segunda-feira, 31 de julho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO ENSINO MÉDIO NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA ALEGRIA DE SERVIR, DIGNIDADE HUMANA, ESPIRITUALIDADE E SOLIDARIEDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Falta de educação contextualizada eleva custo-Brasil

       O problema educacional brasileiro é crônico e afeta diretamente o crescimento econômico, a renda e o consumo das famílias. Não há como obter um crescimento sustentável e se tornar um país desenvolvido sem que haja mão de obra qualificada e, para isso, é preciso focar a formação do jovem de forma a prepará-lo para o mercado de trabalho, ampliando a produtividade, o que impacta diretamente o PIB (Produto Interno Bruto) potencial.

          Nossa realidade, entretanto, é bem diferente. O Brasil, ao contrário de países desenvolvidos como os europeus, apresenta menos de 10% dos jovens estudantes do ensino médio vinculados à educação profissional. Quando grande parte da população se encontra sem motivação para estudo e também fora do mercado de trabalho, percebemos que não basta uma economia estável, com inflação baixa, para que haja um crescimento de produção, de estímulo ao mercado. O problema é que falta um dos fatores mais relevantes que movimentaram as maiores economias do mundo: a capacidade produtiva da população.

          De acordo com ranking de produtividade da força de trabalho, desenvolvido pela escola de educação executiva suíça IMD (Institute for Management Development), o Brasil está na 61ª posição de um total de 64 nações avaliadas. A pesquisa mostra que só ganhamos da Mongólia, Nova Zelândia e Venezuela.

          A solução dos problemas de um país que se autodenominou “país do futuro” está no investimento na educação profissional técnica de nível médio. Os três últimos anos de estudo, na etapa da juventude, devem ser voltados para uma formação mais contextualizada e alinhada com as necessidades de produtividade do país. Tal mudança tende a reduzir a evasão dos estudantes e também trazer uma aplicação e um porquê para os temas de estudos e de aprimoramento do jovem.

O estudo Itaú Educação e Trabalho, financiado pelo Instituto Itaú e desenvolvido por especialista do Insper, demonstra que, se houvesse um aumento de formação de jovens e adultos em educação profissional, o PIB cresceria rapidamente mais de 2,3%. Este tema não é novo, e desde 2014 o PNE, Plano Nacional de Educação, previa, em uma das suas 20 metas, mais que duplicar a oferta de educação profissional.

          O estudo científico é importante, mas é senso comum que população melhor formada para o mundo do trabalho produz mais e melhor. Com isto, não só se amplia a produção para exportação, como também, com maior renda, a população aumenta a demanda de mais e melhores produtos e serviços internos.

          Esperamos que este movimento, trazido à tona, mais uma vez, agora por entidades de alto valor nos setores produtivos e educacionais motivem reais ações do Estado, pois o ensino médio ainda espera pela definição de como serão as trilhas formativas e sobre como a educação profissional pode ser um alicerce de construção de um país mais produtivo, mais igualitário socialmente.”.

(César Silva. Diretor-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de julho de 2023, caderno OPINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 28 de julho de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Primazia do servir

       A primazia do servir é um basilar princípio do Evangelho, indicado pela maestria de Jesus aos seus discípulos. Conhecedor, como só Deus conhece as idiossincrasias do coração humano, o Mestre sabe que no reverso deste princípio, regra de ouro para a qualidade do viver humano, contracena o espectro do poder, como sedução e ambição. Veneno que atua com fortíssima propriedade destrutiva, o poder descompassa as relações, impondo limites e prejuízos pesados ao tecido social e político no conjunto de uma sociedade. A imaturidade na condição humana, assim como as crescentes manipulações institucionais maculam a ordem do serviço prestado e podem restringir a aplicação de habilidades e aptidões somente ao atendimento de interesses partidários e de grupos comprometendo o sentido mais amplo da primazia do servir – garantia de solidariedade e igualdade. Assim, o serviço prestado no desempenho profissional ou gracioso se emoldura por interesses mesquinhos com alcance restritivo, alimentando desigualdades sociais, preconceitos e discriminações.

          Jesus Mestre trata esta patologia presente em seus discípulos. E tudo começa com o provocante pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João, desejosa em ver seus dois filhos sentados, no Reino, um à direita e outro à esquerda do grande Rei. A lógica que preside o pedido ultrapassa a simples nobreza materna como expressão de zelo e bem querer para revelar o limite humano, constante e crescente, de se ocupar lugar de importância e destaque. Tanto é verdade que os outros dez discípulos se indignaram ao ouvir o pedido. Uma indignação que revela mais da disputa que da compreensão da lógica que o Mestre acaba de anunciar no diálogo. Jesus confronta o pedido na mãe a uma escolha feita por Deus, o Pai, para ocupação dos dois lugares, à direita e à esquerda. Isto significa referir-se a uma lógica maior e acima da dinâmica comum de disputas e de preferências subjetivas. Importante ter presente também o diálogo entre o Mestre e os discípulos, quando Jesus lhes pergunta sobre sua disposição e coragem de beber do seu cálice e receber o seu batismo. Eles prontamente, e impensadamente, talvez movidos pela sedução de lugares e títulos importantes, respondem afirmativamente. Uma resposta rápida demais que mostra a falta do forro interior: aquele que não permite substituir a primazia do serviço pelo gosto dominador de ter poder.

          A falta do forro interior que preside o serviço que se presta por amor, jamais como afirmação do próprio valor em busca de reconhecimento e premiação, se verifica no pedido intermediado pela mãe, os outros dez por meio da indignação. Todos eles não haviam alcançado a estatura de audazes e qualificados discípulos, recebendo do Mestre o princípio de ouro na conquista de sua identidade: quem quiser ser o primeiro seja o servidor de todos, assevera o Mestre, indicando a única dinâmica possível com força para corrigir os comprometimentos do coração humano, revelados nas disputas, nos sentimentos menos nobres na consideração do outro e na corriqueira necessidade de desprestigiar o próximo.

          A indignação dos dez discípulos revela o risco humano de pautar a própria vida na dinâmica da disputa, acirrando a hierarquização das relações e dos postos a serem ocupados, aumentando assim o grau e a intensidade das patologias que tiram o sossego e a alegria simples do viver, sem pesos. Há de se considerar, pois, o nascedouro dos adoecimentos de indivíduos e instituições como palco dessas dinâmicas viciadas. O indivíduo não consegue alcançar uma estatura de nobreza, com desempenhos até mesmo aquém do alcance de suas aptidões, por falta deste forro interior que se alcança dando primazia ao servir. Não raro e pesado é desempenhar o que se faz como autoafirmação e necessidade de validar-se, especialmente em comparação com o outro, fora dos trilhos do amor verdadeiro. Por isso se dizer que é possível, motivado pelo egoísmo, até mesmo construir casas, hospitais e escolas para os pobres. Grave, gravíssimo é desejar e chegar a ocupar lugares sem comprovada competência e eficiência apenas como desejo que atende a uma demanda reveladora da falta de qualificação humana e espiritual.

          O remédio apontado é a primazia do servir. As demandas humanas, sociais e políticas são inúmeras. O foco repousa no próximo como forma de liberar-se de um afazer que simplesmente possa garantir a própria sobrevivência, com indiferença ao outro. Não menos adoecidas e enrijecidas, padecem as instituições e segmentos da sociedade, como configurações que alimentam as patologias das disputas e o patenteamento das discriminações, incidindo e comprometendo sua identidade e a própria missão, se enfraquecendo ao se tornar um clube de poucos correligionários.

          O Mestre conhece a dinâmica do coração de seus discípulos e lhes indica a saída, ilumina o entendimento de suas relações com a regra de ouro da primazia do servir, não como simples afã laboral. Leva ao ápice com a referência de sua exemplaridade de Filho do Homem que veio para servir e não ser servido e dar a sua vida em resgate de todos, afirmando o único caminho que cura as patologias dos lugares disputados e manipulados por preferências meramente humanas, os títulos e as roupagens que se tornam, cedo ou tarde, apenas referências póstumas. Valha a primazia do servir, como fonte de alegria duradoura e de cumprimento da missão de promover vida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em junho, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,16%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

62 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

        

terça-feira, 25 de julho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA VISÃO OLÍMPICA, PROPÓSITOS EFICAZES, FLEXIBILIDADE E EMPATIA NA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS TRANSFORMADORAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ÉTICA, JUSTIÇA, SOLIDARIEDADE, PAZ E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Perfil dos novos líderes empresariais

       Pesquisa inédita, intitulada “Panorama Liderança”, realizada pela Amcham Brasil em parceria com a agência Humanizadas, revela as perspectivas dos líderes empresariais quanto às tendências no mundo dos negócios. O estudo analisou a opinião de mais de 700 líderes de empresas, sendo 66% representantes de empresas de médio e grande porte e 56% ocupam cargos de alta liderança. Essas empresas geraram cerca de 920 mil empregos e possuem faturamento anual estimado em R$ 1,2 trilhão.

          Segundo o relatório, o líder do futuro precisa ter flexibilidade para se ajustar às novas circunstâncias, além de criar ambientes que fomentem a cooperação entre as equipes. Ao indagar os entrevistados sobre os pontos fortes das lideranças de hoje, dois aspectos se destacaram significativamente.

          Em primeiro lugar, o alinhamento de propósito e valores foi apontado por 56% dos participantes como um fator crucial para o sucesso de um líder. Esse resultado demonstra que as lideranças estão cientes da importância de ter um propósito e valores claros e compartilhados por toda a organização.

          Em segundo lugar, a capacidade de adaptação e flexibilidade foi mencionada por 48% dos entrevistados, destacando a importância de líderes que possam se ajustar rapidamente a novas circunstâncias e desafios.

          A pesquisa também identificou algumas habilidades que ainda precisam ser desenvolvidas pelas lideranças. Entre elas, destacam-se a sustentabilidade e a responsabilidade social, mencionadas por 27% dos participantes. Além disso, o uso de dados e tecnologias para apoiar a tomada de decisão foi destacado por 26% dos entrevistados, enfatizando a necessidade de líderes que compreendam e apliquem estrategicamente as informações disponíveis.

          Em um mundo em constante mudança, a liderança é essencial para guiar a organização através de transformações e desafios. É preciso que os líderes cultivem um ambiente que fomente a cooperação entre as equipes e estejam constantemente em busca de novas soluções. Essas características serão fundamentais para enfrentar os desafios e as transformações que o ambiente de negócios apresentará no futuro.

          A proporção de confiança de qualquer ambiente será, sempre, inversamente proporcional à de domínio. Quanto mais confiança, menos controle. Quanto mais confiança, mais expectativa e menos certeza!

          Desenvolver uma visão estratégica é essencial para uma boa liderança. Melhorar o impacto da liderança nas organizações faz parte do processo de construir um excelente lugar para se trabalhar. E os retornos disso dizem respeito aos próprios resultados das organizações. Uma liderança forte cria uma cultura organizacional positiva e inspiradora, que atrai e retém talentos e mantém a empresa competitiva no mercado, além de levar a um aumento na satisfação e produtividade dos funcionários.

          Para quem deseja conhecer mais sobre as expectativas  dos modelos de liderança para o futuro, indico baixar a pesquisa completa “Panorama Liderança” (conteúdo.amcham.com.br/panorama-liderança) com as principais tendências.”.

(Rafael Dantas. Superintendente da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de julho de 2023, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 21 de julho de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Presos em um ‘mundo fechado’

       O Papa Francisco adverte sobre o risco de se viver em ‘mundo fechado’ – prisão a céu aberto. Esta advertência é sublinhada com sabedoria no primeiro capítulo da Carta Encíclica Fratelli Tutti, que merece ser constantemente revisitado. As jaulas que configuram este ‘mundo fechado ‘ são consequências  do comprometimento da política, que pede atenção e zelo de todos os cidadãos. A política é um caminho para superar aprisionamentos da humanidade, merecendo, pois, dedicação especialmente dos cristãos, que têm inarredável tarefa de marcar a sociedade com o sabor do Evangelho de Jesus Cristo. Assim, os discípulos de Jesus devem partilhar o compromisso de exercer a cidadania contribuindo para que a política promova a fraternidade universal. Infelizmente, a humanidade não aprendeu a alcançar novos modos de integração, mesmo padecendo com guerras. Muitos fatores contribuem para esse fracasso, com especial destaque para a corrupção que contamina decisões nas instâncias de poder.

          Em nome de interesses ideologicamente contaminados, deixam de ser assumidas responsabilidades no horizonte da ética. Essa contaminação prejudica a necessária cooperação entre as pessoas para superar divisões e promover a paz. A consequência é o cenário preocupante descrito pela Papa Francisco: o reacender de conflitos que tornam cada vez mais distante a prevalência da harmonia entre todos que vivem no planeta. Quando se perde o parâmetro da ética, perde-se também o sentido social indispensável para alicerçar a paz e os entendimentos promotores da unidade. Convive-se com o crescimento de posturas egoístas, de países e pessoas, com o abandono perverso dos pobres, refugiados e migrantes. Uma situação que leva ao caos. A restrita defesa dos próprios interesses, de modo insensível às necessidades do semelhante, obscurece a visão do ser humano, que não consegue ver e trilhar o caminho do amor, da justiça e da solidariedade. Apenas sinaliza para as sombras de um “mundo fechado”.

          A lógica do egoísmo e da defesa mesquinha dos próprios interesses prejudica o ser humano a enxergar-se como pertencente e corresponsável pelos caminhos da humanidade. É também por isso que são defendidas as chamadas “regras do mercado” – comumente esbanjador, indiferente aos que sofrem com a injustiça. Em reação ao egoísmo que configura o “mundo fechado”, o Papa Francisco orienta o ser humano a “abrir-se ao mundo”. Mas o Santo Padre adverte: a expressão “abrir-se ao mundo” não pode se restringir ao significado atribuído pelos campos da economia e finanças. A “abertura” almejada não é aquela indicada pelos interesses dos poderes econômicos. Trata-se de ampliar horizontes da compreensão, para saber reconhecer e priorizar o bem comum. As lógicas do mercado podem até impressionar por sua capacidade de gerar lucro, mas revelam-se incapazes de consolidar na humanidade o sentimento de que todos são irmãos e irmãs uns dos outros. Ao invés disso, o que fazem é fragilizar a política, submetendo-a aos interesses dos que dominam a economia, desconsiderando o bem e a dignidade da maior parte da população.

          Há uma clara desconsideração a respeito do que poderia levar a entendimentos e a escolhas orientadas para o bem comum. Dentre as consequências graves está a falta de respeito em relação à história, evidenciada pela atitude de muitos jovens que desconsideram as riquezas humanas e espirituais herdadas de outras gerações. Uma situação que tem levado à perda da consciência cidadã e incapaz de enxergar sentido na vida não se consegue reconhecer que a busca pela fraternidade universal é ponto de equilíbrio para as relações sociais e políticas. Esta busca é antídoto para superar manipulações político-partidárias, segregações, discriminações e exclusões.

          Compreende-se que a superação das sombras de um “mundo fechado”, cenário de conflitos que se multiplica, pede investimentos na boa política – eficaz serviço de promoção da paz. Na sociedade brasileira, o cenário político é muitas vezes marcado pelas confusões e disputas figadais. Consequentemente, contata-se falta de competência para intuir caminhos novos na busca por solução de problemas graves. A “boa política” é fruto da dedicação dos cidadãos, além de candidatos e partidos. Preste-se atenção na recomendação do Papa Francisco, apresentada na mensagem do Dia Mundial da Paz de 2019: “A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à coletividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição”. Seja tarefa cidadã a construção da “boa política”, instrumento para dissipar as sombras de um “mundo fechado”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em junho, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,16%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

62 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO AMOR INCONDICIONAL, ALTRUÍSMO E SOLIDARIEDADE NA PROTEÇÃO INTEGRAL ÀS CRIANÇAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, VISÃO OLÍMPICA, VERDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“ECA 33 anos: proteger as crianças é um dever de todos

       Há 33 anos, o mês de julho é marcado pela comemoração da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no dia 13 de julho. A Lei Federal 8.069/1990 regulamentou o que hoje norteia o trabalho de diversas instituições voltadas à proteção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Mas, será que exercer o estatuto é uma tarefa apenas das organizações de proteção e das escolas?

          O ECA trouxe grandes avanços. Antes, prevalecia a ideia da “situação irregular”, ou seja, crianças e adolescentes somente eram considerados na lei quando estavam em alguma situação em que havia necessidade de repressão, como abandono ou a chamada “delinquência”. Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é introduzido o viés da “proteção integral”. Com isso, passa a ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar as garantias previstas na legislação. Na prática, crianças e adolescentes são reconhecidos como cidadãos, não sendo mais objetos de intervenção, mas “sujeitos de direitos” em desenvolvimento e com prioridade absoluta.

          Ano após ano os números mostram que a proteção integral é uma necessidade no nosso país. Nos primeiros quatro meses deste ano foram identificadas 17,5 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes registradas no Disque 100. Os números do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania indicam um aumento de quase 70% em relação ao ano anterior. No cenário socioeconômico, em 2022, mais de 10 milhões de crianças e adolescentes com idades entre 0 e 14 anos viviam na extrema pobreza, com renda domiciliar mensal per capita de até um quarto de salário-mínimo.

          Todas essas estatísticas apontam que a pandemia, embora cada vez mais distante do período temporal em que vivemos, causou retrocessos profundos aos direitos de crianças e adolescentes. O acesso, a permanência e a qualidade da educação são exemplos disso, mas não os únicos. Além da educação, houve prejuízos na dimensão da segurança alimentar, no combate à violência contra crianças e adolescentes e o próprio direito à saúde.

          Em 2023, é necessário celebrar uma legislação completa como o ECA, mas é importante também reforçar cada dia mais a proteção integral dos direitos como uma prática que precisa ser frequente e constante. Com o passar do tempo, vão surgir novas formas de violação, assim novas formas de garantir os direitos de crianças e adolescentes.

          A implementação é um processo que envolve toda a sociedade e instituições que, em maior ou menor grau, dão sua contribuição na promoção, na defesa ou no controle da efetivação dos direitos. Fortalecer esse processo coletivo e democrático, que é o Sistema de Garantia de Direitos, é fundamental. Nesse aspecto, há questões centrais, como: fortalecer as medidas de prevenção de situações de violência e desigualdade social, qualificação da atuação dos conselhos tutelares e a priorização da criança e do adolescente no orçamento público dos municípios, Estados e União. Proteger as crianças atualmente é uma necessidade e um dever de todos.”.

(Ricardo Mariz. Diretor socioeducacional e evangelização do Marista Brasil, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de julho de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Bolha ou tijolo

       Enquanto a quase totalidade da humanidade vivencia uma existência de tribulações, de incertezas e de lutas pela sobrevivência, e outra infinitude padece de pequenos e mesquinhos cálculos, existe uma rara parceria que desenvolveu capacidades incomuns, desmesuradamente acima daquelas inconscientes e sem conhecimento espiritual.

          Essa é a conclusão de quem se aprofundou nas práticas do despertar do potencial humano (ioga), que é de todos, sem exceções, e aponta para estágios supra-humanos e na infinitude.

          Não há por que culpar os atrasados – seu tempo chegará às centenas e milhares de vidas que os aguardam. Segundo os livros sagrados do hinduísmo, existem quem tenha começado antes que os outros, e ainda há imensidões que aguardam o momento de merecer o primeiro passo na esfera humana – ciclos evolutivos no encadeamento cósmico, no infinito, nos trilhões de galáxias, acima de nós.

          Sri Aurobindo, em “A síntese do Ioga”, descreveu a humanidade “comum” atual como ainda submissa a uma inteligência instável, incontrolável e confusa, sem noção de sua “verdadeira razão de ser neste planeta”, da missão que tem, do caminho que trilhar. Essas pessoas vivem “adormecidas” até deixar a existência terrestre, que se finda com escasso ou quase nulo proveito, mesmo quando é despendida na acumulação de riqueza, bens materiais ou até saber, para atingir fins egoísticos.

          É difícil para a mente humana combinar de maneira correta os movimentos da inteligência e harmonizá-los. O ser comum vive sobretudo de mentalidade “habitual”, na qual a ação da mentalidade é pragmática e relativamente fraca, e ele tem grande dificuldade em se servir da mentalidade mais elevada, criativa, e até em perceber sua existência.

          O pragmatismo da mente está demasiadamente preocupado com o trivial e, assim, desinteressado na sua potencialidade ideativa e continuará na “luta comum”, na sede da satisfação e do proveito material. Considerará a matéria, que é um meio instrumental, como é uma marreta, e dará a essa a importância suprema e enganosa de um fim, de uma meta existencial.

          A mente titubeante e atrapalhada começa a considerar o mundo como uma encenação anárquica e o pensamento como um caos de cintilações saído de um indefinido luminoso, mas gravemente descontrolado. Não consegue a mente comum encontrar uma base firme na imensidade de seu potencial e se satisfaz de continuar voltada para o fundo da caverna sem a percepção do universo de oportunidades fora dela.

          Rejeita-se a liberdade da qual é parte. Serve-se apenas e insensatamente de um estoque exíguo e limitado de pensamentos. Continua surda ao chamado da infinitude da qual é parte integrante e importante.

          Sua intuição fica apagada, submersa e obscurecida, sem chegar à posse consciente dos segredos interiores de sua natureza e controlá-los.

          Afinal, a existência terrena, um mergulho na matéria, é um laboratório de imagens e oportunidades, de tentações e provações para realizar um crescimento da personalidade “eterna”, ou Espírito (“Self”). O ganho dessa consciência é um desafio interior, e, se alguns enxergam a via na religião, no espiritismo, nas liturgias e em outras práticas, podem segui-las como se fossem uma pista de decolagem. Não temos um só caminho, mas vários que, em comum, não podem prescindir da verdade criadora, pois o cosmo não usa da mentira – é uma sombra da realidade, única idealizadora e construtora. Quem se perde nela acabará a qualquer momento na fome, como o comedor de vento. Ou ainda perecerá com a mentira, como o construtor que, no lugar do tijolo, usa uma bolha de sabão.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em junho, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,16%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.