segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA HUMILDADE NA HUMANIDADE E A URGÊNCIA DE PROFUNDAS MUDANÇAS NAS ESCOLAS NA SUSTENTABILIDADE


“Humildade é sinal de inteligência
        ‘A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome. A humildade está na pessoa, que, tendo o direito de reclamar, julgar, reprovar e tomar qualquer atitude compreensível no brio pessoal, apenas abençoa’ – Chico Xavier.
         Um dia, após uma de minhas palestras, o curador do evento se aproximou de mim e ao me elogiar agradeceu minha humildade, dizendo, para minha surpresa, que é comum os palestrantes serem metidos.
         Esse comentário fez com eu escrevesse este artigo e refletisse que, assim como devemos ser humildes para ensinar. Afinal, não somos melhores que ninguém. Posso, possivelmente, saber mais a fundo determinado assunto, mas certamente não todos.
         Por que, então, não agimos mais como uma criança de 7 anos que interage com outra criança com seu coração aberto para novas amizades e curiosidades? Já parou para pensar nisso? Que todos nós somos semelhantes, que temos algumas habilidades, outras não, e assim, também, as outras pessoas. Que cada um tem o seu tempo, sua velocidade, suas necessidades e suas virtudes.
 Há um tempo, acompanhava, nas redes sociais, um colega que treinava para uma prova de 10 quilômetros. Mesmo sem muito interesse, eu era levado a acompanhar o passo a passo da sua preparação, já que, diariamente, fotos eram postadas. No dia do evento, foram inúmeros cliques durante o início da prova, mas, para minha surpresa, nenhum clique no final. Tempos depois, eu soube que a prova não havia sido concluída por motivos físicos.
Então, me pergunto: por que só o lado feliz e vencedor é mostrado nas redes sociais e também na vida? Por que não mostrar, também, quando não alcançamos o que queríamos, apesar de todo o esforço, e que assim estaremos prontos para uma nova tentativa, a fim de superar ou mostrar, sem medo ou receio, que somos humanos e propensos a erros e insucessos?
         Humildade é mostrar sua vulnerabilidade, que nem tudo está sempre tão bem assim. Humildade, também, é sinal de inteligência, unindo os indivíduos, ao contrário do orgulho. Sendo humilde e ajudando os demais, a chance de um dia você ser ajudado passa a ser maior, pois lembre-se de que todos nós precisamos de algum tipo de ajuda em algum momento da vida.
         “Para o orgulhoso, a humildade é uma humilhação”. (Eclesiástico 13,20)
         Esperar o tempo da vida para as respostas que queremos de imediato é outro sinal de humildade. Lembrar que, por mais que sejamos bem-sucedidos profissionalmente, tenhamos conhecimento ou posição social, não somos nada mediante os acasos da vida e do tempo. Que nunca saberemos com quem realmente estamos falando, pois todos têm suas bagagens, suas histórias e, consequentemente, seus valores.
         Não queira estar sempre certo, apenas os tolos estão sempre corretos, os sábios procuram estar atentos a novos conhecimentos, aceite críticas e não fique melindrado com elas.
         Antes de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano, procurando ter a consciência de quem se é, que somente um ser humano pode salvar a vida de outro e aí, talvez, um dos maiores exemplos de humildade seja confessar a outro ser humano precisar dele para existir. “O dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens.” (Gandhi).”.

(ANDRE CASTRO. Dentista com especialização em odontopediatria e MBA em gestão em planos de saúde, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de fevereiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JANGUIÊ DINIZ, mestre e doutor em direito, fundador e presidente do conselho de administração do grupo Ser Educacional, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação brasileira diante do espelho
        Vivemos em um país enorme cujas fronteiras delimitam muito mais do que território. Delimitam populações com culturas, tradições e desafios tão diversos que não há quem questione o fato de termos diversos “brasis” dentro do Brasil.
         Em um contexto tão amplo e diversificado, desenvolver políticas públicas que atendam a todos de forma indistinta, como preconiza a nossa Carta Magna, não é uma tarefa simples. Qualquer recorte que se pegue envolve milhões de pessoas. Por exemplo, apenas no universo da educação superior, o país tem mais de 8,2 milhões de estudantes, quase a população de Israel, nação que se destaca por sua capacidade de inovação e que tem 8,4 milhões de habitantes.
         A realização de ações e programas voltados para um público tão grande e distinto não seria possível sem o amparo de dados e análises de qualidade. São necessárias informações que apontem o norte na busca pela melhoria do bem-estar da população e do progresso do país como um todo.
         Nesse cenário, o trabalho desenvolvido pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem sido de extrema relevância. Hoje, sabemos exatamente quantos alunos estão nas salas de aula e o perfil deles; quantas e onde estão as instituições de educação superior brasileiras; a quantidade e o grau de formação dos nossos docentes; e outros diversos dados.
         São números que, associados a muitos outros, nos permitem não só conhecer a realidade, mas ir além. Por meio deles é possível dimensionar desafios e necessidades que estão apresentados, mas que muitas vezes ficam escondidos entre um dado e outro. Uma análise detalhada dos dados nos convida a extrair deles soluções ou alternativas capazes de contribuir para o equacionamento da relação entre demanda e oferta; entre anseios e possibilidades; entre onde estamos e aonde queremos chegar.
         Por exemplo, dados recentes do IBGE mostra que pessoas com educação superior completa têm rendimento médio aproximadamente três vezes maior do que o daquelas com ensino médio completo. Apesar disso, apenas 17% dos jovens adultos brasileiros, com idade entre 25 e 34 anos, têm graduação.
         As estatísticas que relevam esse cenário também indicam o quanto estamos distantes de atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação. Para alcançar a taxa bruta de matrículas estipulada na meta 12, é preciso que o número de novas matrículas cresça 4,8% ao ano, até 2024. Para atingir a taxa líquida, o desafio é ainda maior: sem o crescimento de 8,1%, ao ano, nas matrículas, não conseguiremos garantir 33% da população de 18 a 24 anos matriculada na educação superior.
         A transformação de números aparentemente frios em análises que permitam confrontar a realidade com as necessidades, mapear tendências, e discutir políticas públicas é algo que contribui não só para a elaboração de ações necessárias e adequadas à realidade do país, mas também para a abertura de caminhos que podem ser trilhados por setores estratégicos, como o particular de educação superior, de modo a cooperarem para o êxito da política governamental.
         Nesse sentido, em evento recente realizado na sede da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), o Inep confrontou as instituições particulares de educação superior com estatísticas do Censo 2017 associadas a resultados da educação básica em avaliações de desempenho e do censo desse nível educacional.
Em síntese, a intersecção de dados feita pelo instituto evidenciou a relação entre o baixo desempenho dos estudantes da educação básica com a carência de professores formados para atuar na disciplina que lecionam. Nos últimos anos do ensino fundamental, apenas 62,5% dos professores de língua portuguesa e 50% dos docentes de geografia são graduados nas respectivas áreas.
         Diante dessa realidade, o Inep provocou as instituições de educação superior a ofertarem mais vagas em áreas específicas da literatura, o que exclui pedagogia. Entretanto, na contramão dessa necessidade, está a realidade enfrentada cotidianamente por professores, que precisam superar obstáculos, que vão desde baixas remunerações até a falta de material para trabalhar e o desrespeito por parte dos alunos.
         Pesquisa realizada em 35 países pela Varkey Foundation constatou que o Brasil é a nação que menos prestigia seus docentes. Aqui, apenas 9% das pessoas acham que os alunos respeitam os educadores em sala de aula e 88% consideram a profissão de professor como sendo de “baixo status”.
         Enquanto esse for o cenário que aguarda profissionais que dedicam três ou quatro anos de sua vida a uma graduação, o setor particular de educação superior pode ofertar quantas vagas forem que o problema não será resolvido. O entrave não está na oferta, mas na demanda.
         A carência de professores qualificados para atuarem em sala de aula não é novidade. Há tempos os dados evidenciam essa realidade, assim como tantas outras. Apesar disso, nas últimas décadas, pouco foi efetivamente feito para mudar esse panorama.
         Como afirmei antes, dados estatísticos descortinam cenários ocultos, mas também jogam luz sobre realidades e necessidades que muitas vezes relegamos a segundo plano. Entretanto, como evidenciam os números apresentados pelo Inep e tantos outros que ajudam a mapear o nosso país, se governos e sociedade civil não construírem soluções conjuntas, não existirão saídas possíveis.
         O setor particular de educação superior nunca se furtou a trabalhar de forma conjunta com o governo, de modo a contribuir para a construção da nação mais educada e desenvolvida que todos almejamos. Entretanto, nesse caso específico, a solução exige que antes de qualquer coisa sejam desenvolvidas políticas públicas de estímulo à carreira docente. Só assim será possível equalizar a relação entre oferta e demanda por professores nas escolas brasileiras. Não há alternativa.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



          

        
       

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ NOS NOVOS E DESAFIANTES HORIZONTES E O PODER DA ECONOMIA CIRCULAR NA SUSTENTABILIDADE


“O que aprender com a crise?
        Muito antes de Cristo, já se falava em sete anos de fartura e outros sete de fome. Também está escrito que todas as coisas têm seu tempo, que existe um período para que se adquirir e outro para se perder. Um ditado popular diz que depois da tempestade sempre vem a bonança. Não é novidade que se vive, constantemente, fases boas e outras ruins e que crises são uma constante no cotidiano, pois sempre existirão. Na China, por exemplo, crise é sinônimo de oportunidade.
         A palavra crise tem origem no termo grego krisis, isto é, a manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio; fase difícil, grave, na evolução dos fatos e das ideias; estado de dúvidas e incertezas; momento perigoso ou decisivo ou ponto de transição entre um período de prosperidade e outro de depressão.
         Em várias áreas da vida e em diversos momentos, as pessoas passam por crises. Na juventude, ocorre a crise da adolescência, em função das mudanças no corpo e que, na maioria das vezes, não se entende e, por isso, geram conflitos e sofrimentos. Muitos casais têm crises nos relacionamentos que, algumas vezes, levam à ruptura.
         Na vida profissional não é diferente. Quantas vezes se têm dúvidas de estar no caminho certo, na profissão correta, na empresa mais adequada às capacidades e expectativas que se tem? As empresas também podem ser afetadas por crises, já que são feitas de pessoas que passam por tensões, inclusive gestores.
         É sabido que para obter resultados diferentes é preciso mudar atitudes. E como agir em momentos ruins? Primeiramente, deve-se entender que, na vida, sempre há altos e baixos, por isso dá força para se passar pelos maus momentos. Também existe o conforto em saber que a tempestade passa, o que, provavelmente, permitirá chegar aos bons momentos mais facilmente. É claro que aí não se pode esquecer que a fase boa também passará e, assim, economiza-se para as fases ruins.
         Como transformar crises em oportunidades? É preciso identificar o que não se conseguiu fazer em tempos de vacas gordas e aproveita os tempos de vacas magras para realizações, como, por exemplo, se não conseguiu tirar férias quando se tem muito serviço, pode-se aproveitar para descansar e se preparar para épocas com muitas atividades. É também um ótimo momento para dar atenção especial aos clientes. Afinal, no corre-corre do dia a dia, muitas vezes não se dá um atendimento adequado.
         Não se deve esquecer, também, que é uma excelente época para planejar as atividades e, claro, cuidar de treinamentos e, principalmente, da saúde. São atividades importantes e que costumam ser deixadas de lado por falta de tempo. Enfim, é aproveitar os tempos de calmaria para se preparar para os momentos de sufoco.
         Deve-se preservar o otimismo e o entusiasmo, mantendo o foco e buscar novos negócios. Momento de enxergar a parte cheia do copo, que está pela metade, e não a parte vazia. Os patrões usam a crise para demitir alguns profissionais ruins, para se justificar. Não importa se é uma pessoa ou uma empresa, sempre é possível aproveitar os momentos ruins para aprender. Se você perseguir a excelência, certamente sobreviverá. Tira a letra “S” da crise e crie.”.

(SÔNIA JORDÃO. Especialista em liderança e autora do novo livro Ei, curta a jornada – Torne-se um profissional de sucesso, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de janeiro de 20019, mesmo caderno e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, pesquisador da Embrapa, e que merece igualmente integral transcrição:

“Agricultura na economia circular
        A economia global tem se comportado como se os recursos materiais do planeta fossem ilimitados, consumindo biomassa, combustíveis fósseis e minerais em volumes que chegam a 90 trilhões de toneladas anualmente, ou três vezes o volume extraído em 1970. Pelas tendências atuais, estima-se que o uso de recursos materiais globais duplicará até 2050, colocando em sério risco a base de recursos naturais do planeta.
         A extração e o uso excessivo de recursos naturais produzem outro grave problema: resíduos são gerados em volumes e complexidade crescentes por causa do número e da diversidade de produtos que chegam aos mercados. Só a indústria da transformação digital originou mais de 48 milhões de toneladas de resíduos em 2017. Estima-se que menos de um quarto desses resíduos foi coletado e reciclado, sendo o restante descartado, muitas vezes com sérios riscos para o meio ambiente e a saúde das pessoas.
         Hoje, nos damos conta de que não é mais possível sustentar esse modelo de economia linear – baseado na extração de recursos naturais para produção de bens de forma barata e geração crescente de resíduos. O mundo não dispõe de recursos ilimitados, e muito menos de capacidade de lidar com a escalada de desperdício e descarte que alimenta a disparada da emissão de gases de efeito estufa e a contaminação do solo, da água e do ar.
         A economia circular nasce inspirada na própria natureza, na qual nada é desperdiçado. A longevidade e a resiliência dos ecossistemas derivam exatamente dos ciclos naturais de reciclagem de recursos, como numa floresta, em que múltiplas espécies interagem e se alternam de forma harmônica. Por mimetizar a natureza, a economia circular assume um significado especial para a agricultura, atividade baseada em recursos naturais plenamente apta a se inserir na lógica dos três Rs da economia circular – reduzir, reutilizar e reciclar.
         O Brasil conta com um dos melhores exemplos de economia circular no seu setor sucroenergético. Aqui a cana-de-açúcar é cultivada com grande economia de insumos químicos, via controle biológico de pragas e adubação orgânica. A palha permanece no campo para proteger e enriquecer o solo. Produzidos açúcar e etanol, a vinhaça é aproveitada como fertilizante, e o bagaço produz bioeletricidade. Do bagaço e do melaço derivam componentes utilizados por múltiplas indústrias, e novas tecnologias enzimáticas já transformam resíduos celulósicos enzimáticos já transformam resíduos celulósicos da cana em mais etanol.
         Outros setores da agricultura brasileira precisarão incorporar a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), processo de gestão do desempenho ambiental dos negócios, desde a extração de recursos ao descarte final dos resíduos. Sua incorporação irá estimular o surgimento de novas cadeias de valor e premiar processos que racionalizem o uso de recursos, como a água, e reduzam ou eliminem emissão de gases e de resíduos. Compostagem e biodigestão, por exemplo, ganharão grande valor por sua capacidade de eliminar poluição e produzir adubos orgânicos e energia renovável.
         A economia circular é um movimento inexorável no mundo, em função das mudanças nos padrões de consumo, que forçarão ajustes nos padrões de produção. Políticas públicas e ações coordenadas nas cadeias de valor poderão ajudar o Brasil a galgar um novo patamar de competitividade, fortalecendo a imagem do país como provedor não apenas de mercadorias, mas também de serviços ambientais valorizados pelos consumidores em todo o mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



          

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DO CUIDADO COM AS CRIANÇAS E A URGÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Transformar a realidade
        Tão importante quanto entender a realidade em que estamos inseridos é gerar as oportunidades para alterá-la. Pode parecer muito simples. Basta que saibamos onde estamos e aonde queremos chegar e realizar o percurso entre os pontos. No entanto, quando a realidade se apresenta a uma criança de 3 anos, que não se alimenta todos os dias, o futuro é um pouco mais difícil de ser vislumbrado. Estudos recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam que mais de 43% das crianças brasileiras de até 14 anos estão em situação de pobreza extrema. São quase 6 milhões de pequenos brasileiros que sobrevivem com R$ 140 por mês, ou seja, menos de R$ 0,50 por dia.
         É com essa realidade que o ChildFund Brasil – Fundo para as Crianças trabalha há 52 anos, em algumas das regiões marcadas por histórico de carências e limitações de oportunidades, como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e o Sertão do Cariri, no Ceará. Ressalta-se o fato de que, mesmo diante de um quadro de adversidades, a vida resiste de forma corajosa em função da força do povo desses lugares. Então, voltando à ideia inicial: como gerar oportunidades para alterar a realidade dessas criança? Só vislumbramos uma solução: empoderar as pessoas, engajando os integrantes das comunidades e permitindo que eles não somente sonhem, mas, acima de tudo, assumam a liderança da mudança social que se faz necessária para suas vidas.
         Para isso, o Fundo para as Crianças busca colaborar para que mudanças aconteçam, atuando em parceria com organizações sociais locais, que são formadas pelos verdadeiros agentes dessa mudança. E, a partir do desenvolvimento das capacidades de pessoas, são construídas as condições para a execução de trabalhos sociais que são planejados e legitimados através da atuação dos membros e líderes das comunidades, desencadeando uma mudança de comportamento que os faz se sentirem protagonistas de transformações sociais.
         Portanto, com base em processos participativos executados, monitorados e avaliados continuamente, são geradas oportunidades para se construir uma intervenção duradoura e promotora do desenvolvimento de crianças, famílias e comunidades.
         Um bom exemplo é município de Santa Luz, no Nordeste do Brasil, onde o Fundo para Crianças chegou em 2015 e apoiou a comunidade local para a fundação de uma organização social, a Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente, que hoje oferece a mais de 1.000 crianças e suas famílias diversas atividades educativas e de convivência comunitária, que estão contribuindo para o desenvolvimento das pessoas e comunidades.
         Entendemos que é necessário que nos projetos sociais, por mais sutil que seja, sempre ocorra o engajamento do seu público direto na construção de intervenções que promovam mudanças sociais. Para que isso se torne possível, é fundamental identificar as reais causas dos problemas vividos pelas pessoas, para, assim, possibilitar que as soluções se tornem mais próximas da realidade de quem delas se beneficiará.
         É vital a essas organizações que sua atuação esteja alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Trata-se de 17 metas globais que devem ser perseguidas por todos os países signatários das Nações Unidas. Erradicar a pobreza e a busca pela redução das desigualdades são algumas dessas metas.
         No nosso caso, atuamos focados na busca do 16º ODS: “Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças”. Somente em 2018, atendemos mais de 42 mil crianças nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, promovendo e fortalecendo caminhos de proteção e desenvolvimento.
         Entendendo a realidade dessas crianças e jovens, podemos, todos juntos, mudar seu hoje para que eles possam sonhar com um amanhã, já sabendo como alcançá-lo.”.

(JÚLIO CÉSAR DOS SANTOS. Coordenador de Operações de Campo no ChildFund Brasil – Fundo para Crianças, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de fevereiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Política, a arte do diálogo
        A boa política é uma ‘forma eminente de caridade’, ensina o papa Francisco. É o caminho fundamental para se construir a cidadania, realizar obras. Uma verdade que precisa tocar o coração de todos, sobretudo dos que se candidatam e são escolhidos pelo povo para o exercício do poder. Mesmo que muitos interesses estejam envolvidos nas discussões políticas, é dever de quem representa o povo permanecer firme na defesa de seus representados, sem se deixar seduzir pelos objetivos de grupos com ambições pouco nobres. A política exige respeito a referências inegociáveis, ancoradas na liberdade e no compromisso com o bem comum. Nesse sentido, a meta de quem exerce o poder deve ser promover a dignidade humana, em profundo respeito à justiça.
         A verdadeira política é arte que se vale do diálogo para encontrar as soluções mais adequadas ao bem comum, a partir da argumentação, de compreensões lúcidas sobre a realidade. Oportuno lembrar que a arte tem força para elevar a compreensão humana a novos patamares. Por isso mesmo, o exercício da política, enquanto arte, deve contribuir para a sociedade avance rumo a novas conquistas civilizatórias. O interesse tem que ser o bem comum. É isso o que se espera dos representantes eleitos pelo povo. E que não percam a clareza de que o Parlamento, em nível federal, estadual ou municipal, é a casa do povo, onde seus representantes estão reunidos para servi-lo. Assim, a configuração de “bancadas” para a defesa de interesses muito particulares de alguns segmentos, não raramente contrários ao bem, à justiça e à verdade, é algo incompatível com a boa política.
         O exercício do poder exige qualificado debate sobre os diferentes anseios dos diversos segmentos da sociedade, processo indispensável para a construção de entendimentos acertados. É fundamental dialogar no contexto político, com a imprescindível capacidade para reconhecer os clamores do cidadão comum, particularmente dos mais pobres. Compreende-se que ser parlamentar é tornar-se porta-voz, principalmente, dos que sofrem. Na contramão desse sentido, o exercício da representação é de duvidosa qualidade e incapaz de promover melhorias, pois, quando a política é exercida de modo equivocado, contribui para que as riquezas sejam dilapidadas a partir de crimes ambientais e humanitários, em vez de convertidas em benefícios para a vida do planeta. Seria meta dos que ocupam cargos nas instâncias do poder a promoção do desenvolvimento integral, com respeito à natureza, aos valores culturais e religiosos, entre tantos outros.
         Não é tarefa fácil exercer a boa política. Por isso, ante as complexidades e exigências, muitos se afastam dessa responsabilidade. Os estreitamentos ideológicos, por exemplo, também agravam a aversão ao universo político. Mas essas distorções só podem ser corrigidas a partir da arte de dialogar. Assim é que se vencem barreiras e se constroem entendimentos, criando novos marcos regulatórios capazes de revisar legislações inadequadas, que atendem somente a interesses pouco nobres, fontes de crimes ambientais e humanitários.
         A política como arte do diálogo é capaz de elevar o exercício da cidadania, reconhecendo que o bem coletivo é a meta central a ser buscada por todos. Dialogar é dinâmica que promove correções, possibilitando aos representantes do povo atuar, cada vez mais, de modo coerente com os anseios de seus representados. Estejam todos abertos ao diálogo, sem medos, preconceitos, para que ocorram os intercâmbios necessários de ideias. Particularmente, os políticos possam ouvir instituições que mereçam respeito por ter credibilidade e, assim, desenvolver trabalhos comprovadamente importantes para a população, especialmente para os mais pobres.
         Fazer com que a política se torne, cada vez mais, a arte do diálogo exige dos representantes do povo disposição para o exercício da humildade e da generosidade. Abertura para a escuta, sem se apegar a interesses egoístas e cartoriais. Que os políticos renovem a disposição para dialogar, evitando descompassos e, assim, permaneçam firmes na busca pelo bem de todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.