(Agosto = mês 69; faltam 101 meses para a Primavera Brasileira)
“Salvem o agro
Faltando
algumas semanas para as eleições, não se veem propostas de candidatos para
salvar o agronegócio de três ameaças que sofrerá.
A
primeira é ecológica. O agronegócio não sobreviverá às mudanças climáticas que
ele ajuda a provocar. A destruição de florestas fatalmente afetará a produção
da agricultura local, por isso a necessidade de regras para conservar matas é
uma necessidade do agronegócio. Muitos produtores, com lógica imediatista, não
veem a conservação florestal como parte da produção agrícola. Há candidatos que
não se preocupam com o equilíbrio ecológico, outros, movidos por preconceitos
ideológicos, consideram o agronegócio um adversário, porque não fazem contas
para saber o que seria da economia sem o agro.
O novo
governo deve ser defensor das florestas do mundo, inclusive da Amazônia, para
salvar o agronegócio, negociando com empresários para convencê-los a defender
os interesses nacionais no longo prazo. Propondo uma governança mundial para
todas as florestas, inclusive as nossas.
A
segunda ameaça ao agronegócio vem do boicote que se arma no mundo contra a
importação de produtos brasileiros. O próximo governo tem de ser capaz de usar
a diplomacia para evitar o desastre da economia brasileira quanto, em defesa da
saúde da Terra, compradores se negarem a adquirir nossos produtos.
Inicialmente, nossos escravocratas usaram o conceito de soberania para
justificar a continuação do tráfico. O bom senso prevaleceu, e o Brasil fez sua
própria lei proibindo o tráfico. Para os europeus de hoje, a queimada da
Amazônia é vista como barbárie brasileira, do tipo de escravidão no século XIX.
O
terceiro salvamento do agronegócio tem a ver com o óbvio esgotamento dele no
médio e longo prazo, devida a mudanças tecnológicas, geopolíticas e ambientais.
Muitos não querem ver, mas aconteceu no passado. As riquezas do açúcar e do
algodão se esgotaram no Nordeste, quando a produção foi levada para o Caribe e
o sul dos Estados Unidos; a imensa riqueza da borracha se esgotou no Norte,
quando seringueiras foram levadas para a Malásia, e quando a borracha sintética
foi inventada.
O
Centro-Oeste precisa se preparar para o futuro, quando a China produzir soja e
carne na África, na metade da distância para seus centros consumidores, ou até
mesmo na Sibéria russa, levando produtos de trem para Pequim. O próximo governo
precisa salvar o agronegócio, preparando-o para os novos tempos da economia do
conhecimento. Para tanto, o próximo governo precisa oferecer condições para,
aliado aos empresários, formular um rumo que faça do Centro-Oeste o nosso Vale
do Silício: investir na educação de base, universidades e centros de pesquisa,
em uma estratégia para salvar o agronegócio, mesmo depois dele, transformando-o
no chip-negócio da economia do futuro.”.
(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e
membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de julho de
2022, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 22 de julho de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Alicerçar a vida
O
dom sagrado de viver é também tarefa, regida por lógicas que definem o
cotidiano de cada pessoa, a vida comunitária, institucional, familiar e
religiosa. As lógicas indispensáveis para alicerçar a vida incluem aquelas que
se relacionam aos processos de conscientização social e política. Quando são
considerados os ataques à democracia percebe-se que há carência de compreensão
sobre o exercício da cidadania. E os estreitamentos de mentalidades precisam de
oportunos tratamentos, por processos de formação capazes de construir novos
entendimentos, distantes das polarizações que fanatizam, desdobrando-se em
violência, criando um clima de insegurança e de medo. Sem lúcidos e
qualificados processos de conscientização sociopolítica, corre-se o risco de
não ser priorizado o bem comum. Dentre as consequências está a falta de atenção
a relevantes campos, a exemplo da salvaguarda do meio ambiente, com novas
lógicas no tratamento da casa comum, e a superação dos vergonhosos cenários de
desigualdade social.
Sem
adequados processos de conscientização, corre-se sempre o risco de considerar o
dinheiro mais importante em relação aos princípios, às perspectivas humanistas
ou às soluções vigorosas para a superação da miséria e da exclusão social. O
sentido de cidadania precisa contar com os investimentos permanentes e
consistentes em processos de conscientização social e política. Na contramão
desses investimentos, o que se vê é uma estreita compreensão a respeito da
cultura, por não se reconhecer que valores e princípios definem projetos e a
própria sociedade. Consequentemente são acentuados, dolorosamente, os
preconceitos e as crescentes discriminações que impõem pesos e perdas, até
irreparáveis, impossibilitando a contribuição indispensável de cada cidadão nos
processos de desenvolvimento integral, que permitem o crescimento de todos.
Há de se
prestar atenção ao recrudescimento assombroso de discriminações e preconceitos,
revelando a carência de processos educativos que favoreçam o reconhecimento do
nobre sentido da convivência humana e da construção da sociedade, sobre os
alicerces da fraternidade universal e da igualdade entre as pessoas.
Providências urgentes devem ser adotadas para que sejam respeitados os padrões
e as dinâmicas que garantam a civilidade. Ante essas necessidades, atenção
redobrada deve ser dedicada ao atual contexto eleitoral. A responsabilidade
cidadã exige qualificação de discursos eleitorais, especialmente quanto são
consideradas as facilidades tecnológicas no campo da comunicação. A apropriação
de redes sociais como instrumento de desinformação, disseminando notícias
falsas para manipular a opinião pública em favor de um determinado projeto
político, representa sério risco para a sociedade.
Percebe-se,
quando são considerados os muitos problemas no exercício da cidadania, a
acentuada carência social de uma formação humana que sustente adequada
consciência sociopolítica. Uma realidade preocupante, que pode ser revertida
com a vivência da espiritualidade – isto é, a adoção de uma via mística. Uma
via longe, muito longe, dos interesses político-eleitorais de certos segmentos
e grupos religiosos que simplesmente almejam conquistar adesões a projetos de
poder. Investir na espiritualidade é remédio para curar desequilíbrios,
alimento para qualificar o sentido da vida e cultivar no coração humano
sentimentos que promovam um discurso sapiencial – aquele que promove a verdade
e a defesa do bem. A espiritualidade possibilita uma sabedoria capaz de
reconhecer a beleza e o sentido de cada pessoa, inclusive aquela com quem se
diverge – todos irmãos e irmãs.
A espiritualidade
– experiência de crer no transcendente e, de modo coerente com a fé, buscar
constantemente o amadurecimento – possibilita superar descompassos, acertar
rumos. Assim, oportuno é acolher o que ensina a preciosa narrativa dos chamados
“Padres do Deserto”: “Um irmão perguntou a um ancião: como poderei encontrar
Deus? Será pelos jejuns, trabalhos e vigílias ou obras de misericórdia? O
ancião respondeu: em tudo o que dizes... especialmente pela humildade”. É hora
de mais humildade, para alicerçar a vida no horizonte da espiritualidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.