sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CULTURA ORGANIZACIONAL NAS EMPRESAS E AS GRAVES EXIGÊNCIAS DA MODERNIDADE DAS ESCOLAS NA SUSTENTABILIDADE


“Importância da cultura organizacional nas empresas
        As transformações do século XXI, cada vez mais aceleradas e impactantes, têm pressionado as empresas a se adaptarem a novos cenários para se manterem competitivas e relevantes. Em busca de alcançar esses objetivos, novos modelos de organização interna, voltados para o crescimento da mentalidade de que o trabalho deve ser um local prazeroso e coeso, são colocados em prática.
         A principal forma de trabalhar os costumes é por meio da cultura organizacional, que consiste no conjunto de hábitos e valores que regem as ações do cotidiano. Ela funciona como uma diretriz para guiar o comportamento e a mentalidade dos colaboradores de uma empresa. Por se tratar de um conceito bastante abrangente, é preciso defini-lo. Para isso, é necessário reunir um sistema de valores compartilhados que orientem a rotina de todas as equipes, contendo normas, princípios e expectativas. O material criado precisa estar bem estabelecido e coerente com as atividades do dia a dia.
         Esses aspectos definidos são capazes de consolidar a instituição. Dessa forma, uma cultura organizacional forte e bem precisa consegue influenciar a forma como os profissionais se relacionam entre si e com os clientes, proporcionando um entendimento da personalidade da empresa, que qualifica uma identidade e o compartilhamento de seus valores. Isso fortalecerá a produtividade, o ambiente de trabalho e, por consequência, os resultados.
         O grande caso de sucesso de uma cultura corporativa bem trabalhada é da multinacional norte-americana Google. Uma das principais marcas do mundo atribui grande parte do seu sucesso ao desenvolvimento da gestão de seus colaboradores. Conhecida por ter uma atmosfera casual e democrática, o ambiente é aberto e propício para que os funcionários possam expressar suas opiniões e ideias, de forma a amenizar as relações de poder entre as hierarquias.
         A empresa aplica suas crenças e condutas desde o processo de contratação, no qual busca pessoas alinhadas com o discurso da companhia. Guiados pela inovação, os valores e as missões são claros e de conhecimento de todos, o que impulsiona a criação e a dá propósito ao trabalho. O jeito Google de ser criou uma identidade, que é exportada para seus clientes e induz a percepção que eles têm sobre a marca e reflete nos rendimentos.
         A criação e a implementação da cultura organizacional são essenciais para a construção de uma marca e de diretrizes para a rotina de trabalho. Para que esses valores funcionem, é importante que esteja bem difundido entre todos os colaboradores e que o discurso e a prática sejam coerentes. A cultura forte e bem-definida é capaz de estruturar a companhia, traçando o rumo e os objetivos que deseja alcançar, o que vai influenciar diretamente nos resultados.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 2018, mesmo caderno, página 9, de autoria de EUDÁSIO CAVALCANTE MELO, professor, graduado em filosofia, pós-graduado em história, psicopedagogia, gestão educacional e mídias na educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“Política, educação e modernidade
        Ao acompanharmos o desfecho de recentes acontecimentos na política nacional, fica evidente a pouca consciência política dos nossos representantes quanto à gestão pública, ou seja, uma política cristalizada em velhas ações e conceitos ultrapassados com relação às novas demandas da sociedade moderna.
         Pode parecer desalentador às pessoas que têm postura ética. Não é por acaso que a sociedade moderna está desnorteada, diante desse volume incontrolável de mudanças que a obriga a pensar e a construir novos paradigmas. E que a força a rever alguns conceitos e valores construídos ao longo desses últimos séculos, que deram sustentação a um modelo sóciopolítico e econômico que tem sofrido sérias rachaduras na sua estrutura vital.
         Quando falamos de mudanças na história, vêm logo à mente fatos importantes que deram rumos novos e significativos à vida das pessoas que compõem as diferentes culturas mundo afora. Mudanças provocadas em função das exigências circunstanciais de cada povo, ocorridas ora de forma pacífica, ora de forma violenta. O que nos leva a afirmar que as mudanças são necessidades inerentes à própria condição humana.
         Se retomarmos a história, na Grécia antiga, encontramos uma ideia de participação coletiva onde o homem era considerado como ser essencialmente político. Todas suas ações giravam em torno de um único interesse: o bem-estar e felicidade de um coletivo calcada numa prática sustentada por ações virtuosas, qual seja, a prática do bem. A democracia, neste modelo político grego, tinha como fundamento a ética.
         Transpondo esta ideia de democracia para nossa realidade moderna e contemporânea, não será difícil admitir e entender que vivemos numa sociedade bem mais complexa na sua constituição cultural. Mas, afinal, o que caracteriza a política, hoje? Nossa prática política é egocêntrica – uma política do eu para mim mesmo.
         Não podemos, porém, perder a esperança de sermos representados por pessoas dignamente políticas. Se isso se tornar realidade, poderemos, quem sabe, pensar num país cuja democracia seja diluída em possíveis promessas de oportunidade para todos, em que a qualidade de vida não se restrinja a uns poucos, mas que tenhamos uma população orgulhosa de viver neste Brasil. E que esse reflexo de bem-estar comece nas famílias, passe pelas escolas e se estenda a todos, em nome no interesse comum.
         Esse sonho se tornará realidade se construirmos uma consciência do nosso compromisso como cidadãos e cidadãs comprometidos com nossas escolhas vitais. Essa esperança e esse sonho passam pela educação. Assim podemos afirmar, porque uma das características do mundo contemporâneo é o dinamismo exigido na forma de interatividade. Estamos vivendo experiências novas a todo momento. E quando nos referimos ao novo como resultado da evolução e explosão tecnológica não podemos deixar de lado a escola como espaço que exige, de forma constante, práticas que atendam às necessidades, desafios e demandas que o mundo moderno contemporâneo nos impõe. Tudo em vista da formação do cidadão e da cidadã que carrega em si, potencialmente, o desejo de mudar e de ser diferente dentro de um universo escolar que insiste em não querer enxergar, muito menos construir perspectivas nesse sentido.
         Trazer a modernidade para as escolas não tem sido uma tarefa tão fácil, pois as mudanças que precisam ocorrer dentro das instituições escolares devem passar pelo crivo particular de cada pessoa que faz parte da comunidade escolar. Ou seja, a escola não muda se as pessoas que fazem parte dela não estiverem dispostas a mudar. Portanto, educar dentro desse novo olhar moderno e contemporâneo é, simplesmente, criar possibilidades, oferecendo, assim, condições aos alunos de se tornarem atores protagonistas da sua própria aprendizagem, com olhares atentos para um futuro calcado em bases sólidas e consistentes em experiências mais humanas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A COLUNA PRINCIPAL DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E AS LUZES DO HUMANISMO SOLIDÁRIO NA SUSTENTABILIDADE


“ ‘Economia de Francisco’
        Num mundo conturbado, em que sobrevivem guerras, bolsões de miséria e doenças, o papa Francisco vem dando lições que não só renovam a Igreja Católica, mas divulgam valores fundamentais para um novo mundo que precisa ampliar diálogos e reduzir desigualdades. Ao convocar para os dias 26 a 28 de março de março um encontro de líderes do catolicismo e de pensadores do mundo contemporâneo, a realizar-se em Assis, na Porciúncula, onde nasceu são Francisco, o papa dá continuidade, com maior objetividade e aprofundamento conceitual e político, do que vem chamando de “A economia de Francisco”. A Igreja Católica procura, sob a liderança do papa Francisco, encontrar novos caminhos para reencontrar-se com os ideais de justiça social, de construção de uma nova ordem econômica, em que o acesso aos bens da civilização se faça sem as desigualdades que afastam milhões, em todo o mundo, dos direitos humanos básicos. É o respeito ao ambiente, tema que preocupa todos.
         Vida e pensamento de são Francisco, que sua famosa oração exprime (“Onde houver ódio que eu leve o amor”) e que o papa adotou, trazem muitas lições à humanidade que se encontra perante vários limites críticos para uma convivência solidária que permita a construção de uma sociedade mais justa. Francisco, o papa, não só procura reestruturar o Vaticano e sua cúria conservadora, mas trazer mensagens renovadoras para o enfrentamento dos grandes problemas do mundo atual. Em sua encíclica  Laudato Si, de maio de 2015, trata da crise global econômica e, no Sínodo sobre a Amazônia, exalta que o planeta Terra, “a casa de todos nós”, tem recursos limitados.
         A lição fundamental decorre da denúncia da “crise do capitalismo”, que tenta se renovar pelo neoliberalismo e retorna à lição de Adam Smith (“A Riqueza das Nações”, de 1776), que sustenta que o livre mercado, como uma “mão invisível”, por si seria capaz de promover a justiça social. A acumulação infinita do capital e o consumismo não se justificam perante os recursos finitos do mundo, que precisa de uma “mão visível” da responsabilidade social, capaz de reduzir desigualdades e preservar a natureza, condições essenciais à vida digna. A evolução tecnológica e científica deve servir a uma “economia do bem viver”, com paz entre as nações e as sociedades e respeito à natureza.
         O mundo gasta US$ 1 trilhão em armas e pouco e no campo social. A desigualdade aumenta. Os modelos ideológicos se desmancham. Governos em crise se mostram incapazes de transformações fecundas. Protestos ganham as ruas e pedem melhores condições de vida, nos países ricos e nos pobres. O papa Francisco incentiva o encontro entre pessoas para um novo diálogo e um novo humanismo. Propõe uma nova ciência econômica, em que valores humanos predominem. E se torna porta-voz de milhões de pessoas, esperançosas de novos tempos de renovação pela solidariedade, pela ética na política e nos governos.”.

(Mauro Werkema. Jornalista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Do lado de quem?
        ‘Do lado de quem você está?’. Eis uma interrogação que provoca e contribui para revelar configurações partidárias que presidem relacionamentos. Inscreve-se nesse questionamento a tentativa humana de demarcar lugares – o que por vezes, evidencia vela pretensão de poder, que também se assenta na segurança do corporativismo dos aliados. A definição de “lado” hospeda a ilusória sensação de se estar “em casa”, confortavelmente, sem adversários por perto. Um equivocado sentimento de segurança que, não raramente, se fundamenta nas configurações sempre frágeis e limitadas de uma ideologia qualquer.
         A interrogação – “do lado de quem você está?” – alimenta ainda a curiosidade, um dos fermentos nas disputas. Esse questionamento cabe, na medida certa, quando se trata de torcidas esportivas ou disputas partidárias, até mesmo do discernimento sobre interesses que se tem. Quer-se sempre saber o “lado” daqueles que exercem altos cargos nas esferas públicas ou privadas, de pessoas com significativa projeção social e política, dos formadores de opinião. Mas é importante sublinhar: o desmedido apego à questão “do lado de quem você está?” pode impedir a vivência mda unidade, que exige a inclusão da diferença, possibilidade real de enriquecimento em todos os aspectos.
         E, para a superação de possível morbidez quando se move somente pelo que é partidário – considerando cenários da política, por exemplo – é preciso responder a questão sobre o “o lado de quem você está” de forma diferente. Tomar partido em variados campos, a exemplo da política, pode ser força propulsora na sociedade, mas não se deve buscar apenas defender e reforçar determinado “lado”, ideologia ou discurso que privilegia a identificação de alguma referência simbólico-cromática.
         “Do lado de quem você está?”. É possível uma resposta diferente, ao se lançar olhar atento e interessado sobre a sociedade, identificando os seus cenários, no exercício qualificado da cidadania: estar junto dos mais pobres, condição que alicerça o humanismo solidário. E os discursos que comprovadamente estão do lado dos pobres ultrapassam umbrais de academias ou de diretórios partidários, pois sempre serão seguidos de hábitos, de gestos e de atitudes dedicados aos que mais sofrem. Essa prática testemunhal, sem risco de simplesmente reforçar ou requentar falas, é o verdadeiro lado – sem a parcialidade que apenas gera divisões entre grupos e pessoas. Ao invés disso, estar com os pobres sustenta a unidade.
         A prática testemunhal, na proximidade junto aos que mais precisam, sinaliza distanciamento de lógicas perversas: a busca por acumular sempre mais riquezas sem ter a coragem de dedicar-se à partilha, à generosidade; o apego ao privilégio de integrar instâncias de decisão e exigir, dos outros, somente dos outros, a adoção de rumos novos. A prática testemunhal guarda a força da coerência necessária para a superação de todo tipo de exclusão e de preconceito. Sabe-se do risco de se apegar a um determinado lado, achando-se no direito de ser indiferente e até odiar os que estão em outro lugar. Esse apego é característica dos que apenas querem justificar privilégios, alcançar comodidades tranquilizadoras da consciência de seu próprio grupo, ampliar espaços de atuação, inclusive misturando religião e opções confessionais com interesses políticos espúrios.
         A interrogação intrigante, “de que lado você está?”, continuará a ser repetida, e mal ou bem respondida, até que um qualificado tecido civilizatório se constitua e a cidadania não seja pautada pelas parcialidades, nas hegemonias, mas na unidade edificada e mantida pela justiça. Hoje, diante da ausência de entendimentos mais lúcidos, torna-se importante identificar “lados” para, a partir do convencimento, promover adesões ao caminho que leva a correções dos funcionamentos da sociedade, dominada pelo consumo e pela ganância.
         Esse rumo a ser buscado exige a clareza para compreender que vale menos o lugar ocupado a partir do campo ideológico. O importante é estar junto dos pobres, assumindo um lado que exige coragem para defender direitos e promover a justiça, o território da solidariedade. Nesse horizonte, a partir da tarefa, compartilhada por todos, de se construir um mundo melhor, pode valer a sugestão de substituir a intrigante interrogação “de que lado você está?” por um exercício de autorreflexão. Avaliar, para além das ideias, a própria participação na mudança requerida. Assim, torna-se possível responder, com mais clareza, nova interpelação: “em que lugar você está?”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA DEMOCRACIA E A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA LIBERDADE E DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“A democracia e o despautério dos demagogos
        A sociedade brasileira vai aprendendo, aos poucos, o verdadeiro significado do que é democracia. O aprendizado requer teoria e prática, e o estudo remete a uma visita aos séculos V a.C. e VI a.C., quando o regime foi criado e aperfeiçoado e estabeleceu a base das democracias modernas.
         Na Grécia, o início das normas democráticas se deu especialmente no período áureo ateniense e remetia ao significado de igualdade, por mais que tentassem os contrários a derrubada dos ensinamentos dos criadores da ideia formadora da política. A lição que perdura por séculos é a de que lá, como cá, travando a democracia e a liberdade, existiam os demagogos e oportunistas, que conquistavam a confiança do povo por meio do discurso vazio e de promessas irrealizáveis. A diferença é que lá os enganadores foram punidos, e aqui eles ainda prosperam.
         Os princípios democráticos da antiguidade clássica foram lecionados ao longo dos séculos, transformaram em monumento a sabedoria política, romperam barreiras entre as diferentes classes sociais, moldaram uma nova teoria de que a democracia é o governo da cidadania, daqueles que estão livres para a ação e para a discussão no campo das ideias, tal qual perpetuado no conceito dos três princípios gregos que enalteceram a real noção de igualdade na política: isonomia, isegoria e isocracia. Mas o que significam esses três princípios?
         A isonomia é a gestão do coletivo. Todos estão sujeitos às mesmas leis e devem ter os mesmos direitos e deveres na sociedade. A lei é para todos, e todos são iguais perante ela, independentemente de riqueza ou prestígio.
         A isegoria consiste no direito de o cidadão manifestar sua opinião política para todos os outros; quando lhe é permitido o direito da palavra e o fruir de bens; e quando a divergência de opiniões é superada pela discussão democrática da questão.
         A isocracia é o direito do cidadão participar da administração pública e o ideal da igualdade de acesso aos cargos políticos. As decisões tomadas em conjunto respeitam a vontade da maioria.
         Esses três princípios, desde então, revolucionaram a forma de fazer política, tornando-se indispensáveis em qualquer democracia, quer sejam de forma direta ou representativa. Na falta de qualquer desses três princípios, restará inexistente a ideia de democracia.
         No Brasil, com certo esforço coletivo, a cidadania vem assumindo papel relevante no contexto social da vida democrática, de forma coerente, mesmo que a contragosto dos amantes da autocracia e da demagogia, que, de forma incipiente, vez ou outra ressurgem. Mas, não há mais espaço para o despautério de demagogos e oportunistas, que estão sendo obstados, aos poucos, da linha de frente dos governos e da vida dos cidadãos.”.

(Wilson Campos. Advogado e presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade da OAB-MG, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de maio de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Os horrores do racismo
        É um dever social reconhecer todo o sofrimento causado pelo racismo. Ao longo da história, a humanidade vem pagando um alto preço em razão das diferentes formas de discriminação. Os passivos humanitários e culturais exigem alto investimento para se corrigir os rumos da civilização – mesmo reconhecendo que há danos morais irreparáveis. Ainda assim, é possível aprender com essas perdas e recompor a luz da consciência cidadã. Nessa dinâmica, que contempla o exercício da autocrítica, torna-se possível equalizar as relações sociais, geando os desvarios da violência e das disputas.
         E os analistas da história têm muito a contribuir na formação de uma nova consciência, despertando sensibilidades. Afinal, quando se conhece a história, enxergam-se bem as perdas terríveis e as privações geradas, que pesam ainda mais sobre os pobres, comprometendo o desenvolvimento integral. O racismo retarda conquistas e progressos. E, ainda pior, perpetua os cenários vergonhosos de exclusão e pobreza. Por tudo isso, os horrores do racismo, algumas vezes escondidos e camuflados, devem ser reconhecidos como realidade patente e vergonhosa. Esse reconhecimento é passo fundamental para estabelecer tratamentos educativos mais incidentes, capazes de mudar mentalidades.
         As providências e encaminhamentos nas esferas judiciárias para o combate ao racismo, em suas diferentes configurações, são indispensáveis. Devem ser continuamente aperfeiçoados. E há uma urgência prioritária: o permanente investimento em processos educativos, com incidência nos diferentes âmbitos da sociedade – família, igrejas, instituições culturais e educacionais – para consolidar referências, valores e dinâmicas capazes de influenciar novos modos de agir.
         Assim, para criar uma nova mentalidade, é urgente resgatar o sentido da solidariedade. Isso para que não se conviva mais com situações e atitudes racistas de indivíduos que, longe de serem casos isolados, evidenciam algo maior – causador de suicidas e homicidas colisões.
         É indispensável a coragem para mapear, permanentemente, os territórios onde se manifestam as diferentes formas de racismo. Dói  especialmente aquelas que desrespeitam as raízes afrodescendentes  da população brasileira. É, na verdade, uma abominação que revela massacrante irracionalidade e miopia vem o atraso que impede a sociedade de aproveitar bem suas potencialidades, sua cultura ricamente plural.
         Consequentemente, em vez de avanços, convive-se com vergonhosas discriminações. Consolidam-se, particularmente entre os representantes do povo, maneiras de lidar com os cenários de miséria e pobreza que são frias, indiferentes, pouco inteligentes e desumanas.
         Necessita-se de um verdadeiro mutirão educativo para debelar os funcionamentos mentais que alimentam o racismo. Esse gravíssimo mal não pode gerar reações somente em casos pontuais, quando, por exemplo, alguma situação de discriminação é denunciada nos noticiários. Em todas as situações e oportunidades, no dia a dia, o racismo deve ser combatido. Quando se combate o racismo, dissipa-se, por exemplo, a ilusória convicção de que a importância social e política de determinado cidadão se garante por seu pertencimento a uma família tradicional, ou porque se tem dinheiro em abundância. Percebe-se, pois, que unidos aos diferentes tipos de discriminação, caminham os mecanismos de favorecimentos e privilégios. E a maioria da população permanece abandonada, convivendo com a ampliação da brecha que separa os ricos dos pobres.
         Ora, as diferenças não podem ser ponto de divisão, mas compreendidas como riquezas do povo. E para consolidar esse entendimento, são necessários investimentos na sociedade, de caráter antropológico, capazes de fazer com que todos reconheçam, na dignidade humana, o ponto de partida para o exercício da cidadania e para o estabelecimento das relações sociais. A tarefa não é fácil e o caminho a ser percorrido é longo. Mas, se for trilhado, possibilitará o desenvolvimento integral e igualitário da sociedade.
         A antropologia cristã tem muito a contribuir no processo de combate às diferentes formas de racismo por cultivar o entendimento de que cada pessoa cresce, amadurece e santifica-se na medida em que se relaciona com o mundo – com as pessoas, com as criaturas – permanecendo em comunhão com Deus. Dessa forma, cada homem e mulher compõe um maravilhoso livro que contribui para revelar a grandeza e a importância de toda a criação de Deus. E os horrores do racismo poderão, enfim, ceder o seu lugar para os entendimentos e práticas orientados para o desenvolvimento integral.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.