funções, é preciso investir em qualificação. Ousamos dizer que a formação desses profissionais não consegue refletir as diversas realidades das escolas nos dias de hoje. Cursos de educação e licenciaturas, tradicionalmente direcionados para o estudo curricular e metodológico, repetem a mesma grade de disciplinas, mapa de conteúdo, formato de abordagem e ambiente educacional como nos tempos de magistério.

         Professores e gestores devem passar por processos contínuos de formação voltados para o seu desenvolvimento permanente, que vão desde modernizar práticas pedagógicas, investigar metodologias inovadoras de aprendizagem e cumprir a função de facilitadores da aprendizagem dos estudantes até a construção das metodologias de enfrentamento e adaptação aos novos desafios advindos da crise de valores, segurança e saúde vividos pela sociedade.

         Embora existem ações de fomento à educação promovidas por diversos atores, acreditamos que projetos para a qualificação dos educadores tenham um macro alcance, pois os resultados se multiplicam – através dos anos – na prática docente.

         O Eduko é um bom exemplo de formação aberta, que vem a preencher essa lacuna. Trata-se de iniciativa pioneira para compor uma comunidade educativa, reunindo profissionais da educação de todos os segmentos e regiões do país. Este grande grupo será alimentado e conduzido para estimular a troca de conhecimento e discussões atualizadas, que proporcionem oportunidades de crescimento, atualização, preparação e solidificação de novos rumos.

         Esse projeto terá seu início com o “Congresso Eduko – Bienal de Novos Saberes” que ocorrerá no mês de julho, em Belo Horizonte. Minas Gerais há muito carece por iniciativas de formação desse porte. Ainda que Estado esteja entre os primeiros lugares no ranking nacional do Enem, esse resultado não retrata a necessidade de investimento que a população necessita.

         A Constituição Federal (Art. 205), ao pactuar a educação como direito de todos, nos leva à inflexão de que para se obter o direito de aprender é necessário garantir o que esse aprendizado preconiza: ambiente adequado, professores preparados e um contínuo processo de formação docente de forma democrática e acessível a todos.

         Talvez seja esse o grande desafio para que governos, fundações e instituições vejam a educação como um dos pilares do desenvolvimento da sociedade. Promover projetos de formação docente que embarcam toda a comunidade e proporcionem educação alinhada às necessidades de transformação e avanço que o país tanto precisa.”.

(Emilia Caldeira. Gerente de Educação do Sesc em Minas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br., edição de 26 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Virulência de extremismos

       A sociedade contemporânea sofre com virulentos extremismos por não ter aprendido lições do milênio passado: nestas duas últimas décadas já foi derramado muito sangue, evidenciando que nem mesmo as conquistas científicas e tecnológicas impedem a propagação da violência. Um simples olhar permite constatar o crescimento das irracionalidades que se revelam nos preconceitos raciais e culturais. Um fenômeno que para ser enfrentado necessita de adequados investimentos humanísticos. Sem esses investimentos, a sociedade, mesmo com tantos avanços técnico-científicos, continuará a padecer com inconcebíveis retrocessos. Dentre os males que abrem feridas sociais está o racismo, que alimenta absurdos ideológicos e provoca perdas irreparáveis, emoldurando posturas que inviabilizam o sonho de uma sociedade justa e igualitária.

         Assim, problemas estruturais e conjuntais agravam-se e a civilização contemporânea não consegue dar novos passos, essenciais para que sejam mais respeitados os direitos e a dignidade humana. Conta muito o urgente investimento humanístico para superar os descompassos alimentados no coração das pessoas – um peso grande que pode levar à perda do sentido da vida. Dentre as consequências está a busca por grupos e segmentos com força destruidora, que pensam ser intocáveis e irreparáveis seus juízos sobre a realidade. Uma postura que faz propagar extremismos por toda a sociedade.

         Ao eleger o próprio ponto de vista como exclusivo critério para definir o que é verdade, indivíduos criam contexto propício para ataques demolidores. Tomados por um espírito beligerante na defesa de suas próprias convicções, perdem o irrenunciável compromisso com respeito ao semelhante. Um problema grave também no contexto religioso e entre a militância política, envolvendo ainda vários outros campos da vida social. Trata-se de uma cegueira que impede a adequada identificação de perspectivas divergentes. Falta de visão que abala os alicerces da convivência humana e do sentido inegociável da amizade social. As discordâncias e divergências podem ser muitas, mas nunca podem justificar agressões à amizade social – bem maior de uma sociedade que almeja ser mais justa e igualitária.

         Há de se investir muito no cultivo do respeito à vida de cada pessoa, superando polarizações e todo tipo de extremismo. Nesse caminho, deve-se cuidar para não eleger o próprio ponto de vista como critério único e absoluto na interpretação da realidade. Apegar-se agressivamente aos próprios critérios, desconsiderando o semelhante, pode levar ao radicalismo que se expressa de muitas formas: no racismo, nos preconceitos e em tantas outras disputas fratricidas. A superação dessa cegueira pede que muitos e qualificados princípios sejam cultivados, com especial destaque para a compreensão de que cada pessoa precisa ser coração da paz. Um princípio que conduz o ser humano à bondade e ao respeito ao seu semelhante.

         Sem o compromisso com a paz, até pequenas divergências podem se agigantar, motivando ataques a dignidades. Aceita-se apenas o que garante o próprio ponto de vista, desconsiderando outras perspectivas sobre a realidade. Percebe-se, pois, que para superar a virulência dos extremismos, cada pessoa precisa exercitar a consciência sobre os fundamentos e as influências que carrega no coração. Nesse exercício, deve-se buscar cultivar no coração o que faz gerar a paz. Para que o ser humano se torne coração da paz é essencial permanecer vigilante para não se tornar hospedaria de ressentimentos motivados por opções ideológicas que inviabilizam a fraternidade. Assim é possível enxergar com mais nitidez. Contribuir para fazer da própria cada, de sua família, de cada comunidade, de cada nação, da casa comum, territórios da fraternidade. Torne-se, pois, um alicerce na vida de todos o princípio cristão de nunca se deixar vencer pelo mal, antes vencer o mal com o bem.

         Não se derrota o mal com a maldade, que sempre conduz a quedas, a combates violentos e fratricidas. O bem somente é alcançado com a bondade, rompendo o círculo vicioso do ódio e do ressentimento. As virulências de extremismos, não raramente promovidas por interesses econômicos, pela vaidade da fama, por uma busca pela manutenção das “zonas de conforto”, devem ser enfrentadas com a bondade. A busca pela promoção do humanismo integral e solidário apresenta-se com importante caminho nesse desafio. A civilização pode aproximar-se desse humanismo ao reconhecer a sacralidade de cada pessoa, dando passos na direção do desenvolvimento integral. Esses passos dependem do cuidado com a gramática que rege o coração humano, que não pode deixar-se contaminar por virulentos extremismos – precisa se pautar pelo respeito às diferenças, contribuindo para consolidar, no mundo, a amizade social.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em abril, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,18%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

terça-feira, 23 de maio de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER TRANSFORMADOR DAS ESCOLAS NA PLENA QUALIFICAÇÃO DA PESSOA, CIDADANIA E DEMOCRACIA E A TRANSCENDÊNCIA DO CORAÇÃO QUE FALA, DA ESCUTA AMOROSA, EMPATIA, VERDADE NO AMOR E PAZ NA NOVA ORDEM HUMANITÁRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Missão educar: o papel da escola na atualidade

       Para quem almeja responder de forma pragmática qual o papel da escola, a resposta poder ser simplista: ensinar. Mas será que a essa importante instituição da sociedade cabe somente transmitir o conhecimento adquirido e enquadrado nos componentes curriculares?

         Bom, ter somente excelência acadêmica não responde aos anseios atuais da sociedade, que clama pela convivência mais pacífica e harmônica entre os seus pares. Hoje, o que muitos querem saber é como as escolas têm atuado em meio ao uso desmedido da tecnologia, ao aumento da violência e ao crescimento vertiginoso dos transtornos mentais, como a ansiedade.

         O que experenciei em mais de 30 anos na educação, 25 deles na gestão escolar, é que o aprendizado na escola deve transpor o que se precisa no dia de prova dentro de sala de aula. Não deve haver somente o foco na matéria, na interpretação e na gestão do tempo. Deve abranger as necessidades daquele mesmo dia de avaliação, só que fora das paredes da escola, isto é, a gestão das emoções, os limites e efeitos da interação com o outro e com o meio, a responsabilidade com os compromissos – como o estudar para prova. É o chamado “aprendizado para a vida” ou a participação da escola na educação integral do indivíduo.

         No entanto, é preciso internalizar que a educação dos cidadãos de amanhã é responsabilidade de todos: família, escola, poder público, empresas, aqueles que vieram antes e podem dar o exemplo e compartir sabedoria (lição dos países orientais).

         Recentemente, vimos a união de atores da sociedade operar com um propósito educativo comum. Em todo país foram desenvolvidas ações válidas e muito importantes para levantarmos a bandeira de conscientização da paz. Essas situações pontuais simbolizam um movimento de fora (da sociedade) para dentro (do indivíduo) quanto a não violência.

         Porém, a fim de não esvaziar o objetivo dessas manifestações, precisamos compreender como cada grupo atua de forma concreta para estimular a cultura da paz de dentro para fora, que é o que surtirá efeitos mais duradouros.

         Nesse sentido, é relevante, por exemplo, que as famílias observem qual o exemplo dado aos filhos quanto à gestão de conflitos. Por outro lado, o Estado precisa ampliar as políticas públicas de prevenção ao bullying e a outras formas de violência nas escolas, intensificar as ações de segurança e implementar programas de formação para professores. Já as instituições de ensino devem verificar se realmente possuem um projeto para trabalhar com que pratica e com quem sofre o bullying, além de analisar se estimulam o desenvolvimento do autoconhecimento, da empatia e da compaixão, entre outras habilidades socioemocionais.

         Neste mundo que se descortina com novas descobertas e diferentes interações a cada segundo, assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano, portanto educar é papel de todos. Precisamos unir forças para atingirmos um objetivo maior, cuidar das crianças e jovens em prol de uma sociedade mais equilibrada e feliz, menos superficial e violenta.”.

(Eldo Pena Couto. Diretor do Colégio Arnaldo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 19 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Falar com o coração

       ‘Falar com o coração’ é o apelo do Papa Francisco em sua mensagem dedicada ao 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no contexto da celebração litúrgica da Ascensão de Jesus Ressuscitado ao Céu. O apelo de ‘falar ao coração’ é remédio precioso para o momento atual, contaminado por um amplo e destruidor lastro causado pela retórica belicista que toma conta dos corações. Uma realidade onde se consolida a lógica de narrativas perversas, a ponto de muitos buscarem vitórias a partir da destruição do outro, da desconsideração de projetos importantes para o desenvolvimento integral. O apelo do Papa Francisco é, especialmente, uma exigência para os cristãos, pois a espiritualidade cristã exige, precisamente, a conversão do coração. Sublinha, assim, importante verdade: é no coração que se define o destino da paz.

         Do coração podem brotar as palavras certas para dissipar as sombras de um mundo fechado, dividido. Assim, a meta de edificar uma sociedade melhor requer o comprometimento de cada um, especialmente dos agentes da comunicação, que devem exercer o seu trabalho como missão. Compreende-se que a necessária comunicação, sem desconsiderar a sua sofisticada dimensão técnica, pede principalmente que seus agentes busquem a qualificação de seus corações. Não bastam as narrativas inteligentes, falar com o coração determina rumos. Lembra o Papa Francisco que o coração move o ser humano para ir, ver e escutar o seu semelhante, propiciando uma comunicação aberta e acolhedora. Conta também, e de modo determinante, o adequado exercício da capacidade de escutar, que requer paciência. Igualmente importante é a sabedoria para reconhecer os momentos em que se quer simplesmente impor o próprio ponto de vista a outra pessoa.

         Há de se cuidar para que os próprios pontos de vista não sirvam somente para estabelecer barreiras que prejudicam as relações, impedem o diálogo e a partilha. A mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais ressalta que a escuta do outro, com o coração, é o único caminho para poder falar testemunhando a verdade no amor. Por isso, o Papa Francisco diz: não se deve ter medo de proclamar a verdade, por vezes incômoda, mas evitar, decisivamente, de o fazer sem amor, sem o coração. Ao invés disso, deve-se expressar por meio do coração, que revela, em seu palpitar, a interioridade de cada pessoa. Isso leva o ouvinte a encontrar a mesma sintonia, chegando a ponto de sentir, no próprio coração, o pulsar que vem do coração do seu semelhante, ensina a mensagem do Papa Francisco, que acrescenta: então pode ter lugar o milagre do encontro, com olhares recíprocos marcados pela compaixão – uns acolhendo a fragilidade dos outros com respeito, em vez de prevalecer a atitude de julgar, a semeadura de discórdia e divisões.

         Atualmente, consideradas as facilidades oferecidas por diferentes mídias, torna-se cada vez maior o risco de precipitações: há quem busque alcançar objetivos, efetivar planos de vingança, a partir da destruição do semelhante, valendo-se da comunicação. Muitos outros alimentam o nocivo gosto por essa comunicativa destrutiva, contribuindo, de certo modo, para disseminá-la. Esses comportamentos apontam para a necessidade de se buscar a conversão do próprio coração. Sem essa conversão, investe-se em uma pesada rotina de tudo fazer para impor ao mundo os próprios raciocínios e conclusões. Um caminho que conduz a lutas perversas, consequência de um coração estreitado pelas próprias mágoas. Passa-se a acreditar que somente há valor no que leva à realização dos próprios interesses – uma perspectiva individualista.

         Quando propósitos pouco nobres e o sensacionalismo tornam-se alma da comunicação agravam-se muitas doenças da humanidade. Por isso, é importante retomar a lembrança oportuna do Papa Francisco, que ajuda na efetivação de uma comunicação construtiva e restauradora da paz: Jesus ensina que cada árvore é conhecida pelo seu fruto (cf. Lc 6,44). De igual modo “o homem bom, do bom tesouro do seu coração, tira o que é bom. E o homem mau, do mau tesouro, tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração (cf. Lc 6,45). Para comunicar testemunhando a verdade no amor, é com o coração puro é que se pode ver para além das aparências, superar rumores confusos que não ajudam nos necessários  processos de discernimento exigidos pela complexidade do mundo contemporâneo. O apelo para se falar com o coração interpela radicalmente este tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, muitas provocadas pela desinformação que falsifica e instrumentaliza a verdade.

         A mensagem do Santo Padre traz outra preciosa indicação quando lembra que neste tempo, de tantas polarizações, a busca por uma comunicação “de coração e braços abertos” não deve envolver exclusivamente os agentes da informação. Cada pessoa deve também assumir essa responsabilidade. Todos são chamados a procurar a verdade e a dizê-la, mas com amor. De modo particular, os cristãos são exortados a guardar continuamente a língua do mal (cf. Sl 34,14), pois com ela – como ensina a Escritura – pode-se bendizer o Senhor e amaldiçoar os homens feitos à semelhança de Deus (cf. Tg 3,9). Vale refletir sobre o que diz o apóstolo Paulo: da boca não deveriam sair palavras más, “mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam” (Ef  4,29). Guarde-se o compromisso do falar amável, capaz de abrir uma brecha nos corações mais endurecidos. Falar com o coração é o caminho para uma grande revolução humanitária, desenhando novos e esperançosos horizontes para o mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em abril, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,18%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

sexta-feira, 19 de maio de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DAS POTENCIALIDADES, EMPREENDEDORISMO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O AGRONEGÓCIO E A TRANSCENDÊNCIA DA MATERNIDADE, AMOR INCONDICIONAL, EMPATIA, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Como criar atrativos para fixar os jovens no campo

       Estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que há mais de uma década, desde 2010, há mais pessoas nas cidades do que no campo. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a tendência é irreversível – uma projeção do Banco Mundial mostra que a queda de pessoas no campo entre 2020 e 2050 seria de 300 milhões de indivíduos.

         No Brasil, o Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo IBGE, indicou que a taxa de migração campo-cidade era de 1,3l%; amostras mais recentes mostraram que a taxa caiu para 0,65%. Apesar da queda da migração, estima-se que atualmente apenas 17,6% da população brasileira resida em zonas rurais. O novo censo 2023, a ser divulgado em breve, dará um panorama melhor da situação.

         Fato é que a adoção de novas tecnologias, regras de sustentabilidade para o agronegócio – sejam elas ambientais, sociais ou econômicas – e a dificuldade em manter jovens no campo são desafios enfrentados pelo setor nos últimos anos. Somado a isso, convivemos com a falta de assiduidade do trabalhador, que reflete o desinteresse pelo trabalho formal no campo, e a baixa qualificação da mão de obra. Esses aspectos todos espelham uma tendência mundial, cuja população se mostra nas últimas décadas mais presente nos centros urbanos do que na área rural.

         Na prática, muitas vezes, ocorre que o trabalhador é enviado para a cidade para se qualificar, mas acaba não voltando. O trabalho braçal, que antes exigia muitos homens para ser realizado, hoje é executado com maior precisão e velocidade por equipamentos automatizados. E, paradoxalmente, uma das grandes dificuldades na atualidade é encontrar mecânicos para cuidar da manutenção dos equipamentos. Então, diante desse cenário, a conta não fecha.

         A FAO estima que em 2050 o mundo terá mais de 9 bilhões de habitantes, um indicativo de que devemos não apenas estar preparados para aumentar a produção de alimentos, como planejar o agronegócio para ser eficiente, sustentável e produtivo, principalmente, atrativo do ponto de vista da retenção de mão de obra. É preciso considerar todas as questões de tecnologia e novas práticas agrícolas, que olhem para a regeneração do solo, o uso de bioinsumos e também é necessário despertar os jovens que vivem no interior a perspectiva de fazer suas vidas ali.

         A diminuição de terras disponíveis na fronteira agrícola, somada à crescente mecanização no campo, levou a uma diminuição da mão de obra na produção familiar, “empurrando” os jovens para a cidade. Há pesquisadores que analisam a recorrente desvalorização e precarização do meio rural, um ambiente que não os estimula no que diz respeito a desenvolver conhecimentos novos e aplicá-los nas terras de suas famílias, sendo atraídos, cada vez mais, pelos valores urbanos e pelo trabalho assalariado.

         A meu ver, é de extrema relevância que haja um investimento dos setores público e privado para incentivar as escolas agrícolas a ofertar cursos diversificados e atraentes para esses jovens. As próprias startups, que desenvolvem inúmeras soluções para o agronegócio, podem se dedicar a pensar em propostas nesse sentido, estimulando a criação de soluções interessantes para problemas que enfrentamos nas lavouras e na gestão do agronegócio sob várias perspectivas e temáticas.

         A CNA tem um programa de capacitação – Jovens Líderes do Agro – para conectar a juventude e ser canal de debates sobre possibilidades de trabalho no campo, com temáticas atuais e interessantes, como liderança empreendedora, autoconhecimento, proposição de iniciativa de liderança, sucessão no campo, entre vários outros. Em Minas, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), por meio da regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional Minas Gerais (Senar Minas), estimula e promove a capacitação profissional e promoção social da população rural, por meio de cursos, palestras e seminários gratuitos.

         O projeto Jovem no Campo da Faemg/Senar busca contribuir para a inserção do jovem no mercado de trabalho rural, oferecendo a ele uma visão empreendedora de negócio, com foco nas oportunidades locais e regionais. É voltado para pessoas com 15 a 24 anos, que já tenham concluído ou estejam regularmente matriculadas no ensino fundamental, médio ou no Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de terem vínculo e afinidade com o meio rural.

         A meu ver, é urgente a necessidade de se abrir novas frentes de fomento à permanência de trabalhadores no campo, homens e mulheres, jovens e adultos, para o desenvolvimento de novas frentes de cultivo, de pesquisa e inovação para o agronegócio brasileiro.”.

Excepcionalmente hoje a coluna de Lucas Gonzalez não será publicada

(Bruno Sampaio. Gestor do BMG Agro, empresa do Grupo BMG, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sentimento de mãe

       Para uma mãe, o filho é mais do que uma parcela dela mesma. A maior dor que se conhece é a perda de um filho pela mãe, e, quando não existe outro filho para receber a sua preocupação ou o seu sentimento maternal, ela perde, muitas vezes, a razão de existir. Pode sobreviver, mas em seu coração a chama vital sofre um abalo.

         Tenho presenciado esse fenômeno na minha família e em outras. Tenho visto uma mãe ir todos os dias do resto de sua vida levar ao túmulo ao menos uma flor e lá versar lágrimas como se a perda tivesse acontecido no dia anterior.

         A vida dessa mãe se transformou num tributo à memória do querido filho; praticamente deixou de ter vida, felicidade e atividade que pudesse acalmar o sofrimento.

         Não tem palavras que possam descrever, em sua essência, a relação sentimental entre mãe e filho. Apenas é compreensível na imaginação, nos exemplos vividos.

         Não existe para uma mãe filho ruim, perverso ou criminoso. A imagem é e sempre será a do menino que saiu de seu corpo, tomou o leite de seu peito, deu os primeiros passos incertos, precisou de seus cuidados para sobreviver e lançar raízes nesta terra.

         Na Bíblia lemos o episódio de Abraão, testado a cumprir o sacrifício do filho Isaac. O braço dele, entretanto, foi barrado por Deus na hora da execução de Isaac. Episódio em que se acena ao sacrifício de um filho nunca, que eu lembre, envolve uma mãe, pois seria inconcebível uma mãe contrariar sua natureza, mesmo frente à força divina.

         Mãe não subiria a montanha, como fez Abraão, já daria a sua própria vida no lugar daquela do filho.

         Mãe seria capaz de absolver um monstro sanguinário, um exterminador ao qual ela deu origem. Sua defesa do filho passa por qualquer circunstância, e a razão será: “Ele é meu filho”.

         Se ele “é meu filho”, parece dizer a mãe: “Por ele darei tudo, perdoarei qualquer pecado, darei minha vida”.

         Nenhuma mãe de nenhuma espécie animal nega, mesmo frente ao maior perigo, a defesa do filho. O instinto, o poderoso sentimento materno, desconhece circunstâncias que o façam recuar. Até uma gazela se coloca na frente do filhote e tenta chifrar o predador.

         Roma, cidade eterna e berço da civilização ocidental, nasceu por força do sentimento materno de uma loba que salvou e amamentou Rômulo e Remo, abandonados às margens do rio Tibre.

         Na literatura russa, um conto descreve uma loba solitária que encontra na sua toca os filhotes mortos pelas mãos de um homem. Tomada pela dor e com o peito carregado de leite, ela segue o rastro dos algozes até encontrá-los numa pobre casa de madeira.

         Ao deparar-se com um berço guardando uma criancinha, a loba, assim, num gesto desesperado, rapta a recém-nascida. Longe de se vingar e sacrificá-la, como o homem fez com seus filhotes, passa a amamentá-la em sua toca e a criá-la como fosse sua. Apenas para atender a seu instinto de mãe frustrada.

         O laço maternal resiste a qualquer prova. A mãe, por natureza, é a depositária do dever de perpetuação de sua espécie, e, bem por isso, esse poderoso sentimento resiste apenas por se confundir com um amor descomunal, indissolúvel, o maior e melhor que o ser humano já conseguiu expressar.

         Parabéns às mães por todo o amor que distribuem em abundância e qualidade inigualável.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em abril, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,18%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.