segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA BOA GOVERNANÇA, NOVAS TECNOLOGIAS E CIÊNCIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA NOVA ECONOMIA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E ALEGRIA DA VOCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“2022 reacende a esperança?

        Em tempos de pandemia, de crise política e de cortes drásticos no orçamento público da ciência, empresas públicas e privadas apostaram no conhecimento científico e tecnológico e investiram R$ 7,5 bilhões em projetos de universidades públicas e ICTs – por intermédio das fundações de apoio à pesquisa. Os volumes captados pelas fundações em 2020 superaram em R$ 2,5 bilhões a média história de R$ 5 bilhões anuais alavancados por essas instituições, conforme levantamento do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies).

         Se houvesse estímulos tributários e financeiros, esses aportes poderiam até dobrar e beneficiar mais a ciência brasileira, que ficou na UTI nos dois anos de pandemia.

         Contudo, a vinda de um novo ano, reacende as esperanças de podermos avançar na agenda de medidas políticas para o fomento da ciência e, ao mesmo tempo, podermos enterrar as nossas frustrações.

         Na agenda de frustrações constam: 1) Lei dos Fundos Patrimoniais, que continua deformada, sem o indispensável incentivo fiscal para doações de recursos privados para pesquisa, vetado pelo presidente Jair Bolsonaro no início de seu governo. Lamentamos que a proposta do Confies, encaminhada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações há um ano, sobre um criativo mecanismo de incentivo à doação, esteja dormindo nas gavetas da burocracia ministerial: 2) a proposta simplificadora de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Ou seja, pedimos a regulamentação para implementação de artigo do Decreto 9.283 que trata das prestações de contas dos projetos e que virou letra morta para o regozijo da burocracia que continua a consumir mais de 35% do tempo do pesquisador; e 3) a falta de expedição do Decreto 2.731 que regula o funcionamento das fundações de apoio das instituições de pesquisa.

         Não haveria custo para o governo em nenhum dessas ações. Ao contrário, a produtividade seria maior. Requer apenas trabalho e foco no papel dos ministérios, que é o de coordenar e apoiar os órgãos executores das políticas que o país precisa.

         Nada substituiu as medidas concretas. Todo marketing tem de ter conteúdo. As parcerias que existem para ajudar o governo.

         De qualquer maneira, o ano de 2022 reacende a nossa esperança de que essa agenda ainda seja implementada.

         Afinal, a principal arma para enfrentar a pandemia foi o conhecimento da ciência. Se isso foi possível com nossa ajuda, por que não será com essa agenda?”.

(Fernando Peregrino. Presidente do Confies – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica –, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 28 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“O trabalho constrói a paz

        O trabalho é fator indispensável para construir e preservar a paz, afirma o Papa Francisco, no rico horizonte da Doutrina Social da Igreja Católica, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Diante dos olhos está, pois, um desafio para governos: exercer a sua tarefa de gerar condições para a criação de postos de trabalho, buscando garantir o necessário equilíbrio social e, consequentemente, a paz. Lógicas e intuições são preciosas na promoção de mudanças que favoreçam condições justas e humanas de trabalho, evitando situações de convulsão social, em razão do sofrimento de muitos desempregados. O ponto de partido é compreender que o trabalho é uma forma de expressão do ser humano e de suas habilidades, reconhecendo a sua essencialidade na organização social, para inspirar escolhas políticas que determinem os rumos da economia.

         Abominável é a lógica econômica que, hierarquicamente, vê o lucro acima de tudo, desconsiderando a função social do trabalho. Uma perspectiva que produz escravizações, escassez de oportunidades e, consequentemente, impede que muitos se sintam realizados. A mensagem social da Igreja é um contraponto, pois considera que para além de sua dimensão técnica, produtiva e do seu caráter profissional, o trabalho é essencial à condição humana. O exercício profissional garante o próprio sustento e de familiares, reveste-se do sentido de colaboração com os outros, pois sempre se trabalha com alguém ou para alguém. Deve-se, pois, reconhecer a essencialidade da dimensão social do trabalho – veículo e alavanca na construção da paz.

         A organização política e econômica da sociedade, para que haja paz, não pode abrir mão de uma qualifica compreensão a respeito do trabalho, força humana para edificar um contexto social nos parâmetros do dom da paz. Pelo trabalho, qualificado e valorizado, contemplando diferentes aptidões e carismas, invenções e criatividades, cada pessoa exerce a sua tarefa vocacional de contribuir para a constituição de um mundo cada vez mais belo. A criação de oportunidades de trabalho é, nesse sentido, sinal de competência política, na avaliação de governos e de seus desempenhos. A carência de oportunidades para profissionais projeta fracassos variados, traduzidos nas muitas formas de desigualdade social que alimentam discriminações, preconceitos, descompassando a cultura da paz.

         Descompassos na cultura da paz são vetores de muitos outros fracassos, ferindo de morte a beleza e a dignidade da vida – dom precioso e inviolável. Por isso, o Papa Francisco adverte sobre a gravidade da situação do mundo do trabalho, acentuada pela pandemia da COVID-19, urgindo providências e respostas inteligentes. Uma tarefa governamental que não pode ser simplesmente delegada a agentes econômicos com concepção estreita sobre o trabalho, nos parâmetros do dinheiro e do lucro. A falência de milhões de atividades econômicas e produtivas deve ser adequadamente tratada, pois é uma das razões do crescimento da vulnerabilidade social. A situações é dramática e requere velocidade e assertividade nas respostas, especialmente daqueles que são líderes políticos. Os que são responsáveis por balizar e pautar a vida social não podem delegar ao mercado ou a outras instâncias da sociedade a busca por solução.

         O Papa Francisco chama a atenção em relação à devastação impactante com a crise da economia, gerando exclusões terríveis e graves consequências, dentre elas está o horror da fome. Sem uma reviravolta no mundo do trabalho não se conseguirá promover mudanças nas precárias condições vividas por muitas famílias, expostas a várias formas de escravidão. Ora, onde há escravidão a paz está comprometida, sua destruição é progressiva, pois se desrespeita a dignidade humana. Assusta saber que atualmente apenas um terço da população do planeta em idade laboral insere-se em um sistema de proteção social, e muitas vezes recebendo amparo de modo limitado.

         Neste cenário, o bem comum está fatidicamente comprometido, provocando o crescimento da violência e da criminalidade organizada, sufocando a liberdade, permitindo a contaminação ainda mais grave de uma economia já muito adoecida. Urgente, pois, é ampliar oportunidades de trabalho, por meio da atuação de governos competentes, com sensibilidade social, capazes de reconhecer que o trabalho é uma base para a construção da justiça e da solidariedade. O momento exige competência política na determinação de novos rumos, urgentemente, partindo do princípio incontestável de que o trabalho constrói a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

        

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS E PEDAGOGIA DA GAMIFICAÇÃO NA QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO CORPORATIVA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA CIÊNCIA E EMPATIA NA PRESERVAÇÃO DA VIDA NA SUSTENTABILIDADE

“A gamificação como ferramenta na área gerencial

        O mercado vive em constantes mudanças e evolução. Com isso, as empresas precisam ficar atentas para o surgimento de novas tecnologias e modelos de negócios para se manterem competitivas e em destaque. Após dois anos de pandemia, os empresários devem ter em mente quais os rumos que devem ser tomados para que a empresa siga sendo competitiva e crescendo de forma sustentada.

         Para 2022, algumas tendências na área de gestão devem estar no radar das organizações. A primeira delas é a necessidade adotar soluções vinculadas ao modelo ESG, sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. O mercado exige que as empresas atuem de forma mais responsável em toda sua cadeia de produção e, para isso, é fundamental mudar a cultura de muitas delas. Existe também a tendência da internacionalização, ou seja, as organizações brasileiras que desejam expandir os seus negócios já percebem que o investimento em tecnologia é fundamental para alcançar o mercado externo.

         No entanto, uma tendência que está chegando forte é a gamificação, conceito difundido pelo programador e game designer Nick Pelling nos anos 2000, que se tornou popular ao utilizar estratégias de jogos para que a empresa alcance os resultados esperados. O grande objetivo dessa ação é promover jogos que oferecem aspectos semelhantes com a atividades da empresa na qual o colaborador possa se engajar e receber recompensas pelo seu esforço.

         A estratégia de gamificação estimula as equipes e fazem com que elas atinjam um alto nível de desempenho por meio de técnicas de motivação e feedback em tempo real. Uma empresa que ilustra o uso desse conceito é a Microsoft. Para certificar que as traduções de seus sites estavam corretas, ela desenvolveu o jogo “Qualidade de Linguagem”, no qual os colaboradores identificam erros na tradução de forma mais dinâmica e ganham bonificações por isso. Além disso, recentemente, a organização comprou a empresa de games Activision Blizzard, indicando que investirá nesse segmento não só internamente, mas junto aos consumidores também.

         Para aplicar esse conceito, as empresas precisam pensar em seis pilares. Os dois primeiros são as regras e as metas. Por se tratar de um jogo é esperado que a organização saiba quais são os objetivos e o caminho para que a estratégia funcione. O feedback, também, é de extrema importância já que uma das grandes intenções da gamificação é que os colaboradores recebam um retorno em tempo real das suas atividades. Vale ressaltar que, quando a estratégia é bem executada, o colaborador tem mais vontade de colaborar de forma espontânea e, por isso, a participação voluntária se torna o quarto pilar da gamificação.

         Por fim, o aprendizado que o jogo gera e a premiação são elementos-base para que esse conceito funcione. Esse método não deve ser utilizado só como forma de descontrair, mas com o objetivo que o empregado colabore, se capacitando e adquirindo novos conhecimentos, que poderão ajudá-lo na sua rotina de trabalho. Essa estratégia pode ser utilizada de diferentes formas, como em processos seletivos ou na comunicação interna. Cabe à empresa identificar como a gamificação pode ser inserida no seu contexto corporativo e acompanhar as novidades do setor.”.

(Rafael Dantas. Superintendente da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 15 de julho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Paulo Lotufo, epidemiologista, é professor titular de clínica médica e diretor do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da Faculdade de Medicina da USP, e que merece igualmente integral transcrição:

“Contar mortes na Covid-19

   é um ato de empatia

A pandemia da Covid-19 nos obriga a contar as mortes dia a dia. O governo federal se incomoda com o foco nos óbitos. Incialmente, comparavam mortes devido ao coronavírus com aquelas devido às doenças crônicas.

         Um absurdo equivalente ao de minimizar a tragédia de Brumadinho, em 2019, que vitimou 270 pessoas, comparando esse número de vítimas ao número equivalente de mineiros mortos por câncer durante quatro dias em 2018. No entanto, essa comparação deixou de ser interessante para o governo federal quando a Covid-19 passou a matar mais do que as 980 mortes por doenças cardiovasculares ocorridas diariamente nos anos anteriores.

         O novo artifício foi utilizar canhestramente a “morte por milhão”. Por serem neófitos em epidemiologia, eles se referem à taxa de mortalidade que é usualmente apresentada por 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade é a razão do número de mortes pela população correspondente. Para se calcular uma taxa, condiciona-se que na população de referência (denominador) sejam contabilizadas as mortes de pessoas estariam incluídas nos casos (numerador). Por exemplo, a mortalidade materna é calculada sobre o número de mulheres em idade fértil, e não sobre todas as mulheres de uma localidade.

         Na pandemia, com temporalidades distintas atingindo diferentes regiões, as taxas devem ser calculadas pela população das regiões atingidas, e não pela população de todo o país. Assim, comparar taxas do Brasil com as da Bélgica, onde 100% do país foi atingido pela Covid-19, é um equívoco repetido.

         Outro ponto relevante é que taxas de mortalidade implicam necessariamente o ajuste por idade, principalmente em uma epidemia que atinge os mais idosos. Na comparação entre localidades, como entre os distritos da cidade de São Paulo, a comparação das taxas ajustadas por idade mostrou risco 58% maior nos bairros mais pobres, porque o risco de morte abaixo dos 60 anos de idade tem sido muito maior nos bairros pobres.

         A quantificação de mortes pode ser realizada por contagem simples dia a dia, e há instrumental estatístico apropriado, mas não utilizado, para verificar se as tendências são estatisticamente significativas ao apontarem aumento, estabilidade ou queda.

         No entanto, o mais importante para quantificar o impacto da epidemia na mortalidade de uma sociedade é comparar o número de mortes em uma localidade no período da epidemia com o número de óbitos ocorridos em períodos equivalentes em anos anteriores. Nós conseguimos mostrar que houve aumento estatisticamente maior em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Manaus.

         Esse indicador é mais preciso do que o número de mortes por casos comprovados pela Covid-19, porque mostra a letalidade do coronavírus em outras condições que desconhecíamos, principalmente as cardíacas e renais. Além de permitir o efeito competitivo no atendimento médico hospitalar provocado pelo excesso de casos de Covid-19, em que pessoas que se acidentaram ou sofreram ataque cardíaco ou complicações de doenças crônicas não conseguem atendimento porque as salas de emergência e leitos de internação estão ocupados por pacientes com o coronavírus. Não foi à toa que órgãos de imprensa como Financial Times, The Economist e The New York Times utilizaram esse indicador. É interessante mostrar, por exemplo, que o excesso de mortes em São Paulo em 2020 nunca superou 70%, enquanto em Nova York atingiu 400%.

         Descrever o número de óbitos é exercício de compaixão. Um legado da pandemia atual será que a preservação da vida se tornou o objetivo principal da sociedade. Brasileiros, devemos nos orgulhar que não criamos critérios para salvar ou não salvar uma vida. Aqui não ocorreu o mesmo que na Itália, onde vagas em terapia intensiva foram negadas aos idosos.

         Umberto Eco distinguiu aqueles que “brigam pela vida” em contraposição àqueles que “vivem para a briga”. Os primeiros criaram redes de apoio para minimizar as mazelas de uma doença d valorizam a vida. Os segundos boicotam iniciativas, fazem troça da morte com enterros simulados em restaurantes gaúchos, em passeios paulistanos ou chutando cruzes em praias cariocas.

         A “taxa por milhão” utilizada para mostrar que o Brasil teria risco menor de Covid-19 do que Andorra ou San Marino é um marcador da falta de empatia. Os que dignificam a vida continuarão a contar morte a morte para monitorar a pandemia, para reverenciar aqueles que se foram e para consolar os seus familiares e amigos que nem sequer conseguiram honrá-los em velórios e enterros dignos pelas condições impostas pela contagiosidade da doença.

         A pandemia nos colocou em um outro marco civilizatório. Contar as mortes com critérios científicos é a melhor forma de honrar aqueles que partiram.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA BOA GOVERNANÇA E EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESCUTA AMOROSA, DIÁLOGO, JUSTIÇA E SOLIDARIEDADE NA CONSTRUÇÃO DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“ESG: a oportunidade para a pecuária em 2022

        Entre tantos fatores a serem considerados para o planejamento de 2022, o setor do leite do Brasil deve se preparar para conviver mais intensamente com a sigla ESG. Vinda do termo em inglês ‘Environmental, Social and Corporate Govenance’, significa “Governança Ambiental, Social e Corporativa”. É uma forma de definir se as operações de uma empresa, como de uma fazenda, são corretamente gerenciadas, socialmente, responsáveis e sustentáveis.

         O conceito ganhou força nos últimos anos, fruto do crescimento da consciência coletiva mundial de que precisamos cuidar do planeta, pensando nas pessoas, no meio ambiente e na economia. A pressão já começou. Consumidores mais exigentes não hesitam em boicotar marcas consideradas danosas ao meio ambiente, organizações financeiras já avaliam empresa pelos índices ESG para definir investimentos e mudanças que aconteciam por força da legislação hoje começam a ser também estimuladas por laticínios e empresas da cadeia produtiva do leite.

         Embora a sigla possa parecer uma preocupação uma preocupação para os produtores, o caminho é entender o conceito como oportunidade, notando-se que o setor leiteiro profissional brasileiro é bastante controlado, cada vez mais sustentável e com impactos sociais benéficos. Perceber que já praticamos muitos conceitos ESG em nosso dia a dia pode estimular a adoção de mais ações.

         Em termos de governança, que nada mais é do que a gestão organizada e ética, os sistemas de gestão ganham espaço crescente no mercado. Em 2021, o Ideagri cresceu em número de usuários e ganhou novas funcionalidades de gestão do negócio do leite e se tornou mais amigável e mais fácil de ser usado. Para a pecuária de corte, a Bovitech lançou o aplicativo Salga, que permite o controle apurado da suplementação a pasto, aumentando o ganho de peso dos animais com o mesmo uso de espaço e recursos.

         Na parte da sustentabilidade, o reuso da água e outros recursos naturais são práticas em muitas fazendas. A tecnologia dos biodigestores está cada vez mais acessível e é adotada em grande número de propriedades, e manejo de pastagens dentre outras ações relativas à nutrição animal contribuem para a redução da emissão de gases do efeito estufa.

         O cuidado veterinário e o uso de novas tecnologias, como as soluções da OnFarm, que permitem a identificação da causa da mastite em 24 horas, na própria fazenda, reduz o uso de antibióticos e traz segurança e qualidade para o produto final.

         Simultaneamente, o conceito “bem-estar animal”, nascido na Europa, se expandiu na pecuária do Brasil, com avanços nas práticas de manejo, melhorias no abate humanitário e no transporte de animais vivos, onde os ganhos em produtividade quando se aplica tal conceito, são evidentes entre os produtores.

         Em relação ao impacto social, não restam dúvidas sobre a importância da cadeia produtiva do leite no Brasil, sendo este um dos setores que mais gera empregos e renda no país. Os treinamentos vêm sendo ampliados a campo e a formação profissional está em expansão.

         O ESG não deve assustar os produtores. Há muito o que avançar, mas se entendermos como oportunidade essa nova demanda global por governança, sustentabilidade e melhoria social, avançaremos rapidamente e nossos negócios se tornarão ainda mais fortes, mais úteis e essenciais para a sociedade.”.

(Laerte Cassoli (*), Marcelo Ferreira (**) e Ana Paula Caríssimo (***)

*CEO da Rumina, **CEO da Ideagri e ***Assessora de comunicação da Ideagri, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 21 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Artesãos da paz

        Momentos difíceis vividos pela humanidade, a exemplo deste tempo de pandemia, escancararam fragilidades e produzem novas feridas, mas carregam também lições a serem aprendidas e exercidas para se conquistar um novo estilo de vida. Sem novo estilo de vida não se alcança um novo ciclo da história. Nessa perspectiva, a importante mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2022, alentando esperanças indispensáveis no coração da humanidade, traz oportuna indicação: dialogar é uma exigência para se alcançar aprendizados, especialmente quando se considera a tarefa cidadã, de todos, de se constituírem artesãos da paz. A arquitetura da paz é um engenho complexo que demanda o trabalho de qualificados artesãos. Essa convicção precisa ser cada vez mais partilhada, para que se ganhe tempo e rapidamente sejam obtidas metas corretivas, propostas assertivas.

         Na contramão do caminho para o diálogo, pessoas e grupos insistem na adoção de práticas que se limitam a acusações. Dizem que agem dessa maneira para defender a ortodoxia, ou mesmo para construir algo novo. Resumidamente, pensam que podem cuidar do que é essencial, intocável e inegociável por meio da rigidez, pelo uso de discursos bélicos que buscam a desmoralização daqueles com quem estabelecem relação de discordância, muitas vezes desrespeitando os limites legais. É preciso ter clareza: o artesão da paz tergiversa, defende, discute, discorda, mantendo como propósito uma perspectiva edificante, no horizonte que orientou o apóstolo Paulo. O apóstolo, grande artesão da paz, explica o seu método de agir: tudo fazer para que todos sejam de Cristo.

         O tom beligerante das relações tem se tornado comum, evidenciando falta de competência dialogal e, consequentemente, incapacidade para ser artesão da paz. Esse tom é manifestação de desespero, levando à ridicularização daqueles que o adotam, por não conseguirem manter adequado nível de conversação. As inquietudes deste tempo, os incômodos e os descompassos precisam de diálogos qualificados, remédios para entendimentos equivocados. Há uma tendência recorrente de se evitar o diálogo capaz de promover as renovações demandadas pela humanidade. Isso porque muitos pensam que não precisam mudar, quando, na verdade, todos devem almejar se tornar pessoas melhores, corrigindo os próprios descompassos, em um processo que ajuda a encontrar as respostas para problemas sociais. Constata-se, assim, que no lado oposto do perigoso laxismo contracena ou ameaça: um rígido moralismo que inviabiliza qualquer tipo de nova e adequada postura por um bem maior.

         Muitos daqueles que pretendem defender contextos institucionais, resgatar a verdade e reconquistar horizontes inspiradores permitem-se promover a desmoralização, valendo-se de clichês que levam a esterilidade a seus próprios discursos. Embora se apresentem como defensores e guardiões da verdade, não conseguem expressar a beleza dessa verdade que dizem defender – não agem como artesãos da paz. Dentre os equívocos que cometem, está uma análise contaminada que considera tudo pior nos tempos atuais, evocando um passado paradisíaco que nunca existiu. Faltam, pois, argumentos capazes de gerar convencimento, ou indicações de mudanças necessárias. Ao invés disso, investe-se em “propaganda enganosa” ou promessas incapazes de serem cumpridas.

         A urgente mudança de rumo na sociedade, a autêntica fidelidade doutrinal e institucional, o adequado compromisso com a preservação da casa comum e da família, na sua identidade e missão, dependem da arte dos diálogos, pois o mundo precisa de artesãos da paz. Ser artesão da paz é dom, tarefa e missão. Dom porque corresponde à condição de todos – filhos e filhas de Deus – dignidade maior e inigualável, princípio determinante para reger as relações entre pessoas, assumindo o compromisso da fraternidade universal. Tarefa por incluir o dever de se considerar sempre aprendiz, com dose cotidiana de humildade, para não se deixar cair na soberba que inviabiliza a capacidade de saber ouvir, inclusive aqueles que prensam diferente, até mesmo adversários, tendo no horizonte a meta de edificar a paz, pela justiça e solidariedade.

         Por fim, ser artesão da paz é missão, pois, racional e espiritualmente, o sentido do viver humano é ir ao encontro do outro. Não é viver para si, com suas coisas, enjaulado simplesmente nas circunstâncias das próprias afinidades, alimentando o egoísmo e a mesquinhez. Todos têm a missão de nunca sossegar na laboriosa e cotidiana tarefa de restabelecer as relações entre as pessoas, grupos e instituições, com a convicção de que a paz é o caminho para a entrada definitiva no Reino de Deus. Um caminho que, para ser pavimentado, depende que prevaleçam na humanidade, aqueles que são artesãos da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.