(Dezembro = mês 61; faltam 109 meses para a Primavera Brasileira)
“Dias melhores virão
A história sempre ensina.
Se estamos vivendo hoje uma nova guerra mundial, desta vez contra um poderoso
vírus, é um bom momento para relembrar os acertos do passado a fim de
produzirmos um futuro melhor.
Desde o
início de 2020, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) oficializou que o
mundo enfrentava a pandemia de Covid-19, a rotina mudou para todos. Foi como se
tivéssemos entrado em uma nova guerra: fronteiras fechadas, escalada de mortes,
envolvimento de todos os países. Comportamentos foram alterados, com
consequências que ainda estão para serem compreendidas. O impacto econômico
também foi gigantesco – para alguns setores, muito mais agudo, como no caso do
turismo, do entretenimento, da gastronomia.
O pior
retrato deste cenário é a morte de cerca de 3,3 milhões de pessoas em todo o
planeta. Uma grande tristeza.
Ainda
estamos lidando com tamanha tragédia. Mas, de novo, olhar para trás ajuda a
entender os caminhos que podemos ter pela frente.
Dadas as
devidas proporções (tendo em vista que a Segunda Guerra Mundial custou cerca de
60 milhões de vidas à época), o nosso cenário atual guarda semelhanças com o
que o mundo vivia após 1945.
Foram
chamados “gloriosos 30 anos”, em que Europa Ocidental, EUA e Japão viveram um
período de intensa expansão econômica, inovação e geração de riqueza. Em que o
mundo criou instituições globais – como a ONU, o FMI e a própria OMS – para
ajudar no desenvolvimento e na construção de diálogo.
Nesta
nossa guerra atual, também tivemos avanços. A pandemia nos ensinou a trabalhar
de maneira diferente. Avançamos barbaridade em pesquisa. Desenvolvemos técnicas,
protocolos, vacinas. Voltamos nosso olhar para a necessidade de aportar
recursos em saúde – e dar acesso aos mais desprotegidos. Aceleramos o
aprendizado de forma extraordinária. O vírus estimulou a solidariedade. A
humanidade está pagando um preço altíssimo, mas vai sair melhor.
Vários
países discutem a implementação de uma renda mínima, com impacto direto no
consumo. Como no pós-Segunda Guerra, também há um olhar para a retomada de
obras em infraestrutura e uma corrida para o avanço tecnológico, com impacto
direto na produtividade e na redução de custos de produtos e serviços
(aumentando o acesso).
Os meios
de transporte estão em transformação. A matriz energética se volta de um mundo
menos dependente de petróleo e mais focado em energias renováveis.
Sustentabilidade está no centro da mesa dos executivos. Empresas e pessoas é
que moldam a sociedade, não exatamente governos.
O
planeta hoje está muito mais interconectado. Isso pode evitar também os erros
do pós-Guerra, que foi amargo para uma parte do mundo: a Cortina de Ferro na
Europa Oriental, a grande fome da China, a instabilidade política e econômica
na América Latina e na África.
Feito
tudo na vida, estamos aprendendo. Repensando o papel das políticas públicas,
principalmente na saúde. Espraiando conhecimento. Ressignificando a globalização
e as regras de comércio mundial. Mudando o jeito de trabalhar, de gastar tempo
e dinheiro. A volta ao “normal” será interessante e desafiadora. Saibamos
aprender com o passado para que este triste episódio ajude a moldar um futuro
bem melhor.”.
(Francisco Soares Brandão. Empresário e
sócio-fundador do Grupo FSB, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO,
edição de 12 de maio de 2021, caderno opinião, página A3).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de
novembro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO
MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:
“A caminhada
Na
obra vitalícia em que nos exigimos tempo e energias para enfrentar o egoísmo e
ganância, tanto a nossa como a dos outros, acabamos por não aproveitar a
sabedoria milenar que libertou e elevou seres humanos acima das limitações
animalescas que se procuram superar no momento em que algo mais se acende e
ilumina a caminhada.
Ao
avaliar as aptidões de aspirantes que batem à porta de um monastério, os
mestres de yoga distinguem três tipos básicos de disposição, ou temperamento,
dos pretendentes.
São ele
o “caráter bestial”, o “caráter heroico” e o “caráter divino”.
O
primeiro grupo, o mais baixo degrau evolutivo, mais comum da humanidade,
corresponde aos de caráter classificado como “bestial”, resultante da forte
interação e conflitos de qualidades dinâmicas e inerciais da natureza. Nessa
combinação estão presentes tendências indesejáveis, como a quase completa
ausência de lucidez. A consciência ofuscada, parcial ou totalmente, e
inoperante se manifesta na ilusão, irritação e indolência. Esta última faz com
que o indivíduo considere ingrato submeter-se às obrigações, aos deveres, às
tarefas que a vida lhe apresenta e fuja delas se acomodando no ócio e na
inércia. Ou se entregando ao uso de bebidas, narcóticos e outros vícios. A
pessoa desse grupo é considerada “atada”, e nas ataduras aparecem até oito
laços diferentes, em graus variados: desprezo, dúvida, medo, pudor excessivo,
aversão, costume, casta (posição social ou preconceito) e família. Este último,
o laço familiar, é explicável como atadura impeditiva de assumir o próprio
destino e missão ampla. Segue o sentido celibatário exigido nas congregações
monásticas de qualquer religião.
Acabam,
entretanto, sendo admitidos no monastério indivíduos não completamente libertos
desses conflitos. Àqueles, carentes de preparação mínima, é aconselhado se
esforçar servindo no nível que lhe é próprio, fortalecendo seu caráter e se
exercitando no autocontrole.
O
segundo grupo é dos indivíduos de “caráter heroico”, os que mesclam ardor e
devoção nas obrigações, adotando a inteligência superior, estando fortemente
liberto de impurezas. Esses estão bem próximos de entrar numa área sem
turbulências emocionais e à disposição de missões “heroicas” no sentido
literal. E, como ele está livre de paixão, orgulho, aflição, raiva, inveja e
ilusão, afastado das qualidades de agitação e inércia, é chamado de herói.
Segundo a doutrina do raja-yoga, é este o praticante que foi além do jogo de
opostos da mente, a ele são consentidos meios que para outros seriam fortes
constrangimentos. O herói deve ser imune à desaprovação social, ou ostracismo,
e permanecer firmemente na trilha a despeito de qualquer oposição e
adversidade. Na idade das trevas em que se encontra a humanidade agora, só a
disciplina heroica (em sânscrito, “vira-sãdhanã”) sustenta os frutos visíveis,
embora se esconda e não reclame aplausos.
O
terceiro grupo, o mais elevado, é de caráter divino, também produto dos
componentes do heroico, mas com intensidade e qualidades excelsas. Eles são
extremamente raros na época em que vivemos e deveremos viver ainda por longa
era.
O
desafio nisso é como ensina Dante: “Feitos não fomos para viver com bestas, mas
para seguir virtude e conhecimento”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação
dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.