(Novembro = mês 48; faltam 122 meses para a Primavera Brasileira)
“A indústria brasileira pode decolar
O
mundo atravessa período de perplexidade, no momento em que enfrentamos duros
desafios na preservação da vida e da economia. Cabe, neste cenário, destacar,
sob responsável otimismo, bons paradigmas.
Há
histórias reais de empresas que souberam enfrentar recorrentes crises,
tornando-se exemplos extraordinários de que investimento em conhecimento,
treinamento intensivo e gestão equilibrada, levam a empreendimentos de nível
internacional, reconhecidos por competitividade, inovação e consequente
liderança de mercado.
Um deles
é a Embraer, que nasceu do ânimo de um grupo de brasileiros visionários e
abnegados, que somaram visão de mercado com disciplina, além de profundo
respeito pela ciência e pela tecnologia.
Líder
mundial no desenvolvimento e na construção de aviões de até 150 lugares e única
companhia aeroespacial com linha completa de aeronaves comerciais, executivas e
militares, a Embraer enfrenta talvez o momento mais difícil de sua história de
mais de meio século. Nem mesmo quando foi privatizada em 1994, em clima de
grande turbulência política e econômica, perde excelência e mercado. Hoje, por
motivos óbvios, precisa de crédito para financiar suas exportações e para
exercer plenamente seu papel de fomento à inovação.
O setor
aeroespacial brasileiro, cuja expoente maior é a Embraer, merece ser alvo de
políticas públicas para enfrentar cenário internacional altamente competitivo.
A
pandemia da Covid-19, que paralisou o setor aéreo em todo o mundo e contribuiu
para a iniciativa da Boeing (já combalida pelas dificuldades com o 737 MAX) em
desfazer unilateralmente o negócio de compra da área de aviação comercial da
Embraer, a colocou numa posição desfavorável. Trata-se de situação que exigirá
muita criatividade, disciplina e suporte para ser superada. Entretanto, a
companhia tem evoluído muito nos últimos anos e, hoje, dispõe de uma base
sólida para emergir da crise ainda mais forte do que antes. Seu portfólio de
produtos é de primeira linha.
E mesmo
em meio à grave turbulência, ao ampliar seus investimentos em segurança
cibernética, demonstrou que se manterá na vanguarda do setor. Apostou, assim,
em ter um papel crescente nos sistemas de navegação baseados em dados, muito
valiosos para usos civis e militares. Comprova seu caráter estratégico, pela
capacidade de decifrar “caixas-pretas”,
apoderando-se de conhecimentos vitais para o país.
Na
aviação executiva, seus jatos da linha Praetor são sucesso em todo o mundo. Na
comercial, a família de E-Jets é líder disparado do mercado, com número
superior a 1.600 aviões entregues a mais de 120 companhias aéreas em 90 países.
Na área
de defesa, além do vitorioso Super Tucano, o KC-390 Millennium é reconhecido
como o avião multimissão mais moderno do mercado. Três já foram entregues à
Força Aérea Brasileira (FAB) e se destacaram em missões humanísticas na
presente pandemia. Portugal deverá receber seu primeiro em 2023 e outras quatro
unidades em seguida, tornando-se pioneiro país operador do equipamento no
âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
São
muitos os diferenciais da Embraer. Destaco seu departamento de engenharia
aeronáutica, respeitado e reconhecido como um dos melhores do mundo e, também,
sua admirável governança que permite uma das poucas “Corporation” brasileiras estar incluída
entre o seleto grupo de empresas globais que fazem parte do Dow Jones
Sustainability Indices, feio ainda mais admirável, tendo em vista que ela é uma
das poucas empresas globais do setor aeroespacial a integrar o índice.
Esses e
outros inúmeros fatores sustentam minha crença de que a Embraer é a prova de
que temos plenas condições de fazer o Brasil voltar a ter posição de destaque
no ranking global da indústria. Mesmo diante do desafiador momento que
enfrenta, a companhia mostrou estar à altura de qualquer de seus pares. Aliás,
o que não deve estar faltando é interesse estrangeiro em associar-se a esta
notável empresa brasileira.”
(Josué Gomes da Silva. Presidente da Coteminas,
é engenheiro civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), bacharel
em direito pela Universidade Milton Campos (UMC) e tem MBA na Universidade de
Vanderbilt (EUA), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 21 de outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 25).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, mesma edição, caderno opinião,
coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Lucia
Dellagnelo, doutora em educação pela Universidade Harvard, é
diretora-presidente do Centro de Inovação da Educação Brasileira (Cieb), e que
merece igualmente integral transcrição:
“Ensino híbrido: a nova caixa de Pandora?
Durante
o período de fechamento de escolas para garantir o isolamento social em meio à
pandemia de Covid-19, a tecnologia foi utilizada de diferentes formas para
oferecer aprendizagem remota a milhares de estudantes. O que aprendemos com
essas experiências?
É
preciso ter cautela para não transformar a tecnologia em mais uma caixa de
Pandora na educação. Para quem não se lembra da mitologia grega, Pandora foi a
primeira mulher criada por Zeus, e seu marido, Epimeteu, recebeu de presente
uma caixa (ou jarro), com a recomendação de não abri-la. Como era muito curiosa
(aparentemente um sério defeito para as mulheres da época), Pandora abriu e
deixou escapar os males do mundo, com exceção de um: a esperança.
A
esperança pode ser considerada um mal da humanidade se entendida como um desejo
superficial do futuro, algo que não exige esforço, dedicação e investimentos
para ser concretizado. No caso da educação brasileira, desejar alcançar
qualidade e equidade pelo uso da tecnologia sem planejamento, formação de
professores e investimentos em infraestrutura é esperança vã, que pode nos
causar mais atrasos e retrocessos.
O maior
potencial da tecnologia na educação está em ampliar e qualificar as
experiências de aprendizagem oferecidas aos estudantes, valorizando e
expandindo a mediação dos professores. Em suma, é ser capaz de transformar a
educação tradicional baseada na transmissão passiva e massificada em uma
educação centrada no estudante, que amplifica a ação de professores e viabiliza
a personalização no ensino.
Uma das
práticas educativas que integram a tecnologia no processo de aprendizagem
chama-se ensino híbrido (“blended learning”). Seu principal conceito é a
integração entre diferentes modalidades de ensino e uso de tecnologias tanto
para atividades pedagógicas presenciais quanto remotas. Desde a década passada
foram publicados vários estudos mostrando que o ensino híbrido é capaz de
aumentar o nível de engajamento e de aprendizagem dos estudantes.
Para ser
capaz de implementar o ensino híbrido de forma eficaz, as escolas precisam ser
escolas conectadas, isto é, precisam ter uma visão estratégica do uso da
tecnologia expressa em seu currículo e práticas pedagógicas, contar com
gestores e professores com competências digitais, ter acesso a recursos
educacionais digitais de qualidade e dispor de equipamentos e conectividade
adequados.
De
acordo com diagnóstico realizado em 2018 pelo Cieb (Centro Integrado de
Educação Brasileira), por meio da ferramenta Guia EduTec, as escolas
brasileiras ainda estão no nível básico de adoção de tecnologia e precisam de
investimentos significativos e sistemáticos para se transformarem em escolas
conectadas. É preciso também garantir acesso à internet para milhares de
professores e estudantes brasileiros dentro e para além dos muros da escola.
Para não
alimentarmos esperanças infundadas na transformação da educação após a
pandemia, que seriam ingênuas e tão maléficas como na caixa de Pandora,
precisamos de uma nova política nacional de tecnologia educacional.
Desde
1977 o Brasil não tem uma política abrangente para o uso da tecnologia na
educação. Os avanços trazidos pelo Programa de Inovação Educação Conectada
(Piec), lançado em 2017, ainda não foram suficientes para conectar todas as
escolas públicas, desenvolver competências digitais de gestores e professores e
permitir o acesso a equipamentos para os estudantes.
Para que
o ensino híbrido seja uma realidade nas escolas públicas, e uma alavanca para
um salto na qualidade e equidade da educação, é imprescindível desenvolver as
competências digitais de professores e garantir computadores e conexão à
internet como direito de todos os estudantes brasileiros.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a
estratosférica marca de 309,88% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 114,16%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses,
chegou a 3,14%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 1,004 trilhão), a
exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público (1961
– 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.