“A
maturidade da educação no Brasil
A educação, no Brasil,
está passando por um importante processo de amadurecimento que será benéfico
para todos, incluindo empresas, mantenedores, docentes e estudantes. Ainda que
estejamos entre os maiores mercados educacionais do mundo, ficamos por muito
tempo restritos a um estereótipo, fundamentado na transferência unilateral de
informação. Ou seja, o professor, como detentor do conhecimento, buscava
transmiti-lo, unilateralmente, ao aluno.
Na
velocidade e dinâmica da atual sociedade, esse modelo não funciona mais, não é
mais suficiente. No ambiente de hoje, o raciocínio crítico é determinante. É
preciso concentrar o foco no processo de construção do pensamento, que se dá
por meio da argumentação estruturada, da capacidade de conectar dados de
diferentes fontes, construindo, e não consumindo conhecimento. É como criar uma
estratégia num tabuleiro, propiciando ao jogador visualizar e ter opções de
avanço e recuo em determinado momento do jogo, identificando, por si, como e
quando fazê-lo.
Apesar
de termos escolas de excelência no ensino público, é notório que há, de uma
maneira geral, uma grande distância qualitativa quando comparamos com o
privado. Mais do que isso, é preciso destacar que uma análise que se resume
somente a isso é bastante superficial, já que no Brasil existe uma grande
diversidade de abordagens educacionais e, muitas escolas, mesmo do setor
privado, não foram ainda capazes de desenvolver modelos relevantes para esse
momento em que vivemos.
E,
nesse contexto, onde os professores têm o papel de motivar e inspirar os alunos
a se tornarem protagonistas e não mais meros expectadores, o ensino canadense,
que é referência mundial, vem ganhando espaço em território nacional, já que
possui uma abordagem que motiva e desafia os alunos, promovendo a autonomia, o
desejo e o prazer por aprender e descobrir. A essência multicultural do Canadá
é um dos fatores que torna seu modelo uma referência no mundo e vem ganhando,
cada vez mais, espaço no Brasil.
Outro
ponto positivo da metodologia é a educação bilíngue, que ajuda formar
estudantes para enfrentar desafios globalizados de um mercado de trabalho
futuro – também em constante mutação –, além do conhecimento de outra cultura
que não só a brasileira, desenvolvendo no aluno a aceitação das diferenças, o
que os torna cidadãos, estudantes e profissionais muito mais adaptáveis e
preparados para serem bem-sucedidos no ambiente global.
Essa
transição e consequente evolução na forma de ensinar os jovens certamente trará
maturidade, em longo prazo, ao modelo brasileiro educacional, fazendo com que
nossos alunos estejam mais preparados para o mundo e para as batalhas que
enfrentarão ao longo de suas vidas e carreiras. É esse o papel da escola e do
professor: ser a ponte entre o conhecimento e a necessidade de aprender,
evoluindo com os seus, em relação a modelo de ensino, métodos para passar essas
informações e acesso transparente e compartilhado daquilo que beneficiará a
todos. Absorver, crescer e evoluir.”.
(ARNO KRUG.
CEO da Maple Bear Canadian School, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de
outubro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de ROSANA
HIGA, pesquisadora da Embrapa Florestas, especialista em mudanças
climáticas, e que merece igualmente integral transcrição:
“Conservação
num futuro incerto
Grande parte dos
estudos internacionais relacionados com mudanças do clima está centrada nas
emissões de gases de efeito estufa para implementação de medidas de mitigação.
Esse esforço é fundamental, mas também há consenso de que os esforços para
apoiar sistemas avançados pelas alterações do clima, em parte irreversíveis,
são mais urgentes do que nunca, em escalas local e global.
O
planejamento da produção agrícola e florestam em uma situação de mudança do
clima exige tomada de decisão baseada em práticas de gestão adaptativa e
melhorias contínuas que incluam ciência. Também exige avaliação de
especialistas, uso de indicadores relevantes para o clima e sistemas para medir
e acompanhar a eficácia das ações de adaptação. Inclui, ainda, observação e
monitoramento, controle de fronteiras e inspeções, especialização em avaliação
de risco, ferramentas de diagnóstico para detecções antecipadas. Os impactos adversos
da variabilidade climática sobre a produção agrícola e florestal estão ganhando
mais atenção no campo da pesquisa, com um número crescente de estudos focando a
inter-relação entre clima, sistemas de produção e os custos de adaptação
associados.
A
mudança climática é inevitável e as espécies responderão de formas diferentes.
Assim, é necessário poder contar com a maior diversidade de recursos genéticos
para enfrentar as eventuais ameaças provocadas pela mudança do clima.
Precisamos manter a biodiversidade, incluindo variedades de culturas
tradicionais e melhoradas e seus parentes silvestres.
Um bom
exemplo de ações para construir resiliência em face de incertezas devido a
mudanças climáticas está no domínio dos recursos genéticos, alguns utilizados
em outros lugares considerados menos importantes, mas que podem ter grande
relevância no futuro, ao serem adaptados. Também de grande importância são os
germoplasmas ameaçados pelas mudanças climáticas, indispensáveis para os
processos de adaptação.
O acesso
ao material genético pode impactar significativamente o agronegócio e atenção
especial deve ser considerada com recursos florestais. Ciclos produtivos mais
longos dificultam a caracterização do impacto e medidas de adaptação e,
portanto, a análise de riscos e vulnerabilidade.
Uma
discussão sobre os riscos potenciais pode ser obtida na cultura do eucalipto,
cujas plantações apresentam, no Brasil, as maiores produtividades do mundo,
resultado de investimento em práticas silviculturais e melhoramento genético. A
maioria dos plantios comerciais são de florestas intensamente selecionadas para
produtividade e qualidade da madeira. Entretanto, secas ocorridas no Sudeste,
no período de 2013 a 2015, afetaram 150 mil hectares de plantações, causando
grandes perdas. Esse fato, aliado à expansão dos plantios em novas áreas,
muitas propensas ao déficit hídrico, tem forçado a ampliação da base genética
intraespecífica ou mesmo a inclusão de novas espécies nos programas de
melhoramento genético.
O
problema é que muitas populações em áreas de ocorrência natural do eucalipto na
Austrália, fornecedoras da base do material genético usado no Brasil, foram
desmatadas ou transformadas em parques nacionais, onde agora é proibida a
coleta de material. Portanto, se o material introduzido no Brasil precisa ser
conservado ou importante ferramenta para adaptação será irreparavelmente
perdida.
Embora
as pesquisas realizadas sugiram importantes caminhos, existem lacunas sobre
impactos das mudanças climáticas e estratégias de adaptação mais apropriadas. É
importante, ainda, considerar os potenciais efeitos colaterais adversos, das
estratégias adaptativas, a fim de evitar soluções mais danosas que o problema e
os riscos decorrentes de pressões não climáticas que atuam como multiplicadores.
Assim,
a estratégia de conservação, particularmente de locais e espécies, deve ser
prioridade e todo esforço possível deve ser empregado para enfrentar um futuro
de incertezas.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca
de 278,69% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão descomunal
sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa
capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.