“Inovação em inteligência artificial
A
notícia em destaque dos últimos dias ainda é ChatGPT, que, de certa forma, é
atingida ‘indiretamente’ por uma carta de recomendação para rogar pela
suspensão da evolução tecnológica em Inteligência Artificial (IA) no mundo.
As
personalidades que assinaram a carta afirmaram em um trecho: ‘Pedimos a todos
os laboratórios de IA que parem imediatamente por pelo seis meses o treinamento
de sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4. Essa pausa deve ser pública e verificável
e incluir todos os principais atores. Se tal pausa não puder ser decretada
rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória’.
Acredito
que a primeira reflexão é entender o porquê da carta. Para iniciar o
raciocínio, há dois pontos dúbios na carta: o primeiro é a suspensão imediata
das pesquisas, sem ao menos mensurar os riscos; o segundo é a publicização dos
projetos como forma de mapeamento de sistemas de IA em treinamento. Por mais
que pareça ‘normal’, a jogada ainda não está clara.
O
mercado de tecnologia é bastante voraz, e triunfa aquele que é competente,
ousado e perspicaz na mensuração dos riscos e, consequente, êxito. É a regra
para qualquer modelo de negócio. No caso da OpenAI, não é diferente.
O maior
disparate da carta está diante dos fatos históricos. A busca por inovação em IA
ocorre desde a década de 1950, e, apesar dos altos e baixos das tecnologias
utilizadas nas pesquisas, a IA se mostrou um dos campos mais promissores para
auxiliar a humanidade no futuro.
A OpenAI
não nasceu da noite para o dia. Ela surge em 2019 como um tipo derivado do
sistema Transformer (GPT-1), criado pela Google no ano de 2018. A inspiração
desse primeiro modelo fez a OpenAI emplacar as versões GPT (2,3/3,5 e 4). Ela
não está sozinha na corrida por inovação em IA, pois também estão no jogo as
empresas Meta (Galatica, 2021), Google (LaMDA, 2021), e PaLM, Sparrow e Switch
Transformer, 2022) e AI21 Labs (Jurassic-1, 2021).
Isso
demonstra que o desenvolvimento econômico e, consequentemente, o social são
impactados positivamente por qualquer inovação. Então a referida carta não
parece muito promissora para a sociedade global.
Parece-me
que a carta é mais uma estratégia de intimidação do que um aviso de alerta ou
prudência aos pesquisados de IA. Trazer à luz os males da ficção científica em
IA e sem embasamento científico , é uma forma de provocar a derrocada da
OpenAI, Google e outras empresas que investem na inovação.
O
impedimento exigido na carta enseja ser proposital e até demonstra a prática
abertamente do lobby corporativo contra os especialistas em IA. Logo, não me
parece correta a medida adotada.
A carta
teria mais utilidade se fosse dirigida ao uso de boas práticas no emprego da IA
em inovação tecnológica e para embasar que qualquer pesquisa tem no seu ciclo
de vida a análise ética dos riscos com a sociedade. Assim, o papel dos notórios
assinantes poderia ser mais construtivo e positivo para todos.
No
final, o dilema entre máquinas e seres humanos demonstra que são as pessoas os causadores
de todos os males, e não a tecnologia propriamente dita, seja ela qual for.”.
(Rodrigo Cardoso Silva. Professor doutor da
Faculdade de Computação e Informática na Universidade Presbiteriana Mackenzie
(UPM), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4
de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 17).
(*) Assessor especialista no NIC.br e
CGI.br, doutor em ciência da computação e mestre em direito internacional,
membro da Internet Society e da Associação Brasileira de Estudos de Defesa.
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.com,
edição de 14 de abril de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“‘Tendes algo de comer?’
Esta
pergunta – ‘Tendes algo de comer?’ – veio do coração do Mestre Jesus,
ressuscitado, o vencedor da morte. Era uma manhã na praia, conforme narra o
evangelista João. Os pescadores, discípulos de Jesus ouviram o questionamento
e, desolados, responderam que nada tinham. Então o Mestre indicou: “Lançai a
rede à direita do barco e achareis’. Eles obedeceram e não conseguiram puxá-la,
por causa da grande quantidade de peixes. Neste momento, os discípulos
reconheceram o milagre, também aquele que o promovera: é o Senhor! Um mistério
que remete à aprendizagem da nova e definitiva lição, formulada pelo apóstolo
Paulo, na Carta aos Romanos. Paulo sublinha que Cristo Ressuscitado dos mortos
não morre mais, a morte já não tem poder sobre Ele. Pois Aquele que morreu,
morreu para o pecado uma vez por todas, mas Aquele que vive é para Deus que
vive.
O
discipulado no seguimento de Jesus Ressuscitado toca a vida no seu núcleo de
sustentação: Cristo, referência insubstituível e inigualável, é fonte da lógica
que deve presidir toda a existência. Ter algo para comer é imprescindível para
viver. O alimento vem pela iluminação alcançada na oferta redentora que Cristo
faz de si, na ceia pascal, consumada no alto da cruz, pela oblação que faz de
Seu corpo e sangue. Os discípulos compreendem e são desafiados a reger-se pela
competência de responder à interrogação do Mestre Jesus: a partir de Cristo, o
ser humano encontra seu verdadeiro alimento, aquele que conduz à vida. Longe
desse alimento, o caminho da humanidade será orientado por dinâmicas
destrutivas: ressentimentos e mágoas que sufocam a fraternidade, deixam
espíritos conturbados, impondo uma cegueira nas pessoas que passam a enxergar
apenas nos limites dos próprios juízos e escolhas, aprisionadas em interesses
pequenos, pouco nobres. Com isso, deixa-se de reconhecer a presença de Deus na
própria vida. Uma perda grave, que leva a adoecimentos.
“Tendes
algo de comer?” É uma interrogação com força de advertência, explicitando os
limites humanos. Remete à importância determinante de escutar os clamores dos
outros, especialmente daqueles que não têm algo para comer – são milhares e
milhões pelo mundo afora. A escuta dos clamores daqueles que sofrem,
particularmente de quem enfrenta a fome, à luz da pergunta formulada por Jesus,
conduz à lógica da generosidade e da partilha – remédio para as inimizades e
mágoas forjadas por limitações humanas e espirituais: a incapacidade para
perdoar e alargar o coração e hospedar o amor. O amor é o único agente de
reconciliação e de recomposição da fraternidade universal.
A
pergunta do Mestre remete ao flagelo da fome – uma ameaça à dignidade humana.
Sabe-se que uma carência prolongada de alimentação provoca debilidades graves,
instaura apatias, impõe a perda do sentido social. Compreende-se a urgência da
escuta da pergunta do Mestre e a importante celeridade para respondê-la com um
“sim”. São urgentes os envolvimentos organizacionais da sociedade e a adoção de
políticas públicas capazes de vencer a fome. Uma vitória que depende também da
efetivação de um novo estilo de vida – compromisso de todos – distante dos
hábitos que levam ao esgotamento do meio ambiente. Reverter os cenários
abomináveis de desolação e de abandono provocados pela fome significa também
contribuir para superar situações que destroem as famílias, levam violência aos
lares, às cidades e ao campo. A carência alimentar gera, ainda, adoecimentos
físicos e psíquicos.
Acolher
a pergunta que brotou do coração de Cristo Ressuscitado, voz dos famintos e
excluídos, é o primeiro passo para reverter a aporofobia tão disseminada na
sociedade. É desolador constatar que muitos cultivam aversão e desprezo em
relação aos pobres, hostilizando ainda as iniciativas que buscam oferecer
dignidade a quem sofre. A interpelante interrogação feita por Jesus aos seus
discípulos desafia todos os cidadãos, especialmente os cristãos. Deve inspirar
sensatez e humanismo, para que sejam alcançadas novas respostas, mais eficazes
no enfrentamento de muitos flagelos sociais, particularmente no combate à fome.
Aqueles que exemplarmente trabalham pela cura dessa chaga social podem ser
inspiração, convencendo cada vez mais pessoas a também se unirem para amparar quem
não tem o que comer.
A partir
de Cristo, é urgente forrar corações com o tecido da compaixão, capaz de
inspirar uma nova ordem social livre do flagelo da fome. Especialmente os
cristãos devem ter sempre presente a advertência de São João Crisóstomo que,
por volta do século quarto da era cristão, disse: “Muitos cristãos saem da
Igreja e contemplam fileiras de pobres, e passam longe, sem se comover, como se
vissem colunas e não corpos humanos que respiram. E, depois de tamanha
desumanidade, se atrevem a levantar as mãos aos céus e pedir a Deus
misericórdia e perdão pelos seus pecados”. A voz de Jesus seja escutada como
clamor dos pobres e famintos: “Tendes algo de comer?””.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e dignidade
do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.