A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER TRANSFORMADOR DAS ESCOLAS INFANTIS NA SUSTENTABILIDADE
“A liderança que nasceu da crise
Com
a Covid-19, a dinâmica global passou por várias mudanças rapidamente, e com
isso, não apenas as empresas precisaram se adaptar, mas os profissionais
também. Em especial as lideranças, que tiveram e ainda estão aprendendo a
motivar, inspirar e a desempenhar suas funções remotamente. Afinal, segundo pesquisa
da Fundação Instituto de Administração (FIA), 46% das empresas no Brasil
adotaram o home office, e, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
essa modalidade de labor deve saltar 30% após a crise.
Diante
disso, a tarefa de liderar, que já é desafiadora, ficou ainda mais difícil com
a distância, mas, ao mesmo tempo, fez surgir novas habilidades profissionais e
perfis de gestão. Lideranças que descobriram talentos ainda inexplorados e se
adaptaram rapidamente.
Um
exemplo de líder que vem se destacando hoje é aquele que tem um olhar mais
humano, voltado para o colaborador, com empatia aguçada e que vê além da
entrega de resultados.
Outra
característica em quem trabalha com gestão de pessoas e que passou a ter papel
chave com a pandemia é o estímulo à comunicação. A liderança que contribui para
que o time perca o medo de perguntar, comunicar e de participar, consegue
contribuir para o desenvolvimento de soluções melhores.
Um
estudo realizado pela AL+ People & Performance Solutions, com executivos do
país, apontou que 24,3% acreditam que a comunicação foi um dos principais
obstáculos sentidos com o home office, enquanto 25,4% acham que foi manter o
engajamento à distância, e outros 33,9%, a cultura organizacional. E é nesse
sentido que a habilidade de inspirar e dar o exemplo, dos líderes que
conseguiram se transformar com a pandemia, ganharam mais força.
“Colocar
a mão na massa”, compartilhar conhecimento e ensinar, mesmo de longe, ter
atitude e mostrar para os liderados que se está com eles têm encurtado
distâncias. O time precisa ter uma referência, mas visualizar rotineiramente
essa pessoa agindo.
Outra
habilidade dos gestores revelados pela crise é saber reconhecer talentos
individuais remotamente. Ao enxergar isso, confiar na equipe e dar oportunidade
para o desenvolvimento de novas lideranças, quem está no comando motiva e
conquista quem atua com ele. Assim, além de delegar mais, o líder chega a
soluções mais rápidas e assertivas.
Um case
que ilustra a importância da confiança, em equipe, vem do ex-presidente dos
Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Após a Crise de 1929, ele reunião um time
de especialistas, com republicanos e democratas e pediu soluções rápidas,
confiando que eles colocariam o país acima da política. Dessa ação nasceu o New
Deal, plano para recuperar a economia. Embora não tenha acabado com a crise, o
programa trouxe estabilidade.
Assim
como Roosevelt, os líderes que nasceram da crise ocasionada pela pandemia
descobriram o valor da confiança. Mas não apenas isso, eles conseguiram se
adaptar rápido. E é isso que se espera das lideranças futuras.”.
(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da
Câmara Americana de Comércio de /belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de14 de novembro de
2020, caderno OPINIÃO, página 23).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 23 de novembro de
2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Aloisio Araujo e Bruno Ogava, e que merece integral
transcrição:
Professor titular da Escola Brasileira de Economia e
Finanças (EPGE/FGV-RJ) e pesquisador do Impa (Instituto de Matemática Pura e
Aplicada), é assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes
Bacharel em ciências econômicas pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e doutorando na EPGE/FGV-RJ),
“Educação infantil e o novo Fundeb:
três pilares para a eficiência
O
Brasil tem a oportunidade única de romper o ciclo vicioso da pobreza, reduzir a
desigualdade de oportunidades, promover o desenvolvimento cognitivo de crianças
e incluir mulheres no mercado de trabalho com ampliação de creches e pré-escolas
de qualidade. O novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica) aumentará expressivamente o dinheiro público disponível para isso. O
perigo é uma expansão desordenada da rede de ensino, que não garanta o mínimo
de qualidade.
Para
fugir dessa armadinha, é preciso criar um sistema de avaliação capaz de medir
os impactos dessa expansão de gastos e aperfeiçoar o ensino. No quadro de
restrição fiscal, o melhor é aproveitar estruturas governamentais já existentes
para a tarefa. O Inep, órgão responsável por monitorar a qualidade da educação,
já realiza pesquisas que podem e devem ser ampliadas para conferir os três
pilares de uma revolução educacional.
O
primeiro é aplicar em todo o país um exame que ainda é feito em caráter amostral.
A cada dois anos, o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) observa a
performance dos estudantes. São medidos os impactos da educação infantil nas
habilidades cognitivas, como as capacidades de leitura, escrita e matemática.
Entretanto, esse exame não avalia representativamente as redes municipais.
Da mesma
forma, o segundo pilar se baseia noutra pesquisa do Inep, o Censo Escolar.
Anualmente, são avaliadas a qualidade das instalações e dos professores, além
do número de matrículas. É possível saber se há parquinhos, a proporção de
crianças por adulto e até o grau de escolaridade dos educadores. No entanto,
faltam dados. É possível saber, por exemplo, se é oferecida merenda, mas não se
é adequada ou não.
O
terceiro pilar trata de outras dimensões do desenvolvimento que ficam de fora
dessas duas pesquisas, como as habilidades socioemocionais e psicomotoras; e
funções executivas (atenção e memória). Dificilmente isso pode ser medido numa
pesquisa padronizada e centralizada, e não existe um consenso internacional de
como fazê-lo.
Seria
preciso criar centros de estudos descentralizados com pedagogos, psicólogo,
médicos, neurocientistas, estatísticos e até profissionais de ciências sociais
e economia. Fundações de Amparo à Pesquisa e a Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) podem financiar projetos de
pesquisas multidisciplinares com parte dos recursos do Fundeb.
Só com
um sistema mais flexível é possível acompanhar aspectos relevantes da vida das
crianças, como a situação médica, a exposição à violência doméstica e
dificuldades de aprendizagem, como transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade. Com pesquisas de ponta, ainda poderemos avaliar a eficácia de
diferentes técnicas de ensino.
Experiências
como a da província de Québec (Canadá) mostram que é possível desperdiçar
recursos públicos com investimentos malfeitos. Lá houve a universalização do
acesso à educação infantil, mas foi observada uma piora no comportamento e nas
habilidades motoras e sociais das crianças. Com mais instrumentos, evitaremos
repetir os erros.
James
Heckman, Nobel em Economia em 2000, mostrou que investimentos em educação
infantil figuram entre os usos mais eficientes dos recursos públicos. Estão
entre as melhores opções para um governo devido a ganhos de produtividade,
maior pagamento de impostos, menor uso de serviços sociais, menor taxa de
incidência criminal e menor risco de gravidez. O grupo liderado por Heckman
mostrou que os resultados são melhores quanto mais cedo os investimentos forem
realizados e que isso aumenta a renda familiar no futuro.
Se o
Brasil abraçar os três pilares, garantirá creche e pré-escola de qualidade e
romperá o ciclo de pobreza. Pais e, principalmente, mães entrarão no mercado de
trabalho. Na prática, o acesso à educação infantil funciona como uma
transferência de renda indireta e muda a realidade de um país desigual, onde
apenas 23,7% das crianças de 0 a 3 anos das famílias mais pobres frequentam
creches e 52,8% das mais ricas têm educação infantil. E esse número não difere
a qualidade do ensino que recebem esses dois grupos.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a
estratosférica marca de 309,88% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 114,16%; e já o IPCA, em
outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,92%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de
R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma
lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$
100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor
privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia,
ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da
União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão
Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de
juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica,
previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.